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criança de cabeça baixa rasgando uma folha de papel

“Rasgar papel” é um comportamento compulsivo no autismo?

Será que rasgar papel é um sinal de comportamento compulsivo no autismo? O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social e padrões de comportamentos restritos e repetitivos.

Assim, em alguns casos, pode acontecer de haver um interesse particular em rasgar papel por crianças diagnosticadas com autismo.

Além disso, o ato de rasgar o papel também pode ser uma estratégia terapêutica eficaz para melhor os estímulos sensoriais e desenvolvimento das habilidades motoras e cognitivas da criança.

Neste artigo, vamos entender mais sobre o comportamento de rasgar papel no TEA, discutindo suas possíveis causas, impactos e estratégias de apoio para lidar com esse comportamento.

Entendendo o comportamento no TEA

Um dos critérios diagnósticos do autismo é a presença de padrões de comportamentos restritos e repetitivos – mais conhecidos como estereotipias.

De forma geral, esses comportamentos são caracterizados pela repetição contínua de ações, muitas vezes sem um propósito aparente.

Esses comportamentos podem se manifestar de diversas maneiras e variam de pessoa para pessoa. Além disso, são uma das peças-chave para analisar a pessoa no TEA e criar estratégias que vão ajudá-la com comportamentos desafiadores e também em seu desenvolvimento.

Rasgar papel e autismo: qual a ligação do comportamento?

bebê rasgando papel higiênico

Mas o que rasgar papel tem a ver com isso? Esse é um comportamento que pode acontecer em pessoas com autismo e existem algumas teorias e explicações que podem nos ajudar a entendê-lo. Alguns exemplos são:

  • Busca por estímulos sensoriais,
  • Necessidade de autorregulação,
  • Ansiedade e
  • Dificuldades na expressão de emoções.

Assim como ocorre com alguns comportamentos desafiadores, existem alguns impactos que podem acontecer quando a criança tem “rasgar papel” como sua estereotipia. Entre eles estão:

  • Perda de materiais,
  • Riscos de segurança,
  • Incompreensão social e
  • Possíveis barreiras na educação ou no ambiente de trabalho.

Por isso, podem ser necessárias abordagens que ajudem a entender a função do comportamento e apoiem a criança nesse momento.

Mas, atenção: é preciso verificar se quando existe a presença desse ato, a criança não apresenta prejuízos, já que no caso da compulsão, é um prejuízo que precisa ser trabalhado e modificado.

Mas nem sempre é assim. Vamos entender melhor isso!

Rasgar papel pode ser uma estratégia boa?

Como falamos, nem sempre rasgar papel é algo negativo, já que quando aplicado de forma estratégica e de acordo com as oportunidades de aprendizado da criança, essa ação pode, sim, ser benéfica.

Por isso, é fundamental entender qual a função que esse ato tem no cotidiano da criança, independente de se positiva ou negativa, e sabe como trabalhar da melhor forma.

Por exemplo, que tal criar uma brincadeira divertida para a criança rasgar o papel e na sequência colar os pedaços em um desenho? Ou quem sabe, rasgar o papel e coloca dentro de uma panelinha fingindo que é a comida do urso ou boneca.

Isso porque, o ato de rasgar papel oferece uma experiência tátil, ajudando a criança a explorar diferentes texturas e sensações. Além disso, essa atividade exige o uso da coordenação motora fina, permitindo que a criança aprimore o controle dos músculos das mãos e dos dedos.

Esses aspectos sensoriais e motores são essenciais para o desenvolvimento global e podem beneficiar especialmente crianças com autismo.
Rasgar papel também pode ser uma forma de expressão emocional para crianças com autismo. Às vezes, essas crianças têm dificuldade em se comunicar verbalmente ou expressar emoções de maneira convencional.

Assim, essa pode ser uma maneira segura e adequada para que elas expressem sentimentos como raiva, frustração ou alegria. Além disso, essa atividade pode ser um ponto de partida para promover a comunicação não verbal entre a criança e os terapeutas, cuidadores e familiares.

Mas lembre-se: para ser usada como estratégia de desenvolvimento, essa ação precisa ser conversa com a equipe multidisciplinar como parte dos objetivos de aprendizagem. É sempre importante entender que o rasgar papel precisa ser aplicado de forma saudável, e não compulsiva.

Caso essa seja a forma como a ação vem sendo feita na rotina, é importante encontrar maneiras de gerenciar esse comportamento.

Quais estratégias podem ajudar no gerenciamento do comportamento de rasgar papel?

criança dobrando uma folha de papel verde

Como reforçado, “rasgar papel” pode ser parte de um comportamento compulsivo no autismo. Isso significa que a criança, quando assume essa postura, pode estar querendo transmitir alguma mensagem ou até autogerenciar uma emoção, como a ansiedade.

Por esse motivo, ao lidar com esse comportamento, é essencial adotar uma abordagem individualizada e centrada naquela pessoa.

O apoio da equipe multidisciplinar é essencial nesse sentido, uma vez que são esses profissionais que vão conseguir estudar o comportamento da criança, entender a função dele e pensar em estratégias que podem ser eficazes em aumentar o repertório dela para se comunicar ou auto gerenciar as emoções de forma diferente.

Aqui, podem ser necessárias algumas abordagens diferentes, como:

  • Disponibilizar materiais alternativos para rasgar,
  • Oferecer atividades sensoriais adequadas,
  • Implementar sistemas de recompensa.

Conclusão

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social e pela presença de padrões de comportamento repetitivos e restritos. Dentro desses comportamentos, a atitude de rasgar pedaços de papel pode ser um traço presente.

Muitas vezes, ela se manifesta como um comportamento compulsivo repetitivo. E é necessário que cuidadores e profissionais compreendam as possíveis causas desse comportamento e seus impactos, fornecendo o suporte adequado.

Isso deve acontecer sempre por meio de estratégias personalizadas e apoio profissional. Assim, será possível direcionar esse comportamento e promover habilidades alternativas de autorregulação, contribuindo para o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas com TEA e de suas famílias.

Continue aprendendo sobre autismo e comportamentos repetitivos no nosso blog:

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