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menina triste com urso na mão ouvindo pais brigarem

O que fazer para o processo de divórcio não impactar no desenvolvimento de crianças com autismo?

Toda criança ou adolescente que passa por um processo de divórcio na família, precisa de um processo de readaptação. Quando pensamos em crianças no espectro autista, é preciso ainda mais cuidado e sensibilidade nesses momentos.

O CDC (Centers for Disease Control and Prevention), órgão dos Estados Unidos, estima que nos EUA 1 em cada 44 crianças está no espectro, quando falamos do Brasil, a OMS, estima que dentre 200 milhões de habitantes, cerca de 2 milhões de autistas, mas essas informações estão desatualizadas.

Mesmo com cada vez mais espaços para discussão e troca de informações verdadeiras sobre o assunto, o processo de divórcio dos pais é algo pouco debatido quando pensamos na configuração dessas famílias.

Todas as vivências de uma criança com autismo podem ser impactadas por situações do ambiente em que vive. Por esse motivo, o bem-estar das pessoas cuidadoras é um ponto importante para garantir a qualidade de vida e o desenvolvimento da criança. É justamente por esse motivo que uma informação que mude o dia a dia dela seja informada de maneira cuidadosa.

É importante lembrar que a separação de um casal não aumenta ou diminui qualquer sinal de autismo em uma criança. Invés disso, o que pode acontecer é que, assim como em crianças neurotípicas, aceitar a situação pode ser difícil, uma vez que a criança pode não entender completamente o que está acontecendo. Além disso, existe a mudança na rotina e na dinâmica familiar que já são naturalmente complicadas para quem está no espectro.

Neste texto, selecionamos informações que podem ajudar a família a conduzir o processo de divórcio com cuidado para minimizar o impacto na criança. Acompanhe a leitura!

O processo de divórcio para uma criança com TEA

O processo de divórcio de qualquer casal já é um rito que gera muitas frustrações, receios e angústias, principalmente quando existem crianças envolvidas. Com a chegada de uma nova realidade e configuração familiar, muitas barreiras podem ser criadas durante o desenvolvimento da criança, o que exige maior atenção e cuidados.

Isso porque a pessoa autista gosta muito de previsibilidade na rotina, além de seguir alguns rituais e ações que o fazem se sentir mais seguros no dia a dia. Quando acontece qualquer alteração não planejada, elas podem se desregular e expressar de maneira mais frustrada.
Por isso, ter uma rotina estabelecida é essencial para quem está no espectro.

A maior dificuldade no processo de divórcio dos pais é que eles não têm compreensão total dos fatos, e não sabem lidar com esses novos sentimentos negativos. Por isso, é muito importante que toda a separação do casal seja feita de forma gradual e com acompanhamento psicológico para a criança.

Converse e comunique sempre com a equipe que acompanha o desenvolvimento da criança sobre as mudanças que o processo de divórcio pode causar, pois assim é possível que esses especialistas auxiliem na construção de uma nova rotina com hábitos saudáveis para esse momento.

No contexto da pessoa com autismo, o divórcio vai exigir dos pais uma responsabilidade maior no que diz respeito às necessidades da criança no espectro, por isso, é fundamental que qualquer tipo de conflito seja resolvido com muita calma e paciência, preservando as necessidades de cada um.

Guarda e momentos de lazer no processo de divórcio de famílias atípicas

Um aspecto muito comum no processo de divórcio de pais de crianças com TEA são as limitações ou dificuldades geradas para saídas de lazer e socialização. Se a família já tem uma rotina pré-estabelecida com a criança, é importante que ela seja mantida, respeitando o local de passeio e a casa, criando mudanças gradativas e lentas para a adaptação, sem gerar prejuízos futuros na socialização.

Quando pensamos na guarda, seja ela unilateral ou compartilhada, a condição precisa ser analisada individualmente, tendo sensibilidade e cuidado aos limites que a criança apresenta na readaptação. A guarda compartilhada é a regra dos tribunais, mas a regulamentação de convivência é baseada, principalmente, no melhor interesse da criança.

Dessa forma, o ideal é construir um acordo que respeite as necessidades da criança e não ultrapasse os limites dela. A guarda sempre deve ser pautada na responsabilidade, respeito e cuidado da criança ou adolescente no espectro.

Aqui também pode ser importante aprimorar ou criar um novo quadro de rotinas para que a criança entenda cada passo, usando do suporte visual como ferramenta estratégia para garantir a previsibilidade.

É possível definir nesse quadro os dias em que ela vai estar com cada um dos familiares, qual vai ser o espaço fixado como residência, em que momentos estarão separados ou juntos etc. A partir disso, essa transição pode acontecer mais naturalmente, sentido de forma mais leve.

Hoje, as legislações que regem o divórcio, procuram priorizar, principalmente, os direitos da criança em questão, seja nas questões de pensão alimentícia e até mesmo nas questões psicológicas. Por isso, o acordo entre os pais precisa respeitar os direitos e responsabilidades junto ao filho, deixando-o no ambiente mais saudável e favorável para o seu desenvolvimento.

As influências sociais, principalmente de pessoas próximas como a família, são fundamentais para o desenvolvimento e crescimento da criança autista. Por isso, é preciso que esse contexto facilite a sua adaptação ao mundo social, criando oportunidades de aprendizagem ao longo da vida.

O processo de divórcio dos pais pode não ser tarefa fácil, mas se for feito de maneira respeitosa e focando em manter a autonomia, independência e qualidade de vida da pessoa no espectro, será menos difícil para todos os envolvidos.

Em nosso blog, temos um conteúdo sobre Regulação emocional da família na vida do autista que pode ajudar nesse momento. Clique no botão e acesse:
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