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Menina com autismo moderado olhando para fora de sua casa por uma janela.

Autismo moderado ou nível 2 de suporte: sinais, diagnóstico e intervenções eficazes

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que muda como a pessoa enxerga e compreende o mundo.

As dificuldades de socialização e comunicação, somadas aos padrões de comportamento restritos e repetitivos, fazem com que a pessoa interaja com os outros de maneira diferente.

Na classificação do autismo da 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), da Associação Americana de Psiquiatria, o TEA é dividido em três níveis: 1, 2 e 3 de suporte.

O autismo nível 2 de suporte, também conhecido por muitas pessoas como autismo moderado. É sobre ele que vamos falar neste artigo.

O que é autismo nível 2 (autismo moderado)?

O manual DSM-5 classifica o TEA em níveis de suporte de 1 a 3, e o nível 2 indica uma necessidade substancial de apoio nas atividades do cotidiano.

Pessoas com diagnóstico de autismo nível 2 costumam necessitar de apoio mais frequente para realizar atividades cotidianas, como alimentação, higiene ou organização da rotina, refletindo uma forma diferente de lidar com o mundo, não uma menor capacidade.

É importante lembrar que essa necessidade de suporte varia de pessoa para pessoa. Independentemente do nível de autismo, é essencial compreender as singularidades de cada indivíduo para apoiar suas demandas específicas.

“Aqui não nos cabe comparar um nível de suporte com outro. Realizar essa comparação é de alguma forma deslegitimar a forma única como cada uma das pessoas autistas vivem a neurodivergência e suas potências e desafios. Os níveis solicitam acolhimento individualizado e não um olhar de ordem hierárquica”. Comenta Alice Tufolo, conselheira clínica da Genial Care.

Aqui no blog, já temos um texto explicando mais sobre o autismo nível 1 (autismo leve) que você pode ler clicando aqui.

É correto falar “autismo moderado”?

É muito comum ouvirmos termos como “autismo leve”, “moderado” ou “grave” para descrever pessoas no espectro, esses são termos inclusive bastante buscados por pessoas que estão procurando entender mais sobre o processo diagnóstico e os diferentes níveis de suporte de cada pessoa.

Apesar desses termos simplificarem e até facilitarem o entendimento dos níveis de autismo, precisamos entender que eles podem gerar distorções muito relevantes em relação a como vemos as pessoas autistas. Isso porque, esses são termos que podem, de alguma forma, descredibilizar o diagnóstico de uma pessoa e sugerir que o autismo pode ser mais “leve” em casos.

É importante lembrar que isso não existe! No caso do uso do chamado “autismo moderado”, ao dar a entender que existem dois extremos e algo no meio do caminho, ignora completamente a complexidade, diversidade que envolve o espectro autista.

Além disso, rotular alguém como tendo “autismo moderado” pode levar a:

  • Minimizar dificuldades importantes, que variam conforme o contexto, o suporte recebido e o ambiente onde a pessoa vive;
  • Reforça estigmas, pois relaciona o nível de autismo a quão próximo está de uma pessoa neurotípica
  • Dificulta o acesso a direitos e suporte adequado,moderado pode ser visto como se não fosse tão grave

Apesar disso, é comum que famílias e até profissionais utilizem o termo “autismo moderado” para facilitar a explicação e a compreensão do diagnóstico.

Qual a diferença entre os níveis de suporte: 1, 2 e 3 – “autismo leve, moderado e severo”?

Antes de nos aprofundarmos no autismo nível 2, é importante entender os graus de autismo descritos no DSM-5. São eles:

  • Autismo Nível 1: Necessita apoio no dia a dia
  • Autismo Nível 2: Necessita de suporte substancial
  • Autismo Nível 3:, a pessoa necessita de suporte muito substancial

Vale reforçar que essa classificação tem como principal função identificar o nível de necessidade de suporte que cada pessoa precisará para participar de suas atividades do seu dia a dia e estar em espaços de socialização.

Quais são os sinais de autismo nível 2 (autismo moderado)?

Os sinais do autismo moderado – são, no geral, mais perceptíveis que o nível 1 e um pouco menos perceptível quando comparado ao nível 3. Assim como os demais, os sinais podem surgir já na primeira infância. Veja alguns deles:

  • Dificuldade ou ausência de contato visual espontâneo;
  • Percepção alterada ao toque – buscando em excesso ou demonstrando incômodo;
  • Dificuldade ou ausência de contato visual espontâneo;
  • Formas de brincar menos convencionais, como focar em partes específicas dos brinquedos (por exemplo, girar repetidamente as rodinhas de um carrinho);
  • Atraso ou ausência no desenvolvimento da fala até os 2 anos.

Os critérios diagnósticos de autismo são os mesmos para todas as pessoas. Os sinais vão sempre se manifestar de formas únicas e diferentes. Seja em intensidade, combinação e impacto. O nível de suporte vem justamente para indicar o quanto essas manifestações exigem apoio no dia a dia.

Existem ainda outros sinais que podem contribuir para a identificação e busca do diagnóstico de TEA.

Como é feito o diagnóstico de autismo nível 2 (autismo moderado)?

Mesmo que os sinais sejam identificados, o laudo diagnóstico de autismo nível 2 só pode ser emitido por médicos especialistas em TEA, após uma avaliação completa realizada por uma equipe multidisciplinar. Alguns profissionais que compõem essa equipe são:

  • Terapeuta ocupacional
  • Psicólogo
  • Enfermeiro
  • Fonoaudiólogo
  • Nutricionista
  • Entre outros

Sendo assim, o mais indicado é que, ao perceber ou ser alertada sobre os sinais, a família busque ajuda de um pediatra, neuropediatra (neurologista infantil) ou psiquiatra infantil.

Esses profissionais serão capazes de avaliar a criança e auxiliar a família a entender se há atrasos no desenvolvimento ou características do transtorno do espectro autista.

Critérios para classificar o autismo nível 2

O que diferencia o autismo nível 2 de suporte, do autismo leve ou severo são os critérios descritos para o diagnóstico. Segundo o DSM-5, uma pessoa com autismo nível 2 apresenta as seguintes características:

Comunicação

  • Déficits graves nas habilidades de comunicação social verbal e não verbal
  • Prejuízos sociais aparentes mesmo com apoio presente
  • Limitação para iniciar interações sociais
  • Resposta reduzida ou atípica a iniciativas sociais de outras pessoas

Comportamentos restritos e repetitivos

  • Inflexibilidade comportamental
  • Dificuldade em lidar com mudanças
  • Comportamentos restritos e repetitivos suficientemente frequentes para serem notados por um observador casual e que interferem no funcionamento em diferentes contextos
  • Sofrimento e/ou dificuldade em mudar de foco, ou de ações

Conclusão

Mesmo sem um diagnóstico fechado, a família pode buscar intervenções precoces, que auxiliarão no desenvolvimento da criança com autismo nível 2. Quanto mais cedo essas intervenções começarem, maiores são as chances de aprendizagem, devido à neuroplasticidade cerebral.

Além disso, é fundamental que a família seja acolhida e receba orientações adequadas para lidar com comportamentos desafiadores no dia a dia e se sentir mais segura quanto ao futuro da criança.

Aqui na Genial Care, temos um serviço de acolhimento e treinamento parental com base em práticas baseadas em evidências científicas, que pode te ajudar nessa jornada.

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19 respostas para “Autismo moderado ou nível 2 de suporte: sinais, diagnóstico e intervenções eficazes”

  1. Tenho 27 anos e fui diagnosticado com autismo moderado, nunca tive tratamento, cursei duas faculdades e tenho pós graduação. Hoje após o diagnostico consigo compreender melhor o que sinto e como isso interfere na minha vida cotidiana.

    • Olá, Leonardo. Como vai? Esperamos que muito bem.

      É realmente significativo ter um diagnóstico de autismo, especialmente na vida adulta e após tantas conquistas acadêmicas. Compreender melhor o que você sente e como isso se manifesta no seu dia a dia pode ser um divisor de águas, oferecendo clareza e uma nova perspectiva sobre suas experiências passadas e presentes. Esse autoconhecimento é uma ferramenta poderosa para navegar o mundo e suas interações, permitindo que você valide suas próprias percepções e sentimentos.

