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Mulher separando risperidona em seu estojo de medicamentos.

Risperidona e autismo: como funciona esse remédio no TEA?

Depois do diagnóstico de autismo, um ponto de dúvidas das famílias é sobre o uso de remédios para autismo. Existe medicação indicada para TEA? Será que toda criança autista precisa tomar remédio? Dúvidas como essa, que podem garantir a qualidade de vida da criança, fazem parte do processo familiar.

É nesse momento que muitos pais e cuidadores se perguntam se existe uma relação entre risperidona e autismo e se realmente esse remédio é indicado para pessoas com TEA.

De fato, a risperidona é um dos medicamentos mais indicados por profissionais da neuropediatria ou psiquiatria infantil para pacientes com diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo, o que costuma causar muitas dúvidas nas famílias sobre sua prescrição e efeitos.

Além dele, é comum que as pessoas cuidadoras recebam receita para outros remédios para autismo com objetivo de melhorar crises de agressividade e outros comportamentos da criança, adolescente ou adulto com autismo.

Mas será que existe uma medicação criada para pessoas com TEA? Conversamos com o Dr. José Salomão Schwartzman, neuropediatra especialista em autismo e transtornos do neurodesenvolvimento, sobre risperidona para autismo, abordando as indicações do medicamento, seus efeitos colaterais e também outras formas de medicação hoje recomendadas. Confira!

O que é Risperidona?

A risperidona é um antipsicótico atípico, ou seja, um medicamento que atua sobre o sistema nervoso central para tratar sintomas de diversas condições psiquiátricas. Sua principal função é manter o equilíbrio da serotonina e dopamina no cérebro.

Originalmente, ela foi desenvolvida para tratar esquizofrenia e transtornos bipolares, mas seu uso foi ampliado para outras condições devido ao seu perfil de ação.

Atualmente ele pode ser prescrito para adultos e adolescentes acima de 13 anos, e por isso, não pode ser usado por crianças. Ele também é usado para conter episódios de mania com humor frenético, excitado ou irritado.

Banner sobre a Rede Genial de terapeutas com uma criança levantada por duas terapeutas, Genial Care. O menino Sorri com a brincadeira.

Existe medicamento para autismo?

É importante lembrar que o autismo não é uma doença. Logo, não existem medicamentos próprios para ele. Assim, a única forma de tratar o autismo é por meio de intervenções que vão auxiliar o indivíduo a desenvolver habilidades e ter uma qualidade de vida melhor.

Assim, embora exista uma dúvida das famílias, os medicamentos receitados por médicos servem, muitas vezes, para agir nas comorbidades do autismo, ou seja, em condições associadas ao TEA.

Em nosso blog temos um conteúdo completo sobre medicamentos e autismo, você pode ler e continuar aprendendo sobre o assunto.

Para quê serve a Risperidona?

Esse medicamento é um antipsicótico atípico ou de segunda geração (SGA) aprovado pela Indústria Federal de Medicamentos na década de 1990 visando tratar sintomas de psicose e transtorno bipolar em pacientes.

Com o passar do tempo, o uso da Risperidona se tornou mais amplo e ela passou a ser indicada por profissionais da medicina para tratar também sintomas de agressão e irritabilidade em pacientes diagnosticados com demência.

Além disso, sua recomendação também ocorre para crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) ou Transtorno Disruptivo de Desregulação do Humor.

No caso do autismo, ainda hoje é comum encontrar profissionais que indicam Risperidona para reduzir a ocorrência de comportamentos desafiadores, especialmente a agressão e a autoagressão. Assim, é muito comum que as famílias encarem o antipsicótico como um remédio próprio para tratar o TEA.

“A utilização do medicamento [Risperidona] em crianças com autismo não é obrigatório. Nem todos vão precisar, mas quando precisam, acho que tem que ter esse benefício”, pontua Dr. Salomão.

Qual o efeito da risperidona nas pessoas?

A risperidona pode ter um efeito calmante, ajudando a controlar comportamentos desafiadores.

Estudos indicam que, além de reduzir a agressividade, a risperidona também pode melhorar a capacidade de socialização e comunicação em alguns casos.

No entanto, a resposta ao medicamento pode variar de criança para outra, e é fundamental que os pais observem atentamente qualquer mudança no comportamento.

Risperidona e autismo: quem decide usar ou não a medicação?

médica analisando quadro de paciente para receitat risperidona

É importante ressaltar que a decisão de usar a risperidona em pessoas com autismo é sempre feita pelo profissional da medicina que acompanha a criança em conjunto com a família.

Em geral, a recomendação surge quando a comorbidade pode colocar em risco a vida da pessoa ou daqueles que estão próximos a ela e até auxiliar no comportamento e em outras características.

Segundo o Dr. Salomão, é papel do profissional da medicina informar a família sobre tudo que for possível sobre o medicamento. “Meu papel é de dar a eles todas as informações conhecidas para a decisão ser deles, mas baseada em conhecimento”, pontua.

O neuropediatra ainda faz uma importante reflexão sobre a decisão de optar ou não pelo uso do medicamento. Segundo ele, muitas famílias tendem a negar o uso por preconceito.

“Eu acho muito melhor uma criança que não esteja medicada, evidentemente, mas quando ela precisa de medicamento e o quadro é severo, privá-la disso não é adequado apenas por um preconceito. Ninguém é a favor ou contra remédio, você tem que ser a favor ou contra do uso de remédio, na dose certa, quando indicado”, reforça.

Quais são os efeitos colaterais da Risperidona?

