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MMS: conheça a falsa solução que promete curar o autismo

Existem muitas mentiras e desinformações quando pensamos em assuntos relacionados ao autismo. O MMS faz parte dessa lista. A sigla que vem do inglês Mineral Miracle Solution (Solução Mineral Milagrosa) é uma substância milagrosa vendida com a falsa promessa de curar o autismo.

Infelizmente, essa substância se tornou popular e muito conhecida entre familiares de pessoas com TEA. Muitas pessoas acreditam até hoje que as crianças podem ser curadas ao tomar o MMS.

É muito importante lembrarmos que o autismo não é doença, e por isso não tem cura. Mas durante uma busca por tratamentos, muitos pais, em momentos de desespero e sem terem informações verdadeiras, acabam encontrando falsas promessas de “remédios” como esse.

Nesse texto, você vai entender melhor sobre essa substância altamente nociva para saúde de crianças e que não traz nenhum benefício para autismo ou para qualquer outra condição.

Para compor esse texto, trouxemos ricas considerações do Dr. Elder Lanzani Freitas, médico formado pela USP, formado em psiquiatria, especializado em psiquiatra da infância e adolescência em 2017 e em terapia comportamental.

Afinal, o que é MMS?

seringas, pílulas e ampolas de remédios em uma mesa

A Solução Mineral Milagrosa ou MMS como é popularmente conhecida, é uma substância vendida como medicamento que possui uma composição parecida com a água sanitária, tendo uma mistura de dióxido de cloro, clorito de sódio e pó cítrico, conhecido por fazer o alvejante de cloro.

Jim Humble, um garimpeiro americano, foi a pessoa por trás da solução. Ele alegou que as “propriedades medicinais” do MMS curaram seus amigos que contraíram malária na selva amazônica. Ele até fundou sua própria igreja: “Gênesis II, a igreja da saúde e da cura”.

Além disso, Jim afirmou que além da malária, o MMS pode curar outros problemas de saúde, como:

  • AIDS;
  • Alzheimer;
  • Câncer;
  • Diabetes;
  • Esclerose múltipla;
  • Parkinson.

Depois disso, a solução ficou conhecida como “cura” ou tratamento para autismo após o livro da americana Kerri Rivera ter sido lançado.
Nele, ela afirmava que a introdução do produto diluído diretamente no intestino da criança, por via anal, iria desintoxicar o organismo. A obra inclusive foi tirada de circulação por pregar inverdades.

Quanto ao termo solução milagrosa, o Dr. Elder enfatiza a importância de um fato: “curas milagrosas realmente não existem, o TEA é passível de tratamento, de intervenção, consegue melhorar muito os comportamentos difíceis, mas tudo tem um limite, não há uma cura”.

MMS tem venda proibida pela Anvisa

É muito importante citar que o MMS não é licenciado em qualquer país, incluindo o Brasil. Isso porque, esse é um suposto medicamento que não tem qualquer tipo de comprovação científica.

Pelo contrário, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reiterou que o dióxido de cloro não tem aprovação como medicamento e que, de fato, sua ingestão traz riscos imediatos e de longo prazo para as pessoas, especialmente crianças.

Inclusive, em 2018, o órgão fez uma força tarefa para retirar qualquer anúncio da internet desse remédio falso.

Além disso, a venda é totalmente proibida. Apesar de retirar todos esses anúncios, ainda é possível encontrar sites de comércio que disponibilizam o produto. Sobre isso, existe um acordo entre a Anvisa e uma plataforma Marketplace para coibir a venda do MMS.

Em 2019, o Fantástico fez uma reportagem sobre essa fórmula vendida como falsa promessa da cura do autismo e mostrou que foi possível comprar facilmente o produto em lojas físicas e achar online. Além disso, analisa mais a fundo a composição e mostra os perigos na ingestão do MMS.

A substância provoca diarreia e sobrecarrega os rins

mulher deitada triste no sofá

Por ser uma substância altamente tóxica e corrosiva, o MMS provoca vários danos ao organismo quando ingerido. Entre os principais sintomas estão o vômito e a diarreia. Porém, em casos mais graves, ele é capaz de agredir o tubo digestivo, danificando células e tecidos da região, principalmente quando é aplicada pelo reto, uma das formas de uso encontrada por pais na internet.

