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A mediação no autismo refere-se a um conjunto de práticas e estratégias que visam apoiar o desenvolvimento acadêmico, social e emocional das pessoas autistas.
Ela é realizada por profissionais especializados das áreas de psicologia, psicopedagogia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, etc, em colaboração com os educadores e a família.
Através dela, é possível identificar as necessidades individuais de cada criança e oferecer o suporte necessário para que elas alcancem seu pleno potencial. Para crianças com autismo, o ambiente escolar pode ser desafiador devido a suas necessidades particulares de aprendizagem e interação social.
Nesse contexto, a mediação no autismo desempenha um papel crucial na promoção da autonomia das crianças, tanto no ambiente escolar quanto na vida diária.
Vamos aprender mais sobre a importância da mediação no autismo? Então continue nesse texto.
Mediação no Autismo: compreendendo as necessidades singulares
A mediação no autismo é um processo que envolve a compreensão profunda das necessidades individuais de cada criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Cada criança com autismo é única, com habilidades, interesses e desafios específicos, e, portanto, a abordagem educacional precisa ser adaptada para atender às suas particularidades.
Como citamos acima, são os profissionais especializados que trabalham em conjunto com educadores e familiares para identificar as necessidades específicas de cada aluno e desenvolver estratégias personalizadas para apoiar seu desenvolvimento acadêmico, social e emocional.
Além disso, a mediação desempenha um papel importante na promoção das habilidades sociais e da interação com as pessoas ao redor.
Isso porque, crianças autistas podem enfrentar dificuldades na compreensão das nuances sociais, como não reconhecer ironias e/ou identificar as emoções e expressões.
Com o apoio adequado, é possível trabalhar essas habilidades, promovendo a interação positiva com quem estiver ao redor, seja na sala de aula, em casa e em outros contextos sociais, facilitando assim a formação de amizades e evitando o isolamento social.
Promovendo a inclusão e a interação social na escola
Um dos principais objetivos da mediação no autismo é promover a inclusão e a interação social no ambiente escolar.
Com o apoio adequado, é possível trabalhar habilidades sociais, proporcionando oportunidades para que as crianças autistas se envolvam em atividades com seus pares, participem de jogos em grupo e estabeleçam amizades significativas.
A mediação no autismo também ajuda a criar uma cultura inclusiva na escola, onde todos os estudantes aprendem a valorizar e respeitar as diferenças, promovendo um ambiente mais empático e enriquecedor para todos.
Diferenças na aprendizagem e a educação inclusiva
Pessoas autistas podem ter estilos de aprendizagem diferentes e enfrentar dificuldades específicas em algumas áreas acadêmicas.
Através da mediação, os educadores podem identificar as áreas onde a criança precisa de mais apoio e criar estratégias para facilitar seu aprendizado.
Isso pode envolver a adaptação de atividades, o uso de recursos visuais ou outras abordagens que tornem o processo de ensino e aprendizagem mais efetivo e significativo para o aluno com autismo.
O que faz um mediador escolar?
Um mediador escolar, também conhecido como mediador pedagógico, é um profissional especializado que desempenha um papel fundamental para promover a inclusão e a garantia do acesso à educação para todos os alunos.
Além de praticar a inclusão, o mediador escolar realiza uma série de atividades para apoiar as crianças no ambiente escolar. Essas atividades podem variar dependendo das necessidades específicas de cada criança, mas geralmente incluem o seguinte:
Apoio pedagógico individualizado
O mediador trabalha em estreita colaboração com o professor da criança para desenvolver um plano de ensino personalizado que atenda às necessidades acadêmicas e de desenvolvimento da criança.
Isso pode envolver adaptações curriculares, estratégias de ensino diferenciadas e o uso de recursos educacionais específicos.
Mediação de aprendizagem
Ajuda a criança a compreender e lidar com os conteúdos escolares, fornecendo explicações adicionais, exemplos e práticas adicionais, conforme necessário. Aqui, a atuação é como um facilitador do aprendizado, garantindo que a criança compreenda os conceitos e progrida em seu aprendizado.
Apoio social e emocional
Além de auxiliar no desenvolvimento acadêmico, o mediador também apoia as habilidades sociais e emocionais da criança. Ele pode trabalhar com a criança para melhorar suas habilidades de comunicação, interação com os colegas e autorregulação emocional.
Facilitação da comunicação
Para crianças com dificuldades de comunicação, o mediador pode utilizar sistemas alternativos e aumentativos de comunicação (AAC) para ajudar a criança a se expressar e se comunicar de forma mais efetiva.
Ensino de habilidades de autonomia
Auxilia a criança a desenvolver habilidades de independência e autonomia, como organização, escolhas próprias e resolução de problemas. Isso é fundamental para que a criança se torne mais confiante e capaz de enfrentar desafios em sua vida escolar e cotidiana.
Promoção da participação nas atividades escolares
Trabalha para incluir a criança em todas as atividades escolares, sejam elas acadêmicas, esportivas ou recreativas. Ele ajuda a garantir que a criança se sinta pertencente à comunidade escolar e tenha oportunidades para participar plenamente das atividades do dia a dia.
Parceria com a família
Mantém uma comunicação próxima com os pais ou responsáveis da criança para compartilhar informações sobre o progresso acadêmico e emocional da criança, bem como para receber feedback e orientações sobre a melhor forma de apoiá-la.
Essas são apenas algumas das atividades que um mediador escolar pode desempenhar para apoiar crianças com atípicas e neurotípicas (ou neuroatípicas).
A mediação do autismo na escola é previsto por lei!
O papel da mediação no autismo é de extrema importância para garantir que todas as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade e que possam desenvolver suas habilidades e potencialidades da melhor forma possível.
No Brasil, o direito a um mediador escolar está previsto na legislação educacional e é garantido às crianças e estudantes com transtornos de desenvolvimento.
O direito à educação inclusiva é respaldado pela Constituição Federal de 1988, que estabelece a educação como um direito de todos e dever do Estado, sem qualquer forma de discriminação.
A principal legislação que regulamenta a educação inclusiva no Brasil é a Lei nº 9.394/1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). O artigo 58 da LDB prevê a oferta de educação especial em classes comuns do ensino regular para crianças com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
Além disso, em 2008, foi promulgada a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que estabelece as diretrizes para a implementação da educação inclusiva no país, e assegura o direito de todas as crianças à educação, independentemente de suas diferenças, e prevê o apoio de mediadores e profissionais especializados.
Além da Política Nacional de Educação Especial, outras legislações, como o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) e a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada pelo Brasil em 2008, reforçam os direitos das pessoas com deficiência à educação inclusiva e à garantia de apoios adequados para sua participação plena na sociedade, incluindo o direito ao mediador escolar.
Conclusão
Ao compreender as necessidades individuais de cada aluno com TEA e oferecer um suporte personalizado, esse processo se torna essencial para a promoção da autonomia, especialmente no ambiente escolar.
Através da mediação no autismo, cria-se um espaço acolhedor e inclusivo nas escolas, onde cada aluno pode desenvolver-se plenamente, independentemente de suas características.
A adaptação de atividades e materiais de ensino, a promoção de habilidades sociais, emocionais e acadêmicas, bem como o incentivo à independência, são alguns dos aspectos fundamentais trabalhados pelo mediador no autismo.
A inclusão no ambiente escolar é uma oportunidade para que todas as crianças aprendam a valorizar e respeitar as diferenças, formando adultos mais conscientes e colaborativos!
Mas sabemos que muitos pais e pessoas cuidadoras podem ficar em dúvida na hora de matricular seus filhos na escola, questionando se devem escolher o ensino regular ou a educação especial.
Já temos um conteúdo sobre isso em nosso blog e que pode ajudar a sua família nesse momento, acesse agora mesmo:
Como escolher a melhor escola para minha criança autista?