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Uma dúvida muito comum entre pessoas cuidadoras e famílias que acabaram de receber o diagnóstico de autismo de alguém é sobre quais os tipos de terapia para autismo que existem. Até mesmo a pessoa com TEA precisa entender mais sobre isso em sua jornada de desenvolvimento e conhecimento.
Isso porque a terapia ABA no autismo é algo bem falado e conhecido, mas não é a única forma de intervenção possível quando falamos de estratégias de aprendizagem para pessoas no espectro.
No caso das terapias para pessoas com atraso no desenvolvimento, as estratégias da ABA têm resultados comprovados no que se refere ao aprendizado de habilidades e desenvolvimento de autonomia.
Além da ABA, há outros tipos de terapia que também são recomendadas para auxiliarem no desenvolvimento, principalmente por contribuir com o desenvolvimento social, na comunicação e até para ajudar a lidar com comportamentos desafiadores, que prejudicam o bem-estar da pessoa com TEA.
Neste texto vamos falar exatamente sobre essas diferenças entre a terapia ABA no autismo e outras intervenções!
O que é ABA?
A Análise do Comportamento Aplicada (ABA, do inglês Applied Behavior Analysis) é uma das terapias para autismo mais recomendadas por especialistas. Inclusive é a ciência da aprendizagem recomendada pela Organização Mundial da Saúde para pessoas com desenvolvimento atípico, especialmente o autismo.
A terapia ABA no autismo tem como objetivo promover o ensino de novas habilidades e ajudar a lidar com comportamentos desafiadores. Dessa forma, essa ciência pode ser usada em intervenções para pessoas com autismo com o objetivo de entender e ajudar com um determinado comportamento.
Trabalhando com atividades ligadas diretamente ao comportamento, a Ciência ABA visa promover uma melhor qualidade de vida para quem está no espectro autista.
Por meio desta ciência, profissionais realizam 3 etapas que determinam os próximos passos da intervenção:
- Todas as intervenções são feitas após uma análise do comportamento do indivíduo, buscando entender como e o porquê determinado comportamento ocorre.
- Também é analisado o quanto o ambiente influencia a pessoa com TEA.
- A partir de avaliações e análises, são estipuladas estratégias para iniciar o ensino de novas habilidades (e extinção de outras) para o indivíduo no espectro.
Durante esse processo, a individualidade de cada pessoa é respeitada em cada etapa.
É importante destacarmos que apesar de usarmos o termo terapia ABA, essa análise é uma ciência, e esse é o modo mais correto de falar sobre ela. O termo terapia ABA no autismo ajuda pais e pessoas cuidadoras a encontrarem informações de forma mais acessível e direta.
ABA funciona só para autismo?
Apesar da indicação da ciência ABA ser – costumeiramente – mais indicada para pessoas com desenvolvimento atípico (como no caso do TEA), o referencial teórico e suas estratégias podem ser usadas para embasar o atendimento a inúmeras demandas profissionais.
Quando feitas na área de psicologia, as aplicações dos fundamentos da ABA são indicadas para demandas referentes a:
- Saúde mental;
- Psicologia educacional;
- Psicologia hospitalar;
- Psicologia das organizações;
- Psicologia clínica para o público típico e atípico.
A intervenção faz uso de práticas científicas baseadas em evidências (PBEs), conjunto de procedimentos para os quais os pesquisadores forneceram um nível aceitável de pesquisa que mostra que a prática produz resultados positivos para pessoas com TEA.
Além de ensinar habilidades úteis para o dia a dia, que influencia diretamente nas atividades da vida diárias, a intervenção ABA também pode ser positiva na escola, influenciando na socialização e no aprendizado.
Terapia ABA no autismo
A ciência ABA passou a fazer parte dos estudos para intervenções em crianças com distúrbios do desenvolvimento na década de 60, quando foi constatado que sua aplicação aumentava significativamente o repertório comportamental.
Mas um dos estudos mais famosos sobre o tema realizado em 1987, pelo psicólogo clínico Ivar Loovas realizou um estudo que apontou os importantes ganhos com o uso dos princípios da ABA no ensino de crianças com TEA.
Nesse estudo, participaram 19 crianças, sendo que:
- 47% haviam tido sucesso em se reintegrar em escolas regulares;
- Apenas 2% tiveram o mesmo resultado com outras intervenções.
A partir daí, novos estudos vêm sendo publicados com o intuito de reforçar – e apresentar – os benefícios efetivos que são obtidos a partir do uso dessa ciência em crianças com distúrbio no desenvolvimento e também pessoas com TEA.
É o caso do estudo mais recente do Evidence-based Practices for Autism onde foram citadas 28 práticas baseadas em evidências com resultados positivos para pessoas com TEA, dentre elas, 23 práticas estão ligadas à ciência ABA.
O que é Terapia Ocupacional?
A Terapia Ocupacional (T.O.) é uma disciplina da área da saúde que se concentra em ajudar as pessoas a participarem das atividades diárias significativas e funcionais. As intervenções de T.O. podem ser em saúde, educação e até na esfera social.
