Pesquisar
torne-se
3
especialidades
5
data-curso-360
2
5
07-curso
Dias
Horas
Min
Dias
Horas
Min
Médicos que mudaram a história do autismo: imagem tem fundo amarelo e mostra Lorna Wing e Skinner lado a lado

5 médicos que mudaram a história do autismo

Alguns médicos mudaram a história do autismo criando marcos fundamentais e contribuindo para a forma como as informações e pesquisas são compartilhadas e até mesmo o diagnóstico de autismo é feito atualmente.

O termo “autismo” foi usado pela primeira vez em 1908 e os estudos sobre o tema vem se desenvolvendo e permitindo que famílias e pessoas com autismo possam ter mais clareza e segurança sobre o transtorno.

Neste artigo, explicamos mais sobre alguns nomes na história do autismo e suas contribuições para a ciência.

A história do termo autismo

Como falamos, o termo autismo surgiu pela primeira vez em 1908. Na época, ele foi usado para descrever um grupo de sintomas relacionados à esquizofrenia em pacientes observados por um psiquiatra.

Foi somente 35 anos depois, em 1943,  que o autismo foi desassociado da esquizofrenia e passou a ser tratado como uma síndrome comportamental. Isso aconteceu após a publicação da famosa obra “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”.

A partir desse momento, vários estudos começaram a ser feitos para se conhecer melhor o que estavam chamando de autismo, como a primeira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais DSM-1 em 1952, documento referência para estabelecer padrões. 

Ao mesmo tempo que os estudos aumentam, diversos mitos são criados nesse período, como o da mãe geladeira — que afirma que a falta de amor e carinho maternal é a causa do transtorno — e que algum tipo de vacina causa autismo em crianças, mesmo não existindo nenhum tipo de comprovação científica sobre isso.

Apesar de hoje em dia o conhecermos como Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), essa nomenclatura é razoavelmente recente, já que foi apenas em 2013 que o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), da Associação Americana de Psiquiatria, publicou sua 5ª e mais recente edição, definindo tal conceito. 

A partir daí, o autismo ganha uma classificação própria dentro dos Transtornos do Espectro Autista e não integra mais os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD). Isso significa que distúrbios que antes eram classificados como Autismo Infantil Precoce, Autismo de Alto Funcionamento, Autismo Atípico e Síndrome de Asperger, estão agora dentro do TEA e são diagnosticados de acordo com diferentes níveis de necessidade de suporte de cada indivíduo.

5 médicos que mudaram a história do autismo

Mesmo o autismo sendo um transtorno estudado há cerca de 100 anos, existem várias alterações e mudanças em sua história. Dentro disso, existem também nomes muito significativos e pessoas que contribuíram para a forma como podemos olhar para o TEA hoje em dia. Conheça agora 5 médicos que mudaram a história do autismo:

Eugene Bleuler

O psiquiatra suíço Eugene Bleuler foi quem usou pela primeira vez o termo autismo em pacientes com esquizofrenia para descrever uma fuga da realidade para um mundo interior. Ele foi o responsável por nomear a esquizofrenia, que antes era conhecida como dementia praecox, e entender que a condição não era algo exclusivo de jovens.

Em seus estudos, ele chegou à conclusão de que todas as pessoas afetadas por essa doença sofriam de um tipo de divisão em seus processo de pensamento, e por isso, fez uso das palavras “esquizo” (divisão) e “frenia” (mente). Bleuler continuou sua pesquisa e concluiu que havia diferentes subtipos de esquizofrenia: paranoide, catatônica e emocional ou hebefrênica.

Leo Kanner

Já o psiquiatra Leo Kanner foi quem dissociou o autismo da esquizofrenia. Isso aconteceu com sua obra “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”, publicada em 1943. Nela, ele descreve 11 casos de crianças nas quais identificou “um isolamento extremo desde o começo da vida e com desejo obsessivo de preservação de mesmices.” 

O profissional usou o termo “autismo infantil precoce” e foi o responsável por diagnosticar a primeira criança autista da história — Donald Triplett. Conhecido como o “caso 1”, o menino de 5 anos foi descrito com comportamentos “fora do padrão” para uma criança da mesma idade. 

Filho de um advogado e uma professora, ele era uma criança muito isolada e que nunca correspondia a um sorriso ou reagia à voz da mãe, sempre em uma realidade própria e uma lógica particular. Alguns anos depois, o menino foi colocado em uma instituição por ordens médicas que também pediam para que os pais apagassem seu filho da memória e seguissem com a vida.

Depois de algumas visitas, os pais decidiram então levar o filho para uma consulta com Kanner, que ficou muito frustrado a princípio e não sabia ao certo em qual “padrão” psiquiátrico Donald poderia se encaixar, surgindo aí o autismo como uma condição que definiria seus comportamentos.

