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Menina com papel sobre seu rosto. O papel simula habilidades emocionais e tem um emoji triste

Emoções no autismo: saiba como ensinar essas habilidades

Quando falamos do ensino de habilidades emocionais em crianças, estamos preparando-as para saber gerenciar os sentimentos diários. Isso porque, os pequenos estão descobrindo o mundo aos poucos e aprendendo como lidar com cada estímulo e sensação do ambiente.

Para crianças com TEA esse processo pode ser ainda mais desafiador, uma vez que o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que muda a forma como as pessoas veem e interagem com o mundo.

Assim, crianças com desenvolvimento típico precisam aprender a observar, nomear e descrever o que sentem para conseguirem se regular emocionalmente e manterem relações sociais saudáveis, crianças no espectro também precisam.

Neste texto entenderemos sobre as habilidades emocionais, como funciona o trabalho destinado ao ensino de emoções no autismo, além de indicar o porquê dele se fazer tão importante. Vamos lá?

Como as crianças aprendem as emoções?

Mãe mostrando dois desenhos com rostos para sua filha. Uma representa um rosto feliz e outro um rosto triste

Toda criança, tendo desenvolvimento típico ou atípico, precisa aprender ao longo do seu desenvolvimento, como iniciar e manter interações sociais de qualidade, além de como expressar suas emoções e regulá-las.

Esse ensino pode acontecer de maneira não programada, por exemplo, quando uma criança imita outras crianças mais velhas ao descrever para um amigo que ficou triste com o desfecho de uma discussão.

Ou pode acontecer de maneira programada, quando é realizada uma atividade na escola ou na terapia com esse objetivo.

Dessa forma, o aprendizado de habilidades emocionais é um processo complexo e multifacetado, que envolve a interação de fatores biológicos, sociais e ambientais.

Desde os primeiros meses de vida, as crianças começam a desenvolver uma compreensão básica das emoções, um processo que continua a evoluir durante a infância e adolescência.

O mais importante ao ensinar emoções para crianças é falar como elas foram feitas para serem sentidas, e não reprimidas. Assim, começamos a quebrar o entendimento que algumas emoções são ruins e não devem ser sentidas.

É claro que cada momento gera um sentimento diferente, mas isso não significa que o choro, a tristeza e até mesmo a ansiedade, precisam ser reprimidos o tempo todo. É importante sentir para poder gerenciar de maneira saudável ao longo dos desafios cotidianos.

O que são habilidades emocionais?

As competências relacionadas ao ensino de emoções e regulação emocional fazem parte do conjunto de comportamentos que chamamos de habilidades sociais. Elas envolvem o reconhecimento, compreensão, expressão e gestão das emoções, tanto em si quanto nos outros.

Todo o aprendizado das nossas habilidades emocionais desempenham um papel fundamental no desenvolvimento social e emocional, influenciando a forma como nos relacionamos com os outros, tomamos decisões e lidamos com os desafios da vida.

Segundo Del Prette e Del Prette (2005), alguns dos comportamentos que fazem parte do ensino de competências emocionais são:

  • Observar e nomear emoções — as próprias e dos outros;
  • Reconhecer emoções dos outros;
  • Falar sobre emoções e sentimentos positivos e negativos;
  • Regular as próprias emoções;
  • Tolerar frustrações.

Como ensinar emoções no autismo?

Como uma das principais características do TEA é o comprometimento na comunicação social, é possível que algumas crianças precisem de um ensino programado para aprenderem algumas dessas habilidades.

Quando isso acontece, é papel dos profissionais que atuam com a criança programarem condições adequadas para esta aprendizagem.

Algumas das estratégias, baseadas na Análise do Comportamento Aplicada (ABA), utilizadas para ensinar a criança no espectro esse conjunto de competências, é o uso de histórias sociais ou da modelação por vídeo. Abaixo seguem alguns exemplos:

Histórias sociais: contar uma história na qual o personagem central passa por uma situação que produz uma emoção específica e pedir para a criança nomeá-la, a partir da descrição da situação ou do que o personagem fez.

Modelação por vídeo: vídeo de uma situação conflituosa entre duas pessoas e pedir para a criança descrever o que cada um dos personagens sentiu e como poderiam se comportar para regular suas emoções.

