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A integração sensorial é uma das práticas mais conhecidas da Terapia Ocupacional para autismo. Com ela, é possível ajudar pessoas com dificuldades sensoriais, melhorando o processamento de sons, texturas, cheiros, movimentos e gostos, por exemplo.
Com isso, é muito importante buscar novos métodos eficazes que ajudem na promoção dessa integração sensorial de crianças com autismo, nos diversos ambientes, como casa e escola.
Assim, olhar para as atividades extracurriculares que podem proporcionar bem-estar para autistas com crises sensoriais, é uma ótima forma de garantir qualidade de vida para essas pessoas, não importa onde elas estejam.
Neste artigo, exploraremos como a integração sensorial desempenha um papel fundamental na vida dessas crianças e como as atividades extracurriculares podem ser uma ferramenta valiosa para estimular essa integração. Confira na leitura!
O que é Integração Sensorial no autismo?
A integração sensorial é um processo neurológico pelo qual o cérebro organiza, interpreta e cria significado para as informações sensoriais provenientes do ambiente e sentidos, como visão, audição, tato, olfato e paladar.
Para as crianças com autismo, a integração sensorial pode ser um desafio, já que o cérebro de alguém no espectro pode processar e responder a estímulos sensoriais de maneira diferente. Isso pode levar a dificuldades na regulação emocional, na interação social e no desempenho funcional.
Dessa forma, estimular a integração sensorial é crucial para ajudá-las a compreender o mundo ao seu redor e desenvolver habilidades sociais essenciais, fornecendo experiências terapêuticas estruturadas e cuidadosamente planejadas para desenvolver e aprimorar a forma como o cérebro processa e integra as informações sensoriais recebidas pelo ambiente.
As dificuldades do Processamento Sensorial no autismo
Muitas crianças com autismo também podem apresentar Transtorno do Processamento Sensorial (TPS), uma condição na qual o sistema nervoso apresenta dificuldade para processar estímulos do ambiente e dos sentidos.
Isso pode resultar em reações atípicas a estímulos cotidianos, como evitar contato físico, hipersensibilidade ao som ou hiperreatividade a determinados odores. Essas dificuldades podem interferir na participação em atividades sociais e extracurriculares.
Assim, entendemos que:
- Hipersensibilidade: é quando a pessoa sente demais os estímulos. Por isso, os sons podem ser, por exemplo, mais altos e estímulos visuais muito fortes;
- Hipossensibilidade: o indivíduo precisa de muito esforço para sentir qualquer tipo de estimulação. Por isso é comum que pessoas com hipossensibilidade estejam sempre agitadas e em movimento.
É importante lembrar que, a própria disfunção do processamento sensorial pode apresentar diferentes diagnósticos dentro e fora do TEA. Essas diferenças ajudam profissionais de terapia ocupacional e a própria família a entenderem qual tipo de intervenção sensorial e atividades extracurriculares podem ajudar aquele indivíduo.
Entre as classificações diagnósticas do Transtorno do Processamento Sensorial estão:
- Transtorno de modulação sensorial: dificuldade para regular grau, intensidade e natureza das respostas dos estímulos sofridos;
- Transtorno de discriminação sensorial: gasta mais energia para identificar diferenças e semelhanças dos estímulos;
- Transtornos motores com base sensorial: dificuldade para absorver informações do próprio corpo e reagir de forma coerente com o ambiente.
A Integração Sensorial nas Atividades Extracurriculares
Conseguimos entender que, para pessoas atípicas, é preciso aprender como lidar e processar as informações sensoriais recebidas pelo ambiente. Assim, esse aprendizado precisa ser ensinado em diversas práticas de T.O. que favorecem a recepção e resposta adaptativa ao meio.
Assim, as atividades extracurriculares podem ser uma poderosa ferramenta para promover a integração social em crianças com autismo, dentro e fora da escola, já que elas podem funcionar como uma parte extra da grade pedagógica e podem até mesmo serem feitas em centros educacionais que a criança já frequenta.
Essas atividades oferecem oportunidades valiosas para desenvolver habilidades de comunicação, interação e coordenação, ao mesmo tempo que proporcionam um ambiente seguro e estruturado para a prática da integração sensorial, seja de forma individualizada ou em grupo.
A seguir, separamos algumas atividades extracurriculares que podem ajudar na rotina de crianças com TEA. Mas atenção, é fundamental respeitar o perfil específico de cada criança e entender o que faz ou não sentido de acordo com as necessidades individuais.
Nem todas as crianças podem gostar das mesmas atividades e está tudo bem, o ideal é conversar com os pequenos e entender quais práticas deixam ele confortável e respeitam seu nível de desenvolvimento.
- Oficinas de Arte e Artesanato: Estimulam a criatividade e a expressão emocional, além de envolverem o tato e a visão em diversas atividades manuais;
- Contação de histórias: Livros, desenhos, teatros e fantoches são ótimas maneiras de envolver a criança na contação de histórias, criando uma narrativa lúdica e imaginativa para estimular o raciocínio;
- Aulas de Música: A musicoterapia pode ter um efeito calmante e ajudar na expressão emocional. Aprender a tocar instrumentos ou cantar em grupo promove a interação social e a coordenação motora;
- Brincar de circo: Seja em uma aula de circo ou de uma forma mais improvisada, essa é uma das atividades super divertidas para ajudar na coordenação motora, concentração e imaginação. Aqui é possível fazer cambalhotas, dar pulos, praticar carretas e se fantasiar. Tudo isso ajuda no desenvolvimento da consciência corporal e colaboram para autoconfiança;
- Esportes em Equipe Adaptados: Jogos em equipe incentivam a cooperação, a comunicação não verbal e melhoram a coordenação e o equilíbrio.
- Natação: Assim, como outras atividades físicas, muito recomendado para crianças, a natação é uma atividade extracurricular que trabalha o corpo de forma completa, além de ajudar a criança a trabalhar o contato visual e instruções bem objetivas.
- Terapia com Animais: A interação com animais pode ser reconfortante e estimulante, ajudando as crianças a desenvolverem habilidades sociais, assim práticas como a Equoterapia podem ser benéficas nesse sentido.
- Xadrez: O jogo estimula o desenvolvimento ao melhorar a concentração, desenvolver o raciocínio lógico, promover habilidades sociais, aumentar a paciência e a tolerância à frustração, estimular a criatividade e a imaginação, e fortalecer a autonomia e autoestima.
Além de promover a integração sensorial, as atividades extracurriculares oferecem uma série de benefícios para crianças com autismo.
Elas podem ajudar a reduzir a ansiedade, melhorar a autoestima, aumentar a concentração, aprimorar as habilidades motoras e facilitar a interação social com colegas e professores.
Além de brincadeiras e atividades fora de casa, também é possível fazer ações mais simples, como usar massinha de modelar, criar brinquedos sensoriais ou fazer algo mais calmante para ajudar a se regular emocionalmente.
O importante é respeitar o interesse da criança e aproveitar para construir cada vez mais momentos incríveis.
Conclusão
As atividades extracurriculares têm um papel significativo na promoção da integração social de crianças com autismo.
Ao compreender a importância da integração sensorial e suas dificuldades, podemos escolher atividades adequadas que contribuam para o desenvolvimento emocional, social e físico das crianças.
Oferecer oportunidades inclusivas é essencial para o crescimento e a felicidade de cada criança com autismo, permitindo que ela alcance seu máximo potencial em um ambiente acolhedor e enriquecedor.
Já temos um texto sobre brincadeiras que podem ajudar na integração sensorial de crianças com autismo, vale a pena ler e continuar aprendendo:
5 Brincadeiras de integração sensorial para crianças com TEA