Outro ponto importante é que é preciso também que a família se informe e conheça os efeitos colaterais do uso da Risperidona para interromper o tratamento em casos graves. Entre os efeitos colaterais mais comuns deste medicamento estão:

  • Ganho de peso substancial;
  • Alterações metabólicas;
  • Alterações neurológicas;
  • Alterações hormonais.

Além disso, é essencial realizar exames frequentes, cujo tempo de retorno depende do medicamento.

O que a risperidona faz no cérebro?

Como falamos, a risperidona atua bloqueando os receptores de dopamina e serotonina no cérebro. Esses neurotransmissores estão envolvidos na regulação do humor, comportamento e percepção.

Ao bloquear esses receptores, a risperidona ajuda a regular os desequilíbrios químicos que podem contribuir para os sinais no TEA, como a agressividade e a irritabilidade.

Esses ajustes de neurotransmissores não só diminuem os comportamentos disruptivos, mas também podem melhorar a capacidade de resposta a outras terapias comportamentais e educacionais.

Isso porque o cérebro, estando menos focado em respostas de medo ou agressão, pode se engajar mais facilmente em atividades que promovem o desenvolvimento social e comunicativo.

Como a dosagem de Risperidona é determinada e ajustada?

De acordo com o Dr. Salomão, a indicação da dose de Risperidona é feita conforme a resposta buscada e também a possibilidade de surgirem efeitos colaterais.

“Dependendo da dose que você usa, o efeito colateral é sedação. Tem também o aumento de peso, porque aumenta muito o apetite da criança em geral”.

O neuropediatra ainda traz sua visão sobre a dosagem adequada e como defini-la de acordo com cada caso.

“Toda vez que você usa um remédio, seja esse ou qualquer outro, minha visão é: você sempre começa com uma dose mínima e observa o comportamento, eventuais efeitos colaterais e vai ajustando a dose até o momento em que você tenha o efeito clínico bom, sem efeitos colaterais indesejáveis”, reforça.

Por quanto tempo a Risperidona deve ser usada em pessoas com autismo?

Segundo o Dr. Salomão, não existe um tempo padrão para uso da Risperidona em casos de autismo.

“Por quanto tempo vai ser usado? Pelo tempo que for necessário, quer dizer, existem pessoas que têm que tomar medicamentos a vida inteira, e existem crianças que têm que usar por alguns meses, até que a terapia faça efeito e ele por si só possa melhorar os distúrbios comportamentais presentais”, explica.

Conclusão

A risperidona é um dos medicamentos indicados para pessoas com TEA, especialmente em casos onde a agressividade, irritabilidade e comportamentos repetitivos são significativos.

No entanto, seu uso deve ser cuidadosamente avaliado pelos profissionais de saúde, considerando os possíveis benefícios e riscos. Nunca se deve começar uma medicação para autismo sem avaliação é indicação médica, OK?

Cada pessoa autista é única, e o que funciona para uma pessoa pode não ser adequado para outra. Por isso, é fundamental que o tratamento seja individualizado, com uma abordagem multidisciplinar que inclua não somente medicação, mas também terapias comportamentais, ocupacionais e educativas.

A risperidona pode ser parte da busca pela qualidade de vida de pessoas autistas, mas não deve ser vista como a única solução. Com um plano de cuidado bem estruturado e acompanhamento adequado, as pessoas no espectro podem alcançar independência e autonomia.

Conheça nosso atendimento para autismo

10 respostas para “Risperidona e autismo: como funciona esse remédio no TEA?”

  1. Meu filho toma risperidona a 2 anos p baixar a agitação dele a noite, acalmar e conseguir dormir. Tenho medo dele ficar viciado e nunca mais dormir sem esse ou outro remedio. Meu filho tem 15 anos.

    • Olá, Regina. Como vai? Esperamos que muito bem.

      Compreendemos seu receio. Converse com o médico responsável por receitar o medicamento e expresse sua preocupação. Assim, o médico poderá elucidar qualquer dúvida, prevenir possíveis situações futuras e até mesmo, reavaliar o quadro de seu filho.

      Esperamos ter ajudado.

      Abraço.

  2. Meu filho de 3 anos toma repitidona e foi a melhor coisa q o neuro passou pra ele pois hj ele e mais calmo e menos agressivo e tem mais concentração e mais fácil pra ele se adaptar na rotina da escola

    • Olá, Pamela. Como vai? Espetamos que muito bem!

      É muito gratificante ler relatos como o seu. Temos certeza que seu pequeno não se adaptará somente a escola, ele é uma criança incrível e você faz parte da evolução dele.

      Abraços!

  3. Eu queria tirar um dúvida sobre esse remédio respiridona e verdade ele
    deixa a criança lesada afeita o cérebro da criança autista meu nome é Márcia mãe do Paulo ele autista Cid 84

    • Olá, Márcia. Como vai? Esperamos que muito bem.

      Márcia, recomendamos buscar suporte médico para sanar suas dúvidas. No texto temos dicas do DR. Salomão, mas essas dicas não substituem o atendimento médico.

      Esperamos ter ajudado.

      Abraço!

  4. Buen día, primera vez que mi hijo tomará éste medicamento y estoy un poco preocupada. Cuáles son los síntomas al ingerir el medicamento? Le recomendaron 0.5ml. Saludos y bendiciones.

    • Buen dia, Franciana. Bien?

      Francisca, é muito importante falar com o médico responsável e relatar suas preocupações. Peça informações sobre os possíveis efeitos. Assim, certamente você ficará mais tranquila quanto a isso.

      Saludo, desde Brasil.

      ¡abrazo!

    • Olá, Solange. Como vai? Esperamos que muito bem.

      Que bom, Solange, saber que seu filho está mais calmo é muito bom.

      Não deixe de acompanhar sempre nossos posts para ver notícias e informações sobre o TEA.

      Abraço!

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