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Preenchimento da escala M-chat, em folha de papel.

Escala M-CHAT: conheça a escala de rastreio para risco de autismo de bebês

Você já ouviu falar na M-CHAT? Essa é uma escala de rastreio de autismo bastante conhecida e usada pelos profissionais da saúde. Ela faz parte de vários instrumentos de identificação precoce de TEA, sendo atualmente recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria.

Como o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento com diagnóstico clínico, não existe nenhum tipo de teste ou exame que possa comprovar o laudo. Dessa forma, instrumentos como a Escala M-CHAT são essenciais para ajudar famílias e profissionais da saúde no começo do diagnóstico precoce.

Essa é uma escala desenvolvida para rastrear os sinais precoces ligados ao autismo, em crianças entre 16 e 30 meses de idade. Apesar de ser fundamental e até obrigatória, a M-CHAT não substitui um laudo médico, apenas funciona como ponto de partida para possíveis sinais de TEA, tá bom!

Neste artigo, você vai entender melhor o que é a Escala M-CHAT, como ela é aplicada para identificar se existe risco de autismo na sua criança e até sua obrigatoriedade no Sistema Único de Saúde (SUS), aqui no Brasil. Continue lendo para aprender!

O que é a Escala M-CHAT?

A M-CHAT vem da sigla Modified Checklist for Autism in Toddlers (Lista de verificação modificada para autismo em bebês, em tradução). Seu principal objetivo é identificar possíveis sinais de autismo em crianças que têm entre 16 e 30 meses de idade.

Considerada uma das ferramentas mais utilizadas para detectar o autismo em bebês e validada cientificamente, a Escala M-CHAT é composta por 23 perguntas de “sim” ou “não” que abrangem aspectos do desenvolvimento infantil típico, como socialização, comunicação e comportamento.

Os itens perguntados no questionário da M-CHAT focam em abordar as principais áreas de desenvolvimento infantil com perguntas sobre:

  • Contato visual;
  • Resposta ao nome;
  • Habilidades de linguagem e comunicação;
  • Interação social;
  • Brincadeiras imaginativas.

Por ser fácil de aplicar, essa escala pode ser realizada tanto por profissionais da medicina quanto por famílias e pessoas cuidadoras. No entanto, ela não serve como um diagnóstico para o autismo, apenas como um passo no processo de definir o diagnóstico da criança.

Como a M-CHAT foi desenvolvida?

A M-CHAT foi desenvolvida por Diana Robins, Deborah Fein e Marianne Barton em 1999, tendo como base uma versão anterior, conhecida como Checklist for Autism in Toddlers (CHAT), que havia sido desenvolvida por Simon Baron-Cohen e seus colaboradores.

Desde sua criação, a escala foi modificada algumas vezes ao longo dos anos, para garantir sua precisão e fácil aplicação.

Além disso, a M-CHAT já foi tema de diversos estudos e revisões que a consideram uma ferramenta confiável e precisa para ajudar a identificar sinais comuns de autismo em crianças.

Resumidamente, a escala passou por várias evoluções desde sua versão original, apresentada na década de 1990. E é hoje um passo importante para identificar o risco de autismo em crianças que têm entre 16 e 30 meses.

Apesar disso, é importante destacar que ela é apenas um dos passos no processo de avaliação para o autismo, e é importante que a criança seja avaliada por profissionais capacitados, como psiquiatras ou psicólogos clínicos.

Como a Escala M-CHAT funciona na prática?

A M-CHAT é composta por 23 perguntas que abrangem comportamentos típicos e atípicos, relacionados ao autismo, como interação social, comunicação, comportamentos repetitivos e interesses restritos.

Ela pode ser aplicada tanto pela família quanto por profissionais da saúde, para identificar risco de autismo na criança.

Dentre as perguntas do questionário, 14 foram desenvolvidas tendo como base sinais comuns no autismo, como dificuldade em interagir socialmente, dificuldade em brincadeiras de “imaginação”, brincar de forma diferente com brinquedos, etc.

