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Atypical: o dia a dia de uma pessoa com autismo

Apesar de finalizada, a série Atypical, da plataforma de streaming Netflix, ainda vive nos corações dos fãs e de muitas pessoas da comunidade do autismo. 

Foram 4 temporadas, divididas entre os anos de  2017 e 2021, nas quais o espectador pode acompanhar a vida de Sam, um autista adolescente, e de todo o drama que rodeava a própria família.

Apesar de trazer o Transtorno do Espectro Autista (TEA) como elemento principal para a série, não é o transtorno que norteia a maioria dos episódios, e sim as relações interpessoais, visto que muitos personagens são desenvolvidos ao longo dos episódios. 

E é isso o que torna a série tão única e especial: esse envolvimento das pessoas que fazem parte do núcleo social de Sam, essa rede de apoio que o espectador aprende a amar e apreciar. 

Nunca assistiu Atypical? Calma, vamos falar mais sobre a série ao longo do texto!

 Sinopse de Atypical

A série Atypical acompanha a vida de Sam e sua família. Sam é autista e muito dependente de sua mãe, Elsa, e dos outros familiares que o protegem a todo e qualquer custo. 

A aventura começa quando Sam exige ser mais independente, e tem ações das quais a própria mãe não consegue acompanhar. Sam parte por uma jornada de autodescoberta que envolve a sua personalidade, sexualidade e sociabilidade. 

Quem são os personagens?

Sam Gardner (interpretado pelo ator Keir Gilchrist) é um adolescente de quase 18 anos, que foi diagnosticado com autismo leve aos 4 anos. Desde que recebeu o diagnóstico, a mãe Elsa (Jennifer Jason Leigh) passou a adaptar a própria vida e a da filha mais nova Casey (Brigette Lundy-Paine) para atender as necessidades de suporte de Sam. 

O pai de Sam, Doug (Michael Rapaport) também é um suporte para o filho e a família, mas logo no início da temporada recebemos a informação de que nem sempre foi fácil aceitar o diagnóstico de autismo do filho e, por isso, manteve-se ausente durante alguns meses, perdendo a evolução de Casey, que é super ligada ao pai e tem problemas de convivência com a mãe. 

Ao longo da trama também conhecemos o hilário Zahidi (Nik Dodani), colega de trabalho de Sam e também ocupa o posto de melhor amigo, e a romântica Page (Jenna Boyd), que é apaixonada por Sam e desenvolve uma relação afetuosa com ele ao longo das temporadas. 

Ambas as relações (amizade e namoro) sofrem altos e baixos durante os episódios, com problemas que envolvem, principalmente, a comunicação. Sam tem dificuldades em expressar os sentimentos pela Paige, o que a deixa frustrada em alguns momentos, e Zahidi não compreende – de início – alguns comportamentos estereotipados do melhor amigo, zangando-se vez ou outra. 

Qual o grau de autismo do Sam de Atypical?

Como falamos acima, Sam é diagnosticado – aos 4 anos – com autismo grau 1, que é conhecido pelo termo “autismo leve, utilizado por profissionais e famílias que estão iniciando a jornada de descoberta do TEA. 

Os graus de autismo são diagnosticados e traçados de acordo com o nível de necessidade de suporte da pessoa, no caso de autismo leve, a pessoa na maioria das vezes consegue se comunicar de forma oral, mas precisa de ajuda em demandas sociais e também pode apresentar comportamentos estereotipados.

A pessoa diagnosticada com autismo apresenta dois sinais que fazem parte da chamada díade do autismo:

  • Problemas na comunicação e interação social;
  • Padrões de comportamentos repetitivos e restritivos.

No autismo leve, a pessoa pode receber o diagnóstico de:

  • 6A02.0: TEA sem Deficiência Intelectual (DI) e com leve ou nenhum prejuízo de linguagem funcional;
  • 6A02.1: TEA com DI e com leve ou nenhum prejuízo de linguagem funcional.

