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O autismo regressivo – também conhecido como Transtorno Desintegrativo da Infância, Síndrome de Heller ou autismo tardio – é o nome que se dá para crianças que apresentam os primeiros sinais de TEA somente entre um ano e meio e dois anos de idade.
Associado por muitas famílias como decorrência de fatores externos, como a vacinação, especialistas acreditam que este fenômeno está presente em ⅓ dos casos de autismo e sua explicação tem a ver com a neurologia. Neste artigo, explicamos mais sobre o surgimento, sinais de alerta e intervenções para o autismo regressivo.
O que é autismo?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a forma como a pessoa vê e interage com o mundo. Os primeiros sinais tendem a aparecer ainda na primeira infância, sendo que alguns, comuns em muitos dos casos diagnosticados mais tarde, são notados desde cedo pela família, como:
- Pouco ou nenhum contato visual (normalmente identificado pela mãe na hora de amamentar o bebê);
- Não responder ao ser chamada pelo próprio nome (normalmente confundido com risco para deficiência auditiva);
- Hipotonia (Dificuldade em sustentar a própria cabeça ou diminuição do tônus muscular e da força);
- Dificuldade no desenvolvimento da fala (normalmente, a criança já tem 2 anos e ainda não verbalizou.
De acordo com manuais como o DSM e a CID, para que o diagnóstico seja traçado, é necessário que a pessoa apresente sinais da chamada díade do autismo desde a infância:
- Dificuldades na interação e comunicação social;
- Presença de padrões de comportamento restritos e repetitivos – as famosas estereotipias.
Pessoas com TEA podem apresentar diferentes níveis de necessidade de suporte para realizar as tarefas da vida diária, o que é conhecido também como graus de autismo.
Enquanto algumas podem ter dificuldades para fazer tarefas cotidianas sozinhas, como tomar banho e se trocar, outras podem ter uma vida considerada típica e conquistar a independência, se descobrindo no espectro somente na vida adulta.
O que é autismo regressivo?
No caso do autismo regressivo, os sinais não costumam aparecer tão cedo. Na verdade, a criança parece ter um desenvolvimento considerado típico e apresenta todos os marcos do desenvolvimento para sua atual idade. É muito comum ouvir relatos de famílias que convivem com esse tipo de TEA e afirmam que a criança:
- Desenvolveu a fala e já tinha um bom repertório de palavras;
- Apresentava bons movimentos de coordenação motora fina e grossa;
- Fazia contato visual e interagia normalmente com pares da mesma idade.
No entanto, entre um ano e meio e dois anos, a criança começa a se comportar de maneira diferente e é quando surgem os primeiros sinais de alerta:
- A criança para de falar e “desaprende” as palavras que já conhecia;
- Para de interagir com as outras e começa a ter comportamentos desafiadores;
- Tem dificuldades na coordenação motora e também parece ter desaprendido coisas que já sabia: bater palmas, dar tchau etc.
Quando isso acontece, é comum a família buscar a avaliação de um profissional da pediatria ou neuropediatria e ouvir que a criança está apresentando alguns sinais comuns no espectro do autismo. A partir daí, se inicia uma avaliação para traçar o diagnóstico.
Quais são as causas do autismo?
Como dissemos anteriormente, é comum que a família tente associar o surgimento desses sintomas com fatores externos, sendo a vacinação e o nascimento de outra criança os mais comuns.
No entanto, como já reforçamos, vacinas não causam autismo. O que sabemos até agora é que a genética é um fator majoritário para o desenvolvimento do TEA e que a criança já nasce autista, não se torna.
Além disso, alguns fatores ambientais também já foram estudados como contribuintes para essa condição, como a idade paterna e uso de ácido valpróico, substância normalmente presente em medicações para tratamento de transtornos bipolar e epilépticos.
Por que o autismo regressivo acontece?
No caso do autismo regressivo, o que especialistas entendem como um fator determinante para a presença dos sinais é a realização de uma poda neural que ocorre no cérebro de todos os seres humanos nesta fase.
Durante o primeiro ano de vida, todos nós temos o dobro de sinapses de um adulto. E conforme crescemos, nosso cérebro automaticamente seleciona as sinapses que ainda vamos precisar e desliga todos os outros circuitos que não estão mais sendo utilizados.
No caso de crianças com autismo regressivo, essa poda neural, que ocorre próxima aos dois anos, elimina sinapses importantes – e que estavam sendo usadas. É quando os sinais de TEA aparecem.
É comum que as famílias confundam isso e digam que, nesses casos, a criança se tornou autista. Na verdade, ela já tinha essa predisposição genética. Ou seja, ela já tinha nascido autista, mas a poda neural tornou os sinais evidentes.
Ao notar qualquer sinal de regressão no comportamento e desenvolvimento da criança, o ideal é que a família procure por ajuda profissional, e leve a criança ao pediatra ou neuropediatra para que ela seja avaliada.
Qual o tratamento para o autismo regressivo?
Da mesma forma que ocorre com o TEA, o melhor tratamento para o autismo regressivo são as intervenções com práticas baseadas em evidências científicas, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA).
É preciso também que a criança seja acompanhada por uma equipe multidisciplinar, transdisciplinar ou interdisciplinar e que a família receba orientação parental para conseguir lidar com comportamentos desafiadores e estimular a criança no dia a dia.
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