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O Dia da Escola é uma data comemorativa que tem como objetivo celebrar a importância da educação e da escola na vida das pessoas. No Brasil, a data é comemorada no dia 15 de março.
Além da data marcar a importância do ambiente escolar para o desenvolvimento de qualquer ser humano, ela também reforça o direito básico de todas as pessoas: a educação (Art. 205 — constituição federal).
Entretanto, apesar de ser um direito para todos, o acesso à educação pode ser um desafio para crianças e jovens com Transtorno do Espectro Autista (TEA), pois nem toda escola possui um ensino inclusivo e adaptado para alcançar o máximo potencial de aprendizado da criança.
Dentre os ensinos inclusivos, existem metodologias que favorecem não só a aprendizagem alfabética e numérica da pessoa, mas também a socialização, a empatia, o senso de pertencimento e a autonomia.
Por isso, nesse Dia da Escola, separamos duas metodologias do ensino infantil que acolhem as singularidades de crianças no espectro. Para conhecê-las, continue no texto!
Dia da Escola: história
A escolha da data foi feita no ano de 1827, quando o imperador Dom Pedro I assinou um decreto que criou as primeiras escolas elementares no país. O decreto estabelecia que todas as cidades, vilas e aldeias do país deveriam ter pelo menos uma escola de ensino básico, onde seriam ensinadas as primeiras letras e noções de aritmética.
A data, portanto, marca não só a criação das primeiras escolas brasileiras, mas também o início da universalização do acesso à educação no país. A partir daí, a educação passou a ser um direito de todos os cidadãos brasileiros, independentemente de sua origem social, gênero ou raça.
Ao longo do tempo, a celebração do Dia da Escola se tornou uma oportunidade para valorizar os profissionais da educação, bem como para refletir sobre a importância da escola como espaço de formação e desenvolvimento pessoal e social.
A data é lembrada em todo o país por meio de atividades e eventos que envolvem estudantes, professores, pais e comunidades locais.
Metodologias de aprendizagem para pessoas autistas
Existem várias metodologias escolares que podem ser adaptadas para atender às necessidades de estudantes autistas. Algumas dessas metodologias incluem:
- Ensino Estruturado: Essa metodologia enfatiza o uso de rotinas e sistemas estruturados para ajudar os alunos autistas a se sentirem seguros e organizados. Essa abordagem pode envolver o uso de tabelas de comunicação visual, listas de tarefas e horários previsíveis para ajudar os alunos a se prepararem para as atividades do dia;
- Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA): Para alunos com dificuldades de comunicação verbal, a CAA pode ser uma metodologia útil. Essa abordagem envolve o uso de símbolos visuais, gestos e outros métodos não verbais para ajudar os alunos a se comunicarem;
- Intervenções Comportamentais: Intervenções comportamentais, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) ou o Treinamento em Habilidades Sociais, podem ser eficazes para alunos autistas que têm dificuldades em áreas como habilidades sociais, comportamento e comunicação;
- Abordagem Sensorial: Alunos autistas muitas vezes têm necessidades sensoriais diferentes das de outros alunos. Uma abordagem sensorial pode envolver o uso de materiais táteis, aromaterapia, música ou outras técnicas para ajudar os alunos a se concentrarem e se sentirem mais confortáveis em sala de aula;
- Aprendizagem Baseada em Interesses: Essa abordagem envolve a construção do currículo em torno dos interesses dos alunos. Para alunos autistas, isso pode significar o uso de jogos, atividades sensoriais ou outros materiais que sejam atraentes e envolventes para eles.
É importante lembrar que cada aluno é único e pode ter necessidades e preferências diferentes. É essencial trabalhar em colaboração com a família e uma equipe multidisciplinar especializada para desenvolver um plano educacional personalizado para atender às necessidades individuais de cada aluno.
Metodologias do ensino infantil: Montessori x Reggio Emilia
Existem duas metodologias de ensino muito conhecidas por fazerem parte do ambiente escolar da primeira infância, isto é, que estão presentes em creches e também nos anos iniciais do ensino fundamental.
