Genial Care

Pesquisar
Dias
Horas
Minutos
Mãe e filho em frente ao espelho praticando CAA

6 Mitos sobre CAA no autismo

Outubro é o mês da conscientização sobre a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA), também conhecida como Comunicação Suplementar Alternativa (CSA). A versão CAA vem da tradução livre do termo em inglês Augmentative and Alternative Communication. Além dessa, ainda conseguimos encontrar outra tradução do termo como “Comunicação Ampliada e Alternativa”.

O termo “Suplementar” é empregado para definir o uso de recursos e estratégias adicionais de comunicação por pessoas que têm alguma habilidade de fala, mas sem funcionalidade suficiente para empregar em todas as situações comunicativas.

Mesmo já vendo diversos avanços nessa área no Brasil, ainda existe um longo caminho para se percorrer quando pensamos na comunicação para todos, independente de possíveis limitações, barreiras ou desinformação.

Isso acontece principalmente quando pensamos na CAA no autismo, já que se estima que cerca de 40% das crianças com TEA não falam ou apresentam sinais de autismo não verbal.

Por isso, é tão importante que familiares, pais e pessoas cuidadoras entendam a real importância da comunicação aumentativa e alternativa e encontrem informações verdadeiras sobre muitos mitos que envolvem essa estratégia.

Então, neste texto, você vai entender melhor sobre CAA no autismo, como ela pode ajudar e quais as falsas informações mais citadas ainda hoje. Acompanhe!

O que é CAA?

A Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) faz parte do conjunto de práticas baseadas em evidências focadas nas intervenções para pessoas com TEA ou com dificuldades de comunicação, sejam elas complexas ou não. Essa estratégia é usada para tornar mais efetiva a comunicação.

São várias as possibilidades dentro da CAA no autismo para auxiliar as crianças no espectro a melhorarem suas habilidades tanto de expressão como de compreensão, e de comunicação em geral com outras pessoas. Entre seus principais benefícios podemos destacar:

  • Auxilia na expressão de desejos, sensações, ideias e sentimentos;
  • Ajuda no desenvolvimento da fala;
  • Aprendizado de palavras iniciais;
  • Contribuição na inclusão escolar;
  • Diminuição de comportamentos desafiadores ou agressivos;
  • Incentivo do contato visual;
  • Melhora na compreensão das palavras;
  • Redução do estresse e frustração.

Diferença entre fala, linguagem e comunicação

Antes de vermos quais são os mitos sobre CAA no autismo e como a falta de informação ajuda a aumentar alguns deles, precisamos entender quais as diferenças quando pensamos na fala, linguagem e comunicação.

Isso porque, alguns mitos relacionam esses termos entre si e não deixam claro que se comunicar não é necessariamente falar.

  • A fala é a ferramenta que usamos para transmitir palavras, sons e frases, ou seja, é um ato motor. Por meio dela usamos a oralidade da língua para nos manifestarmos. Importante lembrar que por mais que o entendimento da fala seja algo universal, ela é um comportamento individual, já que você pode ouvir o que alguém tem a dizer, mas não compreender.
  • Já a linguagem é a responsável por toda a distinção entre as sílabas, sons e letras. É exatamente por isso que uma criança autista pode conseguir pronunciar perfeitamente as palavras, mas não consegue concluir uma frase com sentido, porque está ligada diretamente com o conteúdo do que será expresso.
  • Por fim, a comunicação é toda forma de troca de informação, seja por meio de linguagem ou fala, gestos, posturas e expressões faciais ou corporais.

Inclusive, vale frisar que a comunicação aumentativa e alternativa está dentro de outro conceito ainda maior: a comunicação multimodal. Então existem diversos meios de comunicação além da fala, ela é somente uma possibilidade. Exemplos disso são comunicações escritas, pelo olhar, pelas expressões faciais, movimento corporal e gestos.

Conheça 6 mitos de CAA no autismo

Abaixo listamos apenas 6 mitos sobre comunicação aumentativa e alternativa no autismo, mas quando o assunto é CAA, muitas pessoas ainda ficam confusas com o que é falado por aí.

