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Discalculia no autismo

O que é discalculia e qual sua relação com o autismo?

A discalculia é um transtorno de aprendizagem que dificulta a habilidade de uma pessoa em compreender e lidar com conceitos matemáticos e números.

É uma condição neurológica que dificulta a realização de cálculos matemáticos básicos e a compreensão de conceitos numéricos, mesmo que a pessoa tenha uma inteligência geral típica (sem deficiência intelectual).

Mas qual a relação com o autismo? É importante mencionar que a discalculia não faz parte dos critérios diagnósticos do autismo, que é um espectro de transtornos neurológicos caracterizado principalmente por dificuldades na comunicação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos.

No entanto, é possível que algumas pessoas com autismo também apresentem esse transtorno e/ou outras dificuldades específicas de aprendizagem, como a dislexia.

Isso ocorre porque o autismo pode estar associado a uma maior probabilidade de ter outras condições ou transtornos neurológicos.
Para saber mais sobre a discalculia, continue nesse texto!

O que é discalculia?


mão de criança fazendo conta em um papel branco com tintas coloridas ao lado
Como falamos acima, a discalculia é um transtorno específico de aprendizagem que afeta a habilidade de uma pessoa em compreender e lidar com conceitos matemáticos e números.

Os sintomas dela podem variar, mas geralmente incluem em:

  • Dificuldades em aprender a contar;
  • Identificar números;
  • Compreender conceitos de quantidade e realizar operações matemáticas básicas.

Esse transtorno pode afetar o raciocínio lógico-matemático e causar frustração significativa nas tarefas escolares e na vida diária.

Tipos de discalculia

Apesar de ser um transtorno relacionado a difícil compreensão da matemática, pessoas com discalculia podem enfrentar diferentes dificuldades dentro da aprendizagem, por isso, o transtorno é dividido em:

Discalculia Verbal

A discalculia verbal é caracterizada por dificuldades específicas na compreensão e utilização de termos matemáticos, conceitos e linguagem relacionados à matemática.

As pessoas que apresentam esse tipo de discalculia podem ter problemas para entender palavras-chave usadas em problemas matemáticos, como “mais”, “menos”, “vezes”, “dividido por”, “igual a”, etc.

Além disso, podem encontrar dificuldades na leitura e na compreensão de enunciados matemáticos.

Essa forma do transtorno pode afetar a capacidade da pessoa de interpretar problemas matemáticos e de seguir instruções escritas em questões ou exercícios, o que pode levar a erros frequentes em cálculos.

Discalculia Prática

A discalculia prática, também conhecida como discalculia procedural, está relacionada a dificuldades em executar habilidades e procedimentos matemáticos, como a realização de cálculos aritméticos e operações básicas.

As pessoas com esse tipo do transtorno podem ter problemas em aprender e lembrar as etapas corretas para resolver problemas matemáticos, mesmo que tenham compreensão conceitual razoável dos números e operações.

Por exemplo, podem ter dificuldade em memorizar as tabuadas ou em usar técnicas adequadas para fazer adições, subtrações, multiplicação e divisão. Além disso, podem cometer erros ao escrever números em ordem incorreta ou trocar os sinais das operações.

Discalculia Lógica

A discalculia lógica, também conhecida como discalculia associativa, envolve dificuldades na compreensão de conceitos matemáticos abstratos e na aplicação adequada de estratégias de resolução de problemas.

As pessoas com esse tipo do transtorno podem ter dificuldades em reconhecer padrões numéricos, em entender relações de causa e efeito em problemas matemáticos ou em estabelecer conexões lógicas entre conceitos matemáticos diferentes.

Isso pode afetar sua capacidade de resolver problemas matemáticos complexos, aplicar conceitos em situações do mundo real e compreender a lógica por trás das operações matemáticas.

É importante destacar que as discalculias podem se apresentar em combinação, ou seja, uma pessoa pode ter características de mais de um tipo. Além disso, as dificuldades podem variar em intensidade de uma pessoa para outra.

O diagnóstico e tratamento adequados, além de estratégias de aprendizagem personalizadas, são fundamentais para auxiliar pessoas com discalculia a superar seus desafios matemáticos.

Profissionais especializados em educação especial e psicopedagogia podem oferecer o suporte necessário para ajudar esses indivíduos a desenvolver suas habilidades matemáticas.

Quais são os sinais desse transtorno?

Os sinais da discalculia podem variar em intensidade e manifestação, mas geralmente envolvem dificuldades específicas com habilidades matemáticas.

