Genial Care

Pesquisar
Dias
Horas
Minutos
Quatro crianças sentadas praticando Atividades físicas à beira de uma piscina

Quais são as atividades físicas para autistas mais recomendadas?

Praticar exercícios e movimentar o corpo é fundamental para desenvolvermos habilidades, garantir mais prazer e bem-estar e ter uma vida mais saudável. Para pessoas com TEA, isso não é diferente. As atividades físicas para autistas, além de serem um momento de compartilhar com o mundo personalidades e características, também têm relação direta com as vivências corporais.

Essas atividades funcionam como um instrumento fundamental para o desenvolvimento, adaptação e inclusão de autistas. Além disso, todas estratégias que envolvem exercício e movimento são consideradas práticas baseadas em evidências científicas, por isso, ajudam a melhorar a aptidão física do indivíduo e aumentar comportamentos direcionados.

Porém, é importante lembrar que, mesmo em exercícios físicos simples, como corridas ou caminhadas, é preciso existir uma adaptação para pessoas no espectro. 

Por isso, convidamos Daniel Carmo, professor de educação física do Rio de Janeiro e especialista em educação física adaptada ao autismo, para falar mais sobre o assunto. Vem entender mais sobre a importância e benefícios de atividades físicas para autistas e como a adaptação funciona na prática.

Banner sobre a Rede Genial de terapeutas com mulher auxiliando uma criança a ler um livro de histórias infantis.

Como as atividades físicas para autistas podem ajudar no desenvolvimento?

Atividades físicas são cheias de benefícios para o desenvolvimento de pessoas autistas, principalmente na infância. Além dos relacionados ao desenvolvimento físico e motor, os exercícios ajudam também a ampliar a comunicação social, a autoestima e a regulação da rotina.

Além disso, durante a realização de movimentos frequentes também é possível:

  • Aprimorar a percepção do entorno;
  • Aumentar a noção entre espaço, tempo e ambiente em que aquele indivíduo vive;
  • Conhecer melhor a postura corporal;
  • Criar cada vez mais independência no dia a dia;
  • Melhorar as habilidades acadêmicas e sociais;
  • Reduzir estereotipias e movimentos repetitivos.

Se investimos na condição corporal dessa pessoa, ajudamos a melhorar a comunicação de uma forma global, contribuindo na participação desse indivíduo e também na sua felicidade.

Daniel afirma que a prática não é importante apenas para as crianças, adultos e adolescentes com autismo, mas também para os seus familiares. Ele ressalta que o impacto tem consequência direta com o bem-estar daquele núcleo familiar.

“Quanto mais a criança se beneficia da prática de atividade e exercício físico, mais existe a melhora na qualidade de sono, e consequentemente também melhora na qualidade de vida da família. Haja visto que nós temos aí familiares de pessoas com TEA que também têm dificuldade em relação à sua saúde mental.”

Como funciona a educação física adaptada para o autismo?

Nesse processo, o profissional de educação física vai adaptar determinado exercício ou esporte para que a pessoa no espectro consiga participar e executar toda a atividade sem nenhum tipo de restrição.

Daniel ressalta que primeiro é preciso entender qual a melhor forma de começar naquela atividade para aquela pessoa. Por exemplo, a prática escolhida é a bicicleta, então, inicialmente podemos começar com um triciclo, para depois colocar na bicicleta convencional com 2 rodas. Podemos colocar ou tirar as rodinhas. 

Também existe a Bike Balance, que é uma bicicleta sem pedal, onde a pessoa vai empurrando a bicicleta com o pé. Enfim, são uma série de situações nas atividades que podem ser adaptadas para indivíduos com TEA.

Então todo esporte e todo exercício pode ser sim, adaptado para pessoas com autismo. Assim, hoje nós vemos uma crescente busca de especialização, de capacitação, de estudantes e profissionais de educação física, para atender pessoas com autismo e outras deficiências.”

O que é preciso na prática de atividades físicas para autistas é que o profissional conheça as técnicas de movimento e o repertório do aluno, para então elaborar um bom planejamento focado nas individualidades. 

Todos conseguem aprender! Até mesmo indivíduos com autismo severo ou que apresentam um nível de suporte maior. O foco é entender cada pessoa e conhecer a metodologia relacionada ao desenvolvimento humano.

Outro ponto importante que o professor frisa é que hoje, o exercício físico para autismo é uma prática baseada em evidência, ou seja, é uma intervenção que foi estudada e apresenta resultados positivos para o desenvolvimento das pessoas com TEA, como a Musicoterapia e a Integração Sensorial.

Existem cuidados específicos?

Quando pensamos em cuidado, o ponto-chave é entender quais são as atenções e suportes específicos tanto em aulas individuais quanto em grupos, dependendo sempre da especificidade do aluno, da modalidade e do ambiente. 

