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Será que a terapia ABA é só para autismo? Os pais não podem participar dessa prática? A criança fica robotizada? Os reforçadores são sempre os mesmos? Essas são apenas algumas das perguntas que muitos pais e pessoas cuidadoras fazem quando estão buscando entender mais sobre a ciência ABA.
Primeiro, vale lembrar que ABA para autismo é derivada do termo em inglês Applied Behavior Analysis, é a Análise do Comportamento Aplicada.
Essa é a ciência de aprendizagem usada como embasamento para os atendimentos de pessoas com transtornos do desenvolvimento, como o TEA, por exemplo. Inclusive é indicada pela OMS, como uma prática baseada em evidências, para pessoas no espectro.
Por meio dela os profissionais conseguem analisar os comportamentos das pessoas para entender como e porque eles existem, saber quais são as influências ambientais que estão relacionadas a essas ações e assim, traçar estratégias que permitem ensinar novas habilidades focadas nas necessidades de cada pessoa.
Neste texto, você vai encontrar os principais mitos e verdades sobre ABA para autismo, e tirar suas dúvidas de uma vez por todas. Confira!
Principais mitos e verdades sobre a terapia ABA
A terapia ABA para autismo foca em promover o ensino de novas habilidades e também reduzir comportamentos que são desafiadores no dia a dia da pessoa no espectro.
Apesar de muitas pessoas conhecerem ela como terapia, é importante lembrar que a ABA é uma ciência de aprendizagem que estuda os comportamentos humanos que são socialmente relevantes. Assim, usamos essa nomenclatura para facilitar a busca e compreensão.
Mas, mesmo ela sendo a indicada pela OMS, e sendo considerada como um dos métodos mais conhecidos pelas pessoas cuidadoras, ainda existem muitas dúvidas e informações falsas sobre ela circulando por aí. Veja só o que é ou não verdade:
1. ABA é uma ciência
Verdade! É muito comum que depois de um diagnóstico de autismo e durante o começo da jornada muitas famílias recebem a informação de que ABA é um método ou terapia. Apesar de isso ajudar no entendimento dos pais, é preciso frisar que a ABA é uma ciência.
Essa área, composta de pressupostos filosóficos, conceitos e técnicos, é fruto de muito estudo e embasamento científico.
Por isso, dentro da ciência ABA nada é achismo, é sempre tudo comprovado. Inclusive, as práticas baseadas em evidências usadas nas sessões para pessoas no espectro são, em grande maioria, baseadas em ABA.
2. ABA é só para autismo
Mito! Apesar de costumeiramente ser mais indicada para pessoas com desenvolvimento atípico, como autismo, as estratégias ABA podem ser usadas para o atendimento de inúmeras demandas profissionais e com pessoas neurotípicas também, sempre que existir a necessidade de aprimorar comportamentos socialmente relevantes.
É comum ver aplicações do fundamento da ABA em diferentes contextos, como em ações de saúde mental, psicologia educacional, hospitalar e de organizações, sempre de forma individualizada e intensiva.
Então, mesmo ABA para autismo sendo usada como método de ensino de novas habilidades e redução de comportamento desafiador nas intervenções de pessoas no espectro, todas as suas estratégias têm resultados comprovados quando pensamos no desenvolvimento de autonomia para todas as pessoas.
3. ABA robotiza a criança
Mito! É comum encontrar críticas da terapia ABA para autismo por aí, principalmente dizendo que essa ciência tende a robotizar a pessoa, fazendo com que a pessoa autista decore respostas e seja rígida.
O que acontece é que muitas pessoas acreditam que ABA e DTT (Ensino por Tentativa Discretas) ou “terapia de mesinha” são a mesma coisa. Apesar do DTT ser uma das práticas da ABA, ela não é a única. Dessa forma, as intervenções de pessoas no espectro não se limitam apenas a isso.
