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Gabriela Bandeira
Publicado em 12 de fevereiro de 2021 Atualizado em 29 de setembro de 2023
5 min.
Nas últimas semanas, o prefeito de Alfenas (MG), Luiz Antônio da Silva, fez um comentário sobre autismo que repercutiu de forma negativa nas redes sociais. Em uma entrevista de rádio, o político comparou as atitudes do presidente Jair Messias Bolsonaro às de pessoas no espectro do autismo que, segundo ele, não têm sentimentos.
Após receber inúmeras críticas de ativistas e dos órgãos de defesa das pessoas com deficiência, ele se desculpou e disse que a comparação foi infeliz. No entanto, essa não é a primeira vez que uma figura pública usa o termo “autismo” de maneira pejorativa e acaba causando um desserviço para toda uma comunidade que luta por conscientização e menos preconceito. É sobre essa problemática que falamos no blog dessa semana.
Por que a fala do prefeito de Alfenas sobre autismo é tão problemática?
Para começar, é importante entender a gravidade da fala de Luiz Antônio. Além de trazer um estereótipo irreal de que pessoas com autismo não têm sentimentos e não são empáticas, o discurso reforça o uso do termo como um adjetivo negativo. Ou seja, faz parecer que o fato de uma pessoa estar no espectro do autismo é uma coisa ruim e fortalece a ideia de que podemos usá-lo para nos referir a características que consideramos estranhas ou maldosas em outras pessoas.
Só para entender como isso pode afetar ainda mais pessoas no espectro do autismo. No século XX, palavras como “débil mental”, “mongolóide” e “retardado” eram termos médicos usados em diagnósticos e, após passarem a ser usadas como forma de insulto e ofensa, elas tiveram que ser substituídas por outros termos. Além disso, pense em como uma pessoa ou a família de alguém que está no espectro do autismo ou têm algum transtorno ou condição se sente com esse tipo de associação.
Autistas e sentimentos
Durante uma palestra em 2019, a escritora Michelle Malab, que recebeu o diagnóstico de autismo já adulta, disse a seguinte frase: “Pessoas com autismo têm excesso de empatia, não falta”. Essa afirmativa veio justamente em uma discussão sobre o desconhecimento por parte da sociedade, que muitas vezes associa o transtorno com características que não lhe dizem respeito.
Embora algumas pessoas no espectro do autismo, assim como também ocorre com as consideradas neurotípicas, tenham dificuldades em expressar seus sentimentos, eles com certeza existem. O autismo é caracterizado justamente por problemas na comunicação e interação social, além de comportamentos restritos e repetitivos, mas cada pessoa dentro do espectro é única e suas vivências também. Não devemos limitar todas elas a uma característica ou diagnóstico.
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Escrito por:
Gabriela Bandeira
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