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Você já ouviu falar em Transtornos Invasivos do Desenvolvimento? Esses distúrbios, também conhecidos pela sigla TID, se referem a dificuldades acentuadas na socialização e comunicação, com início precoce e que impactam várias áreas do desenvolvimento.
Eles se opõem aos Transtornos do Desenvolvimento Específicos (TDE), e eram um grupo de cinco transtornos caracterizados pelos atrasos no desenvolvimento de múltiplas funções básicas, englobando todas as antigas nomenclaturas dos transtornos do espectro autista e a Síndrome de Rett.
Assim, até a 10ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), da Organização Mundial da Saúde, o autismo era considerado um TID e estava dentro do que chamamos de “Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD)”. No entanto, assim que o CID-11 entrou em vigor, o autismo passou a ter uma classificação própria dentro do que hoje conhecemos como Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Neste artigo, explicamos mais sobre os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, sua relação com autismo e outras informações.
O que é Transtorno Invasivo do Desenvolvimento?
No artigo ‘Transtornos Invasivos do Desenvolvimento não-autísticos: síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância e transtornos invasivos do desenvolvimento sem outra especificação’, os autores Schwartzman, Mercadante e Van der Gaag afirmam que o TID inclui manifestações em três domínios: social, da comunicação e do comportamento.
“A interação social está qualitativamente prejudicada, bem como as habilidades de comunicação. O padrão de comportamento e os interesses são limitados, tendendo a ser repetitivos e estereotipados”, descrevem.
O termo TID surgiu no final da década de 1960, mas vinha ganhando relevância desde 1950, com a definição do psiquiatra Leo Kanner sobre autismo e a descoberta de outros transtornos, como a síndrome de Rett, a Síndrome de Asperger e o transtorno desintegrativo.
Quais são os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento?
Como falamos, a categoria de “Transtornos Invasivos do Desenvolvimento” incluía:
- Autismo;
- Síndrome de Asperger;
- Síndrome de Rett;
- Transtorno Desintegrativo da Infância.
- Existe ainda uma categoria conhecida como TID-SOE, sigla para Transtorno Invasivo do Desenvolvimento – sem outra especificação.
De acordo com o pesquisador Kaplan, esses transtornos são condições psiquiátricas nas quais as habilidades sociais, o desenvolvimento da linguagem e os aspectos comportamentais esperados para uma criança não se desenvolvem ou então são perdidos no início da infância.
Quais são as causas dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento?
Assim como para o autismo, não existe nenhuma causa definida para os TID, apenas estudos e pesquisas feitas sobre o tema. Dessa forma, estima-se que esses transtornos apresentem causas neurobiológicas, podendo se manifestar de maneira isolada ou a partir de uma condição médica prévia, que pode ser:
- Infecção pré-natal;
- Síndrome fetal alcoólica;
- Síndrome de Down;
- Síndrome de Williams;
- Síndrome de Angelman;
- Síndrome do X-frágil.
Além disso, existem evidências de que fatores familiares podem estar diretamente ligados aos casos de TID.
Autismo e TID são a mesma coisa?
Como explicamos no início do texto, até o CID 10, o autismo era considerado um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento. Isso incluía também as diferentes classificações para o diagnóstico, como:
- Autismo infantil
- Síndrome de Asperger
- Autismo atípico
No entanto, a partir da publicação da 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), da Associação Americana de Psiquiatria, e do CID-11, o autismo passou a ser classificado dentro do que hoje é chamado de Transtorno do Espectro Autista (TEA), é dividido de acordo com níveis de necessidade de suporte que variam entre:
Como é feito o diagnóstico do Transtorno Invasivo do Desenvolvimento?
Assim como o diagnóstico de TEA, os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID) só podem ser identificados e laudados com a observação do comportamento do indivíduo. Além disso, os relatos de familiares e pessoas próximas à criança também podem contribuir para que os sinais de atraso no desenvolvimento sejam avaliados.
Da mesma forma, precisam ser realizadas avaliações que envolvam o campo linguístico e neuropsicológico. Podem também ser realizados exames complementares, como estudos de cromossomos e neuroimagem para auxiliar no diagnóstico.
Alguns dos hábitos que podem ser reparados nas pessoas com Transtornos Invasivos do Desenvolvimento são:
- Apego à rotina;
- Seletividade alimentar;
- Pouca ou nenhuma sensação de dor;
- Pequenos toques ou estímulos aleatórios podem levar a agitação, ou choro;
- Dificuldade com o uso ou entendimento da linguagem;
- Barreiras relacionadas a pessoas, eventos ou objetos;
- Maneiras incomuns de brincar com determinados brinquedos ou objetos;
- Alteração a respostas do som, como hipersensibilidade.
Tratamentos e intervenções
As intervenções para o TID são realizadas por uma equipe multidisciplinar. E assim como acontece com o autismo, é preciso identificar as singularidades do indivíduo para que as estratégias criadas ajudem na promoção de uma melhor qualidade de vida.
Por meio de uma avaliação inicial, o time profissional irá traçar estratégias que permitem ensinar novas habilidades e aproveitar oportunidades de aprendizado para o desenvolvimento como um todo.
Todas as intervenções são feitas focadas no aprimoramento do bem-estar e ganho de autonomia e independência para as atividades diárias. Lembre-se que quanto antes forem iniciadas as intervenções terapêuticas, melhores serão os resultados e evoluções da criança ao longo do tempo.
Por isso, não deixe de conversar com o especialista de saúde da sua criança e entender o que pode ser feito para que ela consiga criar caminhos extraordinários durante a vida.
Que tal continuar aprendendo sobre autismo com os textos disponíveis no nosso blog? Temos diversos conteúdos para você entender melhor aspectos do TEA e ter informações verdadeiras sobre esse tema.
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