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O príncipe Harry recebeu um “diagnóstico” de TDAH enquanto participava de uma entrevista. O caso aconteceu no domingo, 5 de março, enquanto o Duque de Sussex, conversava ao vivo com o terapeuta Dr. Gabor Maté em seu Instagram.
A situação aparentemente gerou desconforto e confusão para Harry, além de causar revolta em diversas plataformas online, onde usuários apontaram falta de empatia e até mesmo uma postura antiética por parte do terapeuta.
Mesmo assim, a entrevista continuou e foi descrita como “uma conversa íntima em que se discute como lidar com a perda e a importância da cura pessoal”. Neste artigo, você entende melhor o que aconteceu no caso, confira!
Príncipe Harry foi diagnosticado com TDAH?
Enquanto participava de uma entrevista com o terapeuta canadense Dr. Gabor Maté, o príncipe Harry foi surpreendido por um suposto diagnóstico de TDAH. A conversa aconteceu durante um evento transmitido online e ao vivo, onde o terapeuta afirmou que, depois de ler o livro de memórias do príncipe, havia concluído “vários diagnósticos” para o mesmo.
“Quer você goste ou não, eu diagnostiquei você com TDAH. Você pode concordar ou discordar”, disse o especialista. É importante lembrar que esse momento não foi um laudo verdadeiro do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, mas sim uma visão de Maté sobre passagens da autobiografia “Spare” do príncipe Harry.
O terapeuta ainda continuou pontuando que “quando uma criança está em um ambiente estressante, uma maneira de lidar com isso é dispersar sua atenção, e afastar-se do estresse” finalizando com a suposição de que existe “muito estresse” na vida do príncipe.
Harry respondeu que “não via aquilo como uma doença, mas sim uma resposta natural ao estresse anormal que vem passando”, questionando o terapeuta em seguida sobre o que ele deveria fazer com aquele fato.
“Ok, devo aceitar isso ou devo investigar?” perguntou Harry, respondido em seguida por Maté: “Você pode fazer o que quiser com isso”.
O momento acabou chamando atenção de vários espectadores e usuários, que usaram as plataformas online para debater sobre o laudo e a forma como ele foi feito.
Em comentários do Twitter, um usuário disse: “Por que você decidiu fazer uma sessão de terapia pública com Harry e fez um diagnóstico?”. Em outro comentário da rede, outra pessoa comentou que “o diagnóstico não deve ser revelado ao vivo para entretenimento. E uma pessoa deve ter tempo para processar e entender sua condição antes que ela se torne pública”.
O que é TDAH?
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico. Ele também pode ser chamado de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção) e seu diagnóstico é puramente clínico, dependendo de avaliação neuropsicológica.
Suas causas são genéticas e os sinais aparecem na infância, acompanhando o indivíduo por toda a sua vida. Seus principais sinais são: impulsividade, desatenção e hiperatividade.
Como o TDAH não é uma doença, não existe uma cura para ele, mas sim tratamento e intervenções terapêuticas focadas em diminuir as dificuldades na rotina de uma pessoa e potencializar a qualidade de vida e bem-estar.
Além disso, existem algumas medicações que podem ajudar no dia a dia da pessoa com TDAH, garantindo maior concentração e foco para determinadas tarefas. Mas, somente profissionais especializados e capacitados podem prescrever qualquer tipo de remédio.
A importância de procurar profissionais especializados para qualquer diagnóstico
Já falamos aqui, em um texto sobre neurodiversidade, que a cada ano existem mais casos de diagnósticos de TDAH e outros transtornos por conta da popularização do termo em plataformas sociais, como Twitter e TikTok. O psicólogo Anthony Yeung desenvolveu um estudo que relaciona os novos casos de TDAH com o Tiktok.
O estudo chamado “TikTok e transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: um estudo transversal da qualidade do conteúdo de mídia social”, aborda que a popularização do termo e o aumento da procura por profissionais especializados em transtornos neurodivergentes.
Para Yeung, pessoas jovens conseguem se identificar com os sinais do TDAH, e buscam por ajuda baseada no que conheceram na rede social. Não existe conteúdo capaz de diagnosticar uma pessoa! Apesar de alguns conteúdos e informações servirem como alerta, e proporcionar reflexões acerca dos sinais da neurodiversidade, eles não conseguem oferecer um diagnóstico médico, sendo fundamental procurar um médico especializado.
Assim como o autismo, o diagnóstico de TDAH é totalmente clínico e depende de uma avaliação neuropsicológica, por isso, não existe nenhum tipo de teste ou exame para diagnosticar o transtorno e também não é possível fazer apenas observações pontuais.
Toda a avaliação clínica é feita com base nos critérios definidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) da Associação Americana de Psiquiatria. Além disso, muitas vezes os sintomas são comuns a outros transtornos como ansiedade, depressão e até mesmo TEA, podendo variar amplamente entre pessoas.
Por esse motivo, é importante que o diagnóstico de TDAH seja feito por profissionais experientes em saúde mental, que possam avaliar cuidadosamente os sinais e descartar outras possíveis condições.
Dessa forma, é muito importante que as pessoas envolvidas nos principais ambientes desse indivíduo, fiquem atentas aos possíveis sinais, avaliando se é preciso conversar com um especialista. Isso servirá de parâmetro para a identificação do transtorno, o diagnóstico final e as intervenções focadas nas necessidades da criança.
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