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Você sabe o que é autismo? O autismo, ou o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), é um transtorno de desenvolvimento, que se caracteriza por dificuldades na comunicação e interação social.
Se você tem notado atrasos no desenvolvimento infantil do seu filho com idade inferior a 6 anos, ou tem percebido comportamentos atípicos nele, antes de tirar conclusões precipitadas é importante entender alguns pontos importantes como:
- O que é autismo;
- Quais os sinais do TEA;
- Diagnóstico;
- Intervenção (terapias e atendimentos com profissionais para que a criança/pessoa no espectro se desenvolva)
Por isso, nesse texto reunimos algumas informações para auxiliar você que está no início da jornada e busca respostas para promover bem-estar e suporte necessário para seu/sua filho(a).
É importante lembrar que as informações a seguir não dispensam a consulta de um médico especialista para o diagnóstico de autismo, como neuropediatras, psicólogos, neuropsicólogos e uma equipe multidisciplinar que analisará e avaliará da forma necessária.
O que é autismo?
O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento onde a pessoa apresenta dificuldades — principalmente — na comunicação e interação social, e a presença de padrões de comportamentos restritos e repetitivos.
As características mais comuns são: dificuldades em manter uma conexão com outra pessoa (seja pelo olhar ou fala), a presença de movimentos repetitivos e o interesse por um tema ou objeto específico (hiperfoco).
Um dos manuais responsáveis pela definição de autismo é o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª edição) da Associação Americana de Psiquiatria. Nele, a pessoa pode ser diagnosticada com:
- Autismo nível 1: que muitas pessoas vão conhecer como autismo leve. Neste nível, o suporte necessário é menos substancial;
- Autismo nível 2: conhecido como autismo moderado. Exige nível moderado de suporte;
- Autismo nível 3: muitas vezes chamado também de autismo grave. Nesse nível, a necessidade de suporte é considerada mais substancial do que nos outros.
Vale lembrar que esses graus de autismo são realizados com base no nível de suporte que a pessoa precisa para determinadas ações de desenvolvimento. E que até a 4ª edição, o TEA fazia parte dos TGDs Transtornos Globais do Desenvolvimento e suas definições eram diferentes como, por exemplo, a Síndrome de Asperger, autismo clássico e autismo infantil.
Por que o autismo é chamado de TEA?
TEA é uma sigla que significa Transtorno do Espectro Autista. Essa denominação é utilizada porque o autismo é um transtorno que apresenta amplas singularidades e níveis de suporte, o que faz com que ele seja considerado um “espectro” de condições.
Além disso, a palavra “espectro” sugere que o autismo é composto por diversas características, que podem se manifestar em diferentes níveis em cada indivíduo.
O uso da sigla TEA é uma forma mais abrangente e atual de se referir ao autismo, ao reconhecer a diversidade de sinais e apresentações clínicas desse transtorno, e evita a utilização de termos desatualizados e estigmatizantes, como “distúrbio autista” ou “autismo clássico”.
O que são comorbidades?
Em alguns casos, o TEA vem associado a alguma outra condição como:
- Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH);
- Transtorno de Déficit de Atenção (TDA);
- Deficiência intelectual;
- Epilepsia.
O que é conhecido como comorbidades na área médica. Muitas vezes, o diagnóstico de autismo pode vir acompanhado de comorbidades, as quais são outras condições associadas ao TEA e que, quando identificadas, mudam a forma de tratamento e intervenção propostas para garantir melhor qualidade de vida e desenvolvimento do indivíduo.
Quais as causas do autismo?
As causas do autismo continuam sendo estudadas, mas já sabemos que a genética e os fatores ambientais têm um papel importante no transtorno.
Por ser um transtorno comportamental, seus primeiros sinais podem surgir no início do período de desenvolvimento da criança (primeira infância). Essas características mudam a maneira como ela enxerga o mundo e interage com os outros.
Como autismo não é doença, e não tem cura, não é possível identificá-lo durante os exames do pré-natal e nem em ultrassonografias. Porém, muitos estudos já publicados entendem que alguns fatores podem contribuir para a condição, como:
- Idade avançada da mãe;
- Exposição a drogas durante a gravidez;
- Fatores genéticos;
- Hereditariedade;
- Entre outros fatores.
Sinais de autismo
Os sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente envolvem dificuldades na comunicação social, interação social e comportamento.
- Dificuldade na comunicação: a pessoa pode ter dificuldades em iniciar ou manter conversas, compreender figuras de linguagem, interpretar expressões faciais e linguagem corporal, ou pode apresentar repetição de palavras ou frases (ecolalia).
