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Menina brinca no tapete da sala com brinquedo sensorial de bolhas.

Autismo infantil: tudo que você precisa saber a respeito

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social e pela presença de padrões de comportamentos restritos e repetitivos.

Mas antes de atualizações de manuais diagnósticos como o DSM-5 e a CID-11, existiam vários termos separados para definir alguns diagnósticos do espectro, como é o caso do autismo infantil.

Dessa forma, muitas famílias ainda buscam por autismo infantil como forma de encontrar informações e dados verdadeiros para entender melhor as necessidades e individualidades de seus filhos.

Nesse texto vamos falar mais sobre aspectos importantes do autismo infantil ou apenas TEA, desde os sinais na infância até as estratégias de intervenção e apoio para ajudar a criança a se desenvolver com saúde e bem-estar. Confira!

O que é autismo infantil?

crianças brincando com blocos de emplilhar

Como falamos, o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que muda a forma como as pessoas veem e interagem com o mundo. Nesse texto usamos o termo autismo infantil para facilitar e acolher a busca das famílias, que digitam esse termo nas pesquisas.

Entretanto, é importante salientar que a nomenclatura autismo infantil não existe mais desde a última atualização da CID — Classificação Internacional de Doenças — na sua 11ª revisão.

A partir dessa versão, foram reunidos todos os transtornos que antes faziam parte do espectro do autismo, como autismo infantil e Síndrome de Asperger, em um único diagnóstico e nomenclatura: o TEA.

Esse documento, organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), traz sobre o termo correto a se referir é Transtorno do Espectro Autista, que pode variar em graus de acordo com a necessidade de suporte da criança.

Assim, o diagnóstico pode ser de acordo com esse nível de necessidade e suporte, que varia de:

Importante lembrarmos que essa divisão também é conhecida como graus de autismo, como uma forma de entender qual a necessidade de apoio que uma pessoa pode precisar dentro do espectro.

Mas apesar disso, o termo “graus de autismo” não é algo que reflete as individualidades e singularidades do espectro, e é uma forma que a comunidade médica e profissional de saúde utilizam para descrever, de forma simplificada e acessível, o diagnóstico para as famílias que estão começando essa jornada.

Quais os sinais do autismo infantil?

Os sinais do autismo infantil podem ser observados logo nos primeiros meses de vida da criança. Isso por conta dos marcos de desenvolvimento infantil, que são etapas esperadas que a criança vivencie, aprenda e desenvolva.

Tais marcos são estudados e definidos por especialistas em desenvolvimento infantil. É importante lembrar que cada criança se desenvolve em determinado ritmo, e possui maneiras diferentes de aprender.

Por isso, não é preciso acelerar nenhuma etapa de descobrimento e aprendizado. Além disso, quando a criança apresenta atraso no desenvolvimento, não quer dizer que ela, necessariamente, tenha autismo! Cada pessoa é única, e existem outros transtornos do desenvolvimento.

O que a família pode observar são sinais típicos do autismo na infância, que atingem principalmente o desenvolvimento social e também da comunicação.

O TEA pode ser diagnosticado ainda nos primeiros meses de vida. Isso porque, de acordo com os marcos do desenvolvimento, existem ações que o pequeno ainda desempenha nos primeiros anos de vida, principalmente quando envolve a comunicação e a interação com outras pessoas ao redor.

Entretanto, nem todas as crianças vão apresentar sinais visíveis logo nos primeiros anos, e isso pode variar de acordo com vários fatores como:

  • Nível de necessidade e suporte;
  • Ambiente que a criança está inserida;
  • Fatores genéticos;
  • Entre outros.

As causas do autismo podem variar, mas é sempre importante observar os sinais de desenvolvimento da criança, pois assim, com um diagnóstico precoce, é possível iniciar as intervenções necessárias o quanto antes.

Além disso, as causas do autismo ainda vem sendo estudadas, mas já sabemos que a genética tem um papel fundamental no desenvolvimento do transtorno, assim como fatores ambientais. Um estudo recente identificou 134 novos genes ligados ao TEA e reforçou que, apesar de genético, o autismo nem sempre será hereditário.

