Genial Care

Pesquisar
Dias
Horas
Minutos
uma sala de crianças e um professor onde todos estão sentados no chão, uma das crianças está tocando um violão de madeira e o professor está com um pandeiro na mão

O que é o DIR/Floortime usado no desenvolvimento de crianças com autismo?

O modelo DIR/Floortime é uma estratégia com base no desenvolvimento funcional das crianças e suas diferenças individuais e de relacionamentos. Seu foco está na formação de alicerces sólidos no repertório para as competências intelectuais, emocionais e sociais de um indivíduo.

Esse método nasceu das preocupações de dois pesquisadores em unir o papel do afeto e dos relacionamentos no aprendizado com a saúde mental das pessoas, sempre priorizando as competências delas.

Assim como outras terapias para autismo, esse modelo terapêutico visa sempre o desenvolvimento da criança no espectro, respeitando as suas diferenças individuais, seu repertório de habilidades e suas relações interpessoais.

Por isso, neste texto, você vai conhecer sobre o modelo DIR/Floortime e entender como ele funciona na prática quando pensamos na qualidade de vida de crianças com TEA.

O que é modelo DIR/Floortime?

O DIR/Floortime é um modelo terapêutico criado no final da década de 1980 pelos pesquisadores Stanley Greenspan e Serena Wieder nos Estados Unidos.

Ele foi criado para ajudar as crianças com alguma alteração no desenvolvimento da sociabilidade a se desenvolverem nas diferenças individuais e nas relações interpessoais, como é o que caso daquelas que estão no espectro do autismo.

O nome desse modelo pode ser quebrado em dois, que significam:

  • DIR – (Developmental, Individual Difference, Relationship-based Model) iniciais das palavras em inglês que significam, em português: “Desenvolvimento funcional emocional”; “Diferenças Individuais” e “Relacionamento”;
  • Floortime – tradução livre de “tempo no chão” que é a forma como a intervenção é conduzida pelos terapeutas ou pais, sempre sentados no chão.

A ideia principal desse modelo é ajudar as crianças a usarem suas capacidades considerando sempre a etapa do desenvolvimento em que se encontram e como elas processam as informações que recebem do entorno.

Ou seja, essa terapia foca em formar alicerce para as competências emocionais, sociais e intelectuais, em vez de só olhar para as habilidades isoladas. Além disso, o DIR/Floortime entende que cada criança é única, respeitando as individualidades para construir as bases necessárias para que elas se comuniquem e relacionem da melhor maneira possível.

Quando falamos do Floortime (tempo no chão) estamos falando de uma abordagem que faz parte do modelo DIR. Essa é a principal estratégia para sistematizar a brincadeira com a criança e garantir a evolução das etapas do desenvolvimento.

Esse modelo terapêutico pode ser usado por profissionais de diversas áreas como:

Isso porque, a participação da família é essencial para o desenvolvimento da criança, já que existe uma relação emocional muito maior e esse é um ambiente de troca mais constante.

O DIR

O DIR é fundamentado por três elementos-chave, como o próprio nome revela: O “D” vem de desenvolvimento e remete à evolução da criança por etapas graduais que a ajudam a gerar capacidades para envolver-se e relacionar-se com os outros.

“I”, que vem de diferenças Individuais, observando às características biológicas, que a criança recebe, regula e responde e que a fazem compreender sensações como o som e o tato, por exemplo.

“R” que vem das bases de Relações, que apontam os relacionamentos como fonte de aprendizado das crianças, afetando diretamente sua capacidade de desenvolvimento.

Para isso ele considera alguns pontos para avaliar e intervir, que são:

  • Capacidades de desenvolvimento de funcionalidade:
    • partilha da atenção e regulação;
    • envolvimento nas interações;
    • afeto recíproco;
    • comunicação gestual e social;
    • resolução de problemas;
    • uso simbólico e criativo de ideais;
    • uso lógico e abstrato de ideais.
  • Diferenças individuais:
    • modulação sensorial (crianças hiper ou hipo-responsivas às sensações);
    • processamento auditivo e visual-espacial;
    • planejamento motor.
  • Relacionamentos e padrões de interação:
    • padrões de interação com pessoa cuidadora, pais e famílias;
    • padrões educacionais;
    • padrões de interação social com colegas.

Apesar da avaliação ser um ponto inicial para entender as necessidades da criança, ela também atua como parte do processo de observação e discussão. Nela, os profissionais precisam colocar:

  1. Relatórios sobre o nível de desenvolvimento funcional da criança;
  2. Análise detalhada da história do desenvolvimento da criança;
  3. Observações diretas da criança durante interação com pais e profissionais da saúde, sempre observando os seis pontos de desenvolvimento funcional;
  4. Funcionamento familiar, por meio de discussão com pais sobre as competências e necessidades familiares para apoio do indivíduo com TEA.