O ensino Montessori e Reggio Emilia são conhecidos por serem ensino que ressaltam a inclusão, isso porque focam principalmente nas particularidades e também na liberdade de exploração da criança. Por isso, elas acolhem a pessoa no espectro, oferecendo a oportunidade de desenvolvimento de autonomia.
Metodologia Montessori
A educação Montessori é um modelo educacional que foi desenvolvido pela médica italiana Maria Montessori no início do século XX. É uma abordqgem centra na crinaça e que enfatiza o seu desenvolvimento integral, incluindo o intelectual, emocional, social e físico.
A educação Montessori é baseada na crença de que a criança é naturalmente curiosa e automotivada para aprender e que o papel do educador é guiar e apoiar esse processo de aprendizagem.
Os princípios fundamentais da educação Montessori incluem:
- Ambiente preparado: espaço que é organizado e estruturado para permitir a independência e a exploração da criança;
- Material didático: o uso de materiais didáticos específicos, que foram desenvolvidos pela própria Montessori, que são projetados para serem autocorretivos e permitem que as crianças aprendam através de experiências sensoriais;
- Papel do educador: o educador é visto como um guia, facilitador e observador, cujo papel é apoiar a criança em seu processo de aprendizagem e desenvolvimento;
- Aprendizado autodirigido: a abordagem Montessori valoriza a independência e o autodirecionamento da criança em seu próprio processo de aprendizagem.
A educação Montessori pode ser uma abordagem benéfica para crianças com autismo, pois enfatiza o desenvolvimento holístico da criança e permite que a criança trabalhe em seu próprio ritmo e nível de habilidade. Ela incentiva a independência e a autorregulação, o que pode ajudar a aumentar a confiança e a autoestima da criança.
Metodologia Reggio Emilia
A metodologia Reggio Emilia é um modelo educacional que teve origem na cidade italiana de Reggio Emilia após a Segunda Guerra Mundial.
É uma abordagem centrada na criança, que se baseia em uma filosofia holística e construtivista de aprendizagem. A metodologia é caracterizada por um ambiente de aprendizagem rico em materiais, interações sociais e um forte compromisso com a comunidade.
O método enfatiza o papel da criança como protagonista do seu próprio aprendizado e na construção do conhecimento. Além disso, o ambiente é considerado o “terceiro professor”, por a criança mergulhar nos elementos disponíveis para aprendizagem, seja utilizando:
- Tintas para pintura;
- Fotografias;
- Elementos da natureza;
- Brinquedos, principalmente os sensoriais;
- Música;
- Teatro.
O uso de múltiplas linguagens permite que as crianças se expressem de maneiras diferentes e desenvolvam suas habilidades de comunicação. As crianças são incentivadas a explorar e descobrir, e os educadores atuam como facilitadores em vez de fornecedores de informações.
Uma importante característica, é a documentação do processo de aprendizagem, onde os professores são incentivados a documentar continuamente o processo de aprendizagem para ajudar a identificar o progresso da criança e informar a prática educacional e a garantir que as necessidades e interesses individuais de cada criança sejam atendidos.
Embora a metodologia Reggio Emilia não seja especificamente projetada para crianças com autismo, muitos dos princípios fundamentais da abordagem, como o papel ativo da criança em seu próprio aprendizado, a ênfase na interação social e o ambiente como terceiro professor, podem ser benéficos para crianças com autismo.
A abordagem Reggio Emilia enfatiza a importância de respeitar as diferenças individuais e as necessidades únicas de cada criança. Isso pode ser particularmente relevante para crianças com autismo, que podem ter necessidades especiais em termos de comunicação, socialização e aprendizado
Educação inclusiva: um direito de todos!
Independentemente da metodologia de ensino aplicada pela escola, a matrícula do aluno no espectro é garantida por lei. Esse é um direito garantido pela Lei Berenice Piana, de 2012, que criou a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA.
A lei institui os direitos dos autistas e suas famílias em diversas esferas sociais. Nenhuma escola pode fazer discriminação da família e da criança que se matricula no ambiente de ensino.
Apesar do dia da escola ser um momento de celebração de um direito tão necessário, ainda é preciso lutar para que todos tenham uma educação inclusiva e de qualidade, e que a lei acolha verdadeiramente a todos!
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