Pensando nisso, fizemos uma série de entrevistas em nosso canal do YouTube explicando melhor essa estratégia e trazendo diversas informações sobre o tema. A primeira delas foi com a Lílian Kuhn, líder de fonoaudiologia aqui da Genial Care para falar sobre a Comunicação para todos e como ela pode transformar a vida de crianças com TEA.

Vale muito a pena assistir para entender ainda mais sobre o assunto:

1. A CAA deixa a criança preguiçosa para se comunicar

Quanto mais a criança usa as estratégias de comunicação alternativa, maior é a clareza que ela consegue transmitir suas vontades e ideias, diminuindo assim a frustração.

Por isso, ao contrário do que esse mito diz, a CAA funciona como uma ponte para pessoas que não conseguem se comunicar de forma tão clara. Por fazer parte das práticas baseadas em evidências, a CAA é comprovada cientificamente. Assim, esses estímulos conseguem, de fato, desenvolver as funções comunicativas, o vocabulário, a construção de sentenças e até mesmo a fala de uma pessoa.

2. Somente “autistas não verbais” precisam de CAA

A CAA no autismo deve ser usada para prevenir possíveis falhas no desenvolvimento da comunicação antes mesmo que isso aconteça. Por isso, ele não está ligado a pessoas verbais ou não verbais para melhoraria da comunicação.

Na verdade, essa modalidade ajuda a melhorar questões comportamentais relacionadas a comunicação ineficiente e a desenvolver cada vez mais habilidades, autonomia e independência. Dessa forma, aqui pessoas com autismo que se comunicam pela fala também podem ser beneficiadas pela CSA.

3. Existe uma idade certa para começar a usar CAA no autismo

Quando pensamos em comunicação, muitas vezes a fala vem como uma consequência. Bebês, por exemplo, conseguem comunicar suas vontades e desejos muito antes de começarem a falar.

Então não é verdade que apenas crianças mais velhas podem usar o CAA no autismo. De fato, assim como as intervenções para TEA, quanto mais cedo melhor. Todas as pessoas são capazes de aprender, independente do repertório que tenham.

“Imagina que frustrante alguém te perguntar algo, você entender e não ter como responder isso. Então, por isso, insistimos tanto que a pessoa comece a usar o sistema de CAA o quanto antes, porque a gente entende que as crianças com TEA e necessidades complexas de comunicação, têm competência de pensamento, de sentimento, de compreensão, porque a gente entende que todo mundo é capaz de aprender imediatamente”, afirma Lílian.

4. CAA só é usada em pessoas com TEA

Mesmo a CAA garantindo diversos benefícios e aumento na qualidade de vida de crianças com TEA, ela não é uma estratégia usada somente por pessoas no espectro. Por focar na melhora da comunicação e autonomia, ela pode ser usada por qualquer pessoa que precise desenvolver essas habilidades.

Assim, pessoas neurotípicas ou neurodivergentes em outros aspectos, podem inserir essas intervenções na rotina para ampliar o repertório comunicativo que envolve as habilidades de expressão e compreensão.

Durante a conversa sobre “comunicação para todos” a Lílian deu um exemplo disso: que durante a pandemia, muitas pessoas típicas, que não conseguiam se comunicar por meio da fala, então passaram a usar CAA na rotina para conseguir expressar suas vontades, desejos e necessidades.

5. Pessoas que não falam não entendem o que os outros dizem

Outro mito que vai um pouco além da comunicação alternativa é de que, quem não fala, não consegue entender o que os outros estão falando, pois se ela não consegue entender verbalizando, ela não consegue entender o que foi dito.

Um exercício disso é: pedir para alguém dizer qual a cor favorita sem poder falar ou apontar para nada. Muito provavelmente ela não vai conseguir comunicar o que está sendo pedido, mas isso não impediu que ela entendesse o que foi perguntado.

