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Menino com as mãos no rosto sofrendo de rigidez cognitíva

O que é rigidez cognitiva no autismo? Saiba o que isso significa e o que fazer

A rigidez cognitiva no autismo é uma característica frequentemente observada em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que representa dificuldades de adaptação em mudanças e rotinas.

Por meio de padrões persistentes e restritos de comportamento, a pessoa autista pode sofrer impactos em diversos aspectos da vida cotidiana, influenciando suas interações sociais, habilidades de aprendizado e a capacidade de enfrentar desafios do dia a dia.

Essa rigidez cognitiva pode se apresentar de várias formas, como preferências por cores ou objetos, dificuldades de adaptação a novas situações, apego intenso a ações estruturadas da rotina e outros.

Neste texto, vamos falar sobre a rigidez cognitiva no autismo, sua importância para o diagnóstico do TEA e os possíveis caminhos para lidar com esse traço característico, a fim de promover uma maior qualidade de vida para as pessoas no espectro autista. Leia para aprender!

O que é rigidez cognitiva?

menino parado com rigidez cognitiva, olhando o horizonte.

A rigidez cognitiva se manifesta como uma tendência a apresentar padrões de pensamento inflexíveis e dificuldade em adaptar-se a mudanças. Como falamos, ela é uma característica bastante comum em pessoas com Transtorno do Espectro Autista.

Ela é um dos critérios diagnósticos do TEA por ser uma das características mais comuns e marcantes do transtorno. Inclusive, muitas vezes algumas manifestações menos óbvias de rigidez cognitiva podem ser interpretadas como traços de personalidade ou temperamento difícil.

Essa rigidez refere-se à tendência de apresentar padrões de pensamento, comportamentos e ações rígidos e inflexíveis, bem como dificuldade em adaptar-se a mudanças ou novas situações.

Crianças e adultos com TEA podem insistir em seguir as mesmas rotinas diárias, resistir a novos alimentos ou formas de brincar, e ter dificuldade em aceitar mudanças inesperadas.

Como é a rigidez cognitiva no autismo?

A rigidez cognitiva pode ser vista como uma forma de buscar controle em um mundo que muitas vezes parece imprevisível e caótico para eles. Não é algo que eles gostam de fazer, mas sim uma necessidade que ajuda na regulação emocional e no controle diário.

Dessa forma, pessoas com TEA frequentemente estabelecem regras pessoais “inquebráveis” para certos aspectos e têm muita dificuldade de se afastar delas.

Você já ouviu algum autista falar que precisa comer com um garfo específico? Ou existe um prato, ou copo certo para determinado alimento?

Isso é um exemplo bastante comum de rigidez cognitiva em pessoas com TEA. Uma criança que só usa um lápis de determinada cor, pode ter dificuldade de aceitar outros materiais para algumas atividades.

Essa inflexibilidade cognitiva pode se estender também para interações e relações sociais, na qual a pessoa tem muita dificuldade de mudar de perspectiva ou considerar um diferente ponto de vista.

Qual a ligação da rigidez cognitiva com o autismo?

A rigidez cognitiva pode estar diretamente ligada às estereotipias, que são comportamentos repetitivos, restritos e estereotipados, comuns em pessoas com autismo.

Elas podem ser definidas como a persistência de comportamentos, pensamentos e ações em um conjunto limitado de possibilidades, com pouca ou nenhuma variação.

Para essas pessoas, seguir uma rotina bem estabelecida pode proporcionar um senso de previsibilidade e controle em um mundo que pode ser percebido como caótico e imprevisível.

As mudanças nesse contexto podem ser vistas como ameaças à sensação de segurança, resultando em comportamentos desafiadores ou reações emocionais intensas.

Quais os sintomas da rigidez cognitiva?

Os sinais ou manifestações da rigidez cognitiva podem variar, mas alguns mais comuns incluem:

  • Ansiedade diante de mudanças: a antecipação de uma mudança pode causar estresse significativo.
  • Persistência de rotinas: insistência em manter as mesmas rotinas diárias, mesmo quando não são mais necessárias ou práticas.
  • Dificuldade em alternar tarefas: problemas em passar de uma atividade para outra, o que pode afetar a produtividade e o aprendizado.
  • Foco em detalhes: concentração exagerada em detalhes ao invés de uma visão geral, o que pode dificultar a resolução de problemas complexos.

Como saber se meu filho tem rigidez cognitiva?

A rigidez cognitiva pode se aplicar a várias áreas da vida de uma pessoa com autismo, incluindo a rotina diária, interesses e atividades de lazer.

Em algumas situações, as pessoas no espectro autista podem ficar tão apegadas a suas rotinas que até mesmo pequenas mudanças podem ser fonte de ansiedade e estresse.

Pelo fato dela ser um dos critérios de diagnóstico de TEA é muito comum que pessoas no espectro apresentem esses padrões comportamentais. Mas isso não quer dizer que todo autista terá a mesma rigidez cognitiva.

Crianças e adultos com TEA podem apresentar diferentes níveis de necessidade de suporte. O que significa que, enquanto alguns têm facilidade de realizar qualquer atividade pessoal e da vida diária, outros precisam de apoio para as atividades básicas, como tomar banho, se vestir e se alimentar.

Isso acontece da mesma forma para a rigidez cognitiva que pode ser apresentada de formas variadas para cada pessoa. É por isso que o autismo é um espectro, variando a cada um com diagnóstico.

Exemplos e manifestações comuns de rigidez cognitiva

menino planejamento férias junto a seu pai. Eles marcam um calendário com datas importantes.

As manifestações da rigidez cognitiva no autismo podem variar amplamente de uma pessoa para outra, mas algumas características comuns incluem:

Adesão estrita às rotinas e rituais

A pessoa pode insistir em seguir uma rotina específica, com horários, atividades e sequências precisas que devem ser mantidas. Mudanças inesperadas nessa rotina podem causar desconforto e ansiedade.

Interesses restritos e intensos

Ela pode apresentar um ou poucos interesses extremamente focados, dedicando uma quantidade significativa de tempo e energia a esses temas específicos, muitas vezes em detrimento de outras atividades.

Comportamentos repetitivos

Pode haver a presença de estereotipias, como balançar o corpo, movimentar as mãos de maneira peculiar, repetir palavras ou frases, ou alinhar objetos de maneira sistemática.

Resistência a mudanças

Mudanças no ambiente, rotina ou até mesmo em objetos pessoais podem ser fonte de estresse e desconforto. A pessoa pode demonstrar uma relutância significativa em aceitar e se adaptar a essas mudanças.

Dificuldade em generalizar habilidades

Mesmo que uma pessoa com autismo adquira uma habilidade em um contexto específico, pode haver dificuldade em transferir essa habilidade para outras situações ou ambientes.

Atenção: é importante lembrar que essas manifestações podem variar em intensidade e podem ser mais ou menos proeminentes em diferentes pessoas autistas.

Por isso, é fundamental reconhecer que a rigidez cognitiva não define todas as experiências, uma vez que o autismo é um espectro, e cada pessoa apresenta suas próprias características e pontos fortes.

O apoio e a compreensão adequados podem desempenhar um papel importante na promoção da flexibilidade cognitiva e no desenvolvimento de habilidades de adaptação para as pessoas com rigidez cognitiva no autismo.

Estratégias de intervenção e apoio para promover a flexibilidade cognitiva

Lidar com a rigidez cognitiva no autismo requer abordagens específicas e personalizadas para atender às necessidades individuais no espectro, mas existem algumas intervenções, que são indicadas e procuradas, como:

  • Terapias Comportamentais: baseadas em comportamento, como Análise do Comportamento Aplicada (ABA), podem ser úteis para auxiliar a pessoa a adquirir novas habilidades sociais e de comunicação, bem como a lidar melhor com mudanças na rotina.
  • Intervenção precoce: iniciar a intervenção o mais cedo possível é essencial para promover o desenvolvimento de habilidades adaptativas e a flexibilidade cognitiva desde os anos iniciais.
  • Treinamento sócio-emocional: ensinar estratégias de regulação emocional e resolução de problemas pode auxiliar a pessoa a enfrentar situações estressantes e a se adaptar a mudanças com mais facilidade.
  • Abordagem gradual a mudanças: introduzir mudanças de forma gradual e previsível pode reduzir a ansiedade associada a transições e proporcionar à pessoa a oportunidade de se ajustar.
  • Visualização e apoios visuais: utilizar recursos visuais, como quadros de rotina, calendários e diagramas, pode auxiliar a pessoa a compreender e antecipar mudanças na rotina e em eventos futuros.
  • Inclusão e oportunidades de socialização: incentivar a participação em atividades inclusivas e oportunidades de socialização pode estimular a pessoa a se adaptar a diferentes ambientes e interagir com uma variedade de pessoas.

E é sempre importante lembrar de reconhecer que cada pessoa é única e tem seu próprio ritmo de aprendizado e adaptação é fundamental para fornecer o apoio adequado e permitir o progresso gradual.

Conclusão

Vimos que a rigidez cognitiva é uma característica TEA, que se manifesta pelos padrões de pensamento inflexíveis e dificuldade em se adaptar a mudanças.

Essa característica pode impactar significativamente a vida cotidiana de indivíduos com autismo, afetando suas interações sociais, habilidades de aprendizado e capacidade de enfrentar desafios.

Por isso, é tão importante promover a flexibilidade cognitiva em pessoas com rigidez cognitiva no autismo, com intervenções personalizadas e individuais, com o uso de estratégias adequadas e o foco no desenvolvimento de habilidades adaptativas podem abrir caminho para uma maior independência e qualidade de vida para pessoas autistas.

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2 respostas para “O que é rigidez cognitiva no autismo? Saiba o que isso significa e o que fazer”

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