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Autismo tem cura? Essa é uma das principais perguntas de pais que se deparam pela primeira vez com a possibilidade da criança estar dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A angústia do momento faz com que muitos busquem por soluções milagrosas que vão ajudar a criança a ter um desenvolvimento típico o mais rápido possível.
Aliás, muitos ainda questionam se seria possível que a criança saia do espectro, mesmo após o diagnóstico. Para te ajudar a entender mais sobre o assunto e responder essas perguntas, este artigo explica sobre o que é autismo, quais os primeiros sinais identificados e também quais as possibilidades de intervenção.
O que é autismo e como identificar os sinais em crianças?
O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que muda a forma como a pessoa vê e interage com o mundo. As principais características que compõem o diagnóstico estão dentro da chamada díade do autismo, ou seja:
- Dificuldades na interação e comunicação social;
- Presença de padrões de comportamentos restritos e repetitivos.
Dentro disso, existem inúmeros sinais que precisam ser observados e avaliados pela equipe multidisciplinar para fechar um diagnóstico. Mas o importante é que muitos sinais de autismo podem surgir ainda nos primeiros meses de vida do bebê. Entre os mais comuns identificados pela família e por especialistas estão:
- Bebê não faz contato visual ou evita esse tipo de ação mesmo quando uma pessoa está bem próxima e fala com ela;
- Apresentar resistência ao toque: como abraços e beijos. Isso acontece, porque muitos autistas têm hipo ou hipersensibilidade, e o toque gera desconforto, mas eles são, sim, capazes de demonstrar afeto à sua maneira;
- Criança tem predileção por objetos que causam indiferença à maioria e brinca com eles ou com brinquedos de forma não usual. Exemplo: virar o carrinho de ponta cabeça e ficar girando as rodinhas;
- Atraso na fala notado especialmente próximo aos 2 anos;
- Criança apresenta repetições comuns: fala com certa frequência as frases que ouve em desenhos ou filmes e que não tem contexto com a comunicação estabelecida no momento;
- Criança repete movimentos, seja com o corpo ou com a fala. Exemplos disso são ficar estalando o dedo, abanando as mãos ou balançando o corpo.
Afinal, autismo tem cura ou não?
Para responder a essa pergunta, é preciso retomar a um assunto que já abordamos no nosso blog: autismo não é doença. Assim, não existe cura para o autismo. Ao contrário disso, o que existem são intervenções que possibilitam à pessoa com autismo se desenvolver, adquirir habilidades sociais e conquistar autonomia e independência.
É importante ressaltar que cada criança é única e tem suas singularidades. Por isso, é importante que a equipe envolvida nas intervenções trace estratégias e crie um caminho de desenvolvimento identificando as dificuldades de aprendizagem e habilidades de cada uma para alcançar seus objetivos.
Além disso, é essencial que os planos estejam de acordo com as práticas baseadas em evidências científicas já estudadas e validadas para o autismo.
É possível sair do espectro depois do diagnóstico?
Outro questionamento muito comum aos pais é saber se, com ajuda das intervenções, é possível que a pessoa saia do espectro, mesmo após o diagnóstico. Para esta pergunta, a resposta também é não.
Mas, assim como no caso das terapias para o desenvolvimento, é possível que a pessoa consiga caminhar dentro do espectro e conquistar habilidades novas a cada dia, dentro das suas possibilidades.
Esse não é um caminho linear, e haverá dias muito difíceis, tanto para a pessoa quanto para a família. Mas é preciso persistir e acreditar nas estratégias e na equipe clínica que acompanha a criança. Além disso, é importante que todos os ambientes e pessoas que têm contato com ela possam identificar e replicar as oportunidades de aprendizagem, garantindo que ela receba estímulos e aprenda todos os dias.
Não busque soluções milagrosas para curar o autismo
Num momento de desespero e querendo ajudar a criança, muitos pais podem chegar a acreditar em soluções milagrosas que prometem fazer com que a criança passe a ter um desenvolvimento considerado típico.
O problema é que muitas destas soluções não têm embasamento científico, já que não é possível curar o autismo. Além disso, elas podem ser extremamente perigosas e fazer a criança correr risco de vida ou serem exorbitantemente caras.
O caminho possível e mais indicado por quem conhece e respeita a ciência e a vida de pessoas autistas são as intervenções que vão ajudá-la a se desenvolver.
Precisa de ajuda para saber como encontrar os profissionais certos para a equipe multi ou transdisciplinar? Leia nosso texto do blog que fala sobre o tema!