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A Terapia Ocupacional (TO) é uma das abordagens terapêuticas mais importantes para o desenvolvimento de crianças com Transtorno do Espectro Autista. Sabemos que o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que muda como as pessoas, sentem, veem e interagem com o mundo.
Essa disciplina, altamente benéfica, visa promover, manter e desenvolver habilidades necessárias para as crianças conseguirem se adaptar funcionalmente ao dia a dia e em diferentes ambientes, como em casa e na escola, por exemplo.
Focando nas singularidades de cada criança e entendendo seu desenvolvimento físico, emocional, sensorial e cognitivo, a terapia ocupacional ajuda em diversos momentos importantes para a criança, seja ela atípica ou neurotípica.
Este guia completo foi pensado especialmente para famílias, cuidadores e profissionais da saúde que desejam entender melhor o papel da Terapia Ocupacional no autismo. Saiba como ela funciona e qual sua importância para o desenvolvimento e suporte de pessoas no espectro, além dos benefícios dessa especialidade na rotina de todo o núcleo familiar. Confira!
O que é Terapia Ocupacional?
A terapia ocupacional é um campo de conhecimento e de intervenção em saúde, educação e esfera social. Essa é uma das intervenções mais conhecidas para o autismo.
Seu objetivo se concentra na ajuda às pessoas a desenvolverem as habilidades necessárias para desempenhar as atividades diárias de forma independente e autônoma e, portanto significativa.
Segundo o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), o terapeuta ocupacional atua para promover a funcionalidade e a independência por meio de atividades terapêuticas significativas.
Isso quer dizer que ela ajuda na promoção, desenvolvimento e manutenção das atividades funcionais da rotina. Para pessoas com TEA, isso pode incluir tarefas como vestir-se, comer, comunicar-se e participar de atividades sociais, por exemplo.
Normalmente indicada por profissionais que fazem o diagnóstico de autismo e junto à Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e Fonoaudiologia, ela pode auxiliar a criança em várias áreas de desenvolvimento.
Essa disciplina reúne tecnologias orientadas para a autonomia de pessoas que apresentam desafios em uma participação da vida social. Isso acontece, muitas vezes, porque esses indivíduos têm alguma alteração:
- Física;
- Sensorial;
- Cognitiva;
- Psicológica;
- Social.
Além disso, profissionais de terapia ocupacional podem ajudar pessoas a desenvolver:
- Autonomia;
- Autoestima;
- Autoconfiança;
- Autorregulação;
- Interação social.
Assim, profissionais desta área podem ser responsáveis tanto por auxiliar a desenvolver habilidades necessárias para a pessoa realizar atividades do dia a dia, quanto desenvolver estratégias de regulação sensorial e emocional.
Isso é: avaliar os déficits de processamento sensorial para identificar barreiras na aprendizagem.
Vale ressaltar ainda que, profissionais que atuam com essa especialidade precisam ter formação acadêmica superior e ser capacitados para atuar em todos os níveis de atenção à saúde, de todas as faixas etárias.
Qual a importância da terapia ocupacional para o autismo?
A Terapia Ocupacional é uma área da saúde que trabalha para ajudar pessoas a desenvolverem, recuperarem ou manterem habilidades necessárias para as atividades de vida diária.
No caso de crianças com TEA, essas ocupações envolvem desde brincar, se alimentar, se vestir, interagir com outras pessoas, até frequentar a escola e lidar com estímulos sensoriais.
Assim, quando pensamos no autismo, a TO é fundamental porque atua diretamente nos desafios que interferem no cotidiano da criança.
Ao observar as barreiras sensoriais, motoras e cognitivas, o terapeuta ocupacional planeja intervenções individualizadas que auxiliam a criança a conquistar autonomia e participar da vida em sociedade de forma mais funcional, autônoma e segura.
Dessa forma, os terapeutas ocupacionais desempenham um papel fundamental no apoio às pessoas com autismo, ajudando-as a desenvolver habilidades sociais, emocionais e motoras necessárias para uma vida independente e autônoma.
Por meio de abordagens baseadas em evidências científicas e focadas nas necessidades individuais no espectro, os terapeutas ocupacionais trabalham para identificar e desenvolver planos de intervenção personalizados.
Temos um texto completo sobre a importância da TO de forma nacional. Clique aqui para ler agora mesmo!
