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generalização no autismo: menino observa uma caixa de madeira aberta com objetos dentro com cara surpresa e segura uma caixinha de madeira menor na mão esquerda

A importância da generalização no autismo

A seguir veremos sua definição e sua importância nas intervenções destinadas a pessoas no espectro do autismo.

O que é generalização?

Generalização é o termo técnico utilizado para descrever quando um comportamento passa a ocorrer não só na presença do estímulo no qual foi ensinado, mas também na presença de estímulos que diferem de alguma maneira do original. Por estímulo entendemos qualquer evento físico ou combinação entre eventos, como por exemplo: um objeto, uma fala, um som ou a combinação entre eles.

Estes e outros conceitos comportamentais podem ser encontrados no livro Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição, escrito por Anthony Charles Catania.

Mas, qual é a importância desse fenômeno quando falamos em aprendizagem?

Um comportamento só passa a ser autônomo e se manter ao longo do tempo se ele ocorrer em contextos diversos e frente a estímulos diversos. Para entender o que isso significa na prática topa fazer um exercício?

Tente se lembrar de quando você estava aprendendo uma habilidade que atualmente você realiza sem nem perceber, como amarrar seus sapatos, por exemplo.

No início, essa habilidade era ensinada com muita ajuda (pais ou pessoas cuidadoras seguravam sua mão, apontavam, instruíam verbalmente) e era utilizado um sapato específico. Muito provavelmente o que você mais utilizava na época ou um que era mais fácil de amarrar.

A partir do momento que você foi conseguindo realizar mais etapas dessa habilidade de maneira independente (sem ajuda), passou a ser esperado que você conseguisse fazer o mesmo – amarrar seus cadarços – quando utilizava outros sapatos, na presença de outras pessoas e em lugares diferentes da sua casa.

Este fenômeno é chamado de generalização. Sem que haja generalização não há autonomia na execução da habilidade e portanto ela não transforma a vida de quem a executa.

Como as crianças aprendem a generalizar?

Quando falamos sobre o ensino de novas habilidades, precisamos nos atentar para as diferenças naturais que existem de criança para criança. Algumas levarão mais tempo para aprender determinado comportamento. Outras precisarão de estratégias diferentes das usuais, para que o ensino seja bem sucedido.

Dessa forma, para crianças com desenvolvimento típico, apesar de ser comum que a generalização ocorra como produto do processo de aprendizagem, nem sempre isso acontece.

É por isso que muitos pais, mães, cuidadores(as) e profissionais ficam em dúvida do que fazer quando a criança não executa uma habilidade, supostamente já aprendida, em ambientes diversos.

A seguir veremos como a ciência do comportamento pode atuar em situações nas quais a generalização não ocorre como produto do processo de aprender.

Como a ciência do comportamento lida com isso?

Mesmo na comunidade de profissionais esse tema é tão polêmico que dois autores, Strokes e Baer, já em 1977, descreveram que a forma mais frequente com que pesquisas de análise do comportamento aplicada (ABA) analisavam a generalização era a partir de “train and hope” (treino e esperança).

Ou seja, a maior parte das pesquisas da época não se propunham a planejar a generalização das habilidades ensinadas, os profissionais apenas treinavam a habilidade e “torciam” para que o indivíduo passasse a utilizá-la em contextos diversos.

Isso revela o quanto a ciência do comportamento está, há anos, lutando para resolver esse entrave, além de demonstrar o quanto essa ciência tinha (e ainda tem) que caminhar nesse sentido.

Alguns dos modos de garantir generalização, além do chamado “train and hope“:

  • disponibilizar as mesmas consequências que mantém o comportamento no contexto ensinado, em todos os outros que se espera que aquele comportamento ocorra.
  • mudar a consequência que mantém o comportamento para consequências que irão mantê-lo naturalmente no cotidiano.
  • treinar a habilidade em contextos e/ou com estímulos variados o suficiente para que haja generalização.

Mas e quanto a pessoas no espectro? Há diferenças quando falamos na generalização de habilidades? A seguir veremos como isso se dá no cenário do TEA.

O aprendizado de generalização nas crianças com autismo

É comum que pessoas autistas tenham mais dificuldades do que pessoas com desenvolvimento típico em generalizar habilidades.

Isso pode ser explicado devido a pessoas no espectro apresentarem um controle de estímulos mais restrito, isto é, ficam sob controle de propriedades específicas de um estímulo, como por exemplo, sua cor. Por exemplo:

É comum que ao aprender a dizer palavra “cachorro”, quando olha o desenho de um cachorro em um livro, uma criança passe a dizer “cachorro” na presença de desenhos diferentes em livros, programas de TV ou até mesmo ao ver um cachorro passeando no parque.

Já pessoas com TEA podem apresentar dificuldade em reconhecer desenhos diferentes de cachorro como sendo o mesmo animal, se eles tiverem cores muito diferentes (ou por qualquer outra característica que não seja muito semelhante ao primeiro desenho de cachorro usado no ensino desta palavra).

Apesar disso, nós sempre reforçamos que todas crianças são capazes e têm o direito de aprender. Sendo assim, mesmo que haja mais dificuldade em promover a generalização quando se ensina habilidades novas para pessoas no espectro, isso é possível utilizando qualquer uma das estratégias citadas acima.

O sucesso na generalização depende de seu planejamento ao longo da intervenção, por isso veremos a seguir como as intervenções ABA garantem que isso ocorra.

Individualização da intervenção e generalização

Uma característica marcante das intervenções baseadas em ABA é a personalização da intervenção de acordo com as necessidades individuais da pessoa.

Sendo assim, o planejamento do ensino de qualquer habilidade deve considerar:

  • o que a criança já sabe fazer
  • seus pontos fortes, facilidades, interesses
  • os pontos que ainda precisam ser desenvolvidos

A partir desse plano de ensino e do registro de como as estratégias planejadas têm surtido efeito no comportamento da pessoa, passa-se a fazer as mudanças necessárias para que as habilidades ocorram em contextos variados (pessoas, ambientes e estímulos) e que se mantenha ao longo do tempo de maneira autônoma.

É por isso que sem o planejamento da generalização não é possível garantir que ela ocorra, tanto em intervenções aplicadas ao TEA, como em intervenções de qualquer outra natureza.

Para saber mais sobre como a ciência do comportamento pode ser aplicada com autismo e quais técnicas são recomendadas para essa população entre no nosso blog!

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