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A integração sensorial no autismo é uma das práticas mais conhecidas da terapia ocupacional. Seu principal objetivo é ajudar pessoas com dificuldades sensoriais, ou seja, auxiliar no processamento de texturas, sons, cheiros, gostos, brilho e movimento, por exemplo.
Essas dificuldades que podem ser comuns em pessoas com autismo podem ocasionar pouca consciência corporal e controle do próprio corpo. Por esse motivo, profissionais de Terapia Ocupacional (T.O.) que atuam com a integração sensorial são tão procurados para ajudar nessas demandas.
Vale reforçar que esse tipo de intervenção é considerada prática baseada em evidências científicas que funcionam para o autismo.
Neste artigo, explicamos mais sobre essas terapias, a importância da integração sensorial no autismo, dificuldades, e como elas podem ajudar. Se você é um terapeuta ocupacional comprometido e em busca de uma oportunidade para trabalhar com crianças com autismo, no final deste artigo, vamos apresentar uma oportunidade para você se juntar à equipe da Genial Care.
O que é a integração sensorial?
A Integração Sensorial é um processo neurológico pelo qual o cérebro organiza e interpreta as informações sensoriais provenientes do ambiente.
Para as crianças com autismo, a integração sensorial pode ser um desafio, já que o cérebro de alguém no espectro pode processar e responder a estímulos sensoriais de maneira diferente. Isso pode levar a dificuldades na regulação emocional, na interação social e no desempenho funcional.
Assim, essa integração tem como objetivo fornecer experiências terapêuticas estruturadas e cuidadosamente planejadas para desenvolver e aprimorar a forma como o cérebro processa e integra as informações sensoriais recebidas pelo ambiente.
O autismo e a disfunção do processamento sensorial
A hipersensibilidade e dificuldade em lidar com informações visuais, sonoras ou toques é bastante comum em pessoas com autismo. Por esse motivo, vemos pessoas no espectro que não conseguem assistir a uma queima de fogos de artifício ou com luzes muito fortes e intensas, por exemplo.
Em alguns casos, essas dificuldades podem ser tão intensas que o indivíduo se machuca para estar totalmente consciente do próprio corpo. Esse conjunto de características é o que atende o que chamamos de “disfunção do processamento sensorial” e consta em manuais diagnósticos como um dos sintomas de autismo.
De acordo a 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), da Associação Americana de Psiquiatria, problemas sensoriais no Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) são descritos da seguinte maneira:
“Hiper ou hipo-reatividade a estímulos sensoriais ou interesses incomuns em aspectos sensoriais do ambiente (por exemplo, aparente indiferença à dor / temperatura, resposta adversa a sons ou texturas específicas, cheiro ou toque excessivo de objetos, fascínio visual por luzes ou movimento)”.
Assim, entendemos que:
- Hipersensibilidade: é quando a pessoa sente demais os estímulos. Por isso, os sons podem ser, por exemplo, mais altos e estímulos visuais muito fortes;
- Hipossensibilidade: o indivíduo precisa de muito esforço para sentir qualquer tipo de estimulação. Por isso é comum que pessoas com hipossensibilidade estejam sempre agitadas e em movimento.
Quais são os Transtornos do Processamento Sensorial?
A própria disfunção do processamento sensorial pode apresentar diferentes diagnósticos dentro e fora do TEA. Essas diferenças ajudam profissionais de terapia ocupacional e a própria família a entenderem qual tipo de intervenção sensorial vai ajudar aquele indivíduo.
Entre as classificações diagnósticas do Transtorno do Processamento Sensorial estão:
- Transtorno de modulação sensorial: dificuldade para regular grau, intensidade e natureza das respostas dos estímulos sofridos;
- Transtorno de discriminação sensorial: gasta mais energia para identificar diferenças e semelhanças dos estímulos;
- Transtornos motores com base sensorial: dificuldade para absorver informações do próprio corpo e reagir de forma coerente com o ambiente.
É preciso conhecer esta condição para entender as terapias de integração sensorial.
Como é a terapia de integração sensorial no autismo?
Para as pessoas neurotípicas, aprender a lidar com o processamento de informações sensoriais é algo automático, ou seja, ninguém precisa ensinar, pois aprendemos sozinhos a interpretar e reagir a estímulos sonoros, visuais e de toque, por exemplo.
No caso de pessoas com autismo, esse aprendizado muitas vezes precisa ser ensinado, é aí que surgem as terapias de integração sensorial.
É por meio desta prática que profissionais de T.O. vão favorecer itens como a recepção, o processamento e a resposta adaptativa ao meio para esses indivíduos.
Mas como isso funciona? Te explicamos a seguir:
Avaliação
Como ponto de partida, a terapeuta avalia a capacidade do indivíduo de integrar informações sensoriais e, então, desenvolve um programa de intervenção com experiências sensoriais que atende às necessidades identificadas.
Experiências terapêuticas
O programa de intervenção é determinado para atingir desafios que estão um nível acima da capacidade da pessoa. Algumas das intervenções comuns nesse momento são balançar, escovas, jogar bolas etc.
