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O autismo — Transtorno do Espectro Autista (TEA) — é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social e pela presença de padrões de comportamentos restritos e repetitivos.
Exatamente por conta disso, existem muitas diferenças e singularidades dentro desse espectro, fazendo com que o autismo de cada pessoa seja único. Ou seja, enquanto algumas pessoas podem precisar de suporte para tarefas do dia a dia, outras podem ser mais autônomas nesse sentido.
Nesse sentido, ainda pode ser difícil para muitas pessoas entenderem porque usamos o termo espectro autista e o que isso significa. Para ajudar, criamos este conteúdo informativo sobre a multiplicidade do TEA. Confira!
Por que chamamos de espectro autista?
O autismo é um transtorno que impacta as habilidades sociais e outros comportamentos de uma pessoa, o que pode trazer dificuldades na interação, mudando a forma como ela vê e interage com o mundo ao seu redor.
Assim, o termo “espectro” foi inserido ao nome do transtorno autista em 2013, para descrever a diversidade de sinais e níveis de suporte que as pessoas autista apresentam. Isso quer dizer que cada autista tem seu próprio conjunto de manifestação, dificuldades, repertório e individualidade, tornando-o único dentro desse espectro.
Com a chegada desse termo na quinta atualização do DSM — Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais — mudamos o nome para Transtorno do Espectro do Autismo, ampliando a diversidade e indicando as múltiplas formas de ser autista.
Dessa forma, quando entendemos que o TEA se manifesta diferente em cada pessoa, evitamos também nos apoiar em estereótipos bastantes reforçados na sociedade, como somente meninos terem o diagnóstico ou todo autista ser um gênio.
Isso é importante porque amplia a discussão sobre as singularidades das pessoas no espectro, aumenta a representatividade e ajuda na busca por diagnósticos corretos a partir de uma suspeita.
Vale ressaltar que segundo dados recentes do CDC (Center of Diseases Control and Prevention – Centro de Controle e Prevenção de Doenças, em tradução livre), 1 a cada 36 pessoas está no espectro autista, o que nos mostra a grandiosidade de diversidade quando pensamos nesse transtorno.
Apesar da diversidade no espectro, existem características comuns do TEA
Mas se falamos em uma diversidade tão grande no espectro, por que muitas pessoas têm o mesmo diagnóstico? Essa pode ser uma dúvida comum quando explicamos sobre a pluralidade no TEA.
É importante lembrarmos que para fecharmos um laudo de autismo, o diagnóstico é clínico e baseado em critérios pré-estabelecidos dos Manuais Diagnósticos disponíveis, como o CID — Classificação Internacional de Doenças — e o DSM.
Nesses documentos são determinadas as características que compõem o espectro autista como “díade do autismo”: dificuldades na comunicação e interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento.
Isso quer dizer que para alguém ter o laudo de TEA é preciso que existem alguns pontos em comum, mesmo que em diferentes níveis:
Dificuldades na comunicação social e interação social
- Ausência ou dificuldade de fala são algumas das características mais comuns em autistas. Muitas vezes, apresentam compreensão reduzida da fala, fala em eco, dificuldade de entonação e uso de linguagem exclusivamente literal.
- Falta ou ausência de contato visual. Muitas crianças autistas, desde muito pequenas, não costumam fixar o olhar nos olhos de uma outra pessoa diante de uma interação ou conversa. Têm também dificuldades com gestos, expressões faciais e corporais.
- Imagem corporal rígida, exagerada, ou diferente do esperado pelos padrões sociais, o que está diretamente relacionado à dificuldade para coordenar a comunicação não verbal com a fala.
- Dificuldade em entender e compartilhar emoções, o que implica em dificuldades para brincar com outras crianças, fazer amizades, iniciar interações e se relacionar com os outros.
- Prejuízos na interação social. Muitos autistas, mesmo adultos, têm dificuldade no processamento de respostas a situações sociais mais complexas, como, por exemplo, saber quando entrar em uma conversa, ou o que se deve ou não dizer. Pessoas diagnosticadas com autismo raramente dominam essas habilidades sociais, e não entendem ironias e possíveis mentirinhas ou brincadeiras.
Comportamentos restritivos e repetitivos
- Fixação ou fascínio por certos objetos. Normalmente se manifesta pela criação de rituais e fixações por certos temas, brinquedos, objetos, personagens etc. É comum utilizarem brinquedos de maneira peculiar, que lhes seja interessante, e podem também ter certo fascínio por luzes e objetos que piscam e giram.
- Movimentos repetitivos com o corpo ou fala. Com seus próprios corpos, abanam as mãos, estalam os dedos, e balançam o corpo. Por meio da fala, apresentam ecolalia de palavras, frases e letras, ou seja, repetição mecânica de palavras ou frases que ouvem.
Mas atenção: como estamos falando de um espectro, nem todas as pessoas com autismo apresentam todos os sinais. Por isso é fundamental que exista uma avaliação clínica profissional sempre que existir uma suspeita!
Quais os níveis de suporte no autismo?
Além dessas características chamadas de “díade do autismo” também temos uma classificação que divide o transtorno em 3 níveis de necessidade e suporte.
Apesar de muitas pessoas conhecerem esses níveis como graus do autismo, é importante frisarmos que é apenas usado para simplificar o entendimento, mas que o correto é dizer que as pessoas no espectro do autismo apresentam diferentes níveis de suporte, de acordo com os critérios definidos por manuais diagnósticos.
- Nível 1 (autismo leve): alguém neste nível tem problemas para iniciar interações e mostra menor interesse nos relacionamentos. O comportamento inflexível leva a dificuldades nas atividades cotidianas. No critério diagnóstico, essa pessoa pode apresentar pouco ou nenhum prejuízo na linguagem funcional.
- Nível 2 (autismo moderado): neste nível, as pessoas têm dificuldade acentuada com a comunicação verbal e não verbal. Elas têm habilidades sociais limitadas. Seus padrões de comportamentos são rígidos, o que significa que têm dificuldade em lidar com mudanças. No critério diagnóstico, elas podem ou não ter deficiência intelectual e linguagem funcional prejudicada.
- Nível 3 (autismo severo): alguém neste nível tem graves dificuldades de comunicação. No critério diagnóstico, podem ou não ter deficiência intelectual e ausência da linguagem funcional.
Independente do diagnóstico de autismo, não existe uma barreira ou limitação. Todas as pessoas podem aprender e desenvolver habilidades ao longo da vida.
Pessoas no espectro autista são seres humanos variados e fluídos e precisam de intervenção adequada e direcionada às suas necessidades para se tornarem mais autônomas e independentes.
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