Claro que cada pessoa é única, e nem sempre possui barreiras semelhantes às outras, o que estamos apontando aqui são características presentes no documento de classificação, o DSM-5

 

No caso de Sam, podemos observar que o personagem apresenta sinais e características do autismo, pois:

    • Possui uma rotina totalmente estruturada – onde todos da família seguem para oferecer previsibilidade a ele, inclusive, Elsa (a mãe) tinha um quadro de suporte visual, completo com rotinas e atividades extras (aniversários, festas e outros compromissos que surgiam de última hora);
    • Tem dificuldade em se comunicar – principalmente com novas pessoas que surgem em seu núcleo social, sempre se esquivando de novas amizades e relações;
  • Tem dificuldade em entender ironias – ele sempre reforça que os pais – principalmente a irmã – precisam ser literais com ele; 
  • É sensível aos sons – devido a hipersensibilidade, ele está sempre com fones abafadores para evitar stress. 

O hiperfoco de Sam

Uma das características que fazem parte do TEA é o hiperfoco, que acontece quando pessoas no espectro apresentam um interesse intenso e altamente focado, em um ou mais assuntos. 

O hiperfoco de Sam é a Antártida e os Pinguins, o personagem demonstra muita admiração e interesse por esses dois temas, por isso a decoração do quarto é toda inspirada no continente repleto de gelo.

Atypical trabalha uma evolução no hiperfoco de Sam, onde ele faz planos e molda a própria vida sobre a expectativa de um dia ir para o outro continente e estudar as espécies de pinguins que vivem por lá. 

Enquanto Sam sonha e idealiza, ele aprende a criar autonomia e independência, e se depara com novos sonhos, desafios e outras consequências que derivam de seu hiperfoco, como por exemplo: 

  • Ir para a faculdade – onde inicia o projeto científico sobre o continente;
  • Sair de casa – a fim de “treinar” para quando for viver sozinho no outro continente, e para se sentir mais livre das regras do núcleo familiar;
  • Ter novas relações – precisa de amigos que ofereçam suporte na jornada da faculdade.

O que a série nos ensina sobre o autismo?

Atypical é uma série para ver e rever. Dentro dela encontramos diversas lições e realidades que não enxergamos por estarmos presos a uma realidade individual. 

Sempre falamos na importância da inclusão, mas com a série encontramos a dificuldade de uma pessoa autista fazer parte do meio escolar. Sam sofre bullying de valentões que não sabem nada sobre sua condição neurológica (e nem faz questão de saber), por isso sempre almoça sozinho e evita estar em locais muito cheios. 

Com a série também conseguimos ver a vida da mãe, Elsa, se moldar em torno de Sam, devido ao fato dela ser a cuidadora principal. À medida que o tempo passa, é possível ver as inseguranças dela com relação ao fato dele crescer e se tornar independente; e isso muda a percepção de Elsa também.

Em Atypical a maternidade não é romantizada, e a personagem faz escolhas que geram consequências para o núcleo familiar como um todo; mas que ao longo de 4 temporadas são amadurecidas, perdoadas e, acima de tudo, compreendidas. 

E, além disso, temos a representatividade não só do espectro, mas da comunidade LGBTQIA+, que faz parte do processo de autoconhecimento da irmã mais nova, Casey, que aprende a se soltar das dependências familiares e parte em busca dos próprios desejos. 

Aytical mostra a realidade de uma família que auxilia um adolescente autista a se desenvolver e a crescer em um mundo não tão amigável. A realidade parece ser chocante, mas a série combina com bom humor e otimismo, lembrando que cada um tem seu tempo para evoluir e se encontrar.  

Ficou com vontade de assistir? Então aproveite para maratonar a série que está disponível na Netflix! E se você quiser conhecer mais séries sobre autismo e/ou com personagens autistas, clique no botão abaixo para ler nosso conteúdo:

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