Pesquisar
Menina deitada ao chão lendo um livro. Autismo em meninas.

É mais difícil diagnosticar autismo em meninas?

Já sabemos que o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta pessoas de todas as raças e gêneros. Porém, as estimativas apontam para uma maior incidência de casos em meninos do que meninas. Segundo dados do CDC (Centros para Controle e Prevenção de Doenças norte-americana), existe 1 menina para cada 4 meninos no espectro.

Essa mesma pesquisa mostra que os diagnósticos de autismo continuam crescendo, já que no ano de 2020, nos EUA, a prevalência é de 1 autista para cada 54 crianças de 8 anos. Então, por que será que mesmo assim ainda vemos menos o autismo em meninas?

Como o TEA é um espectro, nem todas as pessoas que estão nele experimentam da mesma maneira, já que cada pessoa é única. Dessa forma, alguns sinais precoces podem até mesmo ser negligenciados ou diagnosticados erradamente em pessoas do sexo feminino.

Vamos entender melhor sobre isso? Continue a leitura deste texto!

profissional clínica assoprando bolhas de sabão com menino feliz ao lado

Por que é mais difícil diagnosticar o autismo em meninas?

Até alguns anos atrás, os estudos voltados para entender melhor o autismo, eram centrados em homens, o que pode ter facilitado bastante o diagnóstico para esse grupo. Esse, inclusive, é um dos principais motivos para a cor azul ser definida no passado como um dos símbolos do autismo.

Mas isso vem mudando. Muitos pesquisadores têm como hipótese que as mulheres podem ser menos diagnosticadas com TEA, existindo muito mais pessoas do sexo feminino no espectro do que imaginamos.

O que acontece é que, geralmente, meninas não se encaixam na maioria dos estereótipos desse transtorno e tendem a ter os sintomas muito mais mascarados do que meninos. Esse é o caso do comportamento social, um dos maiores fatores para identificar o transtorno.

Por uma construção social, meninas tendem a disfarçar muito mais as suas limitações em relação aos meninos, imitando comportamentos de outras pessoas da mesma idade, até mesmo por uma questão de aceitação social.

Camuflagem social no autismo

Também conhecido como masking (do verbo “mascarar” em inglês), a camuflagem social é o termo usado para um conjunto de estratégias usadas para esconder comportamentos comuns em pessoas com autismo.

O principal objetivo dessas estratégias é fazer com que a pessoa se adapte melhor ao ambiente, atendendo às expectativas dos contextos sociais. Quando pensamos em autismo em meninas, essa é uma das principais razões pelo número menor de laudos.

Pesquisadores afirmam que, por mulheres serem mais expostas em situações sociais e forçadas a se comportar de forma “adequada” desde muito cedo, muitas das características do TEA acabam sendo ocultadas nesse processo.

Apesar disso ser muito comum em ambientes sociais fora de casa, muitas crianças podem começar a mascarar o autismo cedo, nas interações de âmbito familiar. Isso acontece quando os pais ou cuidadores repreendem comportamentos comuns no autismo, como as estereotipias, por exemplo.

Diagnóstico tardio

Além disso, os estudos também mostram que as meninas precisam mostrar dificuldades intelectuais, ou comportamentais, muito mais severas para o autismo ser considerado como causa desses déficits.

Dessa forma, quando existe autismo leve em meninas, a pessoa no espectro pode passar anos sem ser diagnosticada ou até mesmo ter que receber o diagnóstico errado, como TDAH, TOC e transtornos alimentares, como anorexia.

Nesses casos de diagnóstico tardio, é bastante comum que as meninas no espectro recebam o laudo de autismo leve.

Com o acesso a informações de fontes confiáveis, e a conscientização sobre o autismo, cada vez mais pessoas podem se identificar com os sinais e procuram apoio profissional para, de fato, receberem um laudo.

Existem diferenças entre os sintomas de autismo em meninas e meninos?

Mesmo com muitos estudos, ainda não existe a comprovação científica de que existem diferenças de sintomas, quando pensamos em meninos ou meninas.

O que existem são hipóteses em investigação. Uma delas é de que o cérebro masculino é mais “sistematizador”, com maior desenvolvimento na área responsável pelo raciocínio lógico, já o cérebro feminino é mais “empático”, com maior desenvolvimento na linguagem.

