Índice de Conteúdos
Quando se trata do desenvolvimento e bem-estar das crianças com autismo, a equipe multidisciplinar desempenha um papel fundamental. Nesse sentido, um terapeuta ocupacional é um dos profissionais essenciais para as intervenções da criança.
Isso porque, a terapia ocupacional no autismo foca em promover, manter e desenvolver habilidades necessárias para que as crianças consigam se adaptar de forma funcional ao dia a dia e em diferentes ambientes, como em casa e na escola, por exemplo.
Dessa forma, um terapeuta ocupacional é peça-chave na jornada de intervenção e apoio às crianças autistas, olhando para as suas singularidades e entendendo seu desenvolvimento físico, emocional, sensorial e cognitivo.
Neste artigo, vamos entender melhor as responsabilidades e o papel que um terapeuta ocupacional desempenha no futuro de pessoas autistas. Confira!
O que é a terapia ocupacional?


Terapeuta Genial Care
A terapia ocupacional é uma disciplina da área da saúde cujo objetivo é ajudar as pessoas a participarem das atividades diárias que são significativas para elas. Nessa especialidade, as tecnologias são orientadas para a autonomia de pessoas que apresentam dificuldade em ser incluídas e participar da vida social. Isso acontece, muitas vezes, porque esses indivíduos têm alguma limitação:
- Física;
- Sensorial;
- Mental;
- Psicológica;
- Social.
Um profissional da terapia ocupacional, frequentemente abreviado como T.O., trabalha com pessoas de todas as idades, incluindo crianças, adultos e idosos, para melhorar sua qualidade de vida e independência.
Todas as estratégias e práticas da T.O. focam em entender, promover, desenvolver e aprimorar as habilidades necessárias para uma adaptação funcional e saudável em diversos ambientes.
Além disso, profissionais de terapia ocupacional podem ajudar a criança a desenvolver muito mais autonomia, autoconfiança e interação social ao longo da vida.
Qual o papel de um terapeuta ocupacional?
Um terapeuta ocupacional pode ser responsável tanto por ajudar em atividades do dia a dia, quanto na parte sensorial da criança. Isso é: avaliar os déficits de processamento sensorial para identificar barreiras na aprendizagem.
Essa terapia tem uma abordagem ampla, considerando não apenas os aspectos físicos, mas também os emocionais, sociais e psicológicos de cada pessoa.
Apesar do trabalho do terapeuta ocupacional estar muito ligado às intervenções para pessoas com autismo, existem muitas outras demandas que podem ser de responsabilidade da equipe de T.O. que atende a criança.
Uma das principais delas são as atividades da vida diária (AVDs). Dentro disso, algumas das principais atividades que a terapia ocupacional se encarrega de ensinar a criança são:
- Ir ao banheiro;
- Pentear o cabelo;
- Colocar os sapatos;
- Escovar os dentes.
Além disso, também é possível trabalhar no desenvolvimento da coordenação motora em atividades como:
- Subir e descer escadas com equilíbrio;
- Pular com os dois pés;
- Jogar e segurar a bola com as duas mãos;
- Segurar o lápis com a mão para escrever.
Vale reforçar que essas atividades podem ajudar crianças com qualquer nível de necessidade de suporte no autismo. Assim, mesmo aquelas com “autismo severo” podem ser beneficiadas com o aprendizado de atividades básicas, para conquistar maior autonomia.
Responsabilidades do terapeuta ocupacional para o desenvolvimento infantil
Existem diversas especialidades e responsabilidades de um terapeuta ocupacional, mas aqui estamos focando naquelas que estão diretamente ligadas ao desenvolvimento infantil atípico.
Esse profissional pode melhorar a consciência corporal, coordenação motora, autoimagem, melhorar a memória, concentração e raciocínio de uma pessoa. Além disso, também é importante promover ações que estejam relacionadas ao repertório e necessidades da pessoa.
Existe um código de ética estabelecido pela COFFITO — Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional — que garante entendimento dos principais deveres e responsabilidades de um terapeuta ocupacional. Entre eles podemos destacar:
- Abordar aspectos do desenvolvimento e desempenho das pessoas, dando apoio ao engajamento de ações que melhoraram a qualidade de vida;
- Selecionar e adaptar os métodos, estratégias e abordagens da terapia ocupacional de acordo com cada pessoa, direcionando o processo de intervenção;
- Aplicar intervenções para maximizar as ações em atividades da vida diária e atividades instrumentais da vida diária;
- Ensinar pais e pessoas cuidadoras como elas podem realizar estratégias além do ambiente terapêutico e promover a generalização das ações;
- Coletar dados e informações de toda a jornada, acompanhando resultados e possíveis pontos de melhorias;
- Oferecer acompanhamento regular e suporte para as famílias e crianças.
