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O tratamento para autismo é composto por diversas intervenções e terapias focadas no desenvolvimento do indivíduo. É importante ressaltar que o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) não é uma doença, mas sim uma condição do neurodesenvolvimento e, por isso, não existe cura.
Apesar disso, a intervenção de uma equipe multidisciplinar, interdisciplinar ou transdisciplinar é essencial para garantir que a pessoa se devolva e atinja todo seu potencial. Além disso, a própria família precisa de orientação e treinamento para lidar com possíveis comportamentos desafiadores no dia a dia e manter o autocuidado.
Neste artigo, falamos mais sobre o tratamento do autismo, as intervenções validadas cientificamente e aquelas que, embora tragam resultados promissores, ainda não são consideradas práticas baseadas em evidências, além de outros detalhes.
Nota importante: como autismo não é considerado uma doença, usar o termo tratamento pode ser considerado equivocado. Aqui nesse texto, nos referimos desta forma para facilitar a busca de pessoas que estão procurando por “tratamento para autismo”
O que é indicado para tratamento do autismo?
As terapias mais indicadas de tratamento para autismo são aquelas cujas práticas são baseadas em evidências científicas. Isso significa que os pesquisadores forneceram um nível aceitável de pesquisa que mostra que a prática produz resultados positivos para crianças, jovens e ou adultos com TEA.
Para abordar as práticas baseadas em evidências, a Associação para a Ciência no Tratamento para Autismo (ASAT, na sigla em inglês), publicou em 2014 o Evidence-based Practices for Autism.
O documento analisou 20 anos de intervenções para TEA em diversas áreas relacionadas à Análise do Comportamento Aplicada (ABA), e identificou a existência de 28 práticas baseadas em evidências para o autismo que atingiram todos os critérios propostos pela revisão. Destas, 23 eram baseadas nos princípios da Análise do Comportamento Aplicada (ABA).
Terapia ABA no autismo
As terapias baseadas na Análise do Comportamento Aplicada (ABA) para o autismo são as mais indicadas pela Organização Mundial da Saúde.
ABA vem da sigla em inglês para Applied Behavior Analysis e é uma ciência cujas estratégias são baseadas na Análise do Comportamento (AC), que propõe a análise dos comportamentos do indivíduo, justamente para que seja possível entender:
- Como e porquê os comportamentos ocorrem;
- Quais as influências ambientais a eles relacionadas.
A partir daí, é possível traçar estratégias que permitam ensinar novas habilidades para este indivíduo. Um importante cuidado a se tomar durante todo o processo para uso das estratégias da ABA em qualquer ambiente é que é preciso levar em consideração a singularidade de cada indivíduo para garantir que as intervenções sejam efetivas.
Isso é importante porque as terapias baseadas em ABA só funcionam quando as individualidades daquela pessoa e seus comportamentos são entendidos e respeitados na construção da intervenção.
As 5 intervenções mais comuns no autismo
O estudo Cuidando de quem cuida: um panorama sobre as famílias e o autismo no Brasil, feito pela Genial Care em 2020, identificou quais as intervenções mais procuradas e realizadas pelas famílias dos respondentes. Veja um pouco mais sobre algumas delas a seguir:
Fonoaudiologia (64%)
Intervenção mais citada no estudo, a fonoaudiologia consiste em terapias com objetivo de trazer melhoras na comunicação oral, escrita, voz, audição e equilíbrio. Por meio dela, o profissional atua em pesquisa, orientação, perícias, prevenção, avaliação, diagnóstico e tratamento fonoaudiológico nestas áreas.
No caso do autismo, a alta procura se dá pelo fato de que pessoas no espectro apresentam dificuldades na comunicação, especialmente a fala.
Terapia ocupacional (59%)
Já a terapia ocupacional, que foi a segunda intervenção mais citada no estudo, é a área responsável por promover saúde e bem-estar de pessoas com problemas sensoriais, motores e físicos.
Quando aplicada ao autismo, a terapia ocupacional utiliza tecnologia e atividades diversas que pretendem buscar autonomia e melhorar a adaptação da vida social daquele indivíduo.
Terapia comportamental (ABA) (42%)
As terapias que seguem os princípios da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) são as mais indicadas pela OMS para pessoas com desenvolvimento atípico, especialmente o autismo. Isso porque, quando aplicada ao TEA, as estratégias têm se mostrado eficientes na aquisição de novas habilidades e redução de comportamento prejudiciais.
Na equipe multidisciplinar, a especialização em ABA não é exclusiva dos profissionais da psicologia. No entanto, a família precisa tomar algumas precauções na hora de escolher profissionais e clínicas para as intervenções.
Acompanhamento pedagógico (39%)
Toda pessoa no espectro do autismo tem direito à educação. Por esse motivo, o acompanhamento pedagógico é essencial para garantir que cada um tenha suas individualidades e necessidades respeitadas.
É dever do profissional de acompanhamento pedagógico avaliar de perto e individualmente o desempenho de cada aluno para fornecer estratégias personalizadas.
Vale lembrar ainda que, de acordo com a lei 12.764/12 (conhecida como Lei Berenice Piana), alunos com autismo têm direito a um acompanhante pedagógico especializado fornecido pelo colégio.
Fisioterapia ou atividade física (25%)
O desenvolvimento motor também pode ser afetado em pessoas com espectro autista. E a coordenação motora fina e grossa são essenciais para muitas atividades, como escrever, por exemplo.
Por esse motivo, profissionais da fisioterapia e atividade física também podem compor a equipe multidisciplinar de atendimento da pessoa autista. Vale lembrar que, assim como nas outras terapias, é preciso que haja adaptações de acordo com a necessidade da pessoa assistida.
Além dessas, existem outras intervenções que também podem fazer parte das terapias para pessoas com TEA. Como:
- Equoterapia;
- Gameterapia;
- Musicoterapia.
O maior objetivo das terapias para o autismo é que cada pessoa tenha seus desafios de aprendizado identificados e trabalhados de maneira saudável, e sempre adaptados à realidade na qual vivem. Com isso, cada pessoa pode crescer com sua independência e atingir todo o seu potencial. Continue a aprender mais sobre os tratamentos para autismo no nosso blog.
Uma resposta para “Tratamento para autismo: conheça as terapias para pessoas no espectro”
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