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O autismo moderado é um termo mais comum usado para se referir ao autismo de nível 2 de suporte, onde a pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem dificuldade moderada na comunicação e linguagem funcional e na interação social, e que podem precisar de auxílio na execução de atividades da vida diária.
O autismo moderado apresenta sinais semelhantes a outros graus de autismo, diferindo apenas na intensidade da manifestação de características do espectro.
Isso porque existem sinais que fazem parte da chamada “díade do autismo”, que se caracterizam pela dificuldade de comunicação e interação social, além da presença de comportamentos repetitivos e restritivos. Para receber o diagnóstico é preciso que a pessoa apresente sinais (mais ou menos intensos e/ou perceptíveis) dos dois grupos citados acima, além disso, os sinais precisam impactar a vida e o desenvolvimento.
É preciso ressaltar sempre que: com intervenções multidisciplinares e terapias que auxiliam no desenvolvimento de cada pessoa, é possível, sim, promover bem-estar para a pessoa com todos os graus de TEA.
Graus de autismo
O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que se caracteriza por dificuldades na comunicação e interação social. O TEA pode variar de acordo com a intensidade da manifestação dos sinais de dificuldade na comunicação e interação social, bem como os padrões de comportamentos restritos e repetitivos.
Os graus do autismo são divididos em 3 níveis, sendo conhecidos também por autismo: leve, moderado ou severo.
Essa divisão é uma forma que a comunidade médica e profissional de saúde utiliza para descrever simplificadamente o diagnóstico de autismo para as famílias. Assim, é bastante comum ouvir as separações para descrever os 3 níveis de suporte.
De acordo com o manual de diagnóstico, o DSM-5, a classificação do TEA é feita da seguinte forma:
– 6A02.0 TEA sem Deficiência Intelectual (DI) e com leve ou nenhum prejuízo de linguagem funcional
– 6A02.1: TEA com DI e com leve ou nenhum prejuízo de linguagem funcional
6A02.4: TEA sem DI e com ausência de linguagem funcional
– 6A02.5: TEA com DI e com ausência de linguagem funcional
– 6A02.4: TEA sem DI e com ausência de linguagem funcional
– 6A02.5: TEA com DI e com ausência de linguagem funcional
Sinais de autismo moderado
Como falamos acima, os sinais de autismo moderado são semelhantes ao grau leve e severo, podendo ser observados ainda na primeira infância. No entanto, alguns sinais podem ser menos perceptíveis do que os casos de TEA nível 3 e mais aparentes do que os casos de autismo nível 1.
No caso do autismo moderado, há sinais mais comuns que podem aparecer, mas nem sempre toda pessoa com autismo vai – necessariamente – apresentá-los, pode ser que a criança apresente outra característica que se enquadre no grau de autismo. São mais comuns alguns sinais:
- Quando a criança faz pouco ou nenhum contato visual;
- Apresentar resistência ao toque;
- A criança apresenta predileção por objetos que não causam interesse em outras pessoas;
- Brincar de maneira diferente das outras crianças (exemplo: colocar o carrinho de ponta cabeça e girar as rodinhas;
Alguns dos sinais, inclusive, podem ser observados logo na primeira infância (0 a 6 anos) como:
- O bebê não responde quando é chamado pelo próprio nome – não vira o rosto;
- Não desenvolve a fala até os 2 anos;
- Não reage a expressões faciais – por exemplo: não sorri quando alguém sorri ou faz uma brincadeirinha;
- Insiste na rotina e tem crises quando algo foge do controle.
Apesar de cada criança se desenvolver à sua maneira, existem marcos do desenvolvimento específicos para cada idade. Um atraso neles não necessariamente caracteriza autismo, mas é preciso estar alerta aos marcos, além de acionar os profissionais que acompanham o desenvolvimento da criança para quaisquer dúvidas que possam surgir.
Quais terapias e intervenções são indicadas para o autismo moderado?
As intervenções e terapias para o autismo são necessárias para auxiliar no desenvolvimento da pessoa com TEA, seja ela na área social, da comunicação, comportamental (ajudar a lidar com crises ou responder de forma mais funcional às crises) e, até mesmo, na parte física, como o desenvolvimento motor fino e grosso, por exemplo.
Muitas terapias comuns para o autismo já são consideradas práticas baseadas em evidências, ou seja, têm resultados comprovados em sua aplicação com pessoas no espectro.
Algumas intervenções podem ser feitas por profissionais da:
Que promove, mantém e desenvolve habilidades necessárias e funcionais para que a pessoa com TEA possa se adaptar de forma funcional no dia a dia. Além do desenvolvimento sensorial proporcionado pela T.O. para integração sensorial, outras habilidades também são desenvolvidas, como: emocional, física e cognitivas;
É uma especialidade que trabalha diretamente na fala, com o intuito de ampliar as habilidades de fala e linguagem, é uma das intervenções que usam a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA), que possibilita o aprendizado de pessoas que não possuem a linguagem oral funcional. E não só isso, a fonoaudiologia também pode auxiliar pessoas com TEA em casos de seletividade alimentar, dificuldades para engolir e até outros transtornos alimentares;
A Análise do Comportamento Aplicada (do inglês Applied Behavior Analysis) pode ser utilizada em intervenções para pessoas com autismo com o objetivo de entender e ajudar com um determinado comportamento. A intervenção faz uso de práticas científicas baseadas em evidências, que é o termo usado para determinar um conjunto de procedimentos para os quais os pesquisadores forneceram um nível aceitável de pesquisa que mostra que a prática produz resultados positivos para pessoas com TEA.
Apesar do autismo moderado apresentar uma diferente necessidade de suporte, as intervenções não precisam ser feitas separadas diretamente ao nível de autismo, pois tudo depende da dificuldade da pessoa.
Por exemplo: se a criança com autismo severo apresenta uma dificuldade maior na hora da alimentação, ou por apresentar seletividade alimentar, ou no momento da deglutição (engolir), comparada a dificuldade motora, portanto, o tratamento de fonoaudiologia deverá ser reforçado em comparação a outras áreas. Claro que isso varia de caso em caso e, principalmente, de acordo com a evolução da criança.
Quando falamos em necessidades de suporte nas atividades da vida diária, falamos principalmente em necessidades e atividades básicas, que naturalmente fazem parte da rotina. Em casos de dificuldades, é preciso procurar um Terapeuta Ocupacional para desenvolver as habilidades:
- De ir ao banheiro (desfralde);
- Vestir-se sozinho;
- Escovar os dentes;
- Alimentar-se sozinho;
- De sentar sozinho, equilibrar-se.
Na Terapia Ocupacional, e também na Fonoaudiologia, é trabalhada a percepção dos cinco sentidos, justamente para apresentar diferentes texturas, tamanhos, gostos, cheiros, sabores, etc para a pessoa com TEA, dessa forma, cria-se uma percepção do mundo ao redor que ela ainda não possui, ou que tem dificuldade em perceber por conta de disforias sensoriais e estímulos (demais ou de menos).
O autismo moderado pode piorar?
Já falamos aqui em nosso blog sobre uma dúvida comum de muitas pessoas cuidadoras: o autismo leve pode piorar? E é importante ressaltar também nesse texto que: nunca devemos dizer que o autismo pode piorar ou melhorar, porque não existe nenhum nível melhor ou pior dentro do espectro.
Dizer que algum nível é melhor ou pior que outro, é prejudicial e pode criar um sentimento de que algo é mais ou menos fácil, o que não é verdade.
Pelo autismo ser um espectro, é possível sim que a pessoa caminhe entre os níveis de autismo, baseado no desenvolvimento e no que diz respeito ao repertório de aprendizagem e habilidades.
Por isso é tão importante contar com o apoio de uma equipe multidisciplinar, a qual vai acompanhar a jornada de desenvolvimento da pessoa com TEA, criar estratégias individualizadas que levem em consideração as necessidades e habilidades singulares, e também mensurar resultados conforme o desenvolvimento acontece.
Aqui em nosso blog falamos sobre intervenções multidisciplinares que ajudam na jornada de desenvolvimento, promovem bem-estar e qualidade de vida. Clique no botão abaixo para saber de mais:
Intervenções para autismo