Por isso, não ter uma forma clara de se comunicar, não significa que não existe a competência de entender. É exatamente nesse ponto que a CAA pode ajudar a desenvolver as habilidades de comunicação funcional.

“30% da nossa comunicação é fala, 70% é todo resto. Quando a gente presume competência e assume que a comunicação é multimodal e não acontece só por via da fala, a gente entende que todos os comportamentos são formas de se comunicar.”

6. A CAA no autismo é usada apenas por profissionais de fonoaudiologia

Apesar de ser uma estratégia diretamente ligada a comunicação, ela não é somente de obrigação dos profissionais de fonoaudiologia. Em uma intervenção com uma equipe multidisciplinar, especialistas de ABA e Terapia Ocupacional também conseguem auxiliar na introdução desse sistema para pessoas com autismo.

Uma vez que a comunicação pode assumir muitas formas como olhar, gestos, toque e imagens e é fundamental para que uma pessoa consiga traduzir aquilo que sente e precisa no dia a dia, todas as intervenções que a envolvem podem ser feitas por profissionais de diversas áreas.
Inclusive, essa é uma ótima forma de garantir que a pessoa no espectro esteja desenvolvendo habilidades na sua totalidade.

Como falamos, esses são apenas alguns dos mitos sobre CAA no autismo. Vale frisar que, sempre que dúvidas surgirem, é importante a família esclarecer com profissionais especializados para ter acesso a informações verdadeiras.

Ter clareza do papel de cada estratégia durante as intervenções da criança no espectro é um processo essencial para a utilização eficiente e resultados positivos para a rotina de todo o núcleo familiar.

Aqui na Genial Care temos uma equipe de profissionais capacitados e que podem ajudar na introdução de CAA para sua família. Se você é de São Paulo e quer saber mais sobre nossos serviços, basta clicar no botão abaixo:
Saiba Mais

Conheça nosso atendimento para autismo

Esse artigo foi útil para você?