O educador físico precisa de um conteúdo programado para dar o suporte necessário para que nenhum aluno fique de fora ou sobrecarregado com aquela modalidade, seja ela qual for. 

“A gente precisa pensar de que forma vamos adaptar determinados contextos, tanto os inclusivos, quanto os individuais. Então, tudo vai depender do ambiente, modalidade e da avaliação. Dessa forma, é possível saber como e onde direcionar o contexto do indivíduo. Assim como a condenação do ambiente e as expectativas dos seus familiares também.”

Quais são as atividades físicas mais recomendadas para autistas?

Daniel pontua que primeiro, precisamos pensar e separar o que é atividade física e o que é exercício físico:

“A atividade física é qualquer movimento humano que gera gasto energético. Está caminhando, está varrendo a casa, subindo e descendo escada, você está gastando energia. Já o exercício físico é uma atividade planejada e com objetivos distintos, então cada pessoa tem um objetivo diferente.”

Ele ressalta ser difícil pensarmos e escolhermos um esporte que seja mais apropriado, porque estamos lidando com pessoas e o importante é entendermos qual o repertório de cada um e saber quais são os interesses envolvidos na prática de atividade física. 

Uma dica do professor é começar a experimentar diversos tipos de modalidades para saber qual o autista gosta mais e se encaixa com mais tranquilidade. A partir desse momento, o profissional vai trabalhar em cima de objetivos específicos que podem estar relacionados a várias coisas diferentes, como coordenação motora ou fortalecimento muscular.

Além de aumentar o repertório da pessoa, essa variedade de atividades também ajuda a construir e melhorar habilidades para tarefas do dia a dia. Em uma prática é possível trabalhar a atenção e a permanência na brincadeira, já em outro entender regras simples e desenvolver a espera. Por isso, a importância de testar diversas opções e manter a comunicação ativa sobre o que é proposto e combinado.

Uma atividade citada por Daniel é a Equoterapia — terapia assistida com cavalos — e também a Hidroterapia e Natação, que apresentam bastantes benefícios não somente para pessoas com TEA, mas também para outras condições. 

Ele apenas frisa que é essencial que o profissional esteja assistido ou presente em uma equipe colaborativa, com a participação de várias áreas de atuação nesse processo.

Os exercícios físicos como parte da rotina

Daniel destaca a importância de colocar os exercícios físicos para autistas como parte da rotina também. Pensando nas práticas baseadas em evidências, ele dá o exemplo do Suporte Visual, no qual se usa um quadro de rotina estruturado para construir o dia daquela pessoa.

Assim é possível criar um roteiro prévio e já conhecido por todo o núcleo familiar, o que garante previsibilidade, algo que muitas crianças autistas precisam. Além disso, também podemos usar as narrativas sociais para construir essa relação mais leve e agradável com as atividades. 

“É importante que a gente insira na rotina da criança os esportes e os exercícios físicos, porque isso vai acontecer na sua vida como tudo. Vai acontecer na escola e na festa do coleguinha. A criança precisa estar inserida nesse contexto também!”

Mas lembre-se: independente da atividade física escolhida, sempre procure um profissional qualificado e capacitado para aquela modalidade. Além disso, antes de qualquer mudança na rotina, a comunicação com a pessoa com TEA precisa ser sempre aberta e clara. 

Para entender mais sobre como melhorar e desenvolver as habilidades de pessoas com autismo e ler mais conteúdos sobre o tema, acesse as outras categorias do nosso blog!

Conheça nosso atendimento para autismo

Esse artigo foi útil para você?

