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Desenho de uma cabeça de manequim com um cérebro amarelo saindo do seu topo. Ela ilustra a neurodivergente.

Como saber se você é neurodivergente?

A palavra neurodivergente tem se popularizado cada vez mais entre as pessoas que vivem conectadas nas redes sociais, como o TikTok ou Twitter, por exemplo. O termo vem sendo discutido e divulgado em hashtags onde os usuários debatem se possuem sinais que indicam as diferenças neurológicas.

Apesar de gerar certa conscientização a respeito da neurodiversidade, há muitos mitos e falsas informações circulando na comunidade virtual, o que leva muita gente a se autodiagnosticar com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou com TDAH, por exemplo.

Por isso, é muito importante entender o significado do termo neurodivergente e ter informações claras a respeito do assunto. Assim, nesse texto vamos falar mais sobre a neurodiversidade e os cuidados com os mitos divulgados entre as famosas hashtags. Confira!

Compreendendo a neurodivergência

Existem diversas palavras ligadas ao mundo do autismo e de pessoas atípicas que podem gerar dúvidas e incertezas para a população. A neurodivergência pode ser uma delas.

Quando falamos em neurodiversidade estamos falando das várias possibilidades de composições neurológicas humanas. Os seres humanos são neurodiversos, ou seja, não existem duas mentes iguais uma à outra.

Assim, a neurodivergência está ligada a um indivíduo, enquanto a neurodiversidade se refere a um grupo de pessoas. Quando falamos de cada pessoa separadamente, podemos usar o termo neurodivergência.

Então a neurodivergência é um termo que descreve variações naturais no funcionamento cerebral. Em outras palavras, indivíduos neurodivergentes têm modos diferentes de processar informações e interagir com o mundo ao seu redor.

Uma pessoa sozinha não é, por si só, neurodiversa, mas ela pode ser neurodivergente. Assim, alguém neurodivergente pode ter autismo, TDAH, epilepsia, bipolaridade ou até mesmo mais de uma neurodivergência.

Neurodivergência e neurodiversidade, são a mesma coisa?

A neurodiversidade diz respeito às inúmeras variações possíveis do sistema neurológico humano, variações que são completamente naturais.

Assim como duas pessoas podem ter a altura ou a cor dos olhos diferentes, por exemplo, elas também podem apresentar tipos neurológicos distintos. Afinal, nenhuma pessoa é igual a outra.

Dessa forma, a neurodiversidade é um conceito baseado nas inúmeras variedades de composição neurológica que existem entre as pessoas, defendendo que não existem mentes iguais.

Por isso, quando pensamos em neurodiversidade, estamos falando que as pessoas apresentam uma diversa gama de comportamentos, até mesmo no funcionamento neurocognitivo. Isso não significa que estamos falando de diagnósticos ou transtornos, mas sim de diferenças naturais.

Já neurodivergente é uma pessoa cujo desenvolvimento neurológico, ou alguns aspectos do seu processo neurológico, são atípicos, ou seja, diferente do padrão que existe em uma sociedade.

O que é ser neurodivergente?

Ser neurodivergente significa que uma pessoa tem uma condição neurológica que transforma o processamento de informações no cérebro, resultando em diferenças significativas na forma como ela pensa, aprende, se comporta e interage com o mundo ao seu redor.

Essas diferenças podem incluir a forma como a pessoa percebe e processa informações sensoriais, a forma como ela se comunica e se relaciona socialmente, e sua maneira de pensar, aprender e resolver problemas.

Algumas condições neurodivergentes incluem:

  • Transtorno do Espectro Autista (TEA) — condição neurológica caracterizada ue se caracteriza pelas dificuldades na comunicação e interação social e, muitas vezes, acompanhada pela presença de comportamentos restritos e repetitivos;
  • Transtorno do Espectro Obsessivo-Compulsivo (TEOC) — condição neurológica que causa pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos repetitivos.
  • Dispraxia – Transtorno neurológico de coordenação motora que envolve dificuldade em pensar e movimento planejado, segundo associação de especialistas no tema;
  • Dislexia – Transtorno de aprendizagem que dificulta leitura e escrita;
  • TDAH – Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade;
  • Síndrome de Tourette – Transtorno que envolve movimentos repetitivos incontroláveis ou sons indesejados/tiques, como piscar repetidamente os olhos, encolher os ombros ou deixar escapar palavras ofensivas).

Pessoas neurodiversas muitas vezes experimentam o mundo de maneiras diferentes das pessoas neurotípicas, e podem enfrentar desafios e dificuldades em áreas como a comunicação, a socialização, a organização, a regulação emocional e muitas outras, essas dificuldades variam de pessoa para pessoa.

No entanto, essas diferenças também podem trazer habilidades e perspectivas únicas, como criatividade, atenção aos detalhes, pensamento lógico e visão de mundo diferente.

Origem do termo neurodivergente

A origem da palavra neurodivergente está ligada ao autismo. A socióloga australiana Judy Singer, que também foi diagnosticada com Síndrome de Asperger, foi a responsável por propor a utilização do conceito no final dos anos 80.