É fundamental que os pais entendam os princípios da ABA e conversem muito com os terapeutas aplicadores, para ter certeza de que as ações não sejam algo mecanizado, mas individualizadas e focadas nas necessidades diárias.
4. Os pais participam da terapia ABA
Verdade! É fundamental que as intervenções envolvem todo o núcleo familiar, indo além do ambiente terapêutico. Assim, qualquer pessoa que faça parte da rotina da criança com TEA deve participar das estratégias da terapia ABA no dia a dia.
A criança autista precisa desse apoio durante a terapia para se sentir mais segura e confortável. É importante que os pais mantenham contato constante com o terapeuta para garantir que as habilidades sejam trabalhadas, e entender quais são os desafios que seus filhos estão enfrentando.
Por isso, todo o núcleo familiar pode e deve exigir algumas características do terapeuta ABA para autismo, que vão ajudar no desenvolvimento infantil e garantir o rigor clínico das intervenções.
Dessa forma, os profissionais aplicadores precisam passar orientações de como proceder nas situações cotidianas, além de garantir que pais e pessoas cuidadoras possam ajudar no desenvolvimento de habilidades rotineiras.
Além disso, é muito importante que haja uma visão macro do ambiente em que a criança está inserida, fazendo com que todos possam analisar seus comportamentos e atuar na evolução constante.
5. Todas as estratégias de ABA são iguais
Mito! Como a ABA não é um método com começo, meio e fim, não é possível que ela seja sempre igual para todas as pessoas. Para a aplicação dos ensinos de comportamentos e estratégias é preciso que exista uma avaliação inicial da pessoa, entendendo qual seu repertório comportamental e o que pode ser desenvolvido.
Assim, as sessões serão sempre voltadas para o nível de desenvolvimento da criança, o grau de necessidade e suporte que ela apresenta e as respostas que pode dar. Existem muitas práticas que podem ser aplicadas no dia a dia e tudo sempre será feito de forma individualizada.
6. Na terapia ABA apenas alimentos e brinquedos são usados como reforçadores
Mito! Os reforçadores são qualquer consequência de um comportamento que aumente as chances dele acontecer no futuro. Assim, eles podem ser itens, objetos, atividades, interações ou qualquer coisa que ajude a pessoa a se sentir motivada a repetir determinada ação.
Os reforçadores podem ser tanto primários (aqueles que permitam que nossa espécie sobreviva) quanto construídos (aqueles que foram construídos ao longo do tempo por meio de experiências). Dentro dos reforçadores construídos, temos ainda algumas classificações:
- sociais – reforçadores que resultam da nossa relação com os outros;
- tangíveis — itens/objetos que funcionam como reforçadores;
- generalizados – aqueles que fornecem acesso a outros reforçadores;
- atividades reforçadoras – nessa categoria, podemos incluir um passeio de bicicleta, assistir televisão, brincar com os colegas, ler um livro, etc.
O reforço positivo é sim um aspecto fundamental na terapia ABA para autismo, porém ele pode ser muito mais que um alimento ou brinquedo, já que eles estão diretamente ligados ao repertório da criança e o que ela gosta e tem interesse.
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Conclusão
Ficou claro que existem muitas informações falsas por aí quando o assunto é terapia ABA para autismo e que podem acabar confundindo pais e pessoas cuidadoras na hora de buscar intervenções de qualidade para as crianças com TEA.
Aqui, listamos alguns dos principais mitos e verdades sobre terapia ABA, mas existem muitos outros que podem surgir por falta de conhecimento no assunto.
Por isso, é fundamental que pais e pessoas cuidadoras busquem fontes de informações confiáveis e tenham uma comunicação aberta com profissionais especializados, sempre tirando dúvidas que surgirem ao longo da jornada.
Se você ainda tem dúvidas sobre ABA ou qualquer outro tipo de terapia para autismo, acesse as demais categorias do nosso blog. Todos os nossos conteúdos são focados na transmissão de informações verdadeiras e seguras para toda a família:
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