Desafios que a terapia ocupacional pode ajudar no autismo
Quando ouvimos falar em terapia ocupacional no autismo, é muito comum pensar nas terapias de integração sensorial. Isso porque muitas pessoas no TEA apresentam hiper e hipossensibilidade aos estímulos do mundo. Ou seja, processam os estímulos de forma mais ou menos intensa.
A integração sensorial é uma das formas de dar suporte para as pessoas autistas em relação a essa percepção alterada dos estímulos.
Mas não é só esse o apoio e papel de terapia ocupacional. Outra grande contribuição para o desenvolvimento está relacionada às atividades de vida diária.
Atividades de Vida Diária (AVDs)
Atividades de Vida Diária (AVDs), são ações que todos os seres humanos fazem em seu dia a dia que são fundamentais para o cuidado consigo mesmo e a manutenção da saúde e do bem-estar. São englobadas atividades como:
Dentro disso, algumas das principais atividades que a terapia ocupacional se encarrega de ensinar a criança são:
- Ir ao banheiro;
- Arrumar o cabelo;
- Colocar os sapatos;
- Escovar os dentes.
Essas habilidades não são vistas somente como rotineiras e automáticas, mas também como expressões de independência, identidade e participação social.
Além dessas atividades de cuidado diário, também é possível trabalhar no desenvolvimento da coordenação motora em atividades como:
- Subir e descer escadas com equilíbrio;
- Pular com os dois pés;
- Jogar e segurar a bola com as duas mãos;
- Segurar o lápis com a mão para escrever.
Vale reforçar que essas atividades vão ter o papel de ajudar crianças com qualquer nível de necessidade de suporte no autismo.
Hipersensibilidade e Hipossensibilidade Sensorial
Crianças autistas podem ter reações alteradas aos estímulos do mundo, como: sons, luzes, texturas e cheiros. Dessa forma, a TO ajuda a regular essas respostas por meio da Integração Sensorial, promovendo bem-estar e reduzindo comportamentos desafiadores ligados à sobrecarga ou à busca por estímulos, que podem ser exagerados ou menores a depender se naquele sentido a pessoa processa os estímulos mais fortes ou mais fracos. Chamamos esse processamento e percepção de:
- Hiperresponsividade ou Hipersensibilidade: é quando a pessoa sente demais os estímulos. Por isso, os sons podem ser, por exemplo, mais fortes e estímulos visuais muito fortes;
- Hiporresponsividade ou Hipossensibilidade: já aqui, a pessoa sente os estímulos do mundo de forma mais branda.
A alteração sensorial pode ser diferente nos diferentes órgãos do sentido, por exemplo, uma pessoa é mais hiper auditivamente e mais hipo nas sensações táteis.
Desfralde no autismo
A terapia ocupacional é uma especialidade muito importante quando pensamos no desfralde de crianças autistas.
O desfralde diz respeito ao período em que o bebê vai parar de usar as fraldas por ser capaz de controlar seus esfíncteres, como são chamados os músculos responsáveis por segurar e liberar a saída da urina e do cocô.
Quando pensamos em crianças com TEA, o período de desfralde costuma envolver dúvidas e ansiedade para os cuidadores e é um grande momento quanto a autonomia e independência para a criança.
Por isso, o terapeuta ocupacional avalia cada caso da criança, para entender se ela está pronta ou não para deixar de usar a fralda. Entende-se por estar pronta ela ser capaz de perceber os sinais do seu corpo, ter um mínimo de comunicação, controle esfincteriano.
Podem ser feitas tentativas de desfralde, que podem ser retomadas futuramente caso a criança demonstre não estar pronta. O terapeuta ocupacional precisa estabelecer metas e estratégias, respeitando o caso de cada criança e realidade da família.
Importante lembrar que o desfralde é um processo e que a retirada da fralda é o final dele.
Continue aprendendo sobre desfralde no autismo. Leia nosso texto completo sobre o assunto!
Dificuldades de coordenação motora
A coordenação motora é parte fundamental do nosso desenvolvimento como pessoas. Essa é uma habilidade fundamental que se desenvolve desde os primeiros anos de vida e continua a ser aprimorada ao longo da adolescência e da vida adulta.
Ela envolve o controle dos movimentos do corpo, permitindo que executemos tarefas desde simples, como pegar um objeto, até mais complexas, como praticar um esporte.