Porém, mesmo com sua contribuição, Kanner  é tido como um dos responsáveis pela teoria da mãe-geladeira, que diz que a falta de amor materna seria o motivo da criança desenvolver autismo, um grande mito quando pensamos nas informações sobre TEA.

Mesmo negando ter sido o precursor desta informação que se provou falsa, Kanner chamou a atenção ao dizer que pessoas autistas teriam sido filhas de mães emocionalmente distantes, teoria que foi disseminada pelo psicanalista Bruno Bettelheim mais tarde. Posteriormente, Kanner disse ter sido mal compreendido e tentou se retratar em seu livro Em Defesa das Mães.

Hans Asperger

Em 1944 o médico austriáco Hans Asperger foi o primeiro a apontar uma maior prevalência de diagnósticos de autismo em meninos. O psiquiatra costumava falar de seus pacientes como “pequenos professores”,  por conta da habilidade de comunicar sobre um determinado tema detalhadamente.

Esse foi um marco para a história do autismo, já que o médico publicou suas observações de mais de duzentas crianças tratadas por ele, com características comuns como:

  • baixa capacidade de criar laços sociais;
  • conversação unilateral;
  • falta de empatia;
  • foco intenso em um assunto de interesse;
  • movimentos descoordenados.

Lorna Wing

37 anos mais tarde, o trabalho de Asperger ganha reconhecimento quando a inglesa Lorna Wing adiciona 31 novos casos ao estudo e então nomeia a condição como ‘Síndrome de Asperger’. Apesar disso, a nomenclatura foi descontinuada nos manuais diagnósticos, como a CID 11 e o DSM 5 e hoje é conhecida popularmente como “Autismo leve”. 

Ainda sobre Asperger, estudos publicados em 2018, no livro “Crianças de Aspergers (Asperger’s Children: The Origins of Autism in Nazi Vienna) pela historiadora norte-americana Edith Sheffer, mostraram que ele foi membro de várias organizações nazistas da Segunda Guerra Mundial. 

De acordo com a publicação, o médico examinou mais de 200 pacientes, dos quais 35 foram considerados “ineducáveis” e mortos por injeção letal e em câmaras de gás. Já Lorna Wing se tornou pioneira da visão do autismo como espectro, afirmando que o transtorno afeta as pessoas em diferentes níveis. Assim, ela também estabelece uma nova base para o diagnóstico com 6 pontos básicos:

  1. ausência de manifestações convencionais de empatia;
  2. comunicação não-verbal inadequada;
  3. coordenação motora prejudicada;
  4. dificuldade e/ou repetição nas mudanças;
  5. interesses limitados e boa memória;
  6. verbalização correta, mas estereotipada.

B.F. Skinner

Não poderíamos deixar de mencionar o psicólogo Burrhus Frederic Skinner, que apesar de nunca ter trabalhado diretamente com autismo, é considerado o pai do behaviorismo radical e um grande nome dentro da Análise do Comportamento Aplicada (ABA), que hoje é uma das principais terapias para pessoas com autismo. 

Essa teoria tem como foco estudar a psicologia através da observação do comportamento das pessoas ao invés de conceitos subjetivos e teóricos da mente. Entre os principais conceitos temos os estímulos, reforço e contingência.

Apesar de vários trabalhos desses médicos que mudaram a história do autismo terem teorias falhas e informações controversas, essas pesquisas ajudam a criar um caminho de descobertas para que hoje possamos garantir muito mais qualidade de vida e autonomia para pessoas autistas e suas famílias. 

Em nosso blog você consegue encontrar vários outros assuntos relacionados com a história do autismo e pode continuar aprendendo cada vez mais.

Conheça nosso atendimento para autismo

Esse artigo foi útil para você?