Por isso, comportamentos repetitivos, ou dificuldades de controlar impulsos, podem aparecer com mais frequência em meninos autistas do que meninas. Sendo sintomas mais fáceis de detectar do que a dificuldade de socialização ou comunicação.

Pesquisadores sugerem que entre crianças com alto QI verbal, os meninos são muito mais vulneráveis que as meninas. Assim, com essas características cerebrais mais “favoráveis ao desenvolvimento da comunicação”, seria possível explicar o porquê as meninas têm sintomas mais “amenos”.

Além disso, algumas evidências e crescentes sugerem que existem diferenças sexuais no autismo e que precisam ser consideradas no diagnóstico de TEA em mulheres. Assim como a camuflagem social, os “preconceitos sexuais”, mais comuns entre pessoas do sexo feminino, ajudam a dificultar o diagnóstico.

Ao mesmo tempo, a maioria dos critérios diagnósticos são construídos tradicionalmente sobre estereótipos masculinos, deixando de considerar a variação de comportamentos de mulheres com autismo.

Autismo em meninas e a falta de apoio

Muitas mulheres com autismo apresentam similaridades em suas experiências e vivências, pautadas na falta de apoio e suporte da sociedade como tudo. Um estudo qualitativo de 2017, descreveu grandes dificuldades enfrentadas por elas no dia a dia, principalmente em relação ao trabalho.

A grande maioria das mulheres compartilham que suas necessidades tendem a ser mal compreendidas e diminuídas. Esse é um problema que afeta muito as questões de saúde mental.

Além disso, existe uma sobrecarga sensorial e emocional que tende a marcar a trajetória profissional e pessoal das mulheres autistas. Muitas relatam que lutam para manter um emprego de longo prazo, já que existe menos apoio fornecido a elas.

Por isso, a importância do diagnóstico e intervenção precoce para o autismo em meninas, ajudando a mudar essa realidade e garantir que todas elas consigam desenvolver suas habilidades da melhor forma possível.

Aqui na Genial Care temos como missão potencializar a evolução e criar caminhos extraordinários para crianças com autismo. Conheça nossos serviços clicando no botão:

