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Integração sensorial de Ayres: Mãos de adulto sobreponto mãos de uma criança auxliando a manusear massa de modelar

Integração sensorial de Ayres e seu papel na Terapia Ocupacional

Desenvolvida pela terapeuta ocupacional americana Jean Ayres, a integração sensorial de Ayres foi baseada em mais de 40 anos de estudos de neurociência, biologia, educação, psicologia e é claro, T.O.

Essa teoria é usada para explicar a relação entre o cérebro, o comportamento e o porquê dos indivíduos responderem de determinada forma aos estímulos sensoriais que recebem, além de entender como isso afeta o comportamento.

Apesar dessa abordagem ter sido originalmente feita para crianças em idade pré-escolar e escolar, os conceitos podem ser usados para pessoas mais jovens ou mais velhas. Seu maior foco é ajudar na dificuldade de regular, modular, coordenar e/ou organizar as sensações de forma adequada.

Neste artigo, você vai entender como a integração sensorial de Ayres se conecta com as intervenções terapêuticas e seus benefícios na rotina.

O que é Integração sensorial de Ayres?

A especialidade de integração sensorial (IS) foi desenvolvida pela Dra. Anna Jean Ayres em 1989 como um processo neurobiológico que organiza as sensações do próprio corpo e do ambiente, criando a capacidade de pessoas processarem, organizarem e interpretarem sensações, respondendo de maneira apropriada ao ambiente.

Os indivíduos recebem informações sensoriais por meio dos 7 sentidos:

  1. Visão;
  2. Audição;
  3. Paladar;
  4. Olfato;
  5. Tato;
  6. Movimento;
  7. Propriocepção.

Sendo os dois últimos responsáveis pela noção da posição do corpo no ambiente em relação à gravidade. E o nosso cérebro precisa reconhecer, simultaneamente, essas informações, integrando-as e organizando-as para conseguir devolver ao ambiente as respostas certas.

Ou seja, através dela é possível entender o corpo, ambiente e todos os estímulos exteriores, criando uma reação de aprendizado de acordo com cada um deles. Assim, é possível conectar corpo e mente.

Um exemplo simples é o ato de comer uma laranja. Imagine que ao descascar essa fruta você sente a textura em suas mãos, o cheiro, observa cada detalhe até sentir o gosto na boca. Todas essas informações juntas criam a experiência completa no ato de comer uma laranja.

É exatamente através dessas experiências, e da interação com o mundo, que as crianças conseguem desenvolver a integração sensorial.

  • Disfunção de Integração Sensorial

Em contraste ao IS existe a Disfunção de Integração Sensorial (DIS), que é uma desordem na informação que nosso cérebro recebe, fazendo com que ela não seja integrada ou organizada de forma correta.

Quando uma criança apresenta disfunção nesse processamento sensorial é possível ver dificuldades em perceber, interpretar, regular e responder a um input sensorial (função receptiva) na execução de atividades da vida diária, como a higiene, alimentação, interação social, aprendizagem e brincadeiras.

Alguns dos comportamentos observados em indivíduos com DIS são:

  • Agitação e hiperatividade;
  • Deficit no controle postural;
  • Dificuldade de focar a atenção;
  • Dificuldade de usar as duas mãos de formas simultâneas em ações como usar brinquedos, recortar, desenhar;
  • Dificuldades para dormir;
  • Não gosta de ficar de barriga para baixo;
  • Pouca exploração de objetos e ambientes.

É importante lembrar que cada criança é única e tem um repertório diferente, por isso, é fundamental passar por uma avaliação de terapia ocupacional especializada para conseguir o diagnóstico correto.

Quem foi Jean Ayres?

Anna Jean Ayres foi uma estudiosa muito importante para a Terapia Ocupacional, recebendo seu bacharel 1945, seu mestrado em 1954 e seu PhD em psicologia educacional em 1961. Após toda sua formação acadêmica, ela se tornou docente no Instituto de Pesquisa do Cérebro (UCLA), onde começou seus estudos na Integração Sensorial.

Ela desenvolveu um conjunto de testes padronizados — hoje conhecidos como Testes de Integração Sensorial e Práxis (SIPT) — e uma abordagem clínica para a identificação e tratamento de IS em crianças.

Além disso, também recebeu prêmios da American Occupational Therapy Association (AOTA) por todo seu trabalho na identificação e tratamento da DIS, e também foi mencionada na edição de 1971 do Outstanding Educadores da América.

Integração sensorial de Ayres e T.O.

Já falamos aqui no blog sobre como a integração sensorial é importante para pessoas autistas. Quando pensamos na T.O. essas técnicas procuram trazer mais conforto às pessoas com dificuldade em processar as informações sensoriais, além de ajudar quem tem excesso ou falta em algum dos sentidos.

Os objetivos gerais da terapia ocupacional com a IS são:

  • Promover experiências sensoriais;
  • Auxiliar a criança na inibição e/ou modulação das informações sensoriais;
  • Organizar o processamento de resposta mais adequada aos estímulos;
  • Garantir oportunidades para o desenvolvimento de respostas adaptativas cada vez mais complexas.

Quando pensamos em pessoas neurotípicas, o aprendizado de processamento de informações sensoriais é algo automático. No caso de autistas, esse aprendizado precisa ser ensinado com constância. Por isso, profissionais de T.O. vão fornecer itens como recepção, processamento e respostas adaptativas para essas pessoas.

É essencial que o profissional de Terapia Ocupacional faça uma avaliação minuciosa para determinar se existe um problema de processamento sensorial no desenvolvimento da criança, e quais são as estratégias de intervenção correta para ajudar na rotina.

Essas ações são construídas para alcançar as fundações motoras e sensoriais que ajudam no aprendizado facilitado de novas habilidades. Tudo sempre é feito incorporando os interesses e motivações da criança, e em uma intervenção no contexto de brincadeiras que envolvem experiências sensoriais planejadas individualmente.

Por isso, é muito importante que o ambiente em que acontece a integração sensorial de Ayres seja um espaço destinado para isso, e não a casa da família, por exemplo. Esse local precisa ter objetos corretos e trabalhar adequadamente com as sensações processadas pelo cérebro autista.

  • SIPT

Para isso, os clínicos usam o SIPT, avaliação padrão-ouro de abordagem, com 17 testes fundamentais. Ele permite avaliar em detalhes o indivíduo e entender os resultados quantitativos e qualitativos do diagnóstico dos distúrbios de integração sensorial.

Todos esses testes são organizados em quatro categorias:

  1. Percepção Visual Motora Livre: avaliar habilidades de percepção e discriminação visual na forma e espaço, sem se relacionar com a coordenação motora;
  2. Somatosensorial: avaliar a percepção tátil, muscular e das articulações;
  3. Práxis: habilidades práticas vistas na interpretação verbal, habilidade de copiar modelos simples, habilidade constitucional, imitação de postura, movimento, braços e mãos;
  4. Sensório — motor: avaliar a integração sensorial motora.

A aplicação desses testes é indicada para crianças de 4 a 8 anos, e pode ser usada em conjunto com outras avaliações de Integração Sensorial como: Observações Clínicas, Perfil Sensorial e Sensory Processing Measure.

É fundamental que o profissional enriqueça esse processo de avaliação com observações livres, histórico da criança e entrevistas com familiares e professores. Importante frisar que o SIPT não oferece medidas de desempenho acadêmico, mas sim um método padronizado para analisar as habilidades humanas.

Aqui em nosso blog já falamos sobre a importância do uso de brinquedos para o autismo e como o brincar é coisa séria no desenvolvimento de habilidades.

Por isso, clicando aqui em baixo você consegue descobrir 5 dicas de brincadeiras para integração sensorial no autismo:
5 dicas de brincadeiras para integração sensorial no autismo

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