Muitas crianças com TEA apresentam alterações motoras tanto na motricidade fina (usar talheres, escrever) quanto grossa (pular, correr). A terapia ocupacional propõe atividades lúdicas, funcionais e suportes adequados que desenvolvem essas habilidades de forma gradual e respeitosa.
Questões comportamentais
Compreender o comportamento de uma criança com TEA envolve reconhecer como ela interage com o mundo de forma sensorial e emocional.
Antes de mais nada, é importante lembrarmos que todos vivemos em um mundo sensorial, e que é a partir das sensações que damos sentido e significado as experiências que vivemos.
E quando pensamos em pessoas TEA, para compreender o comportamento, envolve reconhecer como interage com o mundo, e nesse sentido, os sentidos e as questões emocionais podem estar diretamente relacionadas.
Ao entender e identificar gatilhos, é possível reduzir estresse e promover estratégias de autorregulação para várias situações cotidianas.
Pense em uma criança que percebe os estímulos do mundo de forma alterada, tem o comportamento de chorar, gritar e se opor a escovas os dentes toda vez que vai escovar os dentes.
Há uma comunicação presente de um desconforto desse corpo, que deve ser validada e a criança deve receber o suporte adequado para esse contexto.
A terapia ocupacional irá tanto identificar essas possíveis disfunções como estabelecer estratégias para a criança conseguir vivenciar esse momento de forma mais confortável.
Quais os métodos de terapia ocupacional no autismo?
Para iniciar as intervenções, os profissionais de Terapia Ocupacional avaliam as dimensões motoras, sensoriais e funcionais dos comportamentos do indivíduo no dia a dia, planejando a partir daí as melhores estratégias de intervenção para a pessoa
Durante as sessões, os terapeutas ocupacionais utilizam tecnologias e atividades diversas para desenvolver habilidades que serão utilizadas no dia a dia da pessoa. Há um foco grande quanto a dar ferramentas para a execução da habilidade no ambiente em que ela ocorre naturalmente
Assim, são elaborados planos específicos que buscam desenvolver na criança com o objetivo de ampliar as possibilidades de desenvolver os recursos necessários para tornar o cotidiano dela mais autônomo e saudável.
Por meio disso, são criadas condições que estimulam o bem-estar e a autonomia ao longo de todos os comportamentos. Alguns exemplos de métodos mais usados são:
Integração Sensorial
A Integração Sensorial(IS) é uma abordagem muito conhecida quando pensamos na terapia ocupacional no autismo. A percepção e integração sensorial é o processo pelo qual o cérebro organiza e interpreta informações sensoriais do ambiente e do próprio corpo.
Na Terapia Ocupacional, a abordagem de Integração Sensorial tem como objetivo auxiliar na percepção e regulação de sensações, o que da base para o desenvolvimento dessa organização interna de uma forma que possibilite a pessoa a:
- Conseguir discriminar e interpretar os estímulos sensoriais
- Organizar e regular o próprio comportamento a partir do que foi processado através dos estímulos percebidos.
- Planejar e executar respostas motoras no dia a dia
- Manter os níveis de alerta requeridos para uma determinada atividade
Assim, essa integração tem como objetivo fornecer experiências terapêuticas estruturadas e cuidadosamente planejadas para desenvolver e aprimorar a forma como o cérebro processa e integra as informações sensoriais recebidas pelo ambiente.
Um exemplo simples é o ato de comer uma laranja. Imagine que ao descascar essa fruta você sente a textura em suas mãos, o cheiro, observa cada detalhe (a cor, o formato, etc) até sentir o gosto na boca.
Todas essas informações juntas criam a experiência completa no ato de comer uma laranja.
É exatamente através dessas experiências, e da interação com o mundo, que as pessoas conseguem integrar todos os estímulos sensoriais, uma vez que estas sensações dão significado para a atividade que está sendo realizada.
EASI: protocolo avaliativo de Integração Sensorial
O EASI (Evaluation in Ayres Sensory Integration ou Avaliação da Integração Sensorial de Ayres) é um protocolo de avaliação desenvolvido por Zoe Mailloux e seus colaboradores. Assim, ele é uma das ferramentas avaliativas da Integração Sensorial de Ayres.
Ele foi projetado para avaliar as funções sensoriais e motoras em crianças de forma abrangente e precisa. Assim, o EASI é um conjunto de 20 testes criados para medir funções centrais da integração sensorial.
