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Você já ouviu por aí sobre os tipos de autismo? Essa é uma dúvida bastante comum que pode surgir em familiares e pessoas que estão buscando entender melhor o autismo, principalmente porque no passado, o TEA já foi dividido por alguns tipos.
Porém, atualmente a classificação “tipos de autismo” não é mais usada nos manuais diagnósticos, o que pode gerar confusão entre as pessoas. Mas se o autismo não é mais dividido e nomeado por tipos, qual a maneira correta de falar?
Para ajudar você a entender melhor o assunto e saber exatamente como classificamos o autismo hoje em dia, fizemos esse texto. Continue lendo para aprender tudo que precisa na sua jornada de descoberta do TEA!
O que é autismo?
Antes de entendermos os antigos tipos de autismo e quais eram, é muito importante entendermos o que é esse transtorno. O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que impacta habilidades sociais e outros comportamentos do indivíduo.
Quando traz dificuldades na interação social, o transtorno afetando aspectos como:
- Engajamento ativo;
- Comunicação funcional;
- Regulação emocional.
Crianças e adultos com TEA podem apresentar diferentes níveis de necessidade de suporte. O que significa que, enquanto alguns têm facilidade de realizar qualquer atividade pessoal e da vida diária, outros precisam de apoio para as atividades básicas, como tomar banho, se vestir e se alimentar.
Afinal, existem tipos de autismo?
Hoje em dia, não existem “tipos de autismo” da maneira como muitos imaginam. O que temos atualmente são diferentes níveis de suporte dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA), que refletem a intensidade dos sintomas e as necessidades de cada um.
O termo tipos de autismo também ficou conhecido por conta de antigas nomenclaturas e categorias que fazem parte de manuais e documentos classificatórios que já estão desatualizados; é neles que encontramos a classificação de tipos de autismo.
Hoje em dia, o autismo é chamado de Transtorno de Espectro Autista (TEA), e essa nomenclatura foi feita em 2013 pelo documento DSM-5. Ele também pode ser classificado por níveis 1, 2 ou 3 (leve, moderado ou severo), segundo o CID-11.
Assim, o termo tipos de autismo é usado, muitas vezes, para tornar acessível todas as informações sobre o transtorno, facilitando assim a busca, principalmente, das famílias.
Quais os tipos de autismo?
De acordo com a CID-11 (Classificação Internacional de Doenças – 11.ª revisão), hoje o autismo é classificado por níveis (ou graus) de 1 a 3, que variam e refletem na necessidade de suporte que uma criança necessita para se desenvolver.
- Nível 1: leve – necessidade de pouco apoio;
- Nível 2: moderado – necessidade moderada de apoio;
- Nível 3: severo – muita necessidade de apoio substancial
Vale lembrar que autismo leve, moderado ou severo, são terminologias que fazem parte de uma linguagem coloquial, para assim facilitar o entendimento das pessoas cuidadoras, e tornar acessível à informação para diferentes níveis de jornada e conhecimento.
A CID-11, é um manual organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem como objetivo oferecer uma linguagem comum para que profissionais da saúde de especialidades e países diferentes possam se comunicar sobre transtornos, doenças, lesões e causas de mortalidade. Nele constam informações diagnósticas do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
Como era definido os tipos de autismo na CID-10?
Antes de ser reestruturada, a CID (Classificação Internacional de Doenças – 10a revisão) também apresentava em sua classificação os tipos de autismo. Em sua 10ª edição, o autismo se encontrava na classificação dos Transtornos Globais do Desenvolvimento (F84).
Dessa forma, era possível que uma pessoa fosse diagnosticada com:
- F84.0 – Autismo infantil
- F84.1 – Autismo atípico
- F84.2 – Síndrome de Rett
- F84.3 – Outro transtorno desintegrativo da infância
- F84.4 – Transtorno de hipercinesia associada a retardo mental e a movimentos estereotipados
- F84.5 – Síndrome de Asperger
- F84.8 – Outros transtornos globais do desenvolvimento
- F84.9 – Transtornos globais não especificados do desenvolvimento
Com a mudança, o TEA passou a ser classificado de acordo com a necessidade de suporte de cada pessoa e a gravidade dos sintomas.
É importante lembrar que a necessidade de suporte varia conforme as diferentes idades e também situações em que a criança está inserida, como, por exemplo, quando a família recebeu o diagnóstico, início das terapias com os profissionais indicados e inclusive quando a criança passou a apresentar os sinais de autismo.
Como é definido o autismo no manual DSM-5?
Outro manual de classificação de doenças muito conhecido é o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), utilizado especialmente para a descrição de quadros diagnósticos de saúde mental.
Foi a partir do DSM-5 que o autismo deixou de ser chamado de Transtorno Global de Desenvolvimento, e passou a ser chamado de Transtorno do Espectro do Autismo, além de ser classificado como um dos Transtornos do Neurodesenvolvimento, o qual é caracterizado pelas dificuldades de comunicação e interação social e também os comportamentos restritos e repetitivos.
Temos um texto completo em nosso blog sobre os critérios diagnósticos do DSM-5, vale muito a pena ler para continuar aprendendo!
DSM-4 e os tipos de autismo
Ainda no DSM-4, manual anterior ao DSM-5 (que contém dados mais atualizados sobre o TEA), havia tipos de autismo, sendo divididos em:
- Autismo infantil;
- Síndrome de Asperger;
- Transtorno Desintegrativo da Infância;
- Transtorno Invasivo de Desenvolvimento Sem Definição Específica.
Foi com a mudança do DSM-5 que o termo Síndrome de Asperger deixou de ser utilizado e, aqueles que se enquadraram anteriormente nesse diagnóstico, passaram a ser identificados como autistas com nível de necessidade de suporte 1, coloquialmente chamado de autismo leve.
Quais as classificações do autismo?
É importante lembrar que manuais diagnósticos e classificatórios, como a CID-11 e o DSM-5, são utilizados por profissionais para se comunicarem entre si e para direcionar algumas práticas, intervenções e cuidados necessários.
Existem critérios para compor o manual DSM-5, assim como atualizações de classificação do CID. Eles são atualizados conforme a evolução e pesquisa a respeito do TEA que, felizmente, tem ganhado cada vez mais espaço na ciência.
Apesar do TEA possuir essas classificações, não quer dizer que exista um nível “melhor” do que o outro.
Para todos os níveis de suporte, existe uma equipe de profissionais da fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicoterapia (e muito mais!), que acolhem e intervém com terapias de acordo com as necessidades de cada criança, ela estando no nível leve, moderado ou severo.
Conclusão
O Transtorno do Espectro Autista é um espectro e por isso engloba uma ampla gama de possibilidades de características, refletidas nos três níveis de suporte necessários.
Como o autismo é um transtorno e não uma doença, não existe nenhum tipo de cura, mas sim intervenções precoces e adequadas focadas na individualidade de cada pessoa para garantir desenvolvimento e oportunidades de aprendizado.
Para famílias e pessoas cuidadoras, é essencial entender esses níveis e buscar o suporte adequado para o desenvolvimento infantil e social da criança, garantindo que ela possa atingir seu máximo potencial ao longo da vida.
Aqui na Genial Care acolhemos e cuidamos de crianças com TEA e suas famílias com nosso modelo terapêutico próprio, iniciando o atendimento de crianças até os 6 anos e 11 meses, garantindo suporte contínuo em sua jornada de desenvolvimento a partir dessa idade.
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