- Dificuldade na interação social: a pessoa pode não gostar de interagir com outras pessoas, ter dificuldade em compartilhar experiências, preferir ficar sozinha, ou pode ter dificuldades em compreender regras sociais implícitas.
- Até 1 ano e meio, a criança com autismo não costuma fazer contato visual com seus pais, cuidadores e demais pessoas
- Comportamento repetitivo: a pessoa pode apresentar comportamentos repetitivos, como balançar o corpo, girar objetos ou alinhar objetos de maneira precisa, bem como pode ser muito rígida em relação a rotinas e atividades.
- Até repetir automaticamente uma frase ou palavra que ouviu sem nenhum contexto de comunicação
- Sensibilidade sensorial: a pessoa pode apresentar uma sensibilidade aumentada ou diminuída a sons, luzes, texturas e gostos.
- Interesses restritos: a pessoa pode apresentar interesses restritos e intensos em um assunto específico, podendo se apegar a rotinas e padrões específicos.
- Atraso na fala e outros sinais de atraso no desenvolvimento infantil.
Entre outros sinais que, em conjunto, precisam ser observados pelos pais e informados ao pediatra para haver uma intervenção precoce o mais rápido possível.
É importante lembrar que esses são apenas exemplos de sinais e que cada indivíduo com TEA é único, podendo apresentar diferentes combinações de sinais e graus de severidade. Se você suspeita que uma pessoa possa estar no espectro autista, é importante buscar avaliação profissional especializada para um diagnóstico preciso.
Como é realizado o diagnóstico?
Só quem pode dar diagnóstico de TEA é um médico com apoio de toda uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde que costuma ser composta por:
- Neuropediatra (neurologista infantil);
- Neurologista;
- Neuropsicólogo;
- Psiquiatra infantil;
- Psicólogo;
- Fonoaudiólogo;
- Terapeuta ocupacional.
Como não há exames, por não se tratar de uma doença, a equipe médica precisa identificar o Transtorno do Espectro do Autismo por meio de sinais de autismo observados, testes e entrevistas com as famílias.
É importante destacar que os testes para autismo que você encontra na internet não servem para diagnosticar ninguém. E os médicos fazem testes para diagnósticos com base na ciência e análises clínicas, seguindo protocolos validados. Aqui em nosso blog falamos sobre a escala M-CHAT, que ajuda a alertar e orientar os pais que percebem os sinais.
Em relação à intervenção, ela pode ser realizada antes mesmo que a equipe multidisciplinar faça o diagnóstico de TEA, e muitas vezes isso é indicado. Isso porque uma criança com autismo pode se desenvolver e aprender como qualquer outra criança, porém é necessário que ela seja estimulada de maneira correta e com estratégias que fazem sentido.
Como se preparar para a consulta médica?
Assim como você não esconde nada sobre o seu filho nas consultas com o pediatra, o mesmo deve ser feito quando você acredita haver sinais de TEA e você a leva ao neuropediatra ou neurologista infantil.
Confira o que os pais ou cuidadores devem fazer antes de ir ao médico, aproveitar ao máximo a primeira consulta e todas as outras:
- Anote todos os comportamentos da criança que você entende como incomuns, colocando data, tempo de duração e frequência e leve para a primeira consulta com o neuropediatra
- Leve documentos que possam agregar aos seus relatos como, por exemplo, relatórios do colégio do seu filho e até mesmo registros em vídeos do que você acha que são sinais de autismo
- Para não esquecer nada, é importante também levar todas as suas dúvidas em relação aos comportamentos do seu filho e sobre o TEA por escrito
- Não deixe de esclarecer suas dúvidas mesmo que possa parecer algo óbvio ou que você considere sem importância
Conclusão
Como vimos, autismo é um transtorno de desenvolvimento que se manifesta de forma única em cada indivíduo. As características mais comuns incluem dificuldades na comunicação e interação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos.
Trabalhamos com intervenções e resultados que prezam pelo rigor clínico e evidência científica em primeiro lugar. Assim, criamos um serviço focado na individualidade de cada criança e suas dificuldades de aprendizagem e habilidades e no cenário familiar no qual ela está inserida.
A Genial Care é uma rede de cuidado de saúde atípica de crianças com autismo e suas famílias. Aqui, oferecemos intervenção de qualidade (ABA + fonoaudiologia + terapia ocupacional) e orientação parental para as pessoas cuidadoras saberem o que fazer e como agir no dia a dia com a criança.
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