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Ilustração de uma terapeuta negra passando um cartão com uma figura de bala para uma criança negra sentada no chão

A socialização de crianças com autismo através do PECS

O Sistema de Comunicação por Troca de Figuras ou PECS, como é mais conhecido, é um dos métodos de comunicação mais usado com pessoas com TEA. Isso porque, quando pensamos em comunicação não estamos falando necessariamente de fala, mas de todas as maneiras que alguém usa para se fazer entender.

No Transtorno do Espectro Autista existe um comprometimento, em maior ou menor grau, na linguagem expressiva, receptiva e na comunicação social. Assim, recursos não verbais como gestos, expressões corporais e faciais podem transmitir várias informações que as palavras não alcançam.

Nesse sentido, o PECS é uma das opções mais usadas para ajudar crianças no espectro a manifestarem suas vontades e sentimentos e expressarem seus desejos e emoções por meio da troca de figuras.

Neste texto, você vai entender melhor a importância do PECS para autismo e como ele ajuda na socialização de crianças com TEA.

O que é PECS?

O PECS — Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (Picture Exchange Communication System) — foi desenvolvido nos EUA por Lori Frost e Andy Bondy em 1985, usado pela primeira vez com alunos de pré-escola diagnosticadas com autismo.

Ele é um sistema de Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) para ajudar as pessoas que não são verbais ou que apresentam dificuldades em se expressar a se comunicarem melhor

O protocolo de ensino do PECS é baseado no livro de B.F Skinner “Comportamento Verbal, e análise de comportamento aplicada no amplo espectro”. Com ele é possível construir estratégias específicas de estímulo e reforço para uma comunicação mais independente.

As 6 fases do PECS

O PECS é um sistema de comunicação baseado na troca de figuras. Estas figuras são selecionadas de acordo com os interesses do indivíduo e organizadas numa pasta e equivalem à voz de uma pessoa, sendo completamente individual. 

Como cada indivíduo tem a sua própria voz, essa pasta não pode ser compartilhada, ou seja, cada um tem a sua, no entanto, deve-se estar com ela em todos os lugares que for para poder se comunicar.

O treinamento desse sistema é realizado em 6 fases, que vão desde o aprendizado da troca (ato comunicativo básico) de uma figura por um item de interesse com um “parceiro de comunicação”, até a formação de frases para fazer comentários.

Dessa forma, o sistema continua ensinando a discriminação de figuras e como juntá-las em frases. Quando o indivíduo chega em fases mais avançadas, ele aprende a usar iniciadores, responder perguntas e comentar.

Vamos conhecer as 6 fases do PECS:

  1. Como comunicar: Aprendizado de troca da figura por um item ou atividade que desejam;
  2. Distância e Persistência: Ainda usando a mesma figura, o indivíduo aprende a fazer o pedido mesmo que a figura ou parceiro de comunicação estejam mais distantes, além de persistir na tentativa comunicativa quando surgem obstáculos. Também são ensinados a generalizar essa nova habilidade usando-a em diferentes situações;
  3. Discriminação de Figuras: Aqui eles aprendem que cada figura corresponde a um item específico e fazem escolhas entre  duas ou mais figuras para pedir as coisas favoritas, adicionando essas escolhas na pasta de comunicação;
  4. Estrutura de sentença: Os indivíduos aprendem a criar sentenças mais simples em uma “Tira de sentença” destacável usando a figura “Eu quero” seguida pela figura do item desejado;
  5. Solicitação Responsiva: Eles aprendem a usar o PECS para responder perguntas mais complexas como “O que você quer agora?”;
  6. Comentário: São ensinados como comentar as respostas e aprendem também a compor frases começando com “Eu quero” “Eu sinto” Eu “ouço”, etc.

Além dessas etapas, entre a fase 4 e a 5, também existe o processo de Atributos e Expansão da Linguagem, que ensina as pessoas a expandirem suas frases colocando verbos, adjetivos e preposições, aumentando a tira de sentença do PECS.

Como o PECS ajuda na socialização?

O principal objetivo de trabalhar o PECS para autismo é no ensino de uma comunicação funcional. Com esse sistema, é possível ampliar o repertório de uma pessoa e também estimular cada vez mais a comunicação.

Isso ajuda a diminuir barreiras, permitindo que ela possa ser mais compreendida, e assim, melhorando as interações sociais que irá desenvolver ao longo dos anos.

Quando a pessoa no espectro tem a oportunidade de conseguir se expressar melhor em relação ao mundo ao seu redor, ela passa a interagir muito mais com as pessoas que convive.

O PECS é uma ótima forma de aumentar as interações sociais espontâneas entre crianças com TEA, favorecendo a inclusão delas na sociedade. Elas precisam encontrar um caminho saudável para se comunicar, diminuindo suas frustrações e potencializando seu crescimento como pessoa.

Dessa forma, quando ensinamos a comunicação, estamos diminuindo comportamentos desafiadores, melhorando a atenção, independência, autoestima e qualidade de vida.

Por isso, para que o sistema tenha sucesso e, de fato, ajude na socialização de pessoas com TEA, é preciso que exista um poderoso conjunto de reforçadores.

Assim, a equipe multidisciplinar consegue identificar quais são os itens e atividades que a pessoa no espectro mais gosta, e pode criar oportunidades de comunicação para cada momento do dia.

O uso do PECS no autismo atrapalha o desenvolvimento da fala?

Mesmo com os resultados positivos do uso do PECS, existem pessoas que acreditam que esse sistema faz com que a criança fique acostumada a se comunicar somente assim e não desenvolva a fala corretamente.

Isso não acontece! Os métodos alternativos existem para estimular o aparecimento e desenvolvimento do comportamento verbal. Eles inclusive contribuem para o aumento do vocabulário de uma pessoa.

Como o PECS cria essas possibilidades de uma pessoa se expressar com muito mais facilidade e entendimento, ele também permite que a fala surja de uma forma mais natural. Isso porque, o sistema ensina sobre a função da comunicação, que é um pilar importante para o desenvolvimento da fala.

Além disso, é muito importante que pessoas cuidadoras estimulem que a criança com TEA esteja em novos lugares, conheça nossas possibilidades e aprimore seu repertório na prática.

Assim, é possível estimular a interação social e desenvolvimento de habilidades cognitivas por meio da motivação, criando cada vez mais oportunidades para o diálogo e a comunicação funcional.

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