Práxis
A Práxis é a sabedoria do fazer, ou seja, ela é um processo neurológico que sustenta a capacidade de idealizar, planejar e executar ações motoras com intenção.
Envolve a percepção, a cognição e a coordenação do movimento, sendo essencial para atividades cotidianas como se vestir, escrever, brincar e até mesmo para a interação social.
A Práxis foi conceituada por Ayres, em 1985, como a inteligência do fazer. Refere-se aos processos cognitivos que possibilitam o comportamento adaptativo.
Podemos dizer então que práxis é a habilidade pela qual descobrimos como usar nossas mãos e corpo em tarefas especializadas, como usar utensílios, como um lápis ou garfo; construir uma estrutura, seja uma torre de blocos de brinquedo ou uma casa; organizar um quarto ou se envolver em muitas profissões.
Dessa forma, podemos entender que a praxia é a relação entre a cognição e o motor, entre o que quero fazer e o ato de fazer, sendo a interação do ser humano com o meio.
Ou seja, um conjunto de processos neurológicos que envolvem reações motoras automáticas e que permite o ajuste de movimentos para melhora do desempenho motor.
Desenvolvimento e treinamento de habilidades sociais
Tanto o processamento sensorial quanto o planejamento motor têm influência direta em como uma pessoa irá viver as relações e o ambiente social. A forma como a pessoa irá perceber os estímulos recebidos assim como interpretar e responder irá impactar diretamente a forma de comunicação e de conexão emocional com os outros.
As alterações de percepção sensorial podem levar a pessoa a não perceber alguns estímulos importantes para troca social assim como se sobrecarregar com outros estímulos.
As dificuldades motoras de base sensorial e de práxis podem levar a uma insegurança social e impactar diretamente a atividade sendo realizada com o outro.
A Terapia Ocupacional irá dar suporte para o desenvolvimento das habilidades sociais:
- Ofertando estratégias para a pessoa conseguir se manter regulada quando na interação com o outro
- Desenvolvendo habilidades motoras de forma que a pessoa consiga realizar as atividades junto com o outro, assim como aumentar sua confiança para tal execução
- Através de orientações, auxiliar na adaptação do ambiente social para as demandas sensoriais da pessoa
Todas essas estratégias levarão não apenas a pessoa conseguir participar das situações sociais de forma mais independente como auxiliam no desenvolvimento de segurança, autoestima e assim desejo de participação social.
ABA e Terapia Ocupacional no autismo
A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é uma ciência comprometida em desenvolver conhecimento e estratégias para lidar com questões socialmente relevantes de qualquer natureza.
Profissionais especialistas em terapia ocupacional também são responsáveis por trabalhar o ensino dessas habilidades para crianças com autismo. Isso porque esta área tem como objetivo promover o desenvolvimento de habilidades do dia a dia.
Ou seja, o terapeuta ocupacional é o responsável por analisar a tarefa e correlacionar aspectos do contexto, do ambiente, da exigência da tarefa e das habilidades da criança para definir a melhor estratégia de ensino.
Dessa forma, integrar ABA e Terapia Ocupacional pode oferecer uma abordagem abrangente e eficaz para ensinar habilidades de atividades de vida diária no autismo. Isso garante um plano de intervenção colaborativo entre as diversas especialidades e que abarcará de forma efetiva diferentes demandas.
Sentidos Sensoriais
Os 8 sentidos do corpo humano desempenham papéis fundamentais no desenvolvimento infantil, fornecendo as bases sensoriais necessárias para o crescimento motor, cognitivo, emocional e social das crianças.
Quando falamos da integração sensorial estamos falando do processo pelo qual o cérebro organiza e interpreta as informações sensoriais recebidas do ambiente.
Dessa forma, os 8 sentidos do corpo humano estão diretamente ligados ao processo da integração sensorial, uma vez que para agir no mundo, integramos essas informações de forma a organizar nosso comportamento, como base para o desenvolvimento das habilidades motoras, de concentração e muitas outras.
Por isso é tão importante entender quais são os sentidos do corpo e como eles estão ligados a questões sensoriais e da terapia ocupacional. Nossa TO Alessandra Peres construiu um texto completo sobre os 8 sentidos do corpo humano, que tal ler e continuar aprendendo?
Déficit na percepção visual no autismo
A percepção visual está diretamente ligada ao aprendizado e desenvolvimento da comunicação social de uma pessoa.