Em seus textos, Judy defende que o autismo não é uma doença, portanto não precisa de um tratamento ou uma cura, e ressalta que o TEA precisa ser encarado como mais uma característica que faz parte da identidade particular de cada um.

Lawrence Fung, diretor do projeto de neurodiversidade da Universidade Stanford (EUA), define a neurodiversidade como “uma forma de descrever que nossos cérebros são diferentes e, como qualquer ser humano, não será bom em tudo”.

O diretor acredita que: “pode ser mais difícil para algumas pessoas reconhecerem e aceitarem as diferenças que acontecem no cérebro”, principalmente por ser um transtorno invisível, diferente da diversidade étnico-racial, onde é possível enxergá-la.

O termo neurodiversidade se tornou popular durante a luta de Judy, por isso as pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) também são chamadas de neurodivergentes.

Apesar da palavra ser muito usada na comunidade autista, outros grupos se identificaram e passaram a usar o conceito de neurodivergente como uma identidade, e é utilizado por pessoas que não se enquadram no padrão neurotípico.

É importante lembrar que cada pessoa é única e as experiências de cada indivíduo com uma condição neurodivergente podem variar amplamente.

Quem tem depressão é neurodivergente?

Depressão não é considerada uma condição neurodivergente, mas sim uma condição de saúde mental.

Pessoas neurodivergentes geralmente se referem a condições neurológicas que modificam o processamento de informações no cérebro, como o TEA, a dislexia, o TDAH, entre outros que citamos acima.

Embora a depressão não seja considerada uma condição neurodivergente, é importante reconhecer que as pessoas que sofrem de depressão muitas vezes experimentam desafios e diferenças únicas em relação a outras pessoas, e que a compreensão e o apoio são essenciais para ajudar essas pessoas a superar a depressão.

Popularização do termo neurodivergente na internet

Quando buscamos pela palavra “neurodivergente” no TikTok, encontramos uma hashtag muito utilizada, onde mais de 218,9 milhões de vídeos são divulgados. Na hashtag em inglês, “neurodivergent”, o número é bem maior: mais de 5 bilhões de vídeos.

A grande crescente desse termo na rede social chinesa ocorreu principalmente durante a pandemia, quando a neurodiversidade encontrou comunidades, pessoas e espaços para dividir curiosidades, particularidades e dificuldades.

O frequente consumo dessa tag indica que os vídeos de até 3 minutos – divulgados na plataforma – influenciam bastante pela busca do autoconhecimento dos usuários.

A ligação entre o TikTok e TDAH

O psicólogo Anthony Yeung desenvolveu um estudo que relaciona os novos casos de TDAH com o TikTok.

O estudo chamado “TikTok e transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: um estudo transversal da qualidade do conteúdo de mídia social”, aborda que a popularização do termo e o aumento da procura por profissionais especializados em transtornos neurodivergentes.

Para Yeung, pessoas jovens conseguem se identificar com os sinais do TDAH, e buscam por ajuda baseada no que conheceram na rede social.

A hashtag #ADHD é a tag que fica nos trends a toda semana, principalmente com conteúdos da língua inglesa. Os vídeos trazem depoimentos e incentivo para que os jovens assumam a condição e busquem ajuda.

E como saber se sou neurodivergente?

O primeiro passo é procurar profissionais que transmitam credibilidade. Neuropsicólogos e Psicólogos acabam sendo as áreas que funcionam como porta de entrada para esse processo de descoberta.

É fundamental que você faça uma avaliação com um profissional especializado no assunto, que te acompanhará em várias sessões antes de diagnosticar.

Fuja dos testes on-line suspeitos! Apesar de alguns conteúdos servirem como alerta, e proporcionar reflexões acerca dos sinais da neurodiversidade, eles não são capazes de oferecer um diagnóstico médico.

Buscar um profissional é a melhor solução, pois ele vai te ajudar a encontrar uma solução científica para o problema que te aflige, por exemplo: encaminhando para um acompanhamento com outros especialistas, de outras áreas, independente do seu diagnóstico, seja ele neurodivergente ou não.

Conclusão

Reconhecer e aceitar a própria neurodivergência é um passo importante para entender melhor suas características e saber que não existe uma padronização quando falamos de seres humanos.

A neurodiversidade é uma forma de descrever e comprovar que nossos cérebros são diferentes uns dos outros, e isso não é algo ruim.

Ao entender melhor suas necessidades e barreiras de aprendizagem, você pode desenvolver estratégias eficazes para enfrentar os desafios e aproveitar ao máximo suas habilidades únicas.

Lembre-se sempre de que a neurodiversidade é uma parte natural da condição humana e merece ser celebrada e respeitada em todas as suas formas. Se você suspeitar que é neurodivergente, não hesite em procurar apoio profissional para obter orientação e recursos adicionais.

Aqui no blog da Genial Care falamos sobre terapias e práticas que acolhem a neurodiversidade. Que tal conhecer mais assuntos e partir para a próxima leitura?

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