
Ozonioterapia para autismo? Veja o que você precisa saber
O número de famílias que buscam e utilizam a ozonioterapia para autismo, como uma técnica alternativa para auxiliar na jornada da criança no transtorno de espectro autista (TEA) tem crescido consideravelmente aqui no Brasil.
Houve um aumento de interessados a esse tratamento, que vem sendo divulgado (em alguns portais da internet) como uma alternativa para auxiliar no desenvolvimento social da criança no espectro e, principalmente, prevenir o atraso de fala.
Entretanto, a ozonioterapia para autismo não é recomendada por profissionais de saúde, e é vetada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A ANVISA, inclusive, cita em nota que o ozônio pode ser utilizado apenas em algumas áreas, e são elas:
- Odontologia: tratamento da cárie dental – ação antimicrobiana;
- Periodontia: prevenção e tratamento dos quadros inflamatórios/infecciosos;
- Endodontia: potencialização da fase de sanificação do sistema de canais radiculares;
- Cirurgia odontológica: auxílio no processo de reparação tecidual;
- Estética: auxílio à limpeza e assepsia de pele.
A prática aprovada pela ANVISA está ligada ao uso do componente em aparelhos que auxiliem em algum tratamento médico dentro das áreas citadas acima. Neste artigo você vai entender sobre a ozonioterapia para autismo, como essa prática funciona e o porquê ela vem se tornando popular a cada dia.
O que é ozonioterapia?
A ozonioterapia é uma prática feita por profissionais da área da saúde e estética e, assim como o nome já diz, utiliza o ozônio para auxiliar em alguns procedimentos.
Para extrair e manusear esse elemento durante os procedimentos, é preciso trabalhar com as máquinas de ozônio autorizadas pela ANVISA. Esses equipamentos são comuns em consultórios de dentistas e clínicas de estética.
Utilizar esse método — de forma legal e autorizada — em clínica odontológica auxilia, por exemplo:
- No tratamento de cáries – utilizando com o gás das máquinas;
- A diminuir as placas – utilizando o ozônio em mistura com água, durante o bochecho;
- Na recuperação do paciente com alveolites – quando misturado com óleo e aplicado na gengiva dolorida;
- E muito mais.
Ozonioterapia para autismo: por que ela não é indicada como tratamento?
Algumas clínicas de ozonioterapia prometem, em seu tratamento, curar os pacientes. É muito comum, inclusive, encontrar os sites oficiais dessas clínicas que prometem a cura para o câncer.
Como citado anteriormente, a ozonioterapia para autismo não é uma prática autorizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), e não há comprovações científicas de seu auxílio para as crianças com TEA. É importante salientar que: não há uma cura para autismo, pois não é uma doença. Logo, desconfie de qualquer procedimento e/ou prática que utilize desse discurso.
Além de ser proibida, um dos métodos oferecidos para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) envolvem seringas e agulhas, onde o ozônio é misturado com óleo — ou água — e é aplicado no corpo do paciente, principalmente nas articulações; bem desconfortável (e dolorido) para um “tratamento” que não tem eficácia.
Não há estudos que comprovem a veracidade das intervenções de ozonioterapia em pessoas no espectro autista. Inclusive, os materiais encontrados, a respeito desse tema, refletem em portais na internet, onde o foco não é oferecer informações sobre o suposto tratamento, nem mesmo há registros, resultados e/ou progressos de profissionais que utilizam dessa prática. Apenas a promessa de cura.
Quais são as intervenções indicadas para autismo?
Enquanto uma prática não autorizada continua a ser comentada entre tantas famílias, é importante ressaltar e reforçar quais são as intervenções indicadas para o autismo, e que realmente fazem a diferença para pessoas com TEA.
Embora seja falso, é dito que a ozonioterapia no autismo auxilia no desenvolvimento da fala. Entretanto, a intervenção — aprovada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) — capaz de auxiliar a criança no espectro é a Fonoaudiologia, que busca de trazer melhoras na comunicação oral, escrita, voz, audição e equilíbrio, por meio dela, o profissional atua em pesquisa, orientação, perícias, prevenção, avaliação, diagnóstico e tratamento fonoaudiológico nestas áreas.
Outros exemplos das intervenções indicadas que sempre falamos no Blog da Genial:
Terapia Ocupacional
Foca nas singularidades de cada criança, e tem como objetivo promover, manter e desenvolver habilidades necessárias para que as crianças consigam se adaptar de forma funcional ao dia a dia e diferentes ambientes.
Terapia ABA
Uma das práticas mais indicadas por especialistas e reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As estratégias e técnicas usadas nas intervenções baseadas em ABA para o TEA têm como objetivo reduzir comportamentos prejudiciais para a pessoa e ensinar habilidades essenciais para seu desenvolvimento.
Orientação parental
Como o próprio nome já diz, o contato é feito diretamente com a pessoa cuidadora, onde o profissional orienta as famílias em diversas áreas que afetam a criança. Esses atendimentos favorecem a relação entre pais e criança com TEA.
Musicoterapia
A prática terapêutica ajuda pessoas do espectro autista a se desenvolverem em diversas áreas como: interação social, comunicação vocal e não-vocal, entre outras. É uma prática reconhecida baseada nas práticas baseadas em evidências.
Como escolher as intervenções para a pessoa autista?
Para entender qual é a melhor intervenção para a criança com TEA, é preciso estar atento a diversos fatores. Um deles, é entender se a intervenção escolhida possui evidências científicas e, principalmente, se haverá um profissional de confiança para acompanhar o desenvolvimento da pessoa.
Quando pesquisar pelas intervenções é preciso estar atento:
- Na escolha da equipe ou profissional que fará o atendimento;
- Em todas as informações das intervenções aplicadas durante as sessões;
- Nos resultados e progressos entregues pelo profissional, a família pode e deve cobrar o profissional desses dados;
- Informações e dicas para aplicar nos aprendizados no dia a dia. Sempre que precisar peça ajuda para aplicar os aprendizados no dia a dia.
Além dos fatores citados acima, é importante lembrar de escolher profissionais que entendam e respeitem as singularidades das famílias. Cada criança com TEA é capaz de atingir seu máximo potencial e, para isso, precisa do apoio dos familiares e dedicados profissionais no dia a dia.
Se você quer saber mais sobre intervenções de qualidade, aqui no Blog da Genial Care sempre trazemos exemplos de intervenções com embasamento científico, e com resultados extraordinários, que podem revolucionar a vida da criança com TEA. Inscreva-se em nossa newsletter para receber mais conteúdos desse tipo.