Genial Care

Pesquisar
Dias
Horas
Minutos
Meltdown e shutdown: menino de blusa azul escondendo o rosto com as mãos

Meltdown e shutdown: entenda o que significa esses termos do autismo

Meltdown e shutdown são termos bastante comuns para pessoas com TEA e seus familiares, mas que ainda podem ser estranhos ou gerar dúvidas para quem não conhece o que cada um significa, ou não tem tanto contato com a comunidade autista.

Essas palavras estão ligadas a sobrecargas emocionais, sensoriais ou até sociais que pessoas autistas podem sentir em diversas situações. Isso porque, dificuldades no processamento sensorial acabam aumentando os níveis de ansiedade e estresse a um ponto de crise, que pode ser um meltdown ou shutdown.

Neste texto, você entenderá melhor sobre o que são, de fato, as crises de meltdown ou shutdown em pessoas autistas e como é possível ajudar. Acompanhe na leitura para aprender sobre o assunto!

O que é sobrecarga sensorial no autismo?

Antes de falarmos sobre o meltdown e shutdown, precisamos entender o que é a sobrecarga sensorial no autismo.

Isso porque o Transtorno do Espectro Autista é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social, que pode prejudicar o processamento de informações de forma adequada.

Aqui estamos nos referindo às dificuldades, bastante comuns em pessoas com TEA, de lidar com excesso de informações e estímulos.
É por isso que temos muitos relatos de crises em momentos como queima de fogos de artifício ou com luzes muito fortes e intensas, por exemplo.

Em alguns casos de alto nível de ansiedade ou estresse, essas dificuldades podem ser tão intensas que o indivíduo se machuca para estar totalmente consciente do próprio corpo.

Dessa forma, temos o Transtorno do Processamento Sensorial, uma condição que muitas vezes está ligada ao TEA e que acontece quando o sistema nervoso e o cérebro têm dificuldade em processar os estímulos do corpo, ambiente e sentidos.

Assim, a entrada sensorial é mal interpretada ou detectada, criando dificuldades em processar, por exemplo, fome, frio, sono, luzes, sons, etc.
Assim, entendemos que:

  • Hipersensibilidade: é quando a pessoa sente demais os estímulos. Por isso, os sons podem ser, por exemplo, mais altos e estímulos visuais muito fortes;
  • Hipossensibilidade: o indivíduo precisa de muito esforço para sentir qualquer tipo de estimulação. Por isso é comum que pessoas com hipossensibilidade estejam sempre agitadas e em movimento.

Qual a diferença entre Meltdown e Shutdown?

Sabemos que cada pessoa autista irá reagir de uma forma diferente ao ser estimulada, e que as crises podem variar de intensidade e causa, recebendo nomenclaturas diferentes.

E são nesses momentos que as crises de meltdown e shutdown podem acontecer. Apesar de ambos serem crises de sobrecarga, a diferença entre eles está na maneira como essas crises acontecem.

Dessa forma, enquanto uma é algo mais explosivo e até mesmo agressivo, a outra está ligada a uma sobrecarga mais emocional e interna.
Por isso, é muito importante entender e conhecer qual é o tipo da crise e o que está desencadeando-a, para encontrar, com mais facilidade, as estratégias e ações que podem evitar que elas se repitam, ou até mesmo amenizá-las no futuro.

Vamos entender melhor o que meltdown e shutdown representam e como isso acontece em pessoas com TEA!

O que é Meltdown no autismo?

Menina gritando em um parque arborizado.

Um Meltdown ou colapso, como também é conhecido, é uma crise mais explosiva com perda de controle emocional. Nesses momentos é muito comum que a pessoa autista tenha comportamentos extremos como repetitivos e agressivos.

O termo em inglês vem de “derretimento” que é algo simbólico das sensações vividas durante essa crise, já que existe uma impossibilidade de controlar impulsos, reações ou sentimentos.

Durante um meltdown existe uma sobrecarga sensorial muito intensa, seguida de uma frustração e sintomas que podem ser:

  • Gritos;
  • Choros;
  • Enjoos;
  • Tremores;
  • Mal-estar;
  • Automutilação.

É importante lembrar que esse comportamento é algo muito diferente de uma birra, estratégia para conseguir algo que se deseja naquele momento, pois não existe nenhum controle das ações.

Dessa forma, a família ou pessoas cuidadoras são peças fundamentais para minimizar o efeito de um meltdown.

O que é Shutdown no autismo?

Menino sentado ao chão, abraçando seu urso de pelúcia. O menino apresenta Shutdown com o rosto entre os joelhos.

Já um shutdown ou desligamento, é uma crise considerada mais “interna” que envolve a retirada ou dissociação da pessoa, ficando em isolamento, congelada ou paralisada.

O termo vem do inglês e traduzido é “desligamento do sistema”. Durante essa crise geralmente existe uma desconexão total ou parcial do momento, sem nenhum tipo de comunicação com o que está acontecendo.

A respiração pode ficar mais lenta e o olhar mais “vazio”. Também é comum que alguém em shutdown queira ficar deitado no chão ou totalmente imóvel.

Ao contrário do meltdown, aqui as emoções ficam internalizadas, por isso, tendem a ser crises mais “discretas” podendo passar despercebidas por quem não sabe o que está acontecendo.

Meltdown e Shutdown podem acontecer juntos?

Muitas vezes os colapsos podem se transformar em desligamentos, mas isso não significa que o meltdown e shutdown vão acontecer juntos em todas às vezes que existir uma crise.

Vale lembrar que cada pessoa é única e terá reações diferentes aos estímulos e sobrecargas sensoriais do dia a dia.

Ambos podem acontecer em qualquer momento que tenha um acúmulo de estímulos e sobrecarga sensorial, por isso, é importante analisar e entender o que desencadeou determinada ação.

Também é importante ressaltar que a retirada de uma pessoa autista de um espaço onde ela está em meltdown ou shutdown não é um sinal de que os níveis de ansiedade ou estresse foram reduzidos totalmente.

Mas sim um passo necessário para que ela consiga voltar a si e se recuperar da situação.

Causas comuns de Meltdown e Shutdown

Entender as possíveis causas das crises de meltdown e shutdown é essencial para implementar estratégias de manejo eficazes e conseguir auxiliar a pessoa autista nesse momento.

Algumas das principais razões que podem desencadear esses episódios incluem:

  • Sobrecarga sensorial: ambientes barulhentos, luminosos ou caóticos podem ser difíceis para pessoas no espectro autista, levando a meltdowns ou shutdowns frequentes por conta da sobrecarga de estímulos constantes;
  • Mudanças na rotina: a rigidez na rotina é uma característica comum do autismo. Alterações inesperadas podem ser desencadeadoras de episódios de sobrecarga, por isso a previsibilidade é super importante;
  • Barreiras na comunicação: dificuldades na comunicação podem levar a frustrações, especialmente quando a pessoa autista não consegue expressar suas necessidades de maneira adequada. Assim, encontrar estratégias de comunicação alternativas podem ajudar a diminuir esse processo;
  • Estresse social: interações sociais podem ser desafiadoras para indivíduos autistas, e situações de estresse social podem resultar em meltdown ou shutdown;
  • Sensibilidades sensoriais: hipersensibilidade a estímulos sensoriais específicos, como texturas ou odores, pode contribuir para episódios de sobrecarga.

Como ajudar pessoas autistas em Meltdown e Shutdown?

Conhecer a criança autista e comunicar sempre com a equipe que acompanha o seu desenvolvimento é uma das melhores maneiras de ajudar autistas em meltdown e shutdown.

Ficar alerta com os sinais mais comuns que envolvem ansiedade e crises, observando o que pode ou não mostrar um desconforto, é parte importante para garantir que as estratégias usadas sejam eficientes e conforme a necessidade de cada pessoa.

