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Será que o autismo leve pode piorar? Essa é a dúvida principal de muitos pais e pessoas cuidadoras que convivem com alguém no TEA. Isso porque essas pessoas tendem a considerar o autismo leve como algo melhor do que o autismo moderado ou até severo, e o medo ou receio de que a criança troque de níveis assusta os pais.
Isso porque, o diagnóstico de autismo é sempre um momento bastante difícil para muitas famílias. São muitas emoções, expectativas para o futuro e dúvidas sobre como será a rotina dali para frente.
Dessa forma, esclarecer essa questão é muito importante para que todo o núcleo familiar possa ter as informações verdadeiras. Ter conhecimento sobre esse tema é importante para que a família tire suas dúvidas com profissionais, conheça melhor o espectro do autismo e também acabe com pré-conceitos e ideias erradas sobre os graus de autismo.
Por isso, criamos esse conteúdo para ajudar você a entender se o autismo leve pode piorar ou se é possível mudar de nível com o tempo. Confira!
Quais são os níveis de autismo?
É muito importante lembrarmos que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode variar de acordo com o nível de necessidade de suporte, ou seja, quanta ajuda uma pessoa vai precisar para realizar as atividades de vida diária ou o que ela consegue fazer de forma autônoma e independente.
Assim, o diagnóstico pode ser de:
Nível 1 – Leve:
- 6A02.0 TEA sem Deficiência Intelectual (DI) e com leve ou nenhum prejuízo de linguagem funcional
- 6A02.1: TEA com DI e com leve ou nenhum prejuízo de linguagem funcional
Nível 2 – Moderado:
- 6A02.4: TEA sem DI e com ausência de linguagem funcional
- 6A02.5: TEA com DI e com ausência de linguagem funcional
Nível 3 – Severo:
- 6A02.4: TEA sem DI e com ausência de linguagem funcional
- 6A02.5: TEA com DI e com ausência de linguagem funcional
Também conhecidos como graus de autismo, essa divisão é uma forma que a comunidade médica e profissional de saúde utiliza para descrever simplificadamente o diagnóstico para as famílias. Assim, é bastante comum ouvir as separações a seguinte separações para descrever os 3 níveis de suporte:
A ideia é que, explicando dessa forma, o conceito se torne muito mais acessível para as famílias que estão começando na jornada e até mesmo buscando informações sobre o laudo.
No entanto, a comunidade autista aponta para uma polêmica nesse sentido, justamente pela ideia de um tipo de autismo parecer melhor ou pior que outro, o que não é verdade!
O que significa dizer que o autismo é um espectro?
Antes de falarmos se autismo leve pode piorar ou não, vale ressaltarmos e entendermos o que significa falar que o transtorno é um espectro e como as pessoas podem estar presentes nele.
Apesar de, segundo os Manuais Diagnósticos como DSM-5 e CID-11, classificarmos o autismo em 3 níveis, existe uma grande abrangência dentro desses termos, e cada pessoa irá vivenciar o transtorno de forma diferente e singular.
Por isso, usa-se o termo “espectro” para falar das inúmeras possibilidades e diversidades de sinais ou características, comprometimentos e necessidade de suporte que as pessoas apresentam. Esse termo foi inserido ao nome do transtorno em 2013, em uma das atualizações dos critérios do DSM-5 que passou a classificar o autismo como Transtorno do Espectro Autista.
Isso porque, antes, o autismo fazia parte dos Transtornos globais do Desenvolvimento e o diagnóstico poderia vir com nomes variados, como:
- Transtorno Autista;
- Síndrome de Asperger;
- Transtorno Desintegrativo Infantil;
- Transtorno Invasivo do Desenvolvimento.
A partir da atualização, o autismo passa a ter uma classificação própria, desconsiderando nomenclaturas com a Síndrome de Asperger e classificando de acordo com o grau de necessidade de ajuda para essas características.
O autismo leve pode piorar?
Mas, será que o autismo leve pode piorar? Ou então, uma pessoa com autismo severo passar para autismo moderado ou vice-versa?
Nunca devemos dizer que o autismo leve pode piorar ou melhorar, porque não existe nenhum nível melhor ou pior dentro do espectro.
O que acontece é que pelo autismo ser um espectro, é possível, sim, que a pessoa caminhe nesses níveis, sempre dependendo do seu repertório e até mesmo desenvolvimento de habilidades.
Dizer que algum nível é melhor ou pior que outro, é prejudicial e pode criar um sentimento de que algo é mais ou menos fácil, o que não é verdade.
Em uma entrevista dado para Genial no texto de graus de autismo, Willian Chimura explica o porquê colocações dessa forma são negativas para pessoas com TEA.
“Pessoas com autismo são seres humanos variados e fluidos. O que elas precisam de tipos de suportes diferentes dentro das diferentes habilidades que ela executam. Essa noção enrijecida e determinista de que ou é um e outro é outro, é incorreta. É uma noção importante para os pais desenvolverem”.
Além disso, ele reforça que, mesmo hoje com um diagnóstico e um nível de autismo que exige pouco suporte em alguns aspectos, atividades que podem ser comuns para neurotípicos são bem difíceis para ele, e ainda assim são menosprezadas.
Por isso, é importante lembrar que existe muita desinformação e preconceito sobre os níveis de autismo, e muita gente usa o autismo leve como uma forma de diminuir ou invalidar a condição, fazendo com que autistas leves sofram com comparações e duvidem do seu diagnóstico.
Uma frase que exemplifica isso é: “Ah, você nem parece autista”. Isso não existe. Autista é autista! E cada pessoa dentro do espectro é única e vai ter um repertório diferente, de acordo com a sua necessidade de suporte.
Sempre precisamos lembrar que estamos lidando com pessoas que veem e compreendem o mundo de forma única e diferente, mas o que todas têm em comum é a capacidade de aprender.
A importância das intervenções para autismo
Ter o acompanhamento terapêutico e os estímulos adequados é essencial para que a pessoa com TEA possa evoluir nas barreiras de aprendizagem e na comunicação e interação social.
Por isso é tão importante encontrar uma equipe multidisciplinar especializada para fornecer intervenções corretas de acordo com a necessidade individual de cada pessoa. Cada pessoa autista se desenvolve no seu próprio ritmo, assim como cada família lida com o cotidiano de uma forma diferente.
Assim sendo, os terapeutas aplicadores poderão desenvolver as habilidades, ampliar a capacidade cognitiva e ajudar a pessoa no espectro a adquirir mais independência ao longo da vida. Afinal, o objetivo das intervenções é promover mais qualidade de vida e autonomia para o autista.
Aqui na Genial Care temos um time especializado nas áreas de psicologia ABA, terapia ocupacional e fonoaudiologia, focados no desenvolvimento de crianças com autismo. Se você quer saber mais dos nossos serviços e ser atendido por nós, clique no botão abaixo:
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