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Muitas famílias aproveitam as visitas frequentes ao pediatra para entender melhor os possíveis sinais de autismo nas crianças e tirar suas dúvidas. É muito importante sempre fazer o acompanhamento correto com o profissional da saúde.
Inclusive, você sabia que a primeira consulta com o pediatra precisa ocorrer enquanto o bebê ainda está na barriga da mãe? Essa é a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)!
Além disso, a visita ao médico deve ocorrer durante o período pré-natal, mais precisamente no terceiro trimestre dele.
O que é bom, não apenas para que a futura mamãe tenha confiança no pediatra, mas principalmente para reduzir as chances de mortalidade infantil, identificar outros problemas que o recém-nascido possa ter e até mesmo tirar todas as dúvidas e inseguranças antes mesmo do nascimento da criança.
Para compor esse texto, trouxemos ricas considerações do Dr. Elder Lanzani Freitas, médico formado pela USP, formado em psiquiatria, especializado em psiquiatra da infância e adolescência em 2017 e em terapia comportamental.
5 motivos para ir ao pediatra antes mesmo do bebê nascer
As consultas com o pediatra precisam ser frequentes após o nascimento da criança, porém antes mesmo — lá pelo 3º mês da gravidez até no máximo 6º — , a mãe precisa se consultar com esse especialista como parte do pré-natal.
Vale lembrar que essa prática é recomendada para todas as gestantes, inclusive para quem tem gravidez de risco, sendo indispensável por vários motivos como:
- Evitar abortos espontâneos e natimortos;
- Reduzir riscos da criança nascer prematura;
- Verificar se está ocorrendo descolamento da placenta prematuramente;
- Identificar malformações fetais ou doenças genéticas (o que não é o caso do autismo, pois ele não é uma doença);
- Lidar com situações que possam dificultar o parto (posições do feto que não favorecem, por exemplo), entre outros motivos que ajudam
- a prevenir sérios problemas na gravidez e principalmente com a criança.
O que levar ao pediatra na consulta com a criança
Até o seu filho completar 1 ano, as visitas ao pediatra são feitas regularmente, sempre 1 vez por mês.
Isso porque o médico acompanhará o desenvolvimento geral da criança e assim detectar rapidamente qualquer alteração, sinal de atraso no desenvolvimento ou outra questão, para ser feito o acompanhamento e tratamento (caso ocorra) precocemente.
Dessa forma, é preciso sempre levar:
- Exames;
- Vacinas;
- Históricos de saúde do seu filho e da sua gestação.
A partir dos 2 anos, as consultas pediátricas passam a ser mais espaçadas, a cada 3 meses. Mas lembre-se: caso notar qualquer diferença no desenvolvimento da criança ou percepção de que algo está diferente, não deixe de conversar com o especialista e falar sobre isso!
Como é a primeira consulta com o pediatra (ainda durante a gravidez)?
Para se preparar melhor, confira os principais pontos dessa ida ao médico:
- O pediatra informa a provável data do parto;
- Fica por dentro do quadro clínico da gestante (sono, diurese, etc.);
- Conversa sobre nutrição da grávida;
- A gestante pode aproveitar para tirar dúvidas diversas sobre amamentação, os primeiros cuidados com o bebê e até mesmo o que é esperado que o seu filho faça nos 3 primeiros meses de idade;
- Caso no pré-natal já tenha sido identificada alguma síndrome congênita, problemas de malformação ou coisas do tipo, é nessa primeira consulta que há os esclarecimentos médicos sobre isso.
Sinais de ‘autismo infantil’ são identificados pelo pediatra?
Por melhor que o pediatra do seu filho seja, é importante ter em mente que ele não é um especialista em autismo. Portanto, a chance do médico acompanhar as mudanças na Classificação Internacional de Doenças (CID) relacionadas aos graus do TEA são pequenas.
Então, para evitar esse tipo de situação, o ideal é que pais ou pessoas cuidadoras tenham uma noção do que o bebê deveria estar fazendo em cada etapa da infância e até mesmo o que pode ser confundido com autismo.
Ainda assim, se notar sinais de autismo, é importante checar com o pediatra essa possibilidade e, se necessário, pedir que o profissional te encaminhe a outros profissionais.
O que pode ser confundido com autismo
- Transtorno de Déficit de Atenção e de Hiperatividade (TDAH);
- Problemas de audição;
- Dificuldades de aprendizagem;
- Timidez.
Em caso de dúvidas, você pode até fazer algum teste que mostra o risco de autismo no seu filho, como o M-CHAT, uma escala de rastreio para risco de autismo de bebês. Ela ajuda a buscar diagnóstico e início das intervenções precoces.
