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Meu filho tem hiperatividade, pode ser autismo?

Será que toda criança hiperativa tem autismo? É muito comum vermos diversos comentários sobre a relação entre a hiperatividade e o autismo, fazendo com que pais e pessoas cuidadoras tenham dúvidas sobre a relação entre o diagnóstico de ambos.

Em muitos casos, o TEA (Transtorno do Espectro Autista) é confundido com o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Isso acontece exatamente pela presença de sinais visíveis na primeira infância e também por ambos serem transtornos que se caracterizam por alterações ou diferenças no desenvolvimento neurológico.

Entretanto, não necessariamente uma pessoa com hiperatividade tem autismo e vice e versa. Apesar de poderem estar ligados, os transtornos têm diferenças entre si e podem — ou não — serem diagnosticados em um mesmo indivíduo.

Para ajudar você, este texto traz informações sobre a hiperatividade em crianças e qual a ligação com o TEA. Confira!

O que é hiperatividade?

Apesar do termo hiperatividade ser popularmente usado para se referir ao TDAH, é preciso entender que eles não são a mesma coisa. A hiperatividade é uma das características presentes em pessoas diagnosticadas com TDAH, transtorno neurobiológico que apresenta a combinação da dificuldade de atenção e também agitação motora.

Ela é um estado caracterizado pelo excesso de agitação, inquietude, energia extrema e ações muito ativas. Uma pessoa hiperativa geralmente apresenta as seguintes ações:

  • Grande quantidade de movimentação, inclusive em situações consideradas inadequadas;
  • Sensação de inquietação e dificuldade de permanecer parado;
  • Dificuldade de praticar atividades e prefere hobbies mais calmos e silenciosos;
  • Falas constante e em ritmos acelerados;
  • Dificuldade em esperar, estando em estado de alerta e ansiedade constantes.

Diferente do TDAH, a hiperatividade em si não é considerada um transtorno ou condição de saúde, mas sim um estado de euforia constante em que a pessoa se encontra. Por isso, é preciso conversar com um profissional especializado e entender se existe um diagnóstico no indivíduo.

Existe teste online para hiperatividade?

Assim como o M-CHAT para o TEA, existem alguns testes onlines que ajudam pais e pessoas cuidadoras a identificarem se uma criança apresenta sinais de hiperatividade de TDAH, sendo uma ótima ferramenta de orientação para consultas com médicos.

Alguns testes online, são baseados a partir de critérios diagnósticos do DSM- 5, e ajudam a entender a manifestação de sinais em um ou mais ambientes. Eles podem ser um caminho para que a família entenda se precisa procurar ajuda profissional e saiba por onde começar.

Mas, é importante lembrar que: nenhum teste pode ser considerado diagnóstico ou é suficiente para fechar um diagnóstico, ele é apenas um instrumento inicial para buscar ajuda. Isso pode ser somente feito por uma equipe multidisciplinar, com base em exames médicos e histórico familiar.

TDAH e TEA são a mesma coisa?

Ainda que cada vez mais existam informações acerca desses transtornos, algumas pessoas podem ter dificuldades em saber, ao certo, se o TDAH e o autismo são a mesma coisa. Isso porque, é bastante comum que o TEA seja confundido com o TDAH, principalmente pela presença de sinais visíveis na primeira infância, como falamos.

O Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico. Ele também pode ser chamado de DDA (Distúrbio do Deficit de Atenção) e seu diagnóstico é puramente clínico, dependendo de avaliação neuropsicológica. Já o autismo, por outro lado, é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades em duas áreas:

  • Dificuldades na interação e comunicação social;
  • Presença de padrões de comportamentos restritos e repetitivos.

A diferença entre eles está no campo da dificuldade, uma vez que crianças hiperativas apresentam maior dificuldade no controle inibitório, enquanto crianças no espectro apresentam dificuldade na flexibilidade cognitiva e de planejamento.

Dessa forma, pessoas com autismo terão maior comprometimento em relações sociais e linguagem, enquanto os diagnosticados com TDAH terão mais dificuldade na concentração e atenção.

Apesar de os transtornos não serem a mesma coisa, é muito comum que o diagnóstico de autismo esteja associado a uma ou mais condição, chamadas de comorbidades. Assim, uma pessoa diagnosticada com TEA, também pode receber o diagnóstico de TDAH.

Por isso, é muito importante que as pessoas envolvidas nos principais ambientes da criança, fiquem atentas aos possíveis sinais, avaliando se é preciso conversar com um especialista. Isso servirá de parâmetro para a identificação do transtorno, o diagnóstico final e as intervenções focadas nas necessidades da criança.

Só assim é possível garantir as melhores condições de desenvolvimento social, cognitivo e pessoal para o pequeno, garantindo que ele tenha acesso a oportunidades de aprendizado ao longo da vida.

Aqui em nosso blog, temos um conteúdo completo sobre neurodiversidade que pode ajudar pais e pessoas cuidadoras nessa jornada de descoberta, seja de autismo ou TDAH.

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