Além disso, outras responsabilidades de um terapeuta ocupacional precisam ser bem definidas, como:
Avaliação precisa e individualizada
O ponto de partida de qualquer terapeuta ocupacional é uma avaliação individualizada, detalhada e personalizada, sempre em conjunto com outros profissionais da equipe multidisciplinar.
Isso porque, cada criança é única, com desafios e necessidades específicas. Os terapeutas ocupacionais precisam utilizar sua expertise para avaliar habilidades motoras, sensoriais e de comunicação, identificando áreas onde a criança enfrenta dificuldades e quais barreiras precisam ser ultrapassadas.
Aqui na Genial Care, essa avaliação serve como base sólida para o plano de intervenção de cada criança, sendo feita em 3 dias. Assim, quando uma criança vai iniciar os atendimentos, ela passa por essa avaliação como forma de garantirmos que estaremos olhando para suas dificuldades e para os seus potenciais.
Aqui na Genial Care, esse processo inclui o levantamento de pontos de desenvolvimento da criança e da família através de formulários de anamnese e aplicação de protocolos validados no Brasil, como o Vineland, um dos protocolos que usamos internamente.
Desenvolvimento de estratégias terapêuticas individuais
Com base na avaliação inicial, os terapeutas ocupacionais desenvolvem estratégias terapêuticas individuais, focando em atividades e intervenções que visam melhorar as habilidades motoras finas e grossas, a coordenação, a regulação sensorial e a independência nas atividades diárias.
Cada plano de ação é adaptado às necessidades específicas da criança, garantindo que o progresso seja significativo e relevante para seu repertório.
Promoção da independência e bem-estar
Em crianças com autismo, por exemplo, a T.O. pode se concentrar em melhorar as habilidades de brincar, interagir e realizar tarefas do dia a dia de forma independente usando a Integração Sensorial, uma das práticas mais conhecidas nessa especialidade.
Seu principal objetivo é ajudar pessoas com dificuldades sensoriais, ou seja, auxiliar no processamento de texturas, sons, cheiros, gostos, brilho e movimento, por exemplo.
Com isso, o terapeuta ocupacional irá ajudar as pessoas autistas a se tornarem autônomas e independentes na realização de atividades diárias, incluindo habilidades práticas, como se vestir, comer e cuidar de si mesmo, por exemplo.
Além disso, esses profissionais ajudam as pessoas a superarem barreiras emocionais e psicológicas que podem ser difíceis para sua participação plena na vida cotidiana.
Comunicação e parceria com pais e pessoas cuidadoras
Um terapeuta ocupacional não trabalha apenas com as crianças, mas também desempenha um papel fundamental na capacitação dos pais e pessoas cuidadores.
Esses profissionais fornecem orientações práticas sobre como apoiar o desenvolvimento da criança em casa e outros ambientes externos do terapêutico, e como incorporar as terapias ocupacionais na rotina diária.
Essa parceria é essencial para garantir que o progresso alcançado na clínica seja sustentado em casa, criando um ambiente de apoio contínuo. Aqui na Genial Care, fazemos isso por meio da orientação parental, um serviço de apoio, educação e orientação para os responsáveis, como forma de diminuir os comportamentos desafiadores.
Além dos encontros, também oferecemos treinamento para os cuidadores, que inclui o aprendizado de conceitos e estratégias e aplicações e práticas de regulação emocional.
Conclusão
Em resumo, as responsabilidades de um terapeuta ocupacional vão além da terapia em si. Esses profissionais são especialistas em avaliar as necessidades únicas de cada criança, desenvolver estratégias personalizadas e capacitar os pais a desempenhar um papel ativo no progresso de seus filhos.
Com sua expertise e compromisso, eles atuam ativamente na melhoria da qualidade de vida das crianças com autismo e na construção de um futuro mais brilhante.
Aqui em nosso blog, temos uma categoria completa com conteúdos sobre essa especialidade, vale a pena ver mais: