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Você já ficou na dúvida se TDAH e autismo são a mesma coisa? Ou se todas as pessoas com autismo também têm TDAH e vice-versa? Por terem algumas semelhanças, é muito comum que as pessoas confundam os transtornos.
O autismo pode ser confundido com o TDAH (Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade) porque ambos os transtornos afetam o desenvolvimento neurológico e apresentam sinais visíveis já na primeira infância.
Além disso, existem muitos autistas que também têm o diagnóstico de TDAH, o que pode gerar mais dúvidas sobre a relação deles como comorbidades. Apesar disso, tanto o TEA quanto o TDAH têm diferenças entre si e podem — ou não — ser diagnosticados em uma mesma pessoa.
Neste artigo, explicamos mais sobre as semelhanças e diferenças entre TDAH e autismo e entendemos como elas podem coexistir. Continue lendo para aprender!
O que é TDAH?
O Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade que impactam a capacidade de uma pessoa de exercer atividades cotidianas.
Ele também pode ser chamado de DDA (Distúrbio do Deficit de Atenção) e seu diagnóstico é puramente clínico, dependendo de avaliação neuropsicológica.
Suas causas são genéticas e os sinais aparecem na infância, acompanhando o indivíduo por toda a sua vida.
Quais são os sintomas de TDAH?
Conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), os sintomas de TDAH geralmente surgem antes dos 12 anos e precisam estar presentes em mais de um ambiente, como em casa e na escola, para o diagnóstico ser confirmado.
O TDAH se caracteriza pela combinação de dois tipos de sintomas. São eles:
- Desatenção;
- Hiperatividade-Impulsividade.
Conforme a Associação Brasileira do Deficit de Atenção (ABDA), o TDAH ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos registrados, o transtorno continua a acompanhar o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos nesta fase.
Sintomas do TDAH em crianças
Em crianças, o Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade muitas vezes pode ser identificado quando ela apresenta dificuldades na escola e no relacionamento com outras crianças, pais e professores.
É comum se referirem a elas como crianças “avoadas”, que “vivem no mundo da lua” ou que parecem “ligadas no 220”, ou seja, não param quietas nem por um segundo.
Os meninos normalmente apresentam mais sintomas de hiperatividade do que as meninas, mas ambos apresentam comportamentos de desatenção. Além disso, tanto crianças quanto adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como dificuldades em lidar com regras e limites.
Sintomas do TDAH em adultos
Já em adultos os sintomas de TDAH, como desatenção, podem ser notados mais facilmente em tarefas do cotidiano e relacionadas à memória. Além disso, outros sinais de atenção são:
- Inquietude (parecem relaxar somente quando adormecem);
- Mudar de uma atividade para outra;
- Impulsividade;
- Dificuldade em avaliar o próprio comportamento e como isso afeta quem está à sua volta;
- Entre outros.
Outro fator relacionado ao Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade em adultos é a alta frequência de outros problemas associados, como abuso do uso de álcool e drogas ou transtornos ansiosos e depressivos.
O que é autismo?
O autismo, por outro lado, é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades em duas áreas:
- Dificuldades na interação e comunicação social;
- Presença de padrões de comportamentos restritos e repetitivos.
Assim como no TDAH, os sinais de autismo surgem na primeira infância e acompanham o indivíduo durante toda a vida.
Crianças e adultos com TEA podem apresentar diferentes níveis de necessidade de suporte. O que significa que, enquanto alguns têm facilidade de realizar qualquer atividade pessoal e da vida diária, outros precisam de apoio para as atividades básicas, como tomar banho, se vestir e se alimentar.
Quem tem TDAH tem autismo?
É comum, ainda, que o diagnóstico de autismo venha associado a umas ou mais condições, o que chamamos de comorbidades.
Assim, uma pessoa diagnosticada com TEA pode, também, receber o diagnóstico de TDAH. O contrário também é possível. Ou seja, uma pessoa diagnosticada com déficit de atenção pode estar também no espectro do autismo.
Além disso, estudos já realizados apontam uma relação genética entre autismo e Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.
Conforme os resultados das pesquisas, os genes associados ao TDAH também aumentam os riscos para outros transtornos, como ansiedade, depressão ou autismo. Mas ainda é preciso serem realizados mais estudos para que essa relação seja melhor compreendida.
As estimativas ainda dizem que 14% das crianças com TDAH também podem estar no espectro do autismo, e até 80% das pessoas com TEA apresentam o TDAH como comorbidade.
Qual a diferença entre TDAH e autismo?
As diferenças entre TDAH e autismo se relacionam ao campo de dificuldade, enquanto crianças com TDAH têm, em geral, maior dificuldade no controle inibitório, crianças com TEA apresentam maior dificuldade na flexibilidade cognitiva e planejamento.
Embora o TDAH e o TEA compartilhem algumas características, como dificuldades na atenção e problemas de socialização, eles são distintas e possuem diferenças significativas:
- Foco e atenção: no TDAH, as dificuldades com a atenção geralmente se manifestam como falta de foco em atividades monótonas ou desorganização, enquanto no autismo, o problema pode estar mais ligado a interesses restritos e falta de resposta a estímulos não relacionados a seus interesses específicos.
- Habilidades sociais: crianças com TDAH podem ser impulsivas ou apresentar comportamentos hiperativos, ou que interfiram nas interações sociais, mas ainda possuem o desejo de socializar. Em contrapartida, pessoas com autismo podem ter dificuldades em compreender e reagir às normas sociais e, em alguns casos, não demonstram interesse nas interações sociais.
- Repetição de comportamentos: O TEA é caracterizado por comportamentos repetitivos e interesses fixos, enquanto o TDAH não possui esses traços como aspectos centrais.
E isso se desdobra no fato de que aqueles que apresentam exclusivamente TDAH terão menos dificuldades sociais e mais dificuldades de atenção, enquanto aqueles diagnosticados apenas com autismo, terão mais comprometimento nas relações sociais e linguagem e menos na concentração e atenção.
Quem tem TDAH é considerado atípico?
Sim, tanto o TDAH quanto o autismo são considerados transtornos de neurodesenvolvimento e estão incluídos na classificação de condições neurológicas atípicas.
O termo “neuroatípico” é usado para descrever pessoas com padrões de desenvolvimento, comportamento ou funcionamento cognitivo específico do que é considerado típico na sociedade.
Essa categorização é importante para o entendimento social e para o desenvolvimento de métodos de apoio personalizados.
Em nosso blog temos um conteúdo completo sobre hiperatividade, TDAH e autismo, que pode te ajudar a continuar aprendendo sobre o assunto. Leia agora mesmo!
Como são feitas as intervenções para autismo e TDAH?
As intervenções para pessoas com autismo são feitas por meio de uma equipe multidisciplinar, transdisciplinar ou interdisciplinar. Normalmente, elas são baseadas na Análise do Comportamento Aplicada (ABA), e visa principalmente auxiliar no desenvolvimento de novas habilidades e manejo de comportamentos desafiadores.
Já no caso do TDAH, além da terapia comportamental, em alguns casos é necessário a indicação de medicamentos para controlar os sintomas.
No caso de um diagnóstico onde ambos os transtornos estão juntos, cabe aos profissionais que atendem o indivíduo entenderem quais as melhores opções de intervenção e medicação para a qualidade de vida dele.
Conclusão
É fundamental conhecer e saber distinguir TDAH e autismo. Embora compartilhem sintomas, cada um possui sua própria intervenção. Ambos os transtornos precisam de entendimento e estratégias específicas para promover uma qualidade de vida melhor para as pessoas diagnosticadas.
É essencial que pais, cuidadores e profissionais de saúde se informem sobre os sintomas, as diferenças e as intersecções entre os dois transtornos, possibilitando intervenções mais eficazes e personalizadas.
Afinal, a compreensão é o primeiro passo para fornecer o suporte necessário, reduzir o estigma e promover o desenvolvimento pleno das potencialidades de cada indivíduo.
Por meio de rigor clínico, e diagnósticos precisos, a pessoa terá melhor suporte e qualidade de vida, com independência e autonomia.
8 respostas para “TDAH e autismo: entenda a relação entre os transtornos”
Prezada equipe, tudo bem?
Eu me chamo Gustavo Vasconcelos, sou professor de inglês online, desenvolvi técnicas para aumentar a desenvoltura de crianças, adolescentes e/ou adultos com TDAH, e/ou autismo. Sou formado em Latras com Inglês, tenho 02 MBA’s, em gestão empresarial e outro em marketing. Eu venho trabalhando com o objetivo de aumentar o foco, diminuir a ansiedade e, consequentemente, trabalhar as habilidades deles. Proporcionando uma maior inclusão e aceitação, tanto, dele próprio, assim como, conviver melhor na sociedade. Gostaria de fazer uma parceria com vocês, que tal conversarmos online sobre a proposta?
Cordialmente,
Gustavo Vasconcelos
Professor e consultor
Olá, Gustavo. Como vai? Esperamos que muito bem.
Gustavo, acesse essa página abaixo e envie um formulário:
https://genialcare.com.br/operadoras/#form
Ele chegará para a pessoa responsável por parcerias.
Abraço.
Olá tenho um filho com 16 anos, á 2 anos tivemos o diagnóstico de TDAH, depressão e síndrome de Asperger. O meu filho só quer computador para jogar, pesquisa sobre blogs financeiros, criptomonedas, tendas online, enfim, pois diz que vai ser milionário. É uma coisa que diz desde pequeno e vive obcecado com isto. Não quis voltar a escola, porque diz que lá não aprende nada. Segundo os especialistas pelo qual é tratado e já com a medicação pensei que melhora se um pouco, mas não vive obcecado naquele computador a tentar vezes sem fim a estudar marketing, campeonato de jogos online. Sinto me muito doente com isto, pois nunca passei por isto e não sei como hei de lidar com esta situação. Ele promete coisas que eu acho que não vai conseguir, só pede que confie nele, mas tenho medo do que possa acontecer. Acha que me pode ajudar
Olá, Carla. Como vai? Esperamos que muito bem.
Carla, pelo que comentou, seu filho parece ter um certo hiperfoco nesses assuntos. Ter hiperfoco, não é algo exclusivo de pessoas com TEA, tão pouco é algo a ser preocupante a curto prazo.
Recomendamos a leitura desse conteúdo que fala sobre o Hiperfoco no TEA. Talvez posso te ajudar:
https://genialcare.com.br/blog/hiperfoco-no-autismo/
Esperamos ter ajudado.
Abraço.
Olá! Bom dia! Vou resumir. Sou Nilza, mãe/tutora de sobrinha/neta. Minha sobrinha é deficiência mental. Engravidou com 20 anos, morando na rua. Minha irmã sem condições psíquica social para olhar o bebê que ficou abrigada até 9 meses, qdo então pude acolhe lá comigo. Nunca teve contato com a mãe biológica que foi só piorando seu estado. Hoje vive na rua, não procura a mãe e vice versa. Minha menina está com 16 anos. É meiga, educada, aprendeu a ler com 5 anos, qdo pensei, não terei problemas com estudos. Criança linda, ativa, mas muito medo 😱. Até de sombras. Enusere e fala comprometida. Troca de r por l persistente, assim como dificuldade para outras palavras. Falta de compreensão notei desde cedo. Confusão mental. Na escola logo começou a apresentar dificuldades, diminuindo as notas gradativamente. Pouco conhecimento e compreensão do conteúdo matemático.Nai sabe fazer conta, não tem noção de valores, mais, menos, compreensão lógica comprometida. Baixa auto estima evidente. Em casa onde vai deixa seus pertences, além de desorganizar tudo que põe as mãos. Mas é um amor de pessoa. Nós serviços domésticos tem boa vontade em ajudar, mas deixa a desejar. Enfim… Não tenho recursos pra investir com medidas que poderiam ajudar, tanto na conclusão de diagnóstico, quanto em um tratamento adequado visando uma melhora na qualidade de vida de Yasmin para o futuro. Está no 3 anos, mas daquele jeito. Não falta aula, tem interesse em ler livros, mas não se fixa, portanto o mesmo fica pra lá e pra cá. Ultimamente tem tudo muitas crises de cefaléia, quando então fica geladinha e dorme imediatamente. Levei ao conhecimento da médica do posto. Reagendou neurologista, que está fazendo 2 anos de espera. Não creio que sairá. Fico perdida sem saber o que fazer, visto que já sou idosa, afinal, já tenho mais de 70 anos. Por esse pequeno relato, pode ter um parecer?
Você é de qual cidade? Sou de BH, mas estou em Araxá/MG, ajudando meu filho e nora que trabalham aqui e tem 2 meninas autistas. Estou no meu limite.
Agradeço se puder ler e aguardo, quem sabe, sua resposta. Obrigada por me ouvir. Abraços!
Olá, Nilza! Primeiro, queremos agradecer por compartilhar sua história conosco. Percebemos o quanto você tem sido uma figura essencial na vida da Yasmin, oferecendo amor, cuidado e estabilidade. Sabemos que não é uma jornada fácil, considerando especialmente os desafios educacionais e comportamentais que ela enfrenta.
Sobre as dificuldades que você mencionou, muitos sinais que a Yasmin apresenta podem estar relacionados a desafios no desenvolvimento cognitivo e na comunicação. É muito positivo que você tenha buscado uma avaliação com neurologista, mesmo que o tempo de espera seja longo. Além disso, pode ser interessante procurar apoio em outras frentes, como serviços especializados na sua região (como APAEs ou centros de referência em neurodesenvolvimento). Sabemos que o SUS tem limitações, mas algumas cidades oferecem suporte interdisciplinar para crianças e adolescentes com necessidades especiais. Você já tentou buscar assistência na rede pública de educação ou assistência social para verificar quais direitos ela tem?
Também temos alguns conteúdos que podem te ajudar a entender melhor algumas dessas dificuldades e buscar estratégias práticas para apoiá-la no dia a dia. Aqui estão alguns artigos que podem ser úteis:
• https://genialcare.com.br/blog/discalculia-e-sua-relacao-com-o-autismo/ (texto que te ajudará a entender a dificuldade da Yasmin em fazer cálculos matemáticos)
• https://genialcare.com.br/blog/rede-de-apoio-para-familias-atipicas/ (texto que explica sobre redes de apoio)
Se precisar de mais informações, estamos aqui para ajudar. Você não está sozinha nessa jornada e esperamos que encontre os recursos necessários para melhorar a qualidade de vida da Yasmin e a sua também. Seu papel é incrível e queremos reforçar que buscar ajuda é um ato de amor. Um grande abraço da equipe Genial Care!
Mas seria possível, a pessoa ser só um pouco tdah. O TDAH pode deixar a pessoa com preguiça, e de ir buscar algo pra si mesmo.
Olá Rô. Como vai? Esperamos que muito bem.
Rô, o TDAH é um transtorno neurobiológico caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade que impactam a capacidade de uma pessoa de exercer atividades cotidianas.
Isso quer dizer que uma pessoa com TDAH pode ter todos ou apenas uma das características mencionadas. E, mesmo com apenas uma, não é metrificável o nível da mesma.
Esperamos ter ajudado.
Abraço!