Após isso, a equipe multidisciplinar irá construir um plano de intervenção que trabalhará as capacidades de desenvolvimento funcional, as diferenças individuais de processamento e as interações da criança.

O Floortime

O Floortime por sua vez é a abordagem presente dentro do modelo DIR. Ela é um modo de intervenção não dirigida, que foca em envolver a criança em uma relação afetiva. Os seus princípios básicos são:

  • Seguir a atividade da criança;
  • Entrar na atividade e apoiar as intenções;
  • Levar a criança a envolver e interagir através da nossa própria expressão afetiva e ações;
  • Abrir e fechar ciclos de comunicação (comunicação recíproca);
  • Aumentar a gama de experiências interativas através de jogos e brincadeiras;
  • Aumentar o repertório de competências motoras e processamento sensorial;
  • Adaptar as intervenções às diferenças individuais de cada criança.

Para isso, existem algumas habilidades específicas usadas no Floortime e que se baseiam nas 6 fases do desenvolvimento, contribuindo assim para o crescimento intelectual e emocional infantil. São elas:

1ª Fase – Auto Regulação e Atenção Compartilhada-Interesses pelo Mundo

2 ª Fase – Engajamento e Relacionamento

3 ª Fase – Comunicação recíproca intencional

4 ª Fase – Resolução de problemas de comunicação complexos

5 ª Fase – Criação e Elaboração de símbolos/ideias

6 ª Fase – Construção de pontes entre os símbolos/ideias

Qual a diferença entre ABA e DIR/Floortime?

Já falamos aqui sobre algumas terapias para autismo e como elas podem ajudar crianças com TEA. Nesse aspecto, a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é, provavelmente, uma das mais conhecidas, seja por profissionais ou pais.

Apesar de ser conhecida como terapia ou até mesmo método, a ABA é uma ciência de aprendizagem que estuda os comportamentos humanos socialmente relevantes. Seu foco está em observar, analisar e explicar a relação que existe entre ambiente, aprendizagem e comportamento. Inclusive, ela é a indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o tratamento de pessoas com desenvolvimento atípico, especialmente o autismo.

Por isso, a principal diferença entre elas está no conceito da intervenção, já que a ABA é pautada pela análise do comportamento, e o DIR/Floortime se encaixa no conceito de Intervenção Baseada no desenvolvimento de relacionamento (DRBI).

Assim, apesar de a ciência ABA também olhar para os relacionamentos, isso acontece mais como uma consequência. No modelo DIR o foco está todo voltado para a comunicação entre adultos e crianças e a construção de um relacionamento saudável.

Outra diferença entre elas é que enquanto a ABA é uma prática baseada em evidências, o DIR/Floortime não é reconhecido dessa forma pela NCAEP (The National Clearinghouse on Autism Evidence and Practice).

Assim como métodos como Denver e TEACCH, esse modelo está caracterizado como uma prática emergente, que precisa de mais pesquisas e estudos para ter resultados baseadas em evidências.

Importante pontuar que a estratégia não é, necessariamente, usada somente com crianças. Embora o centro do trabalho seja originalmente pautado na brincadeira, é possível usar o conceito com jovens e adultos, adaptando as atividades com jogos e conversas.

Ambos os modelos focam na construção de capacidades essenciais para o desenvolvimento da pessoa, reconhecendo que cada criança é única com suas potencialidades, necessidades e interesses.

Se você quer conhecer mais sobre a ciência ABA para o autismo e entender como ela ajuda na qualidade de vida da pessoa no espectro, temos em nosso blog uma categoria focada em conteúdos deste tema. Clique no botão abaixo:

Acesse

Conheça nosso atendimento para autismo

Esse artigo foi útil para você?