Jornada da Terapia Ocupacional – Integração Sensorial 29/10 – ONLINE Debate sobre neurodivergência na Alesp: veja como foi 21/09: Luta Nacional das Pessoas com Deficiências (PCDs) Rock in Rio: sala sensorial para pessoas autistas e com deficiências ocultas Omint: novo plano de saúde parceiro da Genial Care O que é rigidez cognitiva? Apraxia da fala: como ela impacta pessoas autistas? Como usamos a CAA aqui na Genial Care? Dia do Psicólogo: entenda a importância do profissional no autismo Psicomotricidade: saiba o que é e qual sua relação com Autismo 3 séries sul-coreanas sobre autismo pra você conhecer! 5 atividades extracurriculares para integração social de crianças no TEA Existe reembolso para autismo pelo plano de saúde? Como ajudar crianças com TEA a treinar habilidades sociais? Câmara aprova projeto que visa contratação de pessoas autistas O que é Integração sensorial de Ayres? Olimpíadas 2024: conheça a história e atletas com TEA Dia Mundial de Conscientização da Síndrome do X Frágil Dia Nacional do Futebol: inclusão e emoções das pessoas com TEA Se o autismo não é uma doença, por que precisa de diagnóstico? Aprovado Projeto de Lei que obriga SUS aplicar a escala M-CHAT em crianças de 2 anos Dia mundial do Rock: conheça 5 bandas com integrantes autistas Como aproveitar momentos de lazer com sua criança autista? Senado: debate público sobre inclusão educacional de pessoas com TEA Emoções no autismo: saiba como as habilidades emocionais funcionam Dia do cinema nacional: conheça a Sessão Azul Por que precisamos do Dia do Orgulho Autista? Conheça o estudo retratos do autismo no Brasil 2023 | Genial Care Dia Mundial do Meio Ambiente: natureza e a interação de crianças TEA Pessoas com TEA tem direito ao Benefício de prestação continuada (BPC)? Cássio usa camiseta com número em alusão ao Autismo Marcos Mion visita abrigo que acolhe pessoas autistas no RS Existem alimentos que podem prejudicar a saúde de pessoas autistas? Escala M-CHAT fica de fora da Caderneta da Criança O que são níveis de suporte no autismo? Segunda temporada de Heartbreak High já disponível na Netflix Símbolos do autismo: Veja quais são e seus significados Dia Mundial de Conscientização do Autismo: saiba a importância da data Filha de Demi Moore e Bruce Willis revela diagnóstico de autismo Brinquedos para autismo: tudo que você precisa saber! Dia internacional das mulheres: frases e histórias que inspiram Meltdown e Shutdown no autismo: entenda o que significam Veja o desabafo emocionante de Felipe Araújo sobre seu filho autista Estádio do Palmeiras, Allianz Parque, inaugura sala sensorial Peça teatral AZUL: abordagem do TEA de forma lúdica 6 personagens autistas em animações infantis Canabidiol no tratamento de autismo Genial Care recebe R$ 35 milhões para investir em saúde atípica Autismo e plano de saúde: 5 direitos que as operadoras devem cobrir Planos de saúde querem mudar o rol na ANS para tratamento de autismo Hipersensibilidade: fogos de artifício e autismo. O que devo saber? Intervenção precoce e TEA: conheça a história de Julie Dutra Cezar Black tem fala capacitista em “A Fazenda” Dia do Fonoaudiólogo: a importância dos profissionais para o autismo Como é o dia de uma terapeuta ocupacional na rede Genial Care? O que é rigidez cognitiva? Lei sugere substituição de sinais sonoros em escolas do Rio de janeiro 5 informações que você precisa saber sobre o CipTea Messi é autista? Veja porque essa fake news repercute até hoje 5 formas Geniais de inclusão para pessoas autistas por pessoas autistas Emissão de carteira de pessoa autista em 26 postos do Poupamento 3 torcidas autistas que promovem inclusão nos estádios de futebol Conheça mais sobre a lei que cria “Centros de referência para autismo” Como a Genial Care realiza a orientação com os pais? 5 Sinais de AUTISMO em bebês Dia das Bruxas | 3 “sustos” que todo cuidador de uma criança com autismo já levou Jacob: adolescente autista, que potencializou a comunicação com a música! Síndrome de asperger e autismo leve são a mesma coisa? Tramontina cria produto inspirado em criança com autismo Como a fonoaudiologia ajuda crianças com seletividade alimentar? Genial Care Academy: conheça o núcleo de capacitação de terapeutas Como é ser um fonoaudiólogo em uma Healthtech Terapeuta Ocupacional no autismo: entenda a importância para o TEA Como é ser Genial: Mariana Tonetto CAA no autismo: veja os benefícios para o desenvolvimento no TEA Cordão de girassol: o que é, para que serve e quem tem direito Como conseguir laudo de autismo? Conheça a rede Genial para autismo e seja um terapeuta de excelência Educação inclusiva: debate sobre acompanhantes terapêuticos para TEA nas escolas Letícia Sabatella revela ter autismo: “foi libertador” O que é discalculia e qual sua relação com autismo? Rasgar papel tem ligação com o autismo? Quem é Temple Grandin? | Genial Care Irmãos gêmeos tem o mesmo diagnóstico de autismo? Parece autismo, mas não é: transtornos comumente confundidos com TEA Nova lei aprova ozonioterapia em intervenções complementares Dicas de como explicar de forma simples para crianças o que é autismo 5 livros e HQs para autismo para você colocar na lista! Como é para um terapeuta trabalhar em uma healthcare? Lei n°14.626 – Atendimento Prioritário para Pessoas Autistas e Outros Grupos Como fazer um relatório descritivo? 7 mitos e verdades sobre autismo | Genial Care Masking no autismo: veja porque pessoas neurodivergentes fazem 3 atividades de terapia ocupacional para usar com crianças autistas Por que o autismo é considerado um espectro? Sala multissensorial em aeroportos de SP e RJ 18/06: dia Mundial do orgulho autista – entenda a importância da data Sinais de autismo na adolescência: entenda quais são Diagnóstico tardio da cantora SIA | Genial Care