Escala M-CHAT fica de fora da Caderneta da Criança O que são níveis de suporte no autismo? Segunda temporada de Heartbreak High já disponível na Netflix Símbolos do autismo: Veja quais são e seus significados Dia Mundial de Conscientização do Autismo: saiba a importância da data Filha de Demi Moore e Bruce Willis revela diagnóstico de autismo Lei obriga SUS a aplicar Escala M-chat para diagnóstico de autismo Brinquedos para autismo: tudo que você precisa saber! Dia internacional das mulheres: frases e histórias que inspiram Meltdown e Shutdown no autismo: entenda o que significam Veja o desabafo emocionante de Felipe Araújo sobre seu filho autista Estádio do Palmeiras, Allianz Parque, inaugura sala sensorial Cássio usa camiseta com número em alusão ao Autismo Peça teatral AZUL: abordagem do TEA de forma lúdica 6 personagens autistas em animações infantis Canabidiol no tratamento de autismo Genial Care recebe R$ 35 milhões para investir em saúde atípica Se o autismo não é uma doença, por que precisa de diagnóstico? Autismo e plano de saúde: 5 direitos que as operadoras devem cobrir Planos de saúde querem mudar o rol na ANS para tratamento de autismo Hipersensibilidade: fogos de artifício e autismo. O que devo saber? Intervenção precoce e TEA: conheça a história de Julie Dutra Cezar Black tem fala capacitista em “A Fazenda” Dia do Fonoaudiólogo: a importância dos profissionais para o autismo Como é o dia de uma terapeuta ocupacional na rede Genial Care? O que é rigidez cognitiva? Lei sugere substituição de sinais sonoros em escolas do Rio de janeiro 5 informações que você precisa saber sobre o CipTea Messi é autista? Veja porque essa fake news repercute até hoje 5 formas Geniais de inclusão para pessoas autistas por pessoas autistas Como usamos a CAA aqui na Genial Care? Emissão de carteira de pessoa autista em 26 postos do Poupamento 3 séries sul-coreanas sobre autismo pra você conhecer! 3 torcidas autistas que promovem inclusão nos estádios de futebol Conheça mais sobre a lei que cria “Centros de referência para autismo” 5 atividades extracurriculares para integração social de crianças no TEA Como a Genial Care realiza a orientação com os pais? 5 Sinais de AUTISMO em bebês Dia das Bruxas | 3 “sustos” que todo cuidador de uma criança com autismo já levou Jacob: adolescente autista, que potencializou a comunicação com a música! Síndrome de asperger e autismo leve são a mesma coisa? Tramontina cria produto inspirado em criança com autismo Como a fonoaudiologia ajuda crianças com seletividade alimentar? Genial Care Academy: conheça o núcleo de capacitação de terapeutas Como é ser um fonoaudiólogo em uma Healthtech Terapeuta Ocupacional no autismo: entenda a importância para o TEA Como é ser Genial: Mariana Tonetto CAA no autismo: veja os benefícios para o desenvolvimento no TEA Cordão de girassol: o que é, para que serve e quem tem direito Como conseguir laudo de autismo? Conheça a rede Genial para autismo e seja um terapeuta de excelência Educação inclusiva: debate sobre acompanhantes terapêuticos para TEA nas escolas Letícia Sabatella revela ter autismo: “foi libertador” Divulgação estudo Genial Care O que é discalculia e qual sua relação com autismo? Rasgar papel tem ligação com o autismo? Quem é Temple Grandin? | Genial Care Irmãos gêmeos tem o mesmo diagnóstico de autismo? Parece autismo, mas não é: transtornos comumente confundidos com TEA Nova lei aprova ozonioterapia em intervenções complementares Dicas de como explicar de forma simples para crianças o que é autismo 5 livros e HQs para autismo para você colocar na lista! Como é para um terapeuta trabalhar em uma healthcare? Lei n°14.626 – Atendimento Prioritário para Pessoas Autistas e Outros Grupos Como fazer um relatório descritivo? 7 mitos e verdades sobre autismo | Genial Care Masking no autismo: veja porque pessoas neurodivergentes fazem Como aproveitar momentos de lazer com sua criança autista? 3 atividades de terapia ocupacional para usar com crianças autistas Apraxia da fala (AFI): o que é e como ela afeta pessoas autistas Por que o autismo é considerado um espectro? Sala multissensorial em aeroportos de SP e RJ 18/06: dia Mundial do orgulho autista – entenda a importância da data Sinais de autismo na adolescência: entenda quais são Diagnóstico tardio da cantora SIA | Genial Care Autismo e futebol: veja como os torcedores TEA são representados MMS: entenda o que é o porquê deve ser evitada Tem um monstro na minha escola: o desserviço na inclusão escolar Autismo e esteriótipos: por que evitar associar famosos e seus filhos Diagnóstico tardio de autismo: como descobrir se você está no espectro? Autismo e TDAH: entenda o que são, suas relações e diferenças Eletroencefalograma e autismo: tudo que você precisa saber Neurodivergente: Saiba o que é e tire suas dúvidas Como ajudar crianças com TEA a treinar habilidades sociais? Prevalência do autismo: CDC divulga novos dados Show do Coldplay: momento inesquecível para um fã no espectro Nova temporada de “As Five” e a personagem Benê Brendan Fraser e seu filho Griffin Neuropediatra especializado em autismo e a primeira consulta Dia da escola: origem e importância da data comemorativa Ecolalia: definição, tipos e estratégias de intervenção Park Eun-Bin: descubra se a famosa atriz é autista Síndrome de Tourette: entenda o que aconteceu com Lewis Capaldi 10 anos da Lei Berenice Piana: veja os avanços que ela proporcionou 7 passos para fazer o relatório descritivo da criança com autismo Diagnóstico tardio de autismo: conheça a caso do cantor Vitor Fadul Meu filho foi diagnosticado com autismo, e agora? Conheça a Sessão Azul: cinema com salas adaptadas para autistas Síndrome sensorial: conheça o transtorno de Bless, filho de Bruno Gagliasso