Escala M-CHAT fica de fora da Caderneta da Criança O que são níveis de suporte no autismo? Segunda temporada de Heartbreak High já disponível na Netflix Símbolos do autismo: Veja quais são e seus significados Dia Mundial de Conscientização do Autismo: saiba a importância da data Filha de Demi Moore e Bruce Willis revela diagnóstico de autismo Lei obriga SUS a aplicar Escala M-chat para diagnóstico de autismo Brinquedos para autismo: tudo que você precisa saber! Dia internacional das mulheres: frases e histórias que inspiram Meltdown e Shutdown no autismo: entenda o que significam Veja o desabafo emocionante de Felipe Araújo sobre seu filho autista Estádio do Palmeiras, Allianz Parque, inaugura sala sensorial Cássio usa camiseta com número em alusão ao Autismo Peça teatral AZUL: abordagem do TEA de forma lúdica 6 personagens autistas em animações infantis Canabidiol no tratamento de autismo Genial Care recebe R$ 35 milhões para investir em saúde atípica Se o autismo não é uma doença, por que precisa de diagnóstico? Autismo e plano de saúde: 5 direitos que as operadoras devem cobrir Planos de saúde querem mudar o rol na ANS para tratamento de autismo Hipersensibilidade: fogos de artifício e autismo. O que devo saber? Intervenção precoce e TEA: conheça a história de Julie Dutra Cezar Black tem fala capacitista em “A Fazenda” Dia do Fonoaudiólogo: a importância dos profissionais para o autismo Como é o dia de uma terapeuta ocupacional na rede Genial Care? O que é rigidez cognitiva? Lei sugere substituição de sinais sonoros em escolas do Rio de janeiro 5 informações que você precisa saber sobre o CipTea Messi é autista? Veja porque essa fake news repercute até hoje 5 formas Geniais de inclusão para pessoas autistas por pessoas autistas Como usamos a CAA aqui na Genial Care? Emissão de carteira de pessoa autista em 26 postos do Poupamento 3 séries sul-coreanas sobre autismo pra você conhecer! 3 torcidas autistas que promovem inclusão nos estádios de futebol Conheça mais sobre a lei que cria “Centros de referência para autismo” 5 atividades extracurriculares para integração social de crianças no TEA Como a Genial Care realiza a orientação com os pais? 5 Sinais de AUTISMO em bebês Dia das Bruxas | 3 “sustos” que todo cuidador de uma criança com autismo já levou Jacob: adolescente autista, que potencializou a comunicação com a música! Síndrome de asperger e autismo leve são a mesma coisa? Tramontina cria produto inspirado em criança com autismo Como a fonoaudiologia ajuda crianças com seletividade alimentar? Genial Care Academy: conheça o núcleo de capacitação de terapeutas Como é ser um fonoaudiólogo em uma Healthtech Terapeuta Ocupacional no autismo: entenda a importância para o TEA Como é ser Genial: Mariana Tonetto CAA no autismo: veja os benefícios para o desenvolvimento no TEA Cordão de girassol: o que é, para que serve e quem tem direito Como conseguir laudo de autismo? Conheça a rede Genial para autismo e seja um terapeuta de excelência Educação inclusiva: debate sobre acompanhantes terapêuticos para TEA nas escolas Letícia Sabatella revela ter autismo: “foi libertador” Divulgação estudo Genial Care O que é discalculia e qual sua relação com autismo? Rasgar papel tem ligação com o autismo? Quem é Temple Grandin? | Genial Care Irmãos gêmeos tem o mesmo diagnóstico de autismo? Parece autismo, mas não é: transtornos comumente confundidos com TEA Nova lei aprova ozonioterapia em intervenções complementares Dicas de como explicar de forma simples para crianças o que é autismo 5 livros e HQs para autismo para você colocar na lista! Como é para um terapeuta trabalhar em uma healthcare? Lei n°14.626 – Atendimento Prioritário para Pessoas Autistas e Outros Grupos Como fazer um relatório descritivo? 7 mitos e verdades sobre autismo | Genial Care Masking no autismo: veja porque pessoas neurodivergentes fazem Como aproveitar momentos de lazer com sua criança autista? 3 atividades de terapia ocupacional para usar com crianças autistas Apraxia da fala (AFI): o que é e como ela afeta pessoas autistas Por que o autismo é considerado um espectro? Sala multissensorial em aeroportos de SP e RJ 18/06: dia Mundial do orgulho autista – entenda a importância da data Sinais de autismo na adolescência: entenda quais são Diagnóstico tardio da cantora SIA | Genial Care Autismo e futebol: veja como os torcedores TEA são representados MMS: entenda o que é o porquê deve ser evitada Tem um monstro na minha escola: o desserviço na inclusão escolar Autismo e esteriótipos: por que evitar associar famosos e seus filhos Diagnóstico tardio de autismo: como descobrir se você está no espectro? Autismo e TDAH: entenda o que são, suas relações e diferenças Eletroencefalograma e autismo: tudo que você precisa saber Neurodivergente: Saiba o que é e tire suas dúvidas Como ajudar crianças com TEA a treinar habilidades sociais? Prevalência do autismo: CDC divulga novos dados Show do Coldplay: momento inesquecível para um fã no espectro Nova temporada de “As Five” e a personagem Benê Brendan Fraser e seu filho Griffin Neuropediatra especializado em autismo e a primeira consulta Dia da escola: origem e importância da data comemorativa Ecolalia: definição, tipos e estratégias de intervenção Park Eun-Bin: descubra se a famosa atriz é autista Síndrome de Tourette: entenda o que aconteceu com Lewis Capaldi 10 anos da Lei Berenice Piana: veja os avanços que ela proporcionou 7 passos para fazer o relatório descritivo da criança com autismo Diagnóstico tardio de autismo: conheça a caso do cantor Vitor Fadul Meu filho foi diagnosticado com autismo, e agora? Conheça a Sessão Azul: cinema com salas adaptadas para autistas Síndrome sensorial: conheça o transtorno de Bless, filho de Bruno Gagliasso