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A arteterapia é uma intervenção para autismo que busca promover o bem-estar da pessoa no espectro autista, enquanto desenvolve outras habilidades durante a terapia, como a noção espacial, coordenação motora e muito mais.
Como o nome já indica, arteterapia é a junção das palavras arte + terapia, e essa intervenção consiste em unir a arte das pinturas por meio de tintas guaches que são exploradas com pincéis, pontas dos dedos e/ou com as mãos da própria pessoa.
Por ser uma intervenção que vem sendo aplicada e estudada, ela é considerada como uma Prática Integrativa e Complementar e, apesar de ser aplicada por profissionais da saúde como fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros, etc, as evidências científicas e sua eficácia ainda estão sendo exploradas e estudadas atualmente.
Entretanto, existem núcleos de pesquisas internacionais que defendem a prática da arteterapia, alegando que o contato com essa intervenção influencia diretamente nos comportamentos desafiadores observados por pessoas cuidadoras de autistas, visto que o contato com a arte pode ser relaxante e lúdico.
Nesse texto vamos falar mais sobre essa intervenção e o porquê ela vem sendo tão procurada pelas famílias que buscam atividades para seus filhos no espectro autista.
O que é arteterapia?
A arteterapia é uma prática transdisciplinar que promove a arte como objeto terapêutico, utilizando-se de tintas e pinturas que buscam explorar o sentimento da pessoa inserida na intervenção.
Por meio das misturas das cores, do contato com as diversas texturas e conversas com terapeuta aplicador é que a intervenção acontece. Por ser uma intervenção com raízes da Psicologia Freudiana, a arteterapia tem influência dessa intervenção, que trabalha diretamente com a manifestação do inconsciente – nesse caso – através de imagens.
Segundo o livro “Arteterapia em saúde mental”, a arteterapia é um “processo predominantemente não verbal, por meio das artes plásticas e da dramatização, que acolhe o ser humano com toda sua complexidade e dinamicidade. (…) procura aceitar os diversos aspectos da pessoa, como os afetivos, culturais, cognitivos, motores, sociais, entre outros, tão importantes na saúde mental”.
A arteterapia acontece de diversas maneiras, sendo conhecida por não conter sempre uma prática estruturada, variando entre uma intervenção natural e orientada para alguns objetivos. Tudo acontece de acordo com as necessidades de quem tem contato com essa terapia.
Arteterapia e autismo
Um dos fundamentos da arteterapia é a construção da intervenção conjunta com o terapeuta aplicador e o paciente, ou seja, ela sofre modificações a cada sessão de acordo com a necessidade e o contexto em que a pessoa está inserida, levando em conta toda a vivência, limitações e metas futuras.
Quando aplicada em pessoas com TEA, a arteterapia busca desenvolver as habilidades sociais e também:
- Gerenciar comportamentos desafiadores;
- Reduzir estresse;
- Auxiliar no ganho de autonomia;
- Contribuir com o desenvolvimento motor e da coordenação fina e grossa;
- Reconhecer e responder a expressões faciais;
- Prevenir crises sensoriais, como, por exemplo, a hipersensibilidade.
A arteterapia é, muitas vezes, buscada por pessoas cuidadoras de autistas não vocais, justamente pela intervenção estar atrelada a Comunicação Suplementar e Alternativa, que trabalha com imagens e suportes visuais para assegurar a eficácia da intervenção.
Essa intervenção oferece uma oportunidade para ser trabalhada outras formas de linguagem, potencializando a forma de comunicação da pessoa autista, ou seja, indo além da língua falada.
Mas atenção: nem sempre o contato com as tintas pode ser agradável para a pessoa autista, justamente por sua textura e odor. Por isso, é preciso se atentar ao perfil sensorial, o que pode e ser observado junto à equipe de profissionais que acompanha o desenvolvimento da pessoa autista.
Objetivos gerais da arteterapia
O objetivo principal desta intervenção é promover o bem-estar emocional e social da pessoa que tem contato com a arte trabalhada dentro das sessões. Através das pinturas, o terapeuta oferece o espaço de autoconhecimento para quem tem contato com essa intervenção, ajudando a pessoa (e até mesmo o próprio terapeuta) a entender os obstáculos e as possíveis mudanças de um comportamento.
Além disso, ela também busca promover:
- A expressão dos sentimentos – Muitas vezes a pessoa pode apresentar dificuldades em verbalizar os sentimentos, seja através da fala ou da linguagem funcional escrita, dessa forma, os sentimentos são expressados através das pinturas;
- Melhor capacidade de concentração – Através das intervenções, a arteterapia trabalha o foco, a atenção e a memória; tudo isso mesclado a conversas e espaços para o desenvolvimento artístico;
- A criatividade e a imaginação – Nem sempre a arte será expressada no sentido literal, pois na arteterapia o sentido figurado muitas vezes se sobressai, por exemplo: a figura da família pode ser representada através de uma diversidade de cores, dessa forma, há espaço para trabalhar a imaginação e a criatividade.
Quais são as terapias para autismo?
Quando falamos de intervenções para pessoas com TEA, é aconselhável buscar por terapias com práticas baseadas em evidências, um conjunto de procedimentos para os quais os pesquisadores forneceram um nível aceitável de pesquisa que mostra que a prática produz resultados positivos para crianças, jovens e/ou adultos com TEA.
É importante estar em contato com a equipe multidisciplinar que acompanha a evolução da pessoa com autismo, justamente para entender qual(is) dessa(s) prática(s) pode beneficiar não só fisicamente a pessoa, mas também no que diz respeito aos gostos pessoais e identificação.
As terapias mais conhecidas e indicadas para o autismo são a Terapia ABA, a Fonoaudiologia e a Terapia Ocupacional, que são responsáveis por trabalhar no desenvolvimento em todos os aspectos da vida da pessoa autista, desde atividades da vida diária e interações sociais, principalmente nas escolas e outras atividades que envolvem a família, como, por exemplo, os momentos de lazer.
Nesse texto falamos sobre arteterapia, porém como citamos acima, muitas vezes o perfil sensorial da pessoa não a deixa confortável com a textura e odores da tinta. Mas se sua criança tem gostos voltados para o mundo artístico, temos um texto falando sobre como a atividade do teatro pode ser um aliado no desenvolvimento da pessoa autista.
Além disso, outra intervenção baseada em evidência científica é a musicoterapia, onde o desenvolvimento da pessoa com TEA acontece diretamente com o contato entre os instrumentos musicais e até mesmo pelo canto. Acesse o botão abaixo e saiba mais sobre essa prática!