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Autistas adultos: Um ponto cego na saúde mental

Já falamos em outros textos no nosso blog sobre como o diagnóstico tardio e a falta de conhecimento por parte de profissionais de saúde podem impactar negativamente a saúde mental de autistas adultos

Profissionais não treinados e tratamentos não adaptados para a realidade do TEA, são alguns dos fatores que fazem com que adultos no espectro não encontrem atendimento especializado para questões de saúde mental. É inclusive essa realidade que faz com que as taxas de suícidio dessa população sejam muito altas.

Nesse texto abordamos uma pesquisa recente que investigou o grau de conhecimento que psicólogos clínicos têm sobre autismo, além do quanto eles estão abertos a atender essa população. 

E a partir dos dados descritos levantamos algumas ações que profissionais podem fazer para mudar esse cenário. Vamos lá?

Diagnóstico de autismo em adultos

Para autistas adultos os obstáculos começam desde o momento do diagnóstico, já que grande parte dos profissionais encontra dificuldade em diagnosticar corretamente tanto o TEA, quanto comorbidades psiquiátricas em adultos já diagnosticados como autistas. 

O atraso no diagnóstico impede o acesso a intervenções que podem beneficiar a pessoa autista, além de deixá-la ainda mais exposta a problemas na saúde mental. 

Especialmente autistas com necessidade de pouco apoio encontram obstáculos para receber o diagnóstico adequado. Isso ocorre devido a pouca informação e grande estigma em torno do autismo, mesmo na comunidade clínica. 

Um exemplo disso são profissionais que acreditam que porque a pessoa trabalha, tem filhos ou é casada, não pode ser diagnosticada como autista, revelando assim uma falha na formação de profissionais de saúde mental para lidar com essa população.

Intervenções para autistas adultos: 

As intervenções com mais evidências científicas para TEA são as baseadas na análise do comportamento aplicada (ABA). Porém, o que a comunidade científica tem demonstrado em estudos recentes é que os tratamentos para condições de saúde mental focados nessa população são escassos e os profissionais pouco treinados.

Sendo assim, além das intervenções para as dificuldades decorrentes do autismo, pessoas autistas também precisam de serviços capazes de cuidar de suas demandas em saúde mental.

Vamos nos aprofundar a seguir no que um estudo na Alemanha demonstrou ser um cenário comum para autistas adultos que procuram ajuda para lidar com transtornos psiquiátricos.

Falta de conhecimento profissional na atuação com autistas adultos:

O estudo publicado em 2021 intitulado “A blind spot in mental healthcare? Psychotherapists lack education and expertise for support of adults on the autism spectrum” (Um ponto cego em saúde mental? Falta de conhecimento e expertise para psicoterapeutas darem suporte a adultos no espectro do autismo), apresenta alguns dados sobre como psicoterapeutas descrevem seu conhecimento sobre TEA e sua abertura em atender essa população.

Como foi feita a pesquisa?

Essa pesquisa foi realizada na Alemanha com 498 psicólogos clínicos. Eles responderam perguntas sobre as seguintes áreas:

  • Sua experiência em diagnosticar alguns transtornos psiquiátricos e o TEA.
  • Seu conhecimento sobre o autismo.
  • O quanto se sentiam dispostos a atender a população autista adulta em seus consultórios. 

Os resultados mostraram que a maior parte dos psicólogos:

  • Tinham experiência com diagnósticos psiquiátricos diversos, porém pouca ao diagnosticar TDAH e TEA.
  • Acreditavam em mitos ou tinham pouco conhecimento sobre autismo.
  • Não se sentiam capazes tecnicamente de atender a população autista.
  • Estavam dispostos a atender adultos autistas se recebessem treinamento específico.

Esses resultados apontam para um cenário na saúde mental de falta de treinamentos voltados ao suporte psicológico de autistas adultos. O que segundo outro estudo é a maior barreira de acesso a serviços de saúde mental de acordo com indivíduos com TEA.

Além disso, a falta de experiência e conhecimento de psicólogos sobre autismo revela um cenário preocupante, já que esses profissionais têm papel importante no acesso ao diagnóstico de autismo de adultos.

Como profissionais podem mudar esse cenário?

Os autores do artigo sugerem que um caminho válido para alterarmos esse cenário é incorporar a educação sobre TEA no currículo dos treinamentos básicos para psicoterapeutas. Além disso, também é necessário acesso à educação continuada de terapeutas, para que esse buraco na formação dos psicólogos atuantes seja diminuído.

Se você quer iniciar esse caminho de aprender mais sobre TEA leia os textos do nosso blog e se inscreva para receber a nossa newsletter.

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