Simone Sudbrack, pediatra do Hospital São Leopoldo da PUCRS comentou que “por ser tão nocivo à saúde, a substância pode provocar até uma parada respiratória nas crianças”.

Já Alexandre de Sousa Carlos, gastroenterologista e médico assistente do departamento de gastroenterologia do HC-FMUSP afirma que o quadro pode ser ainda mais grave, já que o uso contínuo consegue causar desidratação e sobrecarga dos rins.

Em uma matéria do UOL, ambos especialistas ressaltaram que o uso pode deixar a pessoa fraca, causando picos de anemia.

O perigo das propagandas falsas quando o assunto é autismo

Seja como tratamento para autismo ou qualquer outra condição de saúde, o MMS não traz nenhum benefício e não garante aquilo que promete. Por isso, pais e pessoas cuidadoras precisam ficar muito atentos às falsas propagandas que surgem quando o assunto é a vida de seus filhos.

Em uma matéria publicada no site do Dr. Drauzio Varella, é possível ler sobre a história de uma cuidadora que foi abordada em um grupo de mães de crianças autistas no WhatsApp. Ela conta que ouviu histórias de uma pessoa que dizia ter sido curada do câncer pelo MMS e que poderia ajudar a tratar o transtorno grave do filho.

Essa pessoa ainda ligou para ela, continuando a persuadi-la a comprar a solução para poder ver “as maravilhas que iriam acontecer na vida de sua família”. Ela conta que em alguns dias o filho começou a ter fortes dores de cabeça, o que o vendedor alegou ser o corpo expulsando as toxinas.

Essa é apenas uma de várias histórias contadas por familiares de pessoas no espectro que encontram a solução como uma cura poderosa. Andréa Werner, jornalista e ativista brasileira pelos direitos do autismo, tem lutado muito para tomar as providências necessárias para que relatos como esse deixem de existir.

“Precisamos chegar a essas pessoas antes dos vendedores e informar, explicar que o autismo não tem cura e que não existe uma substância que cure tantas doenças e condições diferentes. Precisamos que as autoridades tomem as devidas providências contra quem vende ou recomenda o uso dessa substância. E que Facebook e YouTube se comprometam a remover conteúdos promovendo MMS de suas plataformas.”

Ela alerta para o perigo das propagandas que promovem soluções milagrosas e sem comprovação científica, e espera que as famílias desconfiem de qualquer informação que não tenha embasamento científico e em fontes duvidosas.

Buscar informações verdadeiras

casal sentado a mesa olhando um computador

Dr. Elder orienta que pais e cuidadores de pessoas com TEA, precisam estar em constante aprendizado e pesquisa. “Gosto muito de orientar que tenham conhecimento sobre a história do autismo, como exemplo, também acho que é um exemplo bastante válido”.

Ele também conta sobre a fake news da Teoria da Mãe Geladeira, uma falsa teoria que ficou muito conhecida na década de 60. “Com o passar dos anos, melhorou-se o entendimento sobre a questão, e hoje a gente sabe que o autismo está fortemente ligado à herança genética”.

O médico ainda reforça: “buscar uma informação de qualidade, ler bons livros, seguir bons sites e instituições reconhecidas sobre o TEA, é algo que eu acho que é consegue bloquear bastante as fake news e as informações erradas sobre o assunto”.

A importância das práticas baseadas em evidências

Nesse sentido, é muito importante que pais, familiares e pessoas cuidadoras tenham contato com uma equipe multidisciplinar e encontrem informações verdadeiras quando estiverem buscando terapias para o bem-estar de crianças no espectro.

Entender sobre as terapias para o autismo, e intervenções baseadas em evidências é fundamental para garantir desenvolvimento e qualidade de vida.

Pessoas autistas precisam sempre estar acompanhadas de diversos especialistas para avaliação do grau do transtorno e indicação de intervenções apropriadas para as suas necessidades e demandas. Além disso, é fundamental que exista um acompanhamento constante da evolução.

Aqui na Genial Care pautamos nossos serviços nas Práticas Baseadas em Evidências, intervenções que mostram resultados, ajudam no desenvolvimento e podem contribuir para a vida de pessoas com autismo.

Você pode conhecer mais sobre isso, clicando no botão abaixo:
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