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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social e pela presença de padrões de comportamentos restritos e repetitivos.
Dessa forma, a fonoaudiologia no autismo é uma das áreas que atua no desenvolvimento comunicativo da criança no espectro, contribuindo para reduzir os impactos do TEA no dia a dia.
Essa especialidade trabalha diretamente na audição e fala, além de ampliar as habilidades comunicativas, facilitando a interação social com qualidade. Principalmente quando pensamos na comunicação verbal e suporte alternativo para conseguir comunicar suas vontades e desejos.
Assim, a fonoaudiologia desempenha importante papel na inclusão e reabilitação da pessoa com autismo, buscando ganho em autonomia, qualidade de vida e independência.
Neste artigo, vamos falar tudo que você precisa saber sobre a fonoaudiologia no autismo e como ela potencializa o desenvolvimento de pessoas no espectro e a interação nos diversos núcleos sociais que estão presentes, como família, escola e trabalho. Leia nosso guia até o fim!
Qual é a função de um fonoaudiólogo?
O fonoaudiólogo é o profissional da área de saúde que trabalha com os diferentes aspectos da comunicação humana, são terapeutas especializados no tratamento em dificuldades da linguagem, como os distúrbios da fala.
Quando o objetivo é ajudar a pessoa a se comunicar de maneira mais funcional, são trabalhadas as áreas:
- Linguagem oral e escrita;
- Fala;
- Voz;
- Audição.
Podendo se estender para outras funções, auxiliando na qualidade de vida quando se trata de problemáticas envolvendo a:
- Deglutição (ato de engolir);
- Respiração;
- Mastigação.
O profissional é responsável pela promoção da saúde, prevenção, avaliação e diagnóstico, orientação, terapia (habilitação e reabilitação), e pode também se dedicar no campo de ensino, pesquisa e áreas administrativas.
O que é dificuldade de comunicação no autismo?
As dificuldades de comunicação no autismo podem variar de pessoa para pessoa. Como falamos que o TEA é um espectro, isso significa que cada pessoa autista pode ter características, repertórios e níveis de necessidade e suporte distintos. Isso se reflete nas habilidades comunicativas.
Algumas crianças não são verbais, enquanto outras apresentam fala funcional, mas com desafios na compreensão e uso pragmático da linguagem. Já outras, conseguem se comunicar mais facilmente ou então sabem expressar palavras, mas sem sentidos ou conexões em suas falas.
É aí que entra a ação do fonoaudiólogo. Dentre várias possibilidades, o profissional pode:
- Ampliar o repertório de fala, tanto em relação às pronúncias dos sons quanto ao conteúdo do que pode ser dito;
- Ajudar o autista a desenvolver as habilidades de conversação, saber quando perguntar ou, por exemplo, quando cumprimentar com um bom dia;
- Trabalhar a linguagem corporal do autista e ensinar a criança a reconhecer alguns sinais corporais que podem ser bastante sutis.
Em nosso blog já temos um conteúdo completo sobre as emoções e expressões faciais no autismo. Você pode complementar a leitura e aprendizado com esse artigo.
Fonoaudiologia no autismo: entendendo a linguagem verbal
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado pelas dificuldades em interação social e comunicação. Portanto, o atraso na fala pode ser um dos sinais mais comuns de autismo. Nesse aspecto, muitos pais e cuidadoras ficam preocupados com a linguagem verbal de suas crianças.
É importante lembrarmos que a comunicação não é feita somente pela fala, e por mais importante que o desenvolvimento da linguagem verbal seja, existem outras formas da criança com autismo conseguir comunicar suas vontades e desejos.
Apesar de cada criança ser única e se desenvolver da sua própria maneira, existem marcos do desenvolvimento específicos que, quando não atingidos, podem indicar alguma condição. É assim também que acontece com a linguagem funcional.
O que é linguagem funcional no autismo?
Os critérios de diagnóstico do autismo são baseados na chamada Tríade de Wing, que fala do prejuízo na interação social, nos padrões restritos e repetitivos de comportamento e também no prejuízo da comunicação verbal e não-verbal.