Os terapeutas ocupacionais trabalham com pessoas de todas as idades com barreiras e desafios físicos, emocionais, cognitivos ou sociais que interferem em suas habilidades para participar plenamente das atividades que desejam ou precisam realizar.
Isso quer dizer que ela ajuda na promoção, desenvolvimento e manutenção das atividades funcionais da rotina. Para pessoas com TEA, isso pode incluir tarefas como vestir-se, comer, comunicar-se e participar de atividades sociais, por exemplo.
Qual a diferença entre Terapia Ocupacional e ABA?
Existem muitos equívocos quanto a Terapia Ocupacional e a Ciência ABA, pois muitos profissionais costumam comparar ambas as intervenções, questionando qual é melhor do que a outra.
A resposta é que: as duas são essenciais para o desenvolvimento da pessoa com TEA.
Um errôneo comentário – e talvez uma dúvida de muitas pessoas cuidadoras – é a de que o ABA inibe algumas características sensoriais no recurso de regulação, enquanto a T.O. busca realizar uma integração sensorial em suas intervenções.
O que não é verdade, pois quando trabalhada com uma equipe multidisciplinar, ambas as intervenções são complementos importantes para a pessoa com TEA.
Além disso, a ABA tem como objetivo ajudar com os comportamentos desafiadores que causam comportamentos que podem prejudicar a si mesmo ou outras pessoas ao redor, são uma preocupação para famílias que convivem com o autismo.
Enquanto a T.O. visa integração sensorial de forma saudável, para que o desenvolvimento motor possa fluir livremente, promovendo a qualidade de vida e o bem-estar.
Existem outros tipos de terapias para autismo?
Sim, existem diversas terapias e estratégias para o TEA além da terapia ABA no autismo, como:
- Método Denver: protocolo de abordagens com a intenção de estimular a interação social e ajudar no desenvolvimento de pessoas autistas. Aqui as atividades propostas têm como intenção promover interações sociais positivas, ou seja, que aumentam a motivação da criança na criação de novos contatos sociais e melhoram a capacidade de aprendizagem.
- TEACCH: o TEACCH foca em melhorar as habilidades sociais e de comunicação da pessoa no espectro, além de reduzir comportamentos desafiadores e melhorar a qualidade de vida de todo o núcleo familiar.
- Fonoaudiologia: A fonoaudiologia no autismo é uma das áreas que atua no desenvolvimento comunicativo da criança no espectro, contribuindo para reduzir os impactos do TEA no dia a dia. Isso porque, dentre as características mais comuns, temos a dificuldade de comunicação, fala e interação social.
Além dessas, também existem outras práticas baseadas em evidências que são indicadas pelos profissionais, sempre de acordo com as necessidades de suporte e oportunidades de aprendizagem de cada criança.
Vale lembrar que: não há uma terapia mais eficaz que a outra, é importante integrar as intervenções para que a pessoa no espectro tenha suas particularidades respeitadas, exploradas e potencializadas, afinal, nenhuma criança é igual a outra, portanto, não se desenvolve como as outras.
É preciso lembrar que, assim como a busca por tipos de terapia e novas intervenções para autismo, o TEA ainda é muito estudado pela ciência, então é muito comum surgir novas pesquisas e estudos no que diz respeito a práticas e intervenções que podem auxiliar (ou não) no desenvolvimento.
Genial Care: rede de cuidado de saúde atípica
A Genial Care é uma rede de cuidado de saúde atípica referência na América Latina. Especializada no cuidado e desenvolvimento de crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e suas famílias.
Unimos modelos terapêuticos avançados, suporte educacional e tecnologia própria para maximizar a qualidade de vida e o bem-estar de todas as pessoas envolvidas no processo de intervenção. Nosso propósito é garantir que toda criança atinja o seu máximo potencial.
Estamos em busca de profissionais clínicos!
Estamos em busca de profissionais comprometidos e talentosos para se juntarem a nós nessa transformação. Se você é um terapeuta ocupacional ou fonoaudiólogo que deseja mudar o cenário do autismo no Brasil, entre em contato conosco.
Oferecemos um ambiente de trabalho colaborativo, infraestrutura moderna e recursos atualizados para o desenvolvimento profissional contínuo.
Além disso, temos uma equipe clínica experiente e variada que proporciona uma abordagem abrangente e integrada em todo o processo, colaborando não só para a evolução das crianças, mas para a sua também.
Conclusão
Ficou claro que existem outras possibilidades de intervenções para crianças com TEA além da terapia ABA no autismo. Elas podem ser combinadas entre si, potencializando a evolução e desenvolvimento de quem está no espectro.
Por isso, procurar profissionais capacitados e de várias especialidades é fundamental para garantir estratégias direcionadas e pautadas pela ciência. Ao reunir conhecimento sobre as várias opções, pais e pessoas cuidadoras têm maior embasamento para entender as necessidades específicas da criança.
Em nosso blog temos diversos conteúdos focados nessas terapias para autismo e também outros assuntos que podem ajudar nesse momento. Convidamos você a ler mais e continuar aprendendo: