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Menino segurando mordedor sensorial perto do rosto.

Conheça o mordedor sensorial para desenvolvimento de bebês e crianças com autismo

Durante o desenvolvimento infantil, as crianças passam por uma fase onde levam tudo até a boca. Apesar de ser bastante comum e fazer parte da descoberta do corpo, quando falamos de crianças atípicas, morder itens do dia a dia pode significar uma forma de regulação emocional.

Um recurso valioso para garantir essa estimulação intra oral (na boca) é o mordedor sensorial.Esse item pode ser muito benéfico para crianças atípicas, com TDAH ou ansiedade, como forma de se acalmar, direcionar uma sobrecarga de estímulos e até mesmo, evitar crises.

Neste artigo, vamos explorar mais sobre o colar mordedor sensorial como parte da rotina de crianças com autismo, falando sobre seus possíveis benefícios e riscos e fornecendo dicas práticas para seu uso. Acompanhe!

O que é um mordedor sensorial?

Mordedor sensorial: objeto em formato de coelho com diversas cores formando na ordem de um arco-íris

Um mordedor sensorial é um objeto de silicone feito para morder, ou seja, totalmente seguro para crianças e bebês colocarem na boca. Também conhecido como colar mordedor sensorial, ele é um brinquedo infantil muito utilizado no momento de nascimento dos dentes do bebê, para aliviar desconforto na boca.

Além disso, ele é uma poderosa ferramenta terapêutica para auxiliar no desenvolvimento, diminuir ansiedades e controlar desregulação sensorial em crianças com autismo.

Esses mordedores vêm em uma variedade de formas, texturas e tamanhos, adaptando-se às preferências individuais e necessidades sensoriais específicas de cada criança, funcionando para a popularmente conhecida, síndrome sensorial.

O que é Transtorno do processamento sensorial?

A “síndrome sensorial” é, na verdade, o Transtorno do Processamento Sensorial. Trata-se de uma condição na qual o sistema nervoso apresenta dificuldade para processar estímulos do ambiente e dos sentidos.

Ela pode ou não estar presente no autismo, mas se trata de um distúrbio distinto do TEA, ou seja, uma comorbidade. Dois aspectos que podem aparecer no TPS são:

  • Hipersensibilidade: aqui, a pessoa sente demais os estímulos. Por isso, os sons podem ser mais altos e estímulos visuais muito fortes, por exemplo, o som do escapamento da moto ou de fogos de artifício;
  • Hipossensibilidade: já no caso da hipossensibilidade, a pessoa tem dificuldades em sentir os estímulos do ambiente. Assim, ela pode se cortar e não sentir a mesma for que pessoas sem a condição sentiriam.

Além disso, ao identificar o Transtorno do Processamento Sensorial, existem classificações diagnósticas que determinam o quadro daquela pessoa:

  • Transtorno de modulação sensorial: dificuldade para regular grau, intensidade e natureza das respostas dos estímulos sofridos;
  • Transtorno de discriminação sensorial: gasta mais energia para identificar diferenças e semelhanças dos estímulos;
  • Transtornos motores com base sensorial: dificuldade para absorver informações do próprio corpo e reagir de forma coerente com o ambiente.

Para que serve um mordedor sensorial?

A peculiaridade do mordedor sensorial está em sua capacidade de oferecer estímulos táteis e proprioceptivos, sendo especialmente relevantes para crianças no espectro autista.

Além de ser uma ferramenta útil durante o período de dentição, os mordedores sensoriais têm ganhado destaque como uma estratégia eficaz para lidar com a sensibilidade sensorial e promover o desenvolvimento oral e motor.

Sua natureza flexível e adaptável torna-os uma escolha positiva e versátil para pais e profissionais de saúde que buscam promover o bem-estar e o desenvolvimento saudável em crianças, especialmente aquelas com autismo.

Dessa forma, o colar mordedor sensorial foi feito para acalmar, aumentar o foco, melhorar a concentração e regular emocional e sensorialmente crianças durante a realização de atividades ou até mesmo em momentos de crise.

Por isso, no momento em que uma criança atípica usa um mordedor sensorial, ela está dando estímulos e informações para a boca, que através do sistema sensorial, leva essas informações até o cérebro, processando e ajudando a entregar uma resposta de comando de comportamento.

Com isso, essa resposta a criança fica mais tranquila, menos agitada, concentrando sua atenção no ato de morder, consequentemente, tendo menos buscas orais por outros objetos, ou até mesmo pessoas.

Desenvolvimento sensorial em crianças com autismo

O desenvolvimento sensorial desempenha um papel fundamental no crescimento e na experiência de mundo de todas as crianças, mas é especialmente significativo quando discutimos crianças no espectro autista

O ato de morder, por exemplo, não é uma ação isolada. Ela é uma resposta das crianças para algumas situações específicas, ajudando em momentos de desconforto ou até mesmo como reconhecimento de texturas, gostos e outros estímulos.

Crianças com autismo muitas vezes lidam com sensibilidades sensoriais únicas. Isso pode se manifestar como uma hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais como luz, som, tato e movimento.

Essas sensibilidades podem transformar significativamente seu comportamento, interações sociais e habilidades de comunicação.

Além disso, as sensibilidades sensoriais podem apresentar desafios no desenvolvimento motor, social e cognitivo.

Por exemplo, uma criança com hipersensibilidade tátil pode evitar toques ou certas texturas, enquanto uma criança com hipersensibilidade auditiva pode não reagir adequadamente a estímulos sonoros.

Esses desafios podem impactar negativamente o engajamento social, o desenvolvimento da linguagem e as habilidades motoras finas e grossas.

Assim, integrar estratégias que abordem as sensibilidades sensoriais é fundamental para o desenvolvimento sensorial em crianças com TEA. Os mordedores sensoriais destacam-se como ferramentas eficazes para oferecer estímulos controlados e aliviar a ansiedade associada a sensibilidades específicas.

Seja para proporcionar uma saída para a necessidade de morder ou para oferecer uma textura reconfortante, esses mordedores podem ser um item muito benéfico no desenvolvimento sensorial positivo.

Por que autista leva tudo à boca?

Para crianças autistas, a boca muitas vezes torna-se um meio primário de explorar e compreender o mundo ao seu redor.

A exploração sensorial oral pode ser uma resposta natural à busca por estímulos táteis e proprioceptivos. Colocar objetos na boca oferece uma experiência sensorial que auxilia na autorregulação e proporciona conforto em meio a sensibilidades sensoriais específicas.

Além disso, levar objetos à boca pode ser uma estratégia auto satisfatória para lidar com a ansiedade e o estresse. A pressão sensorial proporcionada pela mordida pode atuar como um mecanismo de autorregulação, auxiliando a criança a se acalmar em situações desafiadoras.

Para muitas crianças no espectro existe uma dificuldade de comunicação, com isso, é possível usar a boca como uma forma de expressar emoções e necessidades. Morder ou chupar objetos pode ser uma maneira de comunicar desconforto, alegria, excitação ou frustração.

Benefícios do mordedor sensorial para crianças com autismo

Os mordedores sensoriais têm se destacado como ferramentas valiosas no suporte ao desenvolvimento de crianças com autismo.

Esses dispositivos não são apenas itens de conforto durante o período de dentição, mas também oferecem uma variedade de benefícios que contribuem para o bem-estar e o desenvolvimento positivo dessas crianças.

Além de ajudar a diminuir o estresse das crianças, o mordedor sensorial é extremamente benéfico na hora de auxiliar os pequenos a regularem o organismo em crises de choro ou frustração, por exemplo.

Estimulação sensorial

O mordedor sensorial proporciona uma estimulação tátil adaptada às necessidades individuais da criança.

Ao oferecer uma variedade de texturas, formas e tamanhos, esses dispositivos permitem uma estimulação sensorial personalizada, auxiliando a criança a explorar e compreender o ambiente ao seu redor de maneira controlada e confortável.

Alívio na mastigação

O ato de morder é uma resposta natural à necessidade de alívio sensorial e, muitas vezes, à dor associada à dentição.

Um colar mordedor sensorial oferece uma solução segura para a mastigação, contribuindo para o desenvolvimento adequado das habilidades motoras orais. Isso não apenas alivia a ansiedade, mas fortalece os músculos orais, impactando positivamente a alimentação e as habilidades de fala.

Aumento no foco e atenção

Existe uma relação entre o uso de mordedores sensoriais e o aumento no foco e atenção de crianças com autismo.

A ação de morder atua como uma estratégia eficaz de canalizar a energia sensorial, permitindo que a criança concentre sua atenção em atividades específicas. Isso pode ser particularmente benéfico em ambientes educacionais e durante atividades de aprendizado.

Redução de comportamentos autolesivos e alívio sensorial

Muitas crianças autistas podem apresentar comportamentos lesivos como uma resposta às sensibilidades sensoriais intensas.

O uso de um mordedor sensorial oferece um meio seguro para aliviar essa tensão, reduzindo a incidência de comportamentos considerados agressivos, a si e a outras pessoas.

Ao fornecer uma saída controlada para a necessidade de morder, esses dispositivos promovem um ambiente mais seguro e propício ao desenvolvimento positivo.

Mordedor sensorial: qual escolher?

Por terem vários benefícios e serem itens que ajudam muitas crianças atípicas, existe uma variedade de mordedores sensoriais disponíveis.

Isso pode acabar se tornando uma dúvida em pais e pessoas cuidadoras, na hora de escolher um modelo adequado para os pequenos.

É muito importante lembrar que não existe um modelo melhor para a criança, mas sim aquele que atende às necessidades individuais de cada criança. Também é importante conversar com a equipe que acompanha o desenvolvimento para entender possibilidades e riscos.

Na hora de escolher um mordedor, lembre-se de alguns pontos:

  • Material seguro e durável: ao escolher um mordedor sensorial, priorize materiais seguros e duráveis. O silicone médico é uma escolha popular devido à sua textura suave, toxicidade e resistência. Certifique-se de que o material seja livre de BPA, ftalatos e outras substâncias prejudiciais, garantindo a segurança durante o uso.
  • Texturas variadas e formas ergonômicas: opte por mordedores sensoriais que ofereçam uma variedade de texturas e formas ergonômicas. Alguns mordedores apresentam superfícies rugosas, enquanto outros têm partes mais macias, proporcionando uma estimulação tátil diversificada.
  • Tamanho adequado para a idade e habilidades motoras: mordedores que se encaixam confortavelmente nas mãos e podem ser manipulados facilmente, incentivam a independência e a exploração. Certifique-se de que não há peças pequenas que possam representar riscos de engasgo.
  • Opções de resfriamento ou aquecimento: mordedores sensoriais com opções de resfriamento ou aquecimento podem proporcionar benefícios adicionais. Para crianças que enfrentam desconforto durante a dentição, mordedores que podem ser resfriados oferecem alívio para as gengivas inflamadas. Da mesma forma, opções aquecidas podem ser reconfortantes e relaxantes.
  • Fácil limpeza e manutenção: a praticidade na limpeza e manutenção do mordedor sensorial é essencial para garantir um ambiente seguro e higiênico. Opte por aqueles que podem ser facilmente lavados com água e sabão, e que resistem ao desgaste causado pelo uso frequente.

Conclusão

O mordedor sensorial é uma ferramenta valiosa no desenvolvimento de bebês e crianças com autismo, oferecendo benefícios significativos e melhorando a qualidade de vida.

Ao entender as necessidades sensoriais específicas e integrar estrategicamente os mordedores sensoriais nas atividades cotidianas, pais e profissionais de saúde podem potencializar seu impacto positivo.

Lembrando sempre de buscar a orientação profissional adequada, o uso consciente dos mordedores sensoriais pode ser um passo significativo no apoio ao desenvolvimento saudável das crianças no espectro autista.

Além disso, sempre supervisione o uso do mordedor para garantir a segurança e prevenir possíveis riscos de engasgo.

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