Assim, quando pensamos na linguagem como instrumento de comunicação da criança com TEA, estamos falando da habilidade que ela tem de se comunicar, mesmo que seja de forma restrita e simplificada.
Por isso, a linguagem funcional representa uma troca de informações entre pessoas de forma oralizada, além de gestos e outros métodos de comunicação alternativa, na qual os objetivos de comunicação são alcançados.
Você pode ler mais linguagem funcional no autismo em nosso conteúdo completo sobre o assunto.
Desenvolvimento da fala
Quando falamos em desenvolvimento da fala, é comum confundir esse conceito com o da linguagem funcional. Porém, existe uma importante diferença entre ambos. Para começar, nem todas as crianças que falam conseguem se comunicar de forma funcional.
Assim, ao se tratar de uma criança não verbal ou com grande comprometimento com a fala, o objetivo da fonoterapia é apresentar alternativas de comunicação. Na fonoterapia existem algumas intervenções que são bem comuns:
- Comunicação com recursos visuais, onde as imagens ajuda a criança a aprender a se comunicar;
- Exercícios para os lábios ou músculos faciais que melhoram a articulação da fala;
- Músicas e canções para trabalhar o ritmo, a ênfase e o fluxo das frases, entre outras.
Leia tudo sobre desenvolvimento da fala no autismo clicando aqui!
Apraxia da fala
A apraxia da fala (AFI) é um distúrbio motor da fala caracterizado pela dificuldade de planejar e programar as sequências dos movimentos da fala, criando erros de produção de sons. É uma condição motora na qual a criança sabe o que quer dizer, mas enfrenta dificuldades em coordenar os movimentos necessários para falar.
Apesar de ser um transtorno bastante comum em crianças, muitas pessoas ainda não conhecem a apraxia da fala ou confundem seus sinais e características com o autismo, já que ambos podem impactar a comunicação de uma pessoa.
Estudos sugerem que entre 63% e 75% das crianças com TEA também apresentam apraxia da fala.
Dislexia
A dislexia é um transtorno de aprendizagem de origem neurobiológica, ou seja, que impacta diretamente os processos cerebrais relacionados à aprendizagem, como escrita, leitura e soletração.
Segundo a Associação Brasileira de Dislexia, esse transtorno está presente entre 5% a 17% da população mundial, podendo até mesmo impactar nas áreas visual e auditiva. Embora associada à leitura, a dislexia pode impactar a capacidade de compreender e analisar a linguagem escrita e falada, sendo um desafio comum entre crianças no espectro.
Linguagem não verbal
Quando falamos de linguagem não verbal ou autismo não verbal, estamos falando de alguém que não conseguem se expressar verbalmente, ou seja, por meio da fala. Muitas vezes, elas podem ter dificuldades para expressar o que sentem ou desejam por outras formas de comunicação.
Isso porque 25% a 30% das crianças autistas não conseguem utilizar a linguagem verbal para se comunicar ou tem um número restrito de palavras em seu vocabulário. Com isso, elas têm barreiras de aprendizado no processo de aquisição da linguagem oral.
É muito importante ressaltar que a ausência de fala ou linguagem oral em uma pessoa, não representa a ausência de compreensão.
O que acontece é que no autismo não verbal a pessoa não consegue se expressar verbalmente, mas consegue, sim, compreender o que os outros estão falando. Continue aprendendo sobre autismo não verbal clicando aqui!
Comunicação alternativa e aumentativa (CAA)
A Comunicação Aumentativa e Alternativa é uma ferramenta voltada para auxiliar pessoas com TEA que têm dificuldades na comunicação verbal e buscam desenvolver suas habilidades de fala e linguagem.
Para isso, são utilizados sistemas de comunicação que não são essencialmente verbais vocais (como a fala), e que podem ou não ter algum tipo de recurso como auxílio. Com isso, existem suportes visuais, que podem auxiliar no desenvolvimento infantil para auxiliar no processo de comunicação, fala, linguagem e alfabetização.
A CAA é uma estratégia muito importante da fonoaudiologia no autismo, por isso temos um texto completo sobre isso, com dicas e estratégias. Clique aqui para ler e continuar aprendendo!
Uso de PECs para comunicação
O PECS — Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (Picture Exchange Communication System) — é um sistema de Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) para auxiliar as pessoas que não são verbais ou que apresentam dificuldades em se expressar a se comunicarem melhor.
Ele baseia-se no uso de figuras ou símbolos para facilitar a expressão de desejos, necessidades e interações sociais quando uma pessoa não consegue usar a comunicação verbal para isso, ou seja, fazendo a troca de imagens para criar o vocabulário.
Leia nosso texto completo sobre PECS agora mesmo e continue aprendendo sobre comunicação e fonoaudiologia no autismo!
Mitos e verdades sobre CAA no autismo
Quando falamos sobre CAA no autismo, muitas pessoas ficam na dúvida sobre o que é verdade e o que é mentira, já que existem várias informações falsas por aí. Estima-se que cerca de 40% das crianças com TEA não falam ou apresentam sinais de autismo não verbal.
Alguns desses mitos são:
- A CAA deixa a criança preguiçosa para se comunicar;
- Somente “autistas não verbais” precisam de CAA;
- Existe uma idade certa para começar a usar CAA no autismo;
- A CAA só é usada em pessoas com TEA.
Temos um texto em nosso blog onde falamos sobre 6 mitos sobre CAA no autismo e explica o porquê eles são ou não reais. Leia agora para saber!
Transtornos motores da fala
Os transtornos motores da fala são dificuldades na coordenação e planejamento dos movimentos necessários para a produção da fala. Crianças com transtornos motores da fala podem apresentar, substituições, omissões e distorções de sons da fala, posteriores à da idade aguardada para as superações destes erros.
Um transtorno motor da fala pode ser considerado quando:
- A produção da fala não ocorre como esperado, de acordo com a idade e o estágio de desenvolvimento da criança;
- Há sinais de frustração ou ansiedade ao tentar se comunicar devido às dificuldades de fala;
- Existe uma tendência a usar gestos ou expressões faciais para complementar ou substituir a fala.
Leia tudo sobre transtornos motores da fala clicando aqui!
Interação social
O desenvolvimento da interação social em crianças é um importante marco para o amadurecimento. Isso porque o aprendizado acontece quando ela interage com os pares da mesma idade e também com adultos, explorando o mundo ao seu redor e vivendo experiências que vão ajudá-la a se reconhecer.
Sendo um dos principais critérios diagnósticos para o autismo, a socialização é muito esperada e estimulada pelas famílias. Assim, a fonoaudiologia no autismo tem papel importante para garantir que crianças atípicas consigam se comunicar e interagir socialmente, de forma saudável e tranquila.
Existem alguns marcos do desenvolvimento de interação social esperados para cada idade. Conhecer os marcos do desenvolvimento esperados em cada idade é essencial para ajudar a descobrir transtornos e ficar de olho em quando buscar ajuda profissional.
Quer saber quais são esses marcos? Acesse nosso conteúdo sobre isso agora mesmo!
Emoções no autismo: como a fonoaudiologia pode ajudar?
Toda criança, tendo desenvolvimento típico ou atípico, precisa aprender, ao longo do seu desenvolvimento, como iniciar e manter interações sociais de qualidade, além de como, expressar suas emoções e regulá-las.
As competências relacionadas ao ensino de emoções e regulação emocional fazem parte do conjunto de comportamentos que chamamos de habilidades sociais. Elas envolvem o reconhecimento, compreensão, expressão e gestão das emoções, tanto em si quanto nos outros.
Todo o aprendizado das nossas habilidades emocionais desempenham um papel fundamental no desenvolvimento social e emocional, influenciando como nos relacionamos com os outros, tomamos decisões e lidamos com os desafios da vida.
A fonoaudiologia no autismo pode ajudar no ensino de emoções:
- Usando ferramentas visuais;
- Contando e criando histórias lúdicas e sociais de momentos específicos;
- Garantindo um ambiente de intervenção com suporte e reforços positivos;
- Nomeando emoções sempre que possível;
- Reconhecendo conquistas e acertos da criança, sem condenar erros e desejos reprimidos.
Seletividade alimentar no autismo
Apesar da seletividade alimentar ser algo mais comum na infância, quando falamos de pessoas autistas, essa é uma barreira de alimentação presente na rotina ao longo da vida.
Diferente de “gostar” ou “não gostar” de algum alimento por preferências, a seletividade alimentar inclui a recusa alimentar, um repertório restrito de alimentos e até mesmo a ingestão frequente de um único tipo de alimento.
As principais características da chamada seletividade alimentar são:
- Comer uma pequena variedade de alimentos,
- Apenas comer alimentos com os mesmos padrões sensoriais (cor, textura etc),
- Recusa em experimentar novos alimentos.
Aproximadamente um quarto de todas as crianças têm problemas alimentares nos primeiros anos de vida, porém a taxa é de 80% em crianças com algum atraso de desenvolvimento.
Comunicação funcional
A comunicação funcional vai além da simples troca de palavras. Ela envolve a capacidade de expressar pensamentos, desejos e necessidades de maneira eficaz, promovendo a compreensão mútua.
Em um contexto mais amplo, abrange tanto a comunicação verbal quanto a não verbal, incluindo gestos, expressões faciais e linguagem corporal. Isso porque, não é possível desenvolver uma comunicação verbal sem que, antes, a criança tenha compreendido a função dos atos comunicativos.
Ou seja, sem que antes ela seja ensinada que existem alguns pré-requisitos para se comunicar.
Aí entra o comportamento de se comunicar com intenção, para se fazer compreendido. Isso pode ser feito de atos motores, balbucios, olhar ou gestos.
A comunicação funcional é como a criança aprende que pode passar seus desejos, vontades e expressões de uma maneira mais efetiva, estimulando suas habilidades comunicativas, mesmo que não sejam verbais.
Como a fonoaudiologia pode auxiliar no desenvolvimento da comunicação?
Segundo o artigo da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, o profissional fonoaudiólogo integra a equipe interdisciplinar, tendo como objeto viabilizar a comunicação, especialmente a aquisição e o desenvolvimento da linguagem, além de habilitar e reabilitar, quando necessário, aspectos relacionados à audição, alimentação e voz.
Uma vez que o autismo é diagnosticado, os fonoaudiólogos avaliam as melhores formas de contribuir com a comunicação e a qualidade de vida da pessoa.
É importante que, ao longo da terapia, o fonoaudiólogo também trabalhe — principalmente — em colaboração com a família, a escola e outros profissionais responsáveis pela criança com TEA, como:
- Terapeuta Ocupacional;
- Terapeuta ABA;
- Educador Físico;
- Entre outros.
Avaliação
A avaliação fonoaudiológica desempenha um papel fundamental no planejamento de intervenções baseadas em práticas científicas, para identificar alterações de linguagem e planejar intervenções personalizadas.
A linguagem, que é frequentemente comprometida no TEA, influencia diretamente o prognóstico, variando conforme a necessidade de suporte e apoio que a pessoa autista tem.
Esse processo envolve:
- Observação comportamental para identificar como a criança se comunica em diferentes contextos;
- Avaliação da linguagem receptiva e expressiva para medir a compreensão e a produção de palavras e frases.
- Análise de habilidades pragmáticas para avaliar o uso funcional da linguagem, como iniciar e manter conversas.
Testes padronizados e dinâmicos com aplicação de instrumentos específicos para medir marcos de linguagem e identificar possíveis atrasos.
Descrição da terapia adequada
Após uma avaliação, o especialista trabalhará as habilidades sociais e de comunicação de cada pessoa, o que possibilitará identificar as dificuldades que serão estimuladas durante o processo terapêutico, e as intervenções são feitas com base nas necessidades de cada criança.
A terapia fonoaudiológica para pessoas com TEA é planejada personalizadamente, considerando o perfil único de cada um e os resultados obtidos na avaliação inicial.
A intervenção visa promover o desenvolvimento da comunicação, linguagem e habilidades sociais, com estratégias ajustadas às necessidades específicas. Nesse momento podem entrar estratégias de ensino para CAA, por exemplo.
Além disso, é essencial que a criação do plano de terapia adequado seja feito de forma multidisciplinar. Profissionais capacitados devem atuar em conjunto para identificar desvios no desenvolvimento, promovendo intervenções terapêuticas e educacionais mais eficazes.
Benefícios da terapia fonoaudiológica para pessoas com autismo
A comunicação é um dos pilares centrais do desenvolvimento humano e, para crianças com autismo, pode ser um desafio. É aqui que a fonoaudiologia desempenha um papel crucial, oferecendo uma variedade de benefícios significativos.
Trabalhada constantemente, a fonoaudiologia no autismo tem como principal objetivo melhorar essa comunicação geral, possibilitando a autonomia e o desenvolvimento de habilidades sociais. Inclusive, a pessoa no espectro passa a compreender e utilizar a comunicação verbal e não verbal.
Entre os principais ganhos nesse sentido, podemos destacar:
Melhora na comunicação
Por meio de abordagens terapêuticas personalizadas, os fonoaudiólogos ajudam as crianças a desenvolver habilidades de linguagem, como aquisição de vocabulário, compreensão auditiva, expressão oral e capacidade de se comunicar efetivamente com os outros.
Além disso, algumas crianças com autismo podem apresentar dificuldades na articulação correta dos sons e na fluência verbal. Os fonoaudiólogos oferecem intervenções especializadas, ajudando a aprimorar a clareza da fala e a fluidez da comunicação verbal.
Aumento nas interações sociais
A fonoaudiologia no autismo contribui para o desenvolvimento de habilidades sociais, como fazer contato visual, reconhecer expressões faciais e interpretar pistas sociais, promovendo uma maior interação e conexão com familiares, colegas e amigos.
Também é possível usar atividades como contar histórias, criar roteiros ou participar de brincadeiras simbólicas (faz-de-conta) para trabalhar competências que ajudam a desenvolver habilidades narrativas e criativas, essenciais para a linguagem e o convívio social.
Além disso, a fonoterapia promove uma socialização adequada para a pessoa com TEA, pois ao ter habilidade para se comunicar, cria-se uma rede de relacionamento entre amigos, que podem se divertir através das relações de amizade, interações, conversas e jogos.
Desenvolvimento de habilidades e hobbies
A terapia fonoaudiológica no autismo vai além do aprimoramento da comunicação básica, ela desempenha um papel importante no desenvolvimento de habilidades e hobbies que enriquecem a vida do indivíduo e promovem sua autonomia e bem-estar.
Muitas pessoas com autismo têm interesses específicos e intensos, com isso é possível aproveitar esses interesses para estimular a linguagem e a interação social. Por exemplo:
- Se a criança gosta de música, a fono pode utilizar canções para ensinar novas palavras e expressões.
- Em casos de interesse por jogos ou tecnologia, podem ser trabalhadas habilidades de comunicação em situações relacionadas. A tecnologia assistiva é uma ótima ferramenta nesse momento.
Planejamento e execução de tarefas, participação em atividades recreativas ou esportivas e comunicação em contextos específicos, como clubes, aulas de música ou grupos sociais, são ótimas maneiras de construir isso.
Qualidade de vida
Compreendendo a importância do comportamento verbal e não verbal, os fonoaudiólogos auxiliam no desenvolvimento de alternativas funcionais para comportamentos repetitivos e estereotipados, permitindo que as crianças encontrem maneiras mais adequadas de se expressar.
Muitas crianças com autismo podem ter dificuldades na fala e mastigação, e isso gera impactos na qualidade de vida em ações rotineiras, como alimentação diária. Quando a mastigação está alterada ou ela não é efetiva, outras funções orais provavelmente também estarão, como, por exemplo, a fala.