Baseada na psicologia das formas chamada de Gestalt, essa percepção visual está associada a um conjunto de princípios visuais que nos ajuda a selecionar, organizar e dar significado ao que está sendo visto.
Essa habilidade faz parte de um trabalho cognitivo complexo, que precisa ser aprimorado desde a infância. Isso porque, com todos os aprendizados, estímulos e referências visuais ao longo da vida, nosso cérebro vai aprendendo a decifrar e criar significado a tudo que vemos, de forma coerente e coesa.
Assim, o déficit na percepção visual pode causar grande impacto no desenvolvimento de crianças com TEA, já que ele contribui para falta de compreensão do que está sendo visto e experienciado.
Isso acontece porque quando em déficit, pode levar a pessoa a ter dificuldade de reconhecer, processar, organizar e interpretar as imagens visuais, o que influencia na forma como respondemos a uma demanda/situações do ambiente. A informação visual é essencial para antecipações de ações e de movimentos na interação com o ambiente.
É aqui que entra o Terapeuta Ocupacional.
Com uma avaliação inicial, entendendo qual o repertório e nível de necessidade e suporte da criança, esses profissionais podem proporcionar estratégias que incentivam a melhora dessa percepção por meio de brincadeiras e exercícios ao longo da terapia.
Benefícios da terapia ocupacional no autismo
A terapia ocupacional no autismo oferece vários benefícios notáveis para pessoas no espectro.
Com o apoio de terapeutas ocupacionais especializados, crianças e adultos com TEA podem conquistar uma maior independência e qualidade de vida, diminuindo comportamentos desafiadores de maneira mais eficaz e significativa.
Alguns dos benefícios mais notáveis da terapia ocupacional no autismo são:
- Desenvolvimento de habilidades motoras: muitas crianças com TEA enfrentam desafios no desenvolvimento de habilidades motoras finas e grossas. A terapia ocupacional pode ajudá-las a melhorar o controle motor e a coordenação, o que é fundamental para todas as tarefas diárias como escrever, amarrar os sapatos e comer com talheres;
- Melhoria da comunicação: a terapia ocupacional no autismo também pode ser valiosa no desenvolvimento da comunicação. Terapeutas ocupacionais trabalham em estreita colaboração com fonoaudiólogos para ajudar as crianças a desenvolverem habilidades de comunicação. O que pode ser muito valioso em situações de necessidade de expressão do que a pessoa está sentindo e precisando.
- Apoio na integração sensorial: muitas pessoas com TEA têm diferenças sensoriais significativas. A terapia ocupacional pode ajudar a criança a compreender e lidar melhor com as sensações que podem ser difíceis a partir de como a criança processa o mundo.
- Promoção da autonomia: a terapia ocupacional visa capacitar pessoas com TEA a serem mais autônomas. Isso envolve o desenvolvimento de habilidades de autocuidado, como vestir-se e cuidar da higiene pessoal, por exemplo.
- Habilidades sociais: a terapia ocupacional no autismo pode ser uma parte integrante do desenvolvimento de habilidades sociais, ajudando as crianças com TEA a se envolverem em interações sociais significativas e a compreenderem as nuances da comunicação social.
Onde um terapeuta ocupacional pode trabalhar?
A atuação do terapeuta ocupacional vai muito além dos atendimentos em clínicas tradicionais. Com a crescente presença da tecnologia na área da saúde, novas frentes de trabalho estão surgindo — especialmente para quem deseja atuar com crianças autistas e fazer parte de um ecossistema de inovação.
Na prática clínica, o TO pode atuar em:
- Hospitais e centros de reabilitação;
- Clínicas de intervenção para autismo;
- Atendimento domiciliar (home care);
- Escolas e instituições de ensino inclusivo.
Mas o futuro da profissão também passa pelas healthtechs — empresas de tecnologia voltadas para saúde — como a Genial Care. Nelas, o terapeuta ocupacional encontra um novo jeito de atuar, com o suporte de ferramentas digitais, equipes integradas e uma abordagem centrada na jornada da família.
Você pode ler tudo sobre como é ser terapeuta ocupacional em uma healthtech em nosso texto do blog. Nesse conteúdo, 2 terapeutas ocupacionais do time clínico da Genial Care contam suas perspectivas e experiências.
Existem várias responsabilidades de um profissional de terapia ocupacional que colaboram com o desenvolvimento infantil atípico e que são capazes de promover ações que estejam relacionadas ao ganho de repertório da criança.
