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Avaliação sensorial: criança brincando com molde e massa de modelar

O que você precisa saber sobre a avaliação sensorial no autismo

A dificuldade no processamento sensorial em pessoas com TEA compromete, em diferentes graus, o desenvolvimento e aprendizagem, exatamente por isso, realizar uma avaliação sensorial faz toda a diferença nas estratégias de intervenção.

Isso porque a integração sensorial representa a capacidade que uma pessoa tem de receber e processar os estímulos sensoriais que estão sendo expostos nos ambientes.

Quando pensamos na prática de integração sensorial do autismo, estamos falando em estratégias da terapia ocupacional, que têm como objetivo ajudar autistas a ultrapassarem as barreiras sensoriais, auxiliando no processamento de texturas, cheiros, gostos, sons, movimentos e outros.

Exatamente por isso, a avaliação sensorial é tão importante para entender quais são os padrões de respostas sensoriais, que geram barreiras na comunicação e interação desses indivíduos, e como podemos quebrá-las para garantir qualidade de vida, autonomia e independência.

Neste texto, você vai entender o que é avaliação sensorial e como ela pode ajudar na vida de pessoas com TEA.

Identificando o Transtorno de Processamento Sensorial

O Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) é uma condição que acontece quando o sistema nervoso e o cérebro têm dificuldade em processar os estímulos do corpo, ambiente e sentidos. Assim, a entrada sensorial é mal interpretada ou detectada, criando dificuldades em processar, por exemplo, fome, frio, sono, luzes, sons etc.

Ainda não existem causas esclarecidas para o TPS, mas se sabe, que assim como no autismo, a genética é um dos fatores de risco. Existem dois tipos de TPS, que são:

  • Hipossensibilidade: quando a criança precisa de muito esforço para sentir algum estímulo;
  • Hipersensibilidade: quando os estímulos são percebidos com muita facilidade, criando sensações táteis desconfortáveis.

Alterações sensoriais, independente do tipo que forem, podem impactar o comportamento da pessoa com autismo, fazendo com que ela tenha menos autonomia e liberdade no dia a dia. Por isso, é muito importante sabermos diferenciar esse transtorno das birras ou crises.

O que é avaliação sensorial?

Para saber se alguém no espectro tem TPS, é preciso fazer uma Avaliação de Processamento Sensorial ou SIPT (sigla derivada do inglês). Essa avaliação sensorial é feita pelo terapeuta ocupacional, buscando entender o diagnóstico e direcionar melhor as estratégias para cada pessoa.

A avaliação de perfil sensorial na terapia ocupacional é padronizada por 17 testes fundamentados e comprovados por pesquisas científicas, por isso, tudo tem base em estudos.

Nela serão avaliados os resultados quantitativos e qualitativos dos distúrbios de integração sensorial. Importante ressaltar que, o SIPT não avalia o desempenho acadêmico ou de inteligência de uma pessoa.

Todos os testes são organizados em 4 categorias distintas:

  1. Percepção Visual Motora Livre: habilidade de perceber visualmente o espaço e a forma das coisas, deixando de lado a coordenação motora;
  2. Somatossensorial: percepção tátil, muscular e das articulações;
  3. Práxis: interpretações de instruções, habilidades de copiar modelos simples e a imitação de posturas corporal;
  4. Motor: coordenação bilateral (habilidade de coordenar os dois lados do corpo), duração de reflexos, equilíbrio dinâmico e estático e precisão motora.

A avaliação sensorial é um processo que faz parte da Integração Sensorial de Ayres, proposto em 1989 por Jean Ayres como um processo neurobiológico que organiza as sensações do próprio corpo e do ambiente, criando a capacidade de pessoas processarem, organizarem e interpretarem sensações, respondendo de maneira apropriada ao ambiente.

Short Sensory Profile (SSP)

O Short Sensory Profile é outra versão padronizada do Perfil Sensorial para identificar rapidamente se uma criança possui dificuldades específicas no processamento sensorial. Ele também é um instrumento estratégico para realizar a avaliação sensorial, que utiliza a autorregulação de Dunn, um nome bastante conhecido na T.O.

Ela ficou conhecida por criar o que conhecemos hoje como Perfil Sensorial de Dunn. Desenvolvido em 1994, esse instrumento tem o objetivo de avaliar e mensurar quanto o processamento sensorial de determinada pessoa pode facilitar ou dificultar seu desempenho funcional nas atividades da vida diária.

O SSP é um questionário para pessoas cuidadoras, desenvolvido para ser aplicado em crianças de 3 a 10 anos. São 38 perguntas com poder discriminativo dos prejuízos sensoriais.

Os itens precisam ser respondidos a partir de uma escala de pontuação de comportamentos em 5 níveis diferentes:

  1. Sempre;
  2. Frequentemente;
  3. Ocasionalmente;
  4. Raramente;
  5. Nunca.

A pontuação vai de 1 (sempre) até 5 (nunca), indicando o desempenho em determinadas situações. As mais altas indicam maior proximidade com desempenho típico, já as menores, uma probabilidade de dificuldade no processamento sensorial.

Terapia de integração sensorial e autismo

Quando pensamos em pessoas neurotípicas, elas têm muito mais facilidade para aprender a lidar com o processamento de informações sensoriais, fazendo de uma forma automática. Já para pessoas atípicas, esse aprendizado precisa ser ensinado. É aqui que entra a Terapia Ocupacional.

Por meio das práticas de T.O., os profissionais vão favorecer itens como processamento, recepção e resposta adaptativa para as pessoas no espectro.

Primeiro, é preciso fazer uma avaliação sensorial para termos um ponto de partida. Com ela, é possível entender a capacidade do indivíduo de integrar informações sensoriais, e então, desenvolver o melhor programa de intervenção para as necessidades identificadas.

Depois disso, aos poucos o terapeuta vai estimular o contato de novas informações sensoriais, seja por meio de brincadeiras, objetos ou ações. A partir de cada novo avanço, é hora de passar para outra etapa.

É muito importante ficar de olho nos resultados das intervenções, entender o que está sendo desenvolvido e o que pode ser melhorado. Esse é um trabalho constante que exige reavaliação por parte da equipe, por isso, cuidadores precisam entender o que está sendo feito.

Ter o respaldo de profissionais capacitados e especializados, ajuda a família a ficar mais tranquila do que está sendo feito, e garante a melhora na qualidade de vida dos autistas.

Aqui no nosso blog temos uma seção dedicada a conteúdos sobre Terapia Ocupacional e que podem ajudar nesse momento, acesse:
Conteúdos de Terapia Ocupacional

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