Um exemplo disso é: se a criança sente muito incômodo ao tocar em determinadas texturas, T.Os vão estimular esse contato aos poucos, por meio de brincadeira, como pedir para a criança feche os olhos e toque em uma massinha de modelar ou brinquedos de borracha, que são considerados objetos de textura grudenta.
A partir do momento que ela estiver acostumada com essa sensação, é hora de passar para outros objetos com texturas similares e diferentes.
Apresentação de resultados
Depois é o momento de apresentar os resultados desta intervenção. Em muitos casos, as terapias de integração sensorial resultam em melhor foco e comportamento por parte do indivíduo, além de ansiedade reduzida.
Claro que esse é um trabalho constante que exige reavaliação por parte da equipe de terapia ocupacional que atende a criança e constante cuidado em adaptar as atividades às necessidades identificadas.
Integração Sensorial de Ayres
Bastante conhecida na área de terapia ocupacional, a Integração Sensorial de Ayres é uma área de especialidade da T.O., que foi desenvolvida por Jean Ayres na década de 1950.
Mesmo isso tendo ocorrido há mais de 70 anos, os estudos de Ayres se mantém atuais até os dias de hoje, e a prática é replicada por inúmeros profissionais da terapia ocupacional.
Essa especialidade foi desenvolvida como um processo neurobiológico que organiza as sensações do próprio corpo e do ambiente, criando a capacidade de pessoas processarem, organizarem e interpretarem sensações, respondendo de maneira apropriada ao ambiente.
Os indivíduos recebem informações sensoriais por meio dos 7 sentidos e assim, através deles é possível entender o corpo, ambiente e todos os estímulos exteriores, criando uma reação de aprendizado de acordo com cada um deles. Assim, é possível conectar corpo e mente.
Perfil Sensorial de Dunn
Outro nome bastante conhecido dentro da T.O. é Winnie Dunn. Conhecida por criar o que conhecemos hoje como Perfil Sensorial de Dunn.
Desenvolvido em 1994, esse instrumento tem o objetivo de avaliar e mensurar quanto o processamento sensorial de determinada pessoa pode facilitar ou dificultar seu desempenho funcional nas atividades da vida diária.
Sua base principal foram estudos do desenvolvimento, neurociências e comportamento humano, principalmente, em pesquisas específicas sobre autorregulação. Ele é baseado na Estrutura de Processamento Sensorial de Dunn, que trabalha com dois conceitos importantes a saber: limiar neurológico e autorregulação.
O conceito de limiar neurológico está relacionado com a quantidade de estímulos necessários (intensidade) para acionar o receptor sensorial, transformá-lo em estímulo elétrico, assim chegando ao córtex cerebral, ou seja, perceber ou não perceber um estímulo sensorial.
Sendo assim, a aplicação de protocolos como o perfil sensorial de Dunn é essencial para, ao identificar o funcionamento sensorial da criança, estabelecer estratégias práticas e na vida real que vão ajudá-las a responder ao ambiente adequadamente.
O ambiente da integração sensorial
Por último, é super importante falar um pouco sobre o ambiente em que são realizadas as intervenções sensoriais no autismo. Uma vez que para trabalhar o processamento sensorial é necessário lidar com diferentes estímulos, ter um espaço com essas possibilidades é algo extremamente importante.
Esse é um dos motivos de não ser possível realizar as intervenções de integração sensorial na casa da família, por exemplo.
É preciso uma sala – ou várias – onde a criança possa ser exposta a diferentes estímulos (visual, tátil, auditivo, vestibular/equilíbrio, proprioceptivo/consciência corporal, olfato e paladar) para trabalhar sua percepção, regulação e modulação sensorial.
Assim, a sala de integração sensorial é um espaço com objetos como redes, piscinas de bolinhas, balanços, paredes de escalada e outros.
O objetivo da terapia sensorial é trabalhar a maneira como as sensações são processadas pelo cérebro do indivíduo. Desta maneira, é possível ajudar pessoas com autismo a entender melhor as informações que recebem e a usá-las para facilitar seu dia a dia.
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Conclusão
A Integração Sensorial desempenha um papel fundamental no desenvolvimento e no bem-estar das crianças com autismo. Através de abordagens terapêuticas especializadas, como as oferecidas pela Genial Care, as crianças podem aprender a regular suas respostas sensoriais, aprimorar suas habilidades sociais e desenvolver todo o seu potencial.
Essa estratégia pode trazer uma série de benefícios significativos para crianças com autismo, incluindo melhora na regulação emocional, aumento da interação social, desenvolvimento de habilidades motoras e aprimoramento de atenção e concentração.
Ela é uma das práticas usadas pela Genial Care para promover o aprendizado de crianças no TEA. Se você é um terapeuta que compartilha essa visão e está procurando uma oportunidade gratificante de carreira, não perca a chance de se juntar à Genial Care. Juntos, podemos ajudar a transformar a vida das crianças com autismo.
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