Entre elas estão:
- Avaliação precisa e individualizada;
- Desenvolvimento de estratégias terapêuticas individuais;
- Promoção da independência e bem-estar;
- Suporte para desenvolvimento das atividades de vida diária;
- Comunicação e parceria com pais e pessoas cuidadoras.
Entenda melhor cada uma delas e como são feitas clicando aqui.
Estratégias de autocuidado para terapeutas
Todos os seres humanos sentem o mundo de forma muito particular. Faz parte da autonomia e da independência saber manejar nossas emoções, e o manejo das emoções vem a partir da capacidade de regularmos o nosso sistema nervoso.
Para conseguir dar suporte a uma criança autista, o terapeuta precisa ser capaz de se autorregular para ser, de fato, um suporte para essa criança.
O autocuidado é uma necessidade fundamental para preservarmos a saúde mental, física e emocional. Afinal, como você poderá ser pilar de apoio e transformação para as crianças se não cuidar de si?
Ao olhar para si e entender sinais de necessidade de regular seu próprio corpo é possível mudar o caminho e construir uma mentalidade mais positiva, preparada para enfrentar os desafios de maneira mais eficaz.
Essa é uma necessidade para oferecer o melhor apoio às crianças com autismo e até mesmo desenvolvimento pessoal. Olhar para si e entender quais são os recursos que o corpo necessita para estar bem, é importante para conseguir continuar a cada dia.
Priorizar seu próprio bem-estar é fundamental para continuar desempenhando um papel efetivo no cuidado dos outros. Então, tudo bem sentir essas emoções, o importante é saber o que fazer com elas.
Temos um texto que cita 5 estratégias de autocuidado para terapeutas que trabalham com crianças autistas. Leia agora mesmo e saiba quais são!
Terapeutas Ocupacionais: preencham já nosso formulário e seja parceiro da Rede Genial
Na Genial Care, a Terapia Ocupacional é parte de um ecossistema clínico completo. Atuamos com equipe multidisciplinar para oferecer o melhor desenvolvimento possível para cada criança.
Se você é um profissional da Terapia Ocupacional e busca uma oportunidade inovadora para fazer a diferença na vida de crianças com autismo e suas famílias, a Rede Genial de Terapeutas é o lugar perfeito para você.
Somos uma rede de cuidado de saúde atípica referência na América Latina. Especializada no cuidado e desenvolvimento de crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e suas famílias.
Unimos modelos terapêuticos avançados, suporte educacional e tecnologia própria para maximizar a qualidade de vida e o bem-estar de todas as pessoas envolvidas no processo de intervenção. Existimos para garantir que toda criança atinja o seu máximo potencial.
Oferecemos um ambiente de trabalho colaborativo, infraestrutura moderna e recursos atualizados para o desenvolvimento profissional contínuo.
Além disso, você terá a chance de ser parceiro de uma equipe experiente de especialistas, incluindo psicólogos e fonoaudiólogos, proporcionando uma abordagem abrangente e integrada em todo o processo.
Se você deseja ser um terapeuta parceiro de uma equipe apaixonada por transformar vidas e contribuir para o avanço da Terapia ocupacional no autismo, acesse nossa página clicando no banner abaixo:
Conclusão
Quando falamos da terapia ocupacional no autismo, entendemos que essa especialidade desempenha um papel essencial na melhoria da qualidade de vida de pessoas com TEA, ajudando-as a desenvolver habilidades que lhes permitem viver de forma mais independente e significativa.
Lembre-se de que cada pessoa é única, e um terapeuta ocupacional especializado pode criar um programa personalizado para atender às necessidades específicas da pessoa autista.
Com uma abordagem centrada na funcionalidade e na individualidade, ela promove autonomia, bem-estar e inclusão. Famílias que contam com esse suporte colhem resultados concretos — e mais do que isso, constroem uma vida com mais qualidade e propósito.
Se você quer saber mais sobre como funcionam os atendimentos da Genial Care ou deseja marcar conversar com nossa equipe, clique no botão abaixo:
3 respostas para “Terapia Ocupacional no autismo: guia completo para desenvolvimento e autonomia”
Eu amei todo conteúdo!!
Olá, Jaria. Como vai? Esperamos que muito bem.
Nós que agradecemos. É muito gratificante saber que nosso conteúdo te agradou. Estamos aqui para isso.
Abraço.
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