      Agora, com o diagnóstico, você pode explorar estratégias e recursos que talvez nunca tenham sido considerados antes. Isso pode incluir a busca por terapeutas especializados em autismo adulto, a participação em grupos de apoio ou até mesmo a implementação de adaptações no seu ambiente de trabalho, ou pessoal. O importante é que este é um novo capítulo de autodescoberta e empoderamento, onde você pode usar esse entendimento para melhorar sua qualidade de vida e bem-estar.

      Esperamos ter ajudado.

      Abraço.

  2. Me chamo Cristina, meu sobrinho neto foi diagnosticado com autismo nível 2, tudo é muito novo pra nós, mas quero ajudar ele no que eu puder, gostaria de saber mais sobre

  3. Muitas pessoas em festas já me perguntaram se meu filho de 3 ano tem autismo eu já desconfiava tem atraso de fala grita ao invés de falar em festas ou quando tem visita em casa , é bem agitado porém não repete movimentos tipo mexer as mãos ou balançar corpo não faz nada disso porém tem atraso de fala , grita em lugares públicos exemplo grito de alegria ao invés de falar grita não conversa normal repete que falamos e fica muito agitado em festas e lugares públicos querendo correr ou andar sozinho chega a puxar o braço da minha mão . Não sabe ficar em fila já começa gritar querendo puxar a mão da minha pra sair da fila e grita tbm as x fala me solta ou fala socorro me ajude

  4. Bom dia!

    Já li o artigo quase todo, muito rico em conteúdos. fiquei interessado em mais artigos de crianças autista de nível de suporte 2.

    Estou montando um trabalho de final de curso de criança autista de nível de suporto 2 para uma pós em TCC, estou precisando de mais artigos de crianças de nível de suporte 2. Vocês podem me ajudar, me enviando alguns artigos?

  5. Descobrir hoje que sou mãe aptica, meu filho é autista de suporte 2 ainda não sei como lidar , estou nas pesquisas para me ajudar como ser mais que especial para meu filho , ele tem tido muita dificuldade para me atender nos lugares, tenho medo de como vai se comportar , por não ter se comportado tão bem assim..

  6. Olá,

    Acabamos de receber o diagnóstico de autismo nível 2 do Heitor, nosso filho de 3 anos. As únicas alterações que notamos foi a dificuldade na fala (quase não conversa, domina poucas palavras) e dificuldade de se concentrar (rabisca os deveres da escola que deveria pintar). Achei que o caso dele era TDAH. A mãe ficou desolada e muito preocupada com o futuro dele. Devemos procurar uma segunda opinião?

  7. boa noite. tenho uma filha de 4 anos nível 2 de suporte. Tenho muita dificuldade com ela em relação ao elloping. Só quer estar fugindo sempre, corre demais ,a gente quase não alcança. Não sei lhe dar com essa situação .pois sair com ela pra qualquer lugar se torna algo desafiador

  8. Meu filho tem muita dificuldade na escola com aprendizado, apesar de ter 11 anos,mal sabe escrever ou ler,fazer contas simples. Tem a mentalidade de 7 anos. Foi diagnosticado com autismo somente no Japão com 5 anos, antes no Brasil, somente com TDAH. Tem características de TOD também. Não entende pedidos simples, precisa de ajuda. Aparentemente parece uma criança normal, com algumas dificuldades. Acredito que com a idade vai ter ainda mais problemas. Tem um irmão gêmeo, também autista, só que leve. Leva uma vida quase normal, como uma criança tímida. Perderam a mãe a 3 anos com câncer. Quase não falam dela. Vivemos no Japão sem o apoio de parentes,mas muita ajuda da prefeitura. Vão em escola normal,o Bruno com nível 2,na sala especial. E o Dudu na normal. Depois da escola vão para uma instituição pra crianças especiais até eu pegá-los depois do trabalho. Os dois não comem verduras ou legumes.

  9. Meu neto tem autismo nível 2 e não come nada… somente toma algum tipo de suco ou leite com achocolatado.. estamos de mãos atadas e sem esperança de melhora nessa parte.

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