Escala M-CHAT fica de fora da Caderneta da Criança O que são níveis de suporte no autismo? Segunda temporada de Heartbreak High já disponível na Netflix Símbolos do autismo: Veja quais são e seus significados Dia Mundial de Conscientização do Autismo: saiba a importância da data Filha de Demi Moore e Bruce Willis revela diagnóstico de autismo Lei obriga SUS a aplicar Escala M-chat para diagnóstico de autismo Brinquedos para autismo: tudo que você precisa saber! Dia internacional das mulheres: frases e histórias que inspiram Meltdown e Shutdown no autismo: entenda o que significam Veja o desabafo emocionante de Felipe Araújo sobre seu filho autista Estádio do Palmeiras, Allianz Parque, inaugura sala sensorial Cássio usa camiseta com número em alusão ao Autismo Peça teatral AZUL: abordagem do TEA de forma lúdica 6 personagens autistas em animações infantis Canabidiol no tratamento de autismo Genial Care recebe R$ 35 milhões para investir em saúde atípica Se o autismo não é uma doença, por que precisa de diagnóstico? Autismo e plano de saúde: 5 direitos que as operadoras devem cobrir Planos de saúde querem mudar o rol na ANS para tratamento de autismo Hipersensibilidade: fogos de artifício e autismo. O que devo saber? Intervenção precoce e TEA: conheça a história de Julie Dutra Cezar Black tem fala capacitista em “A Fazenda” Dia do Fonoaudiólogo: a importância dos profissionais para o autismo Como é o dia de uma terapeuta ocupacional na rede Genial Care? O que é rigidez cognitiva? Lei sugere substituição de sinais sonoros em escolas do Rio de janeiro 5 informações que você precisa saber sobre o CipTea Messi é autista? Veja porque essa fake news repercute até hoje 5 formas Geniais de inclusão para pessoas autistas por pessoas autistas Como usamos a CAA aqui na Genial Care? Emissão de carteira de pessoa autista em 26 postos do Poupamento 3 séries sul-coreanas sobre autismo pra você conhecer! 3 torcidas autistas que promovem inclusão nos estádios de futebol Conheça mais sobre a lei que cria “Centros de referência para autismo” 5 atividades extracurriculares para integração social de crianças no TEA Como a Genial Care realiza a orientação com os pais? 5 Sinais de AUTISMO em bebês Dia das Bruxas | 3 “sustos” que todo cuidador de uma criança com autismo já levou Jacob: adolescente autista, que potencializou a comunicação com a música! Síndrome de asperger e autismo leve são a mesma coisa? Tramontina cria produto inspirado em criança com autismo Como a fonoaudiologia ajuda crianças com seletividade alimentar? Genial Care Academy: conheça o núcleo de capacitação de terapeutas Como é ser um fonoaudiólogo em uma Healthtech Terapeuta Ocupacional no autismo: entenda a importância para o TEA Como é ser Genial: Mariana Tonetto CAA no autismo: veja os benefícios para o desenvolvimento no TEA Cordão de girassol: o que é, para que serve e quem tem direito Como conseguir laudo de autismo? Conheça a rede Genial para autismo e seja um terapeuta de excelência Educação inclusiva: debate sobre acompanhantes terapêuticos para TEA nas escolas Letícia Sabatella revela ter autismo: “foi libertador” Divulgação estudo Genial Care O que é discalculia e qual sua relação com autismo? Rasgar papel tem ligação com o autismo? Quem é Temple Grandin? | Genial Care Irmãos gêmeos tem o mesmo diagnóstico de autismo? Parece autismo, mas não é: transtornos comumente confundidos com TEA Nova lei aprova ozonioterapia em intervenções complementares Dicas de como explicar de forma simples para crianças o que é autismo 5 livros e HQs para autismo para você colocar na lista! Como é para um terapeuta trabalhar em uma healthcare? Lei n°14.626 – Atendimento Prioritário para Pessoas Autistas e Outros Grupos Como fazer um relatório descritivo? 7 mitos e verdades sobre autismo | Genial Care Masking no autismo: veja porque pessoas neurodivergentes fazem Como aproveitar momentos de lazer com sua criança autista? 3 atividades de terapia ocupacional para usar com crianças autistas Apraxia da fala (AFI): o que é e como ela afeta pessoas autistas Por que o autismo é considerado um espectro? Sala multissensorial em aeroportos de SP e RJ 18/06: dia Mundial do orgulho autista – entenda a importância da data Sinais de autismo na adolescência: entenda quais são Diagnóstico tardio da cantora SIA | Genial Care Autismo e futebol: veja como os torcedores TEA são representados MMS: entenda o que é o porquê deve ser evitada Tem um monstro na minha escola: o desserviço na inclusão escolar Autismo e esteriótipos: por que evitar associar famosos e seus filhos Diagnóstico tardio de autismo: como descobrir se você está no espectro? Autismo e TDAH: entenda o que são, suas relações e diferenças Eletroencefalograma e autismo: tudo que você precisa saber Neurodivergente: Saiba o que é e tire suas dúvidas Como ajudar crianças com TEA a treinar habilidades sociais? Prevalência do autismo: CDC divulga novos dados Show do Coldplay: momento inesquecível para um fã no espectro Nova temporada de “As Five” e a personagem Benê Brendan Fraser e seu filho Griffin Neuropediatra especializado em autismo e a primeira consulta Dia da escola: origem e importância da data comemorativa Ecolalia: definição, tipos e estratégias de intervenção Park Eun-Bin: descubra se a famosa atriz é autista Síndrome de Tourette: entenda o que aconteceu com Lewis Capaldi 10 anos da Lei Berenice Piana: veja os avanços que ela proporcionou 7 passos para fazer o relatório descritivo da criança com autismo Diagnóstico tardio de autismo: conheça a caso do cantor Vitor Fadul Meu filho foi diagnosticado com autismo, e agora? Conheça a Sessão Azul: cinema com salas adaptadas para autistas Síndrome sensorial: conheça o transtorno de Bless, filho de Bruno Gagliasso