Quando a criança tem uma pontuação 2 ou 3 em perguntas que são baseadas em sinais comuns de autismo, existe um risco para TEA que deve ser identificado.

Assim, os resultados possíveis da aplicação da M-CHAT são:

  • Baixo risco—pontuação de 0 a 2: existem poucas chances da criança estar no Transtorno do Espectro Autista. Atenção: caso a criança tenha menos de 2 anos, é necessário que o teste seja repetido.
  • Risco moderado—pontuação de 3 a 7: neste caso, é importante que a história da criança seja muito bem coletada, por isso é preciso o acompanhamento de profissionais que vão entrevistar a família e entender mais sobre o desenvolvimento da criança e como esses sinais surgiram.
  • Risco alto—pontuação de 8 a 20: essa pontuação indica que a criança tem altas chances de estar no espectro do autismo, por isso, é importante marcar uma consulta com especialistas das áreas de neuropediatria ou psiquiatria infantil. Somente assim será confirmado ou descartado o diagnóstico de autismo, assim como início das intervenções específicas.

Mas, mesmo que o resultado do teste indique baixo risco e a família continue a suspeitar, é importante buscar ajuda especializada. Afinal, cada pessoa com autismo é única e os sinais se manifestam de formas diferentes.

Por que identificar sinais de atraso no desenvolvimento de forma precoce?

Outro ponto importante da realização da M-CHAT e busca por ajuda profissional é a identificação de atrasos no desenvolvimento e início da intervenção precoce.

Vale dizer aqui que o diagnóstico de autismo em si pode demorar a acontecer de forma oficial, mas o início das intervenções pode—e deve—começar o quanto antes.

Isso porque estudos já realizados demonstram que iniciar as estimulações para o desenvolvimento da criança têm um papel fundamental na forma como vão se desenvolver.

Isso acontece, em grande parte, por causa da neuroplasticidade, ou seja, a capacidade que o cérebro tem de se adaptar ou mudar por meio de alterações fisiológicas resultantes das interações com os ambientes. Ela é um mecanismo de aprendizagem incrível que é ainda maior em crianças de até 3 anos.

A Escala M-CHAT agora é obrigatória no processo de diagnóstico de TEA até 2 anos

Em julho de 2024, a Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que torna obrigatória a aplicação da Escala M-CHAT/R-F para o diagnóstico de TEA em todas as crianças com até 2 anos de idade.

Esse texto altera a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista que continha 30 instrumentos de triagem catalogados e faz o M-CHAT, um desses 30, obrigatório no processo diagnóstico.

Apresentado pelo deputado Geraldo Resende, o texto procura ajudar pais a perceberem precocemente possíveis alterações no desenvolvimento infantil, fazendo com que busquem ajuda profissional.

“Existe consenso de que o tratamento do TEA deve ser precoce, pois, assim, seriam possíveis melhorias cognitivas e comportamentais significativas, o que se traduz em maior independência para as atividades de vida diária, resultando em melhor qualidade de vida para essas pessoas e seus familiares”, conta o deputado.

Quero aplicar a M-CHAT na minha criança

Como vimos, a Escala M-CHAT é uma ferramenta amplamente utilizada, tanto na prática clínica quanto por pais e pessoas cuidadoras para auxiliar no diagnóstico precoce de autismo, apontando possíveis sinais de atraso no desenvolvimento.

Apesar dele não substituir uma avaliação clínica completa e especializada, pode sim funcionar como ponto de partida e ajudar famílias a entenderem melhor possíveis sinais de risco.

Se você chegou até aqui, provavelmente tem interesse em aplicar a M-CHAT para entender se sua criança tem risco de estar no espectro do autismo.

Temos a M-CHAT disponível para você preencher e realizar esse teste. Clique agora mesmo no banner abaixo e responda as 23 perguntas do questionário:

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2 respostas para “Escala M-CHAT: conheça a escala de rastreio para risco de autismo de bebês”

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