Como é o dia de uma terapeuta ocupacional na rede Genial Care?

Gabriela Bandeira
Publicado em 15 de junho de 2022 Atualizado em 13 de julho de 2023
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Qual a relação entre Risperidona e autismo? O medicamento é um dos mais indicados por profissionais da neuropediatria ou psiquiatria infantil para pacientes com diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e costuma causar muitas dúvidas nas famílias sobre sua prescrição e efeitos.
Além dele, é comum que as pessoas cuidadoras recebam receita para outros remédios com objetivo de melhorar crises de agressividade e outros comportamentos da criança, adolescente ou adulto com autismo. Mas será que existe uma medicação criada para o TEA?
Conversamos com o Dr. José Salomão Schwartzmann, neuropediatra especialista em autismo e transtornos do neurodesenvolvimento sobre Risperidona para autismo, abordando as indicações do medicamento, seus efeitos colaterais e também outras formas de medicação hoje recomendadas para o TEA.
Para quê serve a Risperidona?
Para começar, vamos entender o que é Risperidona. Esse medicamento é um antipsicótico atípico ou de segunda geração (SGA) aprovado pela Indústria Federal de Medicamentos na década de 1990 com o objetivo de tratar sintomas de psicose e transtorno bipolar em pacientes.
Com o passar do tempo, o uso da Risperidona se tornou mais amplo e ela passou a ser indicada por profissionais da medicina para tratar também sintomas de agressão e irritabilidade em pacientes diagnosticados com demência.
Além disso, sua recomendação também ocorre para crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) ou Transtorno Disruptivo de Desregulação do Humor.
No caso do autismo, ainda hoje é comum encontrar profissionais que indicam Risperidona como forma de reduzir a ocorrência de comportamentos desafiadores, especialmente a agressão e a autoagressão. Assim, é muito comum que as famílias encarem o antipsicótico como um remédio próprio para tratar o TEA.
“A utilização do medicamento [Risperidona] em crianças com autismo não é obrigatório. Nem todos vão precisar, mas quando precisam, acho que tem que ter esse benefício, pontua Dr. Salomão.
Risperidona e autismo: quem decide usar ou não a medicação?
É importante ressaltar que a decisão de usar a Risperidona em crianças com autismo é sempre feita pelo profissional da medicina que acompanha a criança em conjunto com a família. Em geral, a recomendação surge quando a comorbidade pode colocar em risco a vida da pessoa ou daqueles que estão próximos a ela e até auxiliar no comportamento e em outras características.
De acordo com o Dr. Salomão, é papel do profissional da medicina informar a família sobre tudo que for possível sobre o medicamento. “Meu papel é de dar a eles todas as informações conhecidas para que a decisão seja deles, mas baseada em conhecimento”, pontua.
O neuropediatra ainda faz uma importante reflexão sobre a decisão de optar ou não pelo uso do medicamento. Segundo ele, muitas famílias tendem a negar o uso por preconceito.
“Eu acho muito melhor uma criança que não esteja medicada, evidentemente, mas quando ela precisa de medicamento e o quadro é severo, privá-la disso não é adequado apenas por um preconceito. Ninguém é a favor ou contra remédio, você tem que ser a favor ou contra do uso de remédio, na dose certa, quando indicado”, reforça.
Efeitos colaterais da Risperidona
Outro ponto importante é que é preciso também que a família se informe e conheça os efeitos colaterais do uso da Risperidona para interromper o tratamento em casos graves. Entre os efeitos colaterais mais comuns deste medicamento estão:
- Ganho de peso substancial;
- Alterações metabólicas;
- Alterações neurológicas;
- Alterações hormonais.
Além disso, é essencial realizar exames frequentes, cujo tempo de retorno depende do medicamento.
Como a dosagem de Risperidona é determinada e ajustada?
De acordo com o Dr. Salomão, a indicação da dose de Risperidona é feita de acordo com a resposta buscada e também a possibilidade de surgirem efeitos colaterais. “Dependendo da dose que você usa, o efeito colateral é sedação. Tem também o aumento de peso, porque aumenta muito o apetite da criança em geral”.
O neuropediatra ainda traz sua visão sobre a dosagem adequada e como defini-la de acordo com cada caso. “Toda vez que você usa um remédio, seja esse ou qualquer outro, minha visão é: você sempre começa com uma dose mínima e observa o comportamento, eventuais efeitos colaterais e vai ajustando a dose até o momento em que você tenha o efeito clínico bom, sem efeitos colaterais indesejáveis”, reforça.
Por quanto tempo a Risperidona deve ser usada em pessoas com autismo?
Conforme o Dr. Salomão explica, não existe um tempo padrão para uso da Risperidona em casos de autismo. “Por quanto tempo vai ser usado? Pelo tempo que for necessário, quer dizer, existem pessoas que têm que tomar medicamentos a vida inteira, e existem crianças que têm que usar por alguns meses, até que a terapia faça efeito e ele por si só possa melhorar os distúrbios comportamentais presentais”, explica.
Existe medicamento para autismo?
Como já falamos anteriormente, o autismo não é uma doença. Logo, não existem medicamentos próprios para ele. Assim, a única forma de tratar o autismo é por meio de intervenções que vão ajudar o indivíduo a desenvolver habilidades e ter uma qualidade de vida melhor.
Assim, embora exista uma dúvida das famílias, os medicamentos receitados por médicos servem, muitas vezes, para agir nas comorbidades do autismo, ou seja, em condições associadas ao TEA.
Para conhecer mais sobre intervenções que ajudam pessoas autistas a se desenvolver e as pessoas cuidadoras a lidarem com comportamentos desafiadores, leia a seção de ABA e intervenções para o autismo no nosso blog.
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Escrito por:
Gabriela Bandeira
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