Pesquisar
torne-se
3
especialidades
5
data-curso-360
2
5
07-curso
Dias
Horas
Min
Dias
Horas
Min
Menino tomando medicamento e autismo, via oral.

Medicamento e autismo: quando a criança com TEA precisa fazer uso dele?

Muitas pessoas cuidadoras têm dúvidas quanto ao uso de medicamento e autismo. É muito comum famílias ou pessoas cuidadoras pesquisarem sobre remédios que trate ou até mesmo cure o autismo.

Com a divulgação de diversas falsas informações e práticas que não são recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é quase impossível pesquisar sobre o assunto e entender se medicamentos podem ajudar pessoas no espectro autista ou não.

Antes de mais nada, é importante lembrarmos que autismo não é doença, por isso, não existe nenhuma medicação que cure o transtorno. Mas isso não quer dizer que não existam remédios que ajudem pessoas com TEA.

Em alguns casos, é necessário o uso de medicamentos para tratar sintomas associados ou comorbidades, como ansiedade, hiperatividade e irritabilidade intensa. Mas como saber se meu filho precisa de medicação? E como saber se ele ficará bem após usá-la? É o que vamos falar nesse texto!

Medicamento e autismo: quem tem autismo precisa tomar remédio?

Medicamentos podem, sim, auxiliar pessoas com TEA, principalmente em momentos de crise, mas isso não quer dizer que todo autista precisa fazer uso da medicação!

Assim, nem todas as pessoas com TEA precisam de medicamentos. O uso é indicado apenas quando os sintomas causam impacto significativo na qualidade de vida da criança e da família, ou quando há condições associadas, como:

  • Irritabilidade severa: episódios frequentes de agressividade, automutilação ou emoções intensa;
  • Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): dificuldade extrema em manter o foco e controlar a impulsividade;
  • Ansiedade ou depressão;
  • Transtornos do sono: insônia persistente pode exigir intervenção medicamentos no autismo.

Uma das medicações mais conhecidas pelas famílias e a comunidade do autismo é a Risperidona. Mas atenção, é importante ressaltar que a decisão de tomar ou não um remédio é do médico e deve ser cuidadosamente avaliada por profissionais especializados, como psiquiatras infantis e neurologistas.

Quando a criança autista deve começar a usar medicação?

O uso de medicamentos é recomendado em casos de excesso comportamental, principalmente quando são prejudiciais à jornada de desenvolvimento da criança com autismo, por exemplo, quando apresenta crises de:

É importante ressaltar que a pessoa cuidadora precisa analisar e acompanhar a intensidade dessas crises, junto a um profissional da neuropsicoterapia, terapia ocupacional e pediatria.

Muitas vezes, outras atividades podem substituir o uso da medicação, às vezes mais sessões de terapia ocupacional podem auxiliar nessa jornada e a prática de um esporte também.

Ou seja, é preciso estar sempre em contato com um profissional da saúde, e fazer um acompanhamento antes de induzir a criança a medicação.

Medicamento e autismo: remédio não cura o TEA!

Mais uma vez, é sempre importante lembrar que o autismo não é uma doença, portanto, não tem cura, e nenhum medicamento vai ser capaz de tirar a pessoa do espectro autista.

O autismo é um transtorno de neurodesenvolvimento, que afeta áreas de desenvolvimento da comunicação, interação social, na fala, no desenvolvimento motor, etc.

A doença está ligada a alterações das condições biológicas de uma pessoa, enquanto o transtorno diz respeito a condições de ordem mental ou psicológica do indivíduo.

Portanto, o medicamento para autismo não é usado como forma de “reverter” o transtorno, ou diminuir os sinais, mas sim para auxiliar em momentos de crises onde a criança pode machucar a si mesma ou as pessoas à sua volta.

Quais os benefícios de tomar medicamento no autismo?

Apesar de ser um assunto ainda muito delicado pelas famílias, o uso de medicação pode, sim, promover qualidade de vida e bem-estar para pessoas com TEA.

O uso de medicamentos pode auxiliar no desenvolvimento da comunicação e socialização do autista com seus colegas, familiares e amigos.

Além disso, muitos medicamentos promovem um maior estímulo visual, mantendo-a atenta ao que está acontecendo ao redor, na sala de aula, por exemplo, ou em um momento de contação de histórias.

O principal objetivo no uso de medicamento no autismo é reduzir alguns transtornos que machucam fisicamente a criança, como, por exemplo:

  • Reduzir as estereotipias – quando elas machucam a própria criança;
  • Reduzir a agressividade – em momentos de crise, quando a criança bate em si ou nas pessoas que cuidam dela;
  • Reduzir a irritabilidade – quando mesmo com rotinas e previsibilidade a criança fica muito irritada e apresenta comportamentos desafiadores;
  • Reduzir a hiperatividade – quando a criança não consegue se concentrar nas aulas, em conversas e até atividades onde precisa dividir a atenção com os amigos.

Além disso, o uso de medicamentos também auxiliam na redução das comorbidades da pessoa com TEA.

Os remédios podem ser utilizados para auxiliar em um distúrbio do sono, por exemplo. Em caso de distúrbios alimentares, causados muitas vezes pela seletividade alimentar, também podem ser controlados com medicação.