Mas lembre-se: ao ensinar emoções no autismo é importante considerar qualquer Plano de Ensino Individualizado (PEI). Por isso, sempre é feita uma análise individual do que a criança precisa saber fazer como requisito básico para chegar até o alvo.

É claro que as estratégias dependem da avaliação individual de cada caso, uma criança que ainda está aprendendo a responder ao próprio nome, não passará por essa intervenção nesse momento, por exemplo.

5 dicas para ajudar a ensinar emoções no autismo

Ensinar habilidades emocionais para crianças com autismo pode ser desafiador, mas é essencial para o desenvolvimento social e emocional delas. Com estratégias apropriadas, é possível ajudar essas crianças a reconhecer, compreender e expressar suas emoções de maneira mais eficaz.

Aqui estão cinco dicas práticas para ensinar emoções a crianças com autismo:

1. Use ferramentas visuais: ferramentas visuais são recursos poderosos para ajudar crianças com autismo a entender e identificar emoções. Isso pode incluir cartões de sentimentos, gráficos de emoções e aplicativos interativos.

2. Conte histórias lúdicas e sociais: a família pode usar histórias da infância ou momentos que já viveram para exemplificar os sentimentos e emoções e como lidar com eles de maneira saudável.

3. Garante um ambiente de suporte e reforço positivo: criar um ambiente de suporte é essencial para ajudar a criança a se sentir segura e encorajada a explorar e expressar suas emoções.

4. Nomeie as emoções sempre que possível: desde cedo já vá ensinando o nome do que a criança está sentindo e o que aquilo significa, ajudando a criar um repertório para próximos acontecimentos.

5. Não condene e ajude a entender seus desejos: é importante mostrar que tudo bem errar e sentir emoções de forma diferente quando algo não está certo. Nesse momento deixe claro que é fundamental respeitar os limites e saber como as emoções estão conectadas com as preferências e necessidades.

A empatia e as emoções no autismo

É comum vermos informações sobre como pessoas com TEA se relacionam com as suas emoções e com as dos outros. E com frequência informações equivocadas são disseminadas, como a ideia de que pessoas no espectro não tem empatia.

Assim como todas as habilidades descritas acima são aprendidas ao longo da nossa história de desenvolvimento, a empatia também é.

Dessa forma, no ensino planejado de habilidades sociais, está o ensino de habilidades que fazem parte do que chamamos de empatia, como, por exemplo:

  • Observar;
  • Prestar atenção, ouvir e demonstrar interesse pelo outro;
  • Reconhecer e inferir emoções do outro;
  • Demonstrar compreensão pela experiência do outro;
  • Oferecer ajuda.

Além disso, já exploramos anteriormente o “problema da empatia dupla”, que descreve que da mesma forma que uma pessoa autista demonstra dificuldades em entender os pontos de vista de pessoas neurotípicas, indivíduos fora do espectro também apresentam essa mesma dificuldade em relação a pessoas atípicas.

Apesar disso, o peso e expectativa social de adaptação recai de maneira desproporcional em pessoas que estão no espectro.

Usando filmes e jogos para ensinar habilidades emocionais no autismo

Divertida mente: filme que apresenta habilidades emocionais com personagens divertidos

Filmes como “Divertida mente” são ferramentas valiosas que podem ajudar crianças a entenderem melhor suas emoções, com um apelo lúdico e emotivo. No caso de “Divertida mente”, o filme personifica as emoções-base da personagem principal, mostrando como elas interagem e influenciam em seus comportamentos.

Além disso, filmes e jogos podem ajudar na generalização de comportamentos e também na aprendizagem de que parte da socialização vem da capacidade de treinamentos com outros pares.

Assim, momentos divertidos como esse, servem como oportunidade para desenvolver as emoções e trocar experiências com pessoas próximas, como a família e amigos.

Um exercício bem positivo que pode ser feito a partir desses formatos é, após assistir o filme ou jogar o jogo, perguntar para a criança sobre as diferentes emoções apresentadas e como ela sentiu cada uma e por que reagiu de determinada maneira.

Também é possível usar as expressões faciais do filme para explicar determinadas cenas e acontecimentos e ligar isso ao cotidiano.

Em nosso blog temos alguns conteúdos com dicas de séries e filmes que podem contribuir para esse aprendizado. Vale a pena ler e continuar se divertindo com sua família:

5 filmes sobre autismo

Conheça nosso atendimento para autismo

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