Conheça nossos serviços

Conheça nosso atendimento para autismo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Terapias pelo seu plano com início imediato
Garanta o início das terapias da sua criança nas unidades de Morumbi ou Pinheiros, em São Paulo.
Conheça todas as nossas unidades na Grande São Paulo.
1º lugar em medicina | Elizeu Você sabia que Elon Musk é autista? Autismo leve pode piorar? Mito ou verdade? Existe teste online para diagnosticar o autismo infantil? Direitos de pais com filhos com autismo Pondé afirma que autismo está no ‘hype’ e causa polêmica Uma Advogada Extraordinária: representatividade do autismo Autismo: Fui diagnosticada aos 60 anos e agora? Brinquedos para autismo: tudo que você precisa saber! AUTISMO e ASPERGER: 25 sinais de Autismo Infantil AUTISMO em ADULTOS: Quando e como saber? O Rol taxativo da ANS chegou ao fim? 5 brincadeiras para o Dia das Crianças Canabidiol no tratamento de autismo Outubro Rosa: 5 maneiras da mãe se cuidar Graus de autismo: Conheça quais são e como identificá-los 6 personagens autistas em animações infantis Estereotipias: o que são e quais as principais em pessoas autistas Diagnóstico de autismo: quais os próximos passos. Veja 5 dicas Quais os principais sinais de que meu filho tem autismo? Diagnóstico de autismo do meu filho. O que preciso fazer? Messi é autista? Veja porque essa fake news repercute até hoje Conheça os principais tratamentos para pessoas no espectro autista Hipersensibilidade: fogos de artifício e autismo. O que devo saber? 3 Animações que possuem personagens autistas | Férias Geniais 3 aplicativos que auxiliam na rotina de crianças autistas Déficit na percepção visual: Como a terapia ocupacional pode ajudar? Escala M-CHAT: saiba como funciona! Síndrome sensorial: conheça o transtorno de Bless, filho de Bruno Gagliasso Dia do cinema nacional: conheça a Sessão Azul Meu filho foi diagnosticado com autismo, e agora? Diagnóstico tardio de autismo: conheça a caso do cantor Vitor Fadul 7 passos para fazer o relatório descritivo da criança com autismo 10 anos da Lei Berenice Piana: veja os avanços que ela proporcionou Park Eun-Bin: descubra se a famosa atriz é autista Síndrome de Tourette: entenda o que aconteceu com Lewis Capaldi Ecolalia: definição, tipos e estratégias de intervenção Dia da escola: origem e importância da data comemorativa Neuropediatra especializado em autismo e a primeira consulta Brendan Fraser e seu filho Griffin Nova temporada de “As Five” e a personagem Benê Show do Coldplay: momento inesquecível para um fã no espectro Como a fonoaudiologia ajuda crianças com seletividade alimentar? Prevalência do autismo: CDC divulga novos dados Como ajudar crianças com TEA a treinar habilidades sociais? Neurodivergente: Saiba o que é e tire suas dúvidas Símbolos do autismo: Veja quais são e seus significados Eletroencefalograma e autismo: tudo que você precisa saber Autismo e TDAH: entenda o que são, suas relações e diferenças Diagnóstico tardio de autismo: como descobrir se você está no espectro? Autismo e esteriótipos: por que evitar associar famosos e seus filhos Tem um monstro na minha escola: o desserviço na inclusão escolar Conheça a rede Genial para autismo e seja um terapeuta de excelência MMS: entenda o que é o porquê deve ser evitada Autismo e futebol: veja como os torcedores TEA são representados Diagnóstico tardio da cantora SIA | Genial Care 5 informações que você precisa saber sobre o CipTea Cordão de girassol: o que é, para que serve e quem tem direito Sinais de autismo na adolescência: entenda quais são 18/06: dia Mundial do orgulho autista – entenda a importância da data Sala multissensorial em aeroportos de SP e RJ Por que o autismo é considerado um espectro? 5 formas Geniais de inclusão para pessoas autistas por pessoas autistas 3 atividades de terapia ocupacional para usar com crianças autistas Como aproveitar momentos de lazer com sua criança autista? Masking no autismo: veja porque pessoas neurodivergentes fazem Como fazer um relatório descritivo? Lei n°14.626 – Atendimento Prioritário para Pessoas Autistas e Outros Grupos Como é para um terapeuta trabalhar em uma healthcare? 5 livros e HQs para autismo para você colocar na lista! 5 atividades extracurriculares para integração social de crianças no TEA Dicas de como explicar de forma simples para crianças o que é autismo Nova lei aprova ozonioterapia em intervenções complementares Autismo e plano de saúde: 5 direitos que as operadoras devem cobrir Parece autismo, mas não é: transtornos comumente confundidos com TEA 3 séries sul-coreanas sobre autismo pra você conhecer! Irmãos gêmeos tem o mesmo diagnóstico de autismo? Quem é Temple Grandin? | Genial Care Rasgar papel tem ligação com o autismo? O que é rigidez cognitiva? O que é discalculia e qual sua relação com autismo? Conheça o estudo retratos do autismo no Brasil 2023 | Genial Care Letícia Sabatella revela ter autismo: “foi libertador” Educação inclusiva: debate sobre acompanhantes terapêuticos para TEA nas escolas Emissão de carteira de pessoa autista em 26 postos do Poupamento Se o autismo não é uma doença, por que precisa de diagnóstico? Como conseguir laudo de autismo? CAA no autismo: veja os benefícios para o desenvolvimento no TEA Como a Genial Care realiza a orientação com os pais? Como é ser Genial: Mariana Tonetto Terapeuta Ocupacional no autismo: entenda a importância para o TEA Como é ser um fonoaudiólogo em uma Healthtech Genial Care Academy: conheça o núcleo de capacitação de terapeutas Tramontina cria produto inspirado em criança com autismo Síndrome de asperger e autismo leve são a mesma coisa? Jacob: adolescente autista, que potencializou a comunicação com a música! Dia das Bruxas | 3 “sustos” que todo cuidador de uma criança com autismo já levou Conheça mais sobre a lei que cria “Centros de referência para autismo” 3 torcidas autistas que promovem inclusão nos estádios de futebol Como usamos a CAA aqui na Genial Care?