Alguns dos principais sinais que podem estar presentes em uma pessoa com essa condição, incluem:

  • Dificuldades com números e quantidades: Dificuldade em entender e manipular números, compreender o valor posicional dos dígitos (unidades, dezenas, centenas), identificar números em sequência e entender conceitos de quantidade.
  • Problemas com cálculos básicos: Dificuldade em realizar operações matemáticas simples, como adição, subtração, multiplicação e divisão, mesmo em tarefas cotidianas.
  • Desafios com raciocínio lógico-matemático: Dificuldade em compreender padrões numéricos, sequências lógicas e relações matemáticas.
  • Memorização e tabuada: Dificuldade em memorizar as tabuadas e fatos matemáticos básicos, o que pode afetar a rapidez na realização de cálculos.
  • Compreensão de problemas matemáticos: Dificuldade em entender enunciados de problemas matemáticos e em aplicar os conceitos matemáticos para resolvê-los.
  • Confusão com sinais e símbolos: Troca de sinais de operações (por exemplo, confundir adição com subtração) e dificuldade em entender símbolos matemáticos.
  • Dificuldade em estimar e mensurar: Dificuldade em fazer estimativas razoáveis e em mensurar tamanhos, distâncias ou quantidades.
  • Problemas de orientação espacial e temporal: Dificuldade em entender conceitos de espaço e tempo, o que pode afetar a leitura de gráficos, mapas e a compreensão de calendários.
  • Dificuldade em seguir instruções: Dificuldade em compreender e seguir instruções matemáticas, o que pode afetar o desempenho em sala de aula.
  • Ansiedade em relação à matemática: Sentir-se ansioso ou estressado diante de tarefas matemáticas, devido às dificuldades enfrentadas.

Atenção: É importante notar que ter alguns desses sinais não necessariamente indicam a presença de discalculia.

Se essas dificuldades persistirem e refletirem significativamente o desempenho acadêmico e a vida cotidiana, é recomendado – sempre – procurar uma avaliação e acompanhamento de profissionais especializados, como psicólogos ou profissionais de educação inclusiva para obter um diagnóstico adequado e desenvolver estratégias de apoio apropriadas.

Discalculia e sua relação com o autismo

avó e criança segurando balões de números
Embora o autismo e a discalculia sejam condições distintas, é importante notar que algumas pessoas com autismo podem apresentar dificuldades específicas de aprendizagem.

Estudos indicam que, pessoas autistas, em virtude de suas características neurológicas, podem ter uma maior probabilidade de desenvolver esse transtorno, principalmente devido a diferenças no processamento de informações numéricas e habilidades cognitivas.

Segundo os estudos, as dificuldades de comunicação social e de interação social inerentes ao autismo podem, por vezes, dificultar ainda mais o desenvolvimento de habilidades matemáticas.

Para muitas pessoas com autismo e discalculia, a compreensão de conceitos matemáticos abstratos e a aplicação prática desses conhecimentos podem ser desafios significativos. Isso pode levar a uma frustração considerável na sala de aula e prejudicar o desempenho acadêmico, afetando negativamente a autoestima e a confiança.

Como oferecer apoio?

O apoio adequado e personalizado é essencial para pessoas com discalculia e autismo, a fim de ajudá-las a superar os desafios e desenvolver suas habilidades matemáticas e cognitivas.

Abordagens educacionais individualizadas, que levam em conta as necessidades específicas de cada indivíduo, são fundamentais para um progresso significativo.

Professores, psicólogos e especialistas em educação especial podem trabalhar em conjunto para criar um ambiente de aprendizagem inclusivo e acolhedor, adaptando o currículo e as estratégias pedagógicas de acordo com as habilidades e dificuldades de cada aluno.

Isso pode envolver o uso de recursos visuais, atividades práticas adaptadas e tecnologia assistiva (com aplicativos ou não) para facilitar a compreensão dos conceitos matemáticos.

Além disso, terapias complementares, como terapia cognitivo-comportamental, podem ser benéficas para ajudar os indivíduos a desenvolver habilidades de resolução de problemas e estratégias de enfrentamento diante das dificuldades enfrentadas no ambiente escolar e na vida diária.

O apoio emocional também é de extrema importância. A criação de um ambiente de apoio e compreensão pode melhorar a autoconfiança e o bem-estar emocional dos indivíduos, encorajando-os a persistir em seus esforços para superar os desafios.

Um ambiente inclusivo e oferecer o apoio adequado às pessoas com discalculia e autismo, reforça a importância de promover uma sociedade mais igualitária, na qual todas as pessoas, independentemente de suas diferenças, possam alcançar seu potencial máximo e contribuir de forma significativa para a comunidade.

Conclusão

Em resumo, a discalculia e autismo são condições distintas, mas podem estar associadas.

Embora a relação entre discalculia e autismo seja objeto de interesse em pesquisas, ainda são necessárias mais investigações para compreender completamente essa associação.

Apoiar com estratégias personalizadas é essencial para ajudar no desenvolvimento das habilidades matemáticas e cognitivas, promovendo assim o bem-estar da pessoa dentro e fora da sala de aula.

Além disso, a educação inclusiva deve ser um direito para pessoas que lidam com a discalculia, sejam elas típicas e atípicas! Para entender e conhecer mais sobre o ensino adaptado, que é um direito perante à lei, acesse o nosso texto no blog:

Educação Inclusiva

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