Autismo em bebês

Bebê com autismo infantil sentado e brincando com brinquedos em uma mesa.

O autismo infantil em bebês pode ser observado a partir de atraso no desenvolvimento de acordo com os marcos de desenvolvimento, na primeira infância, que vai desde o nascimento até os 6 anos de idade.

Ela é considerada uma janela de aprendizagem e experiências muito poderosas, pois é nesse período em que a criança vivencia as descobertas do mundo, afetos e sensações novas que serão levadas para o resto da vida.

Quando falamos de autismo em bebês, é muito comum que a família comece a ter suspeita de autismo quando a criança tem entre 18 meses e 3 anos de idade. Isso porque, pode ser que o bebê se desenvolva na idade esperada, atingindo marcos como sentar, engatinhar e andar.

Ou pode ser que alguns marcos, quando não atingidos, sejam os primeiros sinais de alerta para que a família ou pessoa cuidadora busque ajuda médica especializada, após observar um desenvolvimento atípico.

É muito importante lembrar que nem todos os bebês com autismo apresentam todos os sinais de autismo infantil, e muitos que não estão no espectro podem apresentar alguns deles. Por isso, a avaliação profissional é um passo fundamental nessa suspeita!

Como identificar o autismo em bebês?

Existem alguns sinais de autismo em bebês que são mais comuns e podem gerar dúvidas e alerta nos pais, como a demora para desenvolver a fala. Além disso, a insistência na rotina ou as “birras” quando algo foge do controle também são um sinal de que a criança tem dificuldade de lidar com mudanças inesperadas na rotina.

Outro sinal muito conhecido por famílias atípicas é o pouco ou nenhum contato visual com outras pessoas ao redor. No caso de bebês, um momento em que muitas mães percebem isso é durante a amamentação.

Outros dois sinais bem presentes em bebês com autismo são as ecolalias — quando a criança tende a repetir palavras ou frases sem a intenção de se comunicar — e as estereotipias, que são comportamentos repetitivos, com função de regulação emocional muitas vezes.

As famílias podem ficar atentas aos sinais mais comum de autismo em bebês durante os 12 a 24 meses de vida, principalmente quando:

  • Bebê não reage a nenhum som – é esperado que o bebê olhe em direção ao som, seja ao chamado da pessoa cuidadora, de algum brinquedo ou até mesmo o barulho de algo caindo no chão. A reação esperada é que ele volte a atenção em direção ao barulho;
  • Bebê não emite nenhum som – a importância do som vindo dos bebês é justamente apresentar algum tipo de interação com as pessoas cuidadoras, seja por gemidos e balbucios, o bebê tende a reproduzir sons quando deseja alguma coisa, por exemplo, emitir um “ma” e “ba” quando algum familiar está próximo. O bebê com TEA também não chora, o que já é esperado logo nos primeiros dias de vida.
  • Bebê não tem, ou não imita as expressões faciais – é esperado que bebê já consiga sorrir aos 2 meses de vida, ele já reproduz a expressão facial quando reconhece a pessoa cuidadora, ou até mesmo quando se encanta com alguma situação; e eles sorriem principalmente quando estão próximos da pessoa cuidadora, indicando que a expressão facial é direcionada a ela. Além disso, é comum que os bebês coloquem a língua pra fora, bocejem, arregalem os olhos para imitar a expressão facial de alguém.
  • Bebê não responde quando é chamado – ao chamar pelo nome, o bebê já consegue virar em direção do som para se comunicar, indicando que já entendeu que o nome pertence a si.

Desenvolvimento infantil na primeira infância

Quando a criança passa pela fase da primeira infância, ou seja, seus anos iniciais, é natural que ela comece a interagir com o mundo ao redor.

Principalmente com as pessoas do núcleo familiar, e isso interfere, por exemplo, não só entre a relação de uma conversa ou interação durante uma brincadeira, mas sim com todo o entorno da família como: rotinas, alimentação, ambiente, etc.

Para a criança autista, é fundamental oferecer previsibilidade, por isso, é muito comum que pessoas autistas se irritem quando algum compromisso surge de uma hora para a outra.