Mas atenção: Não existe nenhum tipo de teste online ou até mesmo exame que consiga detectar autismo. O diagnóstico de autismo é clínico, e depende de protocolos, observação e histórico do paciente.
Por isso, não deixe de ter acompanhamento de um especialista em neurologia infantil para analisar o resultado e a situação da criança especificamente. Somente profissionais da saúde podem dar o laudo de TEA para alguém.
Como saber se meu filho tem autismo?
Com certeza a pergunta “Como saber se meu filho tem autismo” já passou pela cabeça de muitos pais ou pessoas cuidadoras que começam a notar possíveis sinais de atraso no desenvolvimento da criança.
Além disso, com os dados mais recentes divulgados pelo CDC — Center for Disease Control and Prevention — 1 a cada 36 crianças nascidas nos EUA fazem parte do espectro autista.
Para saber se uma criança tem ou não autismo, é muito importante a avaliação médica especializada, feita por uma equipe de vários profissionais. Mas antes disso, a família pode começar a identificar sinais precoces de autismo para entender se é ou não preciso procurar um profissional.
Alguns comportamentos mais comuns são:
- Tem dificuldade para se expressar oralmente
- Evita contato visual
- Repete certos movimentos e falas
- Não responde quando é chamado
- Apresenta dificuldades na interação social
- Tem interesses específicos e restritos
- Se incomodar com barulhos altos ou apresentar outros sinais de dificuldade no processamento sensorial, com texturas, cheiros e sons, por exemplo.
Dessa forma, a observação contínua do comportamento da criança ao longo do tempo pode revelar padrões que podem indicar um possível diagnóstico. Anote suas observações, fotografe ou grave vídeos para compartilhar com profissionais de saúde durante avaliações.
E vale lembrar: Se você suspeita que seu filho possa ter autismo, é essencial buscar a orientação de profissionais especializados. Agende consultas com pediatras, psicólogos infantis e outros especialistas que possam realizar avaliações detalhadas. O diagnóstico precoce pode levar a intervenções precoces e ao desenvolvimento contínuo.
Conheça os principais sinais de autismo em bebês
É importante que antes de ir ao pediatra você fique por dentro dos principais marcos de desenvolvimento infantil até 6 anos.
Dessa forma você acompanha o cotidiano do seu filho identificando se ele tem sinais de atraso o quanto antes. Confira alguns nos primeiros 6 meses de vida:
- 1 mês: o recém-nascido dá sinais de que não está vendo pessoas e objetos bem próximos a ele
- Até 2 meses: nunca sorri para quem cuida e nem para quem está diante dele
- Até 3 mês: o bebê não tenta usar a voz (não faz aqueles barulhos típicos de bebê), além disso, não busca acompanhar os movimentos de objetos e nem erguer a cabeça para isso.
- Até 4 meses: não reage a mudanças de tons de voz e nem a qualquer som. Também demonstra não reconhecer seus pais ou cuidadores e tem falta de conexão com quem o rodeia.
- Até os 6 meses: bebê com postura caída, se comunica apenas por meio de choro. Também demonstra indiferença e até mesmo que não gosta de socialização em torno dele.
Você também leva seu filho de outra faixa etária ao pediatra? Confira nosso post sobre desenvolvimento infantil de 7 a 12 anos.
O que acontece quando o pediatra suspeita de atraso no desenvolvimento infantil?
Quando o médico suspeita que a criança está com atrasos no desenvolvimento costuma apresentar algumas hipóteses e pedir que a família e pessoas cuidadoras sigam observando se os sinais continuam.
E também indica a ajuda de um médico especialista em autismo, como o Neuropediatra ou Psiquiatra Infantil. Ou seja, é preciso continuar acompanhando de perto os comportamentos da criança.
Já a família também precisará de apoio especializado em TEA para lidar com as crises de autismo e controle emocional da criança, entre outras situações, caso o diagnóstico de TEA seja confirmado pelo Neuropediatra.
O Dr. Elder conta que quando se começa a levantar a possibilidade da criança estar apresentando atrasos no desenvolvimento ou desenvolvimento atípico, é normal que exista uma frustração das famílias.
“Em muitos casos esse processo é bem semelhante mesmo a um processo de luto, passando pelo entendimento até a aceitação daquele fato”, comenta.
Ele afirma que “o acolhimento aqui é uma palavra muito importante, que eu gosto de sempre levar em consideração quando eu vou conversar com os pais, com os familiares, sobre o que está acontecendo.”
“Então é esse que é o principal foco dos profissionais, trazer diante de um momento difícil um pouquinho de esperança de que tem tratamento e intervenção de que isso é um é algo que a gente tem que lidar que a gente vai conseguir enfim enfrentar os desafios que virão pela frente”.
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