Outro benefício no uso da medicação é auxiliar no controle de fobias sociais das crianças com TEA, que evitam estar em locais muito barulhentos ou com muitas pessoas, não só espaços de lazer, mas a escola mesmo, um importante ambiente de aprendizado e socialização.

As medicações auxiliam na autorregulação quando surgem essas situações desafiadoras e delicadas.

Tenho medo de medicar meu filho autista, e agora?

Segundo o artigo do Instituto Neurosaber, alguns cuidadores e responsáveis de pessoas com TEA, podem ter alguma resistência com os remédios por promover modificações negativas na criança, isto é, quando ela:

  • Pode apresentar efeitos colaterais a curto ou a longo prazo;
  • Mudar a personalidade;
  • Apresentar o risco de ficar dopada (ou ser estimulada a ter vícios) quando usar medicação.

Existem, sim, efeitos colaterais no uso de medicação, a criança pode ficar mais “desanimada”, ou desenvolver uma personalidade mais introvertida.

Porém, isso pode ser revertido com o acompanhamento do próprio profissional de saúde que acompanha a criança, que deve oferecer suporte e atividades para auxiliar no desenvolvimento positivo da criança.

Ah, e vamos sempre lembrar que: cada caso é único! Por exemplo: se você conhece uma criança com TEA que é hiperativa e faz uso de medicação, não significa que a sua criança autista com hiperatividade precisará usar remédio também.

Lembre-se que o TEA varia de acordo com os graus, ambiente onde a criança está inserida, o acompanhamento que ela faz com a equipe de saúde, etc.

Cuidado com a pseudociência relacionado ao medicamento e autismo!

Lembre-se: somente profissionais de saúde, que realizam intervenções em pessoas com TEA, podem recomendar o uso de medicamentos!

Geralmente, é sempre o profissional que acompanha sua criança autista, que já fez acompanhamentos e intervenções ao longo do tempo.

Existem técnicas que não são regularizadas pela OMS, mas que, infelizmente, ainda são muito compartilhadas, oferecendo uma cura para o autismo e até prometendo reduzir os sinais.

Duas delas — que são bem conhecidas — já falamos em nosso blog:

  • Ozonioterapia, uma técnica que aplica o gás de ozônio na criança;
  • MMS, conhecida como solução mineral milagrosa, é uma substância vendida como medicamento que possui uma composição parecida com a água sanitária, tendo uma mistura de dióxido de cloro, clorito de sódio e pó cítrico, conhecido por fazer o alvejante de cloro.

O medicamento nem sempre é uma solução para cuidar de sua criança com TEA. Busque por intervenções baseadas em evidências científicas, que verdadeiramente promovam saúde, bem-estar, carinho, acolhimento e, acima de tudo, o respeito.

Novo debate na Câmara sobre medicamento para pessoas autistas

Em novembro de 2024, a Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados realizou uma audiência pública para debater novos medicamentos para pessoas com TEA.

Esse foi um pedido feito pela deputada Renata Abreu (Pode-SP) para ampliar a discussão sobre acesso de pessoas autistas a terapias e medicamentos que podem ser valiosos na qualidade de vida.

A audiência foi interativa e por isso era possível que usuários enviassem suas perguntas sobre o tema de medicamento e autismo. É possível acompanhar todo o debate pelo canal do YouTube da Câmara, assim como todas as perguntas enviadas.

O debate buscou trabalhar, através do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da FINEP, no fomento à pesquisa científica no campo das pessoas com deficiência. A princípio não existiu nenhuma conclusão legislativa nesse processo.

Mas debates como esse são importantes para potencializar a responsabilidade pública em cuidar da pesquisa científica que ajuda pessoas neurodivertes e potencializar, cada vez mais, as possibilidades de cuidado e acesso à saúde.

Conclusão

O uso de medicamentos no autismo deve ser uma decisão bem fundamentada, baseada em uma avaliação cuidadosa das necessidades individuais da criança. Com o acompanhamento de profissionais treinados e o apoio da família, é possível melhorar a qualidade de vida da criança com TEA e proporcionar um ambiente mais confortável para o seu desenvolvimento.

Se você tiver dúvidas sobre medicamentos ou quiser saber mais sobre tratamentos associados ao autismo, consulte fontes confiáveis e procure orientação especializada.

Conheça nosso atendimento para autismo

2 respostas para “Medicamento e autismo: quando a criança com TEA precisa fazer uso dele?”

  1. Uma dúvida,
    Meu filho é autista ele tem 9 anos autismo no nível 1 leve,
    Hoje a psiquiatra dele olhou para ele e disse que ele tem que tomar respiridona 0,25mg pois ele tem muito istirotipia movimentos repetitivos,sendo que meu filho não é agressivo, ele dorme bem,
    Fiquei em dúvidas sobre essa medicação, ela não me falou se tem efeito colateral,
    Queria uma explicação,.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

1º lugar em medicina | Elizeu Você sabia que Elon Musk é autista? Autismo leve pode piorar? Mito ou verdade? Existe teste online para diagnosticar o autismo infantil? Direitos de pais com filhos com autismo Pondé afirma que autismo está no ‘hype’ e causa polêmica Uma Advogada Extraordinária: representatividade do autismo Autismo: Fui diagnosticada aos 60 anos e agora? Brinquedos para autismo: tudo que você precisa saber! AUTISMO e ASPERGER: 25 sinais de Autismo Infantil