Como falamos, a irritabilidade causada pela falta de rotina e previsibilidade é um dos sinais do autismo infantil.

E essas mudanças podem ser imperceptíveis para a pessoa cuidadora, mas faz toda diferença para a criança no espectro.

Muitas vezes, não é apenas um compromisso novo na agenda que causará estresse, uma mudança no ambiente também pode incomodar, como trocar o lençol da cama, ou mudar a marca do achocolatado, por exemplo.

Outros sinais de autismo infantil são:

  • Pouco contato visual;
  • Dificuldade na comunicação e de se expressar (sentimentos, ideias, gostos, etc);
  • Não responder o próprio nome quando for chamado;
  • Comportamentos repetitivos;
  • Maior sensibilidade ao ambiente, principalmente com sons, cheiros, luzes, etc;

Outros sinais também podem ser observados na interação social, onde a criança tem dificuldade em se envolver na brincadeira de outras crianças, e prefere brincar sozinho, ou até mesmo não responde um sorriso quando alguém lhe sorri, e evita qualquer contato visual (não olha nos olhos).

Na comunicação, a criança pode apresentar sinais tanto na ausência da fala, quanto no excesso da fala e, muitas vezes, ao falar demais, a criança não apresenta uma linguagem funcional, ela apenas balbucia ou repete uma frase de ação que está acostumada.

Outro ponto importante a salientar na comunicação, é que a pessoa no espectro tem dificuldade de entender piadas, ironias e mentiras.

E quando falamos de sinais comportamentais, podemos observar que no autismo infantil, a criança pode parecer mais agitada do que o normal, além de ter comportamentos repetitivos, como sacudir as mãos, os pés, bater palma, etc.

É muito comum também que a criança com TEA tenha um hiperfoco, e goste de algo muito específico, como um personagem de desenho animado, uma cor específica, uma canção, etc.

Quais são as terapias indicadas para o autismo infantil?

As terapias e intervenções para pessoas no espectro são fundamentais para proporcionar saúde, bem-estar e ainda promover o desenvolvimento de habilidades afetadas pelo TEA.

É importante ressaltar que o autismo não é uma doença, e, por isso, não existe cura.

É indicado que as intervenções em crianças autistas sejam feitas por uma equipe multidisciplinar, transdisciplinar e interdisciplinar, juntamente a uma orientação parental, para dar suporte às pessoas cuidadoras, com orientações e treinamentos para lidar com possíveis comportamentos desafiadores no cotidiano.

Além de salientar a importância de manter o autocuidado e cuidar da saúde mental de quem cuida.

As terapias mais indicadas para tratamento do autismo são aquelas cujas práticas são baseadas em evidências científicas. Isso significa que os pesquisadores forneceram um nível aceitável de pesquisa que mostra que a prática produz resultados positivos para crianças, jovens e ou adultos com TEA.

Essas intervenções são feitas geralmente por profissionais da área de Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Psicologia, Pedagogia, Educação Física, e muito mais.

Uma intervenção até indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é a Terapia da Análise do Comportamento Aplicada, a Terapia ABA, cujas intervenções pretendem reduzir comportamentos desafiadores para a pessoa com TEA e ensinar habilidades essenciais para seu desenvolvimento.

A principal função das intervenções e terapias para autismo é auxiliar no desenvolvimento e crescimento de cada um.

É muito importante que essas intervenções sejam adaptadas de acordo com a pessoa, por isso a jornada pode variar muito.

Quando o acolhimento é feito de forma individualizada, toda pessoa pode crescer com sua independência e atingir todo o seu potencial.

Conclusão

Como falamos, mesmo o autismo infantil não sendo um termo mais usado para descrever um diagnóstico de TEA, ele é um transtorno do neurodesenvolvimento que precisa de apoio e intervenções adequadas.

Ao reconhecer os sinais precoces, buscar diagnóstico e implementar estratégias individualizadas, é possível ajudar as crianças autistas a alcançarem seu máximo potencial e promover uma sociedade mais inclusiva e acolhedora.

Lembre-se sempre de buscar informações atualizadas e baseadas em evidências, e de valorizar o potencial único de cada criança.

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