Além disso, o suporte e respeito vão ajudar nesses momentos. Procure manter a calma e não fazer perguntas demais, já que isso pode prejudicar ainda mais a sobrecarga de estímulos.

O ideal é ter passos claros e regulares que expliquem para a pessoa o que ela precisa fazer, guiando-a com firmeza para a regulação emocional.

Uma dica é aproveitar o espaço para conversar sobre as coisas que ela gosta que estão ali, distraindo-a com reforçadores positivos e reconectando-a com a realidade.

Algo que pode funcionar e ajuda na previsibilidade é conversar previamente com a pessoa autista sobre coisas que ela gostaria que fossem feitas naquele momento e que podem dar suporte para uma possível crise.

Assim é até possível criar uma rotina ou pista narrativa que auxilie todos os envolvidos.

Conclusão

Meltdowns e shutdowns são aspectos sensoriais da vida de pessoas autistas e que podem acontecer com frequência em momentos de crise ou desregulação emocional.

Compreendê-los é vital para proporcionar um ambiente de apoio e compreensão. Ao adotar estratégias de manejo eficazes e promover a aceitação, podemos criar um mundo mais inclusivo para indivíduos no espectro autista, capacitando-os a enfrentar os desafios com resiliência e autenticidade.

Em nosso blog temos um conteúdo completo sobre integração sensorial no autismo e como as práticas de Terapia Ocupacional podem ajudar em um momento de sobrecarga. Acesse agora mesmo e continua a leitura:

Integração Sensorial no Autismo

Conheça nosso atendimento para autismo

Esse artigo foi útil para você?

Escala M-CHAT fica de fora da Caderneta da Criança O que são níveis de suporte no autismo? Segunda temporada de Heartbreak High já disponível na Netflix Símbolos do autismo: Veja quais são e seus significados Dia Mundial de Conscientização do Autismo: saiba a importância da data Filha de Demi Moore e Bruce Willis revela diagnóstico de autismo Lei obriga SUS a aplicar Escala M-chat para diagnóstico de autismo Brinquedos para autismo: tudo que você precisa saber! Dia internacional das mulheres: frases e histórias que inspiram Meltdown e Shutdown no autismo: entenda o que significam Veja o desabafo emocionante de Felipe Araújo sobre seu filho autista Estádio do Palmeiras, Allianz Parque, inaugura sala sensorial Cássio usa camiseta com número em alusão ao Autismo Peça teatral AZUL: abordagem do TEA de forma lúdica 6 personagens autistas em animações infantis Canabidiol no tratamento de autismo Genial Care recebe R$ 35 milhões para investir em saúde atípica Se o autismo não é uma doença, por que precisa de diagnóstico? Autismo e plano de saúde: 5 direitos que as operadoras devem cobrir Planos de saúde querem mudar o rol na ANS para tratamento de autismo Hipersensibilidade: fogos de artifício e autismo. O que devo saber? Intervenção precoce e TEA: conheça a história de Julie Dutra Cezar Black tem fala capacitista em “A Fazenda” Dia do Fonoaudiólogo: a importância dos profissionais para o autismo Como é o dia de uma terapeuta ocupacional na rede Genial Care? O que é rigidez cognitiva? Lei sugere substituição de sinais sonoros em escolas do Rio de janeiro 5 informações que você precisa saber sobre o CipTea Messi é autista? Veja porque essa fake news repercute até hoje 5 formas Geniais de inclusão para pessoas autistas por pessoas autistas Como usamos a CAA aqui na Genial Care? Emissão de carteira de pessoa autista em 26 postos do Poupamento 3 séries sul-coreanas sobre autismo pra você conhecer! 3 torcidas autistas que promovem inclusão nos estádios de futebol Conheça mais sobre a lei que cria “Centros de referência para autismo” 5 atividades extracurriculares para integração social de crianças no TEA Como a Genial Care realiza a orientação com os pais? 5 Sinais de AUTISMO em bebês Dia das Bruxas | 3 “sustos” que todo cuidador de uma criança com autismo já levou Jacob: adolescente autista, que potencializou a comunicação com a música! Síndrome de asperger e autismo leve são a mesma coisa? Tramontina cria produto inspirado em criança com autismo Como a fonoaudiologia ajuda crianças com seletividade alimentar? Genial Care Academy: conheça o núcleo de capacitação de terapeutas Como é ser um fonoaudiólogo em uma Healthtech Terapeuta Ocupacional no autismo: entenda a importância para o TEA Como é ser Genial: Mariana Tonetto CAA no autismo: veja os benefícios para o desenvolvimento no TEA Cordão de girassol: o que é, para que serve e quem tem direito Como conseguir laudo de autismo? Conheça a rede Genial para autismo e seja um terapeuta de excelência Educação inclusiva: debate sobre acompanhantes terapêuticos para TEA nas escolas Letícia Sabatella revela ter autismo: “foi libertador” Divulgação estudo Genial Care O que é discalculia e qual sua relação com autismo? Rasgar papel tem ligação com o autismo? Quem é Temple Grandin? | Genial Care Irmãos gêmeos tem o mesmo diagnóstico de autismo? Parece autismo, mas não é: transtornos comumente confundidos com TEA Nova lei aprova ozonioterapia em intervenções complementares Dicas de como explicar de forma simples para crianças o que é autismo 5 livros e HQs para autismo para você colocar na lista! Como é para um terapeuta trabalhar em uma healthcare? Lei n°14.626 – Atendimento Prioritário para Pessoas Autistas e Outros Grupos Como fazer um relatório descritivo? 7 mitos e verdades sobre autismo | Genial Care Masking no autismo: veja porque pessoas neurodivergentes fazem Como aproveitar momentos de lazer com sua criança autista? 3 atividades de terapia ocupacional para usar com crianças autistas Apraxia da fala (AFI): o que é e como ela afeta pessoas autistas Por que o autismo é considerado um espectro? Sala multissensorial em aeroportos de SP e RJ 18/06: dia Mundial do orgulho autista – entenda a importância da data Sinais de autismo na adolescência: entenda quais são Diagnóstico tardio da cantora SIA | Genial Care Autismo e futebol: veja como os torcedores TEA são representados MMS: entenda o que é o porquê deve ser evitada Tem um monstro na minha escola: o desserviço na inclusão escolar Autismo e esteriótipos: por que evitar associar famosos e seus filhos Diagnóstico tardio de autismo: como descobrir se você está no espectro? Autismo e TDAH: entenda o que são, suas relações e diferenças Eletroencefalograma e autismo: tudo que você precisa saber Neurodivergente: Saiba o que é e tire suas dúvidas Como ajudar crianças com TEA a treinar habilidades sociais? Prevalência do autismo: CDC divulga novos dados Show do Coldplay: momento inesquecível para um fã no espectro Nova temporada de “As Five” e a personagem Benê Brendan Fraser e seu filho Griffin Neuropediatra especializado em autismo e a primeira consulta Dia da escola: origem e importância da data comemorativa Ecolalia: definição, tipos e estratégias de intervenção Park Eun-Bin: descubra se a famosa atriz é autista Síndrome de Tourette: entenda o que aconteceu com Lewis Capaldi 10 anos da Lei Berenice Piana: veja os avanços que ela proporcionou 7 passos para fazer o relatório descritivo da criança com autismo Diagnóstico tardio de autismo: conheça a caso do cantor Vitor Fadul Meu filho foi diagnosticado com autismo, e agora? Conheça a Sessão Azul: cinema com salas adaptadas para autistas Síndrome sensorial: conheça o transtorno de Bless, filho de Bruno Gagliasso