Por meio da fonoaudiologia no autismo o profissional consegue trabalhar a mastigação no desenvolvimento da fala e ganho de qualidade de vida. Você pode ler sobre isso clicando aqui!
A importância do diagnóstico precoce e da terapia fonoaudiológica
É importante observar o bebê logo no nascimento, durante a primeira amamentação, onde já começa a desenvolver a região da boca. Com a evolução, a criança já consegue emitir os primeiros sons, por meio de balbucios e a intenção de se comunicar, por exemplo.
Logo em seguida, é natural que ela passe a imitar os sons dos adultos e, por volta dos 2 anos, já começa as primeiras evoluções da fala. Quando isso não acontece naturalmente, é preciso buscar um fonoaudiólogo.
Mas isso varia de criança para criança — seja ela atípica ou neurotípica. Até os 5 anos é possível identificar sinais de que o pequeno precisa de um fonoaudiólogo, basta observar como a criança se expressa:
- Troca dos fonemas — até os 3 anos isso é considerado comum;
- Gagueira — até os 5 anos também é comum de acontecer;
- Apresenta pouca articulação na boca — pode fazer parte do desenvolvimento da criança;
- Intenção e iniciativa de buscar os parceiros comunicativos – Desde muito cedo espera-se que a criança busque os adultos para trocar informações (por exemplo: fazer pedidos, recusas e compartilhamento de interesses).
Quando devo procurar um fonoaudiólogo para a criança com autismo?
É importante iniciar a fonoterapia o mais cedo possível, para potencializar os resultados. O melhor momento para iniciar a fonoterapia no autismo é assim que o diagnóstico for realizado.
O Transtorno do Espectro Autista geralmente é evidente antes dos 3 anos, sendo que os atrasos de linguagem podem ser reconhecidos já aos 18 meses. Em alguns casos, o autismo pode ser identificado antes da criança completar um ano.
Mitos e verdade sobre a fonoaudiologia no autismo
Quando o assunto é autismo e fonoaudiologia, muitos mitos ainda geram dúvidas e incertezas para as famílias. Essas são as principais questões para entender melhor como a fonoaudiologia contribui para o desenvolvimento da comunicação em crianças com autismo:
- Se meu filho não falar até certa idade, nunca irá falar: o desenvolvimento da fala pode ocorrer em idades variadas. A fonoaudiologia ajuda a criança a encontrar a melhor forma de comunicação, seja por meio da fala ou por sistemas de comunicação alternativa, como o PECS.
- A fonoaudiologia trabalha apenas a fala: a atuação do fonoaudiólogo vai além da fala, englobando a linguagem verbal e não verbal, interação social, linguagem compreensiva e formas alternativas de comunicação. É muito mais do que apenas palavras.
- Crianças com autismo não conseguem se comunicar: todas as crianças têm potencial para se comunicar. A fonoaudiologia auxilia na descoberta e no aprimoramento das formas de comunicação mais adequadas para cada pessoa.
- O objetivo da fonoaudiologia é apenas ensinar a falar: a fonoaudiologia no autismo busca promover um desenvolvimento global. O foco é garantir que a criança tenha autonomia na comunicação, não apenas que repita palavras, mas que consiga se expressar de forma funcional e significativa.
- Fonoaudiólogos não podem trabalhar em uma healthtech: a atuação nesse ambiente inovador e dinâmico da healthtech pode oferecer uma experiência profundamente enriquecedora para os profissionais clínicos, uma vez que é uma transição notável da prática convencional.
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Conclusão
A fonoaudiologia desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de crianças com autismo, auxiliando no desenvolvimento da linguagem, interação social e comunicação efetiva.
Com ela é possível ter ganhos significativos na autonomia, qualidade de vida e independência de crianças com TEA. Por isso, é fundamental iniciar a fonoterapia o mais cedo possível, para potencializar os resultados ao longo das intervenções.
Aqui na Genial Care cuidamos para que as crianças com TEA e suas famílias alcancem seu máximo potencial, unindo a tecnologia a uma equipe multidisciplinar de desenvolvimento, com